sábado, 15 de março de 2014

A juventude não vive para o prazer - Paul Claudel

A juventude não vive para o prazer, vive para o heroísmo. É um facto: a um jovem é necessário heroísmo para resistir às tentações que o envolvem, para acreditar numa doutrina desprezada, para conseguir fazer face aos argumentos, à blasfémia, aos gracejos dos livros, aos jornais, para resistir à sua família e aos seus amigos, para estar só contra todos, para ser fiel contra todos. Mas tende coragem, porque eu venci o mundo. Não acredites que ficarás diminuído, antes pelo contrário ficarás aumentado.

É através da virtude que se é homem. A castidade tornar-te-á vigoroso, apto, vigilante, penetrante, claro como o toque da trombeta e esplêndido como o sol da manhã. A vida parecer-te-á cheia de encanto e de seriedade, um mundo de sentido e de beleza. À medida que avançares as coisas parecer-te-ão mais fáceis, os obstáculos que julgavas intransponíveis far-te-ão sorrir...

Há uma passagem na tua carta que me faz rir. É aquela em que me dizes que tens medo de encontrar na religião o fim da procura e da luta. Ah, caro amigo, no dia em que receberes Deus terás contigo o hóspede que te não dará mais momento de repouso. Não vim trazer a paz mas a espada. Será o grande fermento que fará rebentar todos os vasos, será a luta contra as paixões, a luta contra as trevas do espírito, não aquela em que se é vencido, mas a de que se sai vencedor. 

Paul Claudel, poeta francês convertido ao catolicismo


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