quinta-feira, 17 de junho de 2021

“Tive a sensação de que aquela Hóstia estava MESMO consagrada”

Alguns vão achar isto provocativo. Eu acho que é verdade.

Tive que fazer hoje uma chamada para o gabinete paroquial e, enquanto falava com a secretária, percebi que ela tinha ido à sua primeira Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano. Perguntei-lhe o que é que ela tinha achado e a sua resposta foi:

“Eu tive a sensação de que aquela Hóstia estava MESMO consagrada.”

Depois continuou, explicando que percebe que as duas Missas são a mesma, [Ambas válidas.] mas que ela tinha sentido definitivamente que havia algo mais solene a acontecer na Missa Tradicional cantada.

O comentário dela marcou o meu dia e achei que podia marcar o seu também!

Este comentário abre muitos assuntos.

Primeiro, ela não está a dizer que a Hóstia está mais consagrada porque é a Forma Extraordinária. Para ser claro: Quando eu consagro a Hóstia na Forma Ordinária ela não está mais ou menos consagrada do que quando uso a Forma Extraordinária. Nem ficava mais ou menos consagrada se eu consagrasse segundo o Rito Maronita, o Rito Ambrosiano, o Rito Bizantino ou o Rito de Braga. Nem estaria mais ou menos consagrada do que se eu eventualmente fosse nomeado um monsenhor ou, pelos meus pecados, um bispo, cardeal ou papa.

No entanto, considerar a Missa meramente do ponto de vista do mínimo indispensável da validade é perigoso. Não devemos cair nessa armadilha. A Missa é mais do que a sine qua non, mais importante, consagração válida. A Missa é um conjunto.

Sim, algo mais está a acontecer durante uma Missa Cantata na forma tradicional e mais ainda na Missa Solemnis e ainda mais na Missa Pontificalis. É importante que forma antiga, tradicional, seja revivida, reaprendida, recuperada em todos os sítios. Precisamos da sua influência. Precisamos dela para reabilitar o culto litúrgico na Igreja Latina em todo o lado. Nenhuma iniciativa de "Nova Evangelização" ou de renovamento da Igreja vai ter um efeito concreto a não ser que renovemos o nosso culto litúrgico.

PORTANTO, fico profundamente agradecido e encorajado quando oiço seminaristas dizer que eles e muitos dos seus colegas estão abertos e/ou com vontade para aprender e depois usar a Forma Extraordinária.

Bento XVI deu-nos uma visão e uma missão. A visão e a missão permanecem. Não foram substituídas. Não foram canceladas, anuladas, repudiadas. Tal como disse antes, é tempo de tirar as rodinhas e pôr a andar a bicicleta! Se querem a Missa Tradicional, trabalhem por ela. Se é difícil, continuem a trabalhar. 

Este NÃO é o tempo para descansar. Este é precisamente o tempo para continuar a empurrar para a frente, fazendo petições para mais e mais e mais, e não apenas pelas pequenas migalhas que caiem da mesa dos meninos giros liberais. Os padres jovens apoiam-vos. Apoiem-nos a 100%.

Fr. John Zuhlsdorf in  Fr. Z's Blog


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3 comentários:

José Lima disse...

A tradução em palavras simples da máxima "Lex Credendi, Lex Orandi"!

Maria José Martins disse...


Depois de tanto ter lido sobre "estas duas formas de Celebrar Missa", fico curiosa, pois, somente, me recordo das Missas, em Latim, enquanto criança e, depois, como me explicaram, mais tarde, aceitei de bom agrado a mudança...
No entanto, tenho tentado perceber o que possa estar, verdadeiramente, por trás de tudo isso.
Assim, que alguém entendido nos EXPLIQUE de vez, o quanto possamos estar a ser prejudicados espiritualmente, com SEMELHANTE MUDANÇA, e o porquê de alguns Bispos serem tão relutantes à Sua Celebração.
Mesmo desconfiando, que a infiltração de "o tal espírito mundano" seja o principal motivo, gostaria de aprender mais.
Obrigada.

RZaidan disse...

Comentários do pe. Paulo Ricardo: https://youtu.be/KojDHGgeQyw