segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Estão de regresso as escolas que separam os meninos das meninas

Ressurgem as escolas exclusivas para meninos ou meninas. Essas escolas favorecem o desenvolvimento de uns e de outras; e aumentam de ano para ano. Hoje somam 240 mil escolas em 70 países no mundo.

Uma moda inspirada no espírito anárquico igualitário do Maio de 68 e no relativismo moral espalhado em nome do Concílio Vaticano II desqualificou as escolas single-sex (só para meninos ou só para meninas). A revolução cultural-sexual da Sorbonne começou na Universidade de Nanterre, na periferia de Pais, reclamando toiletes comuns para homens e mulheres.

As escolas sem distinção de sexo não deram os resultados prometidos pela utopia igualitária e danificaram várias gerações. Por isso as escolas para sexo único voltam a ganhar espaço, pois mostraram adaptar-se melhor aos ritmos diferentes de cada sexo. Essas escolas são apoiadas por estudos que apontam diferenças no desenvolvimento cognitivo e social de meninos e meninas, informou o jornal “Gazeta do Povo”.

“As aulas single-sex podem tornar mais fácil aos professores adaptar o ensino às características comportamentais dos alunos”, afirma o psicólogo da escola norte-americana Clover Park School District, Robert Kirschenbaum.

“As meninas parecem preferir ambientes mais quietos em que possam trabalhar em grupo e chegar a um consenso. Os meninos costumam preferir um ambiente mais competitivo, com mais actividades físicas e mais barulho”, completa.

Nas escolas single-sex não há diferenças nos conteúdos, mas sim nos métodos, que são mais adequados aos perfis de meninos ou meninas. O resultado é uma educação personalizada, que atende às necessidades específicas e gera resultados mais eficazes.

“Num ambiente single-sex, principalmente nas idades de 13, 14 e 15 anos, há a oportunidade, tanto para os meninos como para as meninas, de serem eles mesmos durante mais tempo”, disse o ex-director da faculdade Eton College, Tommy Little, no Fórum Global de Educação e Habilidades (GESF - Global Education and Skills Forum).

No ambiente escolar, a separação por sexo é total: os meninos têm professores e as meninas têm professoras, com aulas em prédios distintos, que ficam separados por um bosque.

Nos EUA, o sistema single-sex, ainda restrito quase exclusivamente às escolas privadas de elite e religiosas, começa a ser usado no ensino público, principalmente em regiões de baixa renda.

Na escola primária Charles Drew, na Florida, um quarto das turmas é separado por sexo. O alto desempenho observado em escolas single-sex compensa o baixo desempenho característico de uma escola periférica.

A avaliação estadual da escola subiu de nota D para C. Resultados similares foram encontrados em outras escolas públicas que adoptaram turmas single-sex em centros urbanos como Nova Iorque, Chicago e Filadélfia. Segundo o Departamento de Educação dos EUA, o país contava em 2014 com 850 escolas públicas single-sex e cerca de 750 escolas públicas que oferecem pelo menos uma turma single-sex

O modelo de educação personalizada ganhou força nos EUA em 2002, quando uma lei permitiu às agências educacionais locais usar fundos públicos — destinados a “programas inovadores”— para apoiar escolas que separavam estudantes por sexo. Em 2002 só uma dúzia de escolas públicas oferecia o serviço. Menos de uma década depois, em 2011, pelo menos 506 instituições públicas tinham actividades desse tipo.

Só em Espanha — país de origem do criador da Educação Personalizada, Victor García Hoz — há pelo menos 219 centros de estudo que oferecem educação diferenciada. A informação provém da Associação Europeia de Educação Single Sex (Easse, na sigla em inglês). O Supremo Tribunal de Espanha reconheceu esse direito a 9 colégios da Andaluzia. 

Via 'Valores inegociáveis: respeito à vida, à família e à religião'


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