domingo, 26 de fevereiro de 2017

Do ateísmo e luxúria ao catolicismo e castidade

Conheceram-se nas Caldas da Rainha. Ele era fisioterapeuta, ela ceramista. Oriundo de Oeiras, filho de mãe católica e de pai ateu, foi baptizado em pequeno e tinha levado umas breves pinceladas de catequese. Ela nascida numa aldeia da Beira Baixa tinha estrutura cristã mas não praticava. Ele era convictamente anti-católico, ela indiferente. Viveram a sua paixão com as intimidades próprias dos casados, sem o serem, durante três anos.

Um dia encontrou um amigo que o persuadiu a passar um fim-de-semana especial com um grupo de gente nova, uns padres, um casal e uma freira! Quando perguntou que gente era essa o amigo respondeu-lhe que era informal, que não tinha nome mas que alguns denominavam-no K. Como confiava no conhecido achou graça ao enigma. Entrou ateu numa Sexta-feira à tarde, saiu católico no Domingo seguinte. Tinha encontrado Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, e a Sua Igreja. 

A transformação foi tal que quando encontrou a amásia (i.e. amante) a deixou totalmente perplexa. Causa de tal assombro senão mesmo despeito foi a determinação com que ele decidiu viver castamente, renunciando aos actos próprios dos cônjuges. Algum tempo depois também ela participou num retiro semelhante. Reencontrando a Fé da infância, mas agora de um modo maduro, compreendeu muito bem o namorado. Viveram então numa grande sintonia com Cristo e um com o outro.

Testemunharam, em público, anos mais tarde, já casados e com filhos, por diversas vezes, que o facto de terem vivido a castidade perfeita naqueles dois anos, que decorreram entra a sua decisão e o matrimónio, tinham sido de uma importância fulcral para a sua relação e para a vivência enquanto casados. Tivemos grandes tentações, confidenciavam, mas pela graça de Deus resistimos e aprendemos a evitar as ocasiões de queda. Nisto pôde muito o jejum, a oração, a confissão sacramental frequente e a participação quotidiana na Santa Missa. Lamentavam não terem conhecido o Senhor desde sempre porque só teriam ganho em terem acolhido sempre a Sua vontade, que era afinal o bem deles, o amor verdadeiro.

Ele, entretanto, por inspiração Divina, e alguns empurrões do seu assistente espiritual, licenciou-se em Teologia com uma cuidada tese sobre os leigos na Igreja.

Vivem actualmente no Norte e têm cinco filhos. Ele lecciona Religião e Moral num colégio particular, ela realiza admiravelmente a sua vocação de mãe e de esposa. Quem tem ouvidos para ouvir que oiça. À honra de Cristo. Ámen.

Pe. Nuno Serras Pereira


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