segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A importância da vida comunitária - Papa Francisco


Gostaria de destacar a importância da vida comunitária, das relações de amizade e de fraternidade que fazem parte integrante desta formação. Chegamos a um outro problema aqui. Por que digo isto: relações de amizade e de fraternidade? Tantas vezes encontrei comunidades, seminaristas, religiosos ou comunidades diocesanas onde as jaculatórias mais comuns eram as 'fofocas'! É terrível! 'Esfola-se a pele' do outro....É este o nosso mundo clerical, religioso...Desculpem-me, mas é comum: ciúmes, inveja, falar mal dos outros. E não apenas falar mal dos superiores: isto é clássico! 

Mas quero-vos dizer que isto é tão comum, tão comum. Também eu já caí nisto. Tantas vezes fiz isto, tantas vezes! E envergonho-me! Envergonho-me disto! Não é bom fazer 'fofoca'. “Tu ouviste....Tu ouviste...”. Mas é um inferno esta comunidade! Isto não faz bem. E por isto são importantes as relações de amizade e de fraternidade. Os amigos são poucos. A Bíblia diz isto: os amigos, um, dois...Mas a fraternidade é entre todos. Se tenho alguma coisa contra uma irmã ou um irmão, digo-lhe pessoalmente ou digo a este ou esta que podem ajudar, mas não digo aos outros para “queimá-lo”. São as 'fofocas', é terrível! Por trás das 'fofocas', estão as invejas, ciúmes, as ambições. 

Mas pensem a isto: uma vez escutei duma pessoa que, após os exercícios espirituais – uma pessoa consagrada, uma irmã...Isto é bom! - esta irmã havia prometido ao Senhor que nunca mais haveria de falar mal de outra religiosa. Este é um belo caminho de santidade! Não falar mal dos outros. “Mas Padre, existem problemas....”: fale com o superior, fale com a superiora, fale com o Bispo, que podem ajudar. Não se deve dizer a quem não pode ajudar. Isto é importante: fraternidade! Mas diz-me, tu falarás mal da tua mãe, do teu pai, dos teus irmãos? Nunca! E porque fazes isto na vida consagrada, no seminário, na vida presbiterial? Somente isto: pensem, pensem....Fraternidade! Este amor fraterno.

Existem dois extremos, nisto da amizade e da fraternidade: tanto o isolamento quanto a dispersão. Uma amizade é uma fraternidade, que me ajuda a não cair nem no isolamento nem na dispersão. Cultivar as amizades é um bem precioso, porém devem ser educados não a centrar-se sobre si próprio, mas a sair de si mesmos. Um sacerdote, um religioso, uma religiosa não podem ser uma ilha, mas uma pessoa sempre disponível ao encontro. As amizades, depois, enriquecem-se também pelos diversos carismas das vossas famílias religiosas. É uma grande riqueza. Pensemos nas belas amizades de tantos santos”. in Encontro com seminaristas, noviços e noviças - 06.07.2013


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