quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

O Regicídio descrito pela Rainha D. Amélia

Há 116 anos, no dia 1 de Fevereiro de 1908, foi assassinado, em Lisboa, o Rei de Portugal e Algarves - D. Carlos I - e o príncipe herdeiro - D. Luís Filipe de Bragança. Este regicídio, planeado pela carbonária, veio a originar, dois anos mais tarde, a queda da Monarquia - contra a vontade popular - e a implantação da República maçónica.

Nesse triste dia em que foram mortos o seu marido e o seu filho, a Rainha Dona Amélia de Portugal escreveu o seguinte no seu diário:

«Lisboa, Palácio das Necessidades, Sábado, 1 de Fevereiro de 1908

Escrever. Escrever para não gritar. Para não perder a razão - sim, para não perder a razão. Para expulsar, por um instante que seja, as terríveis imagens deste dia, e suportar o longo horror desta noite, a primeira de todas as que estão para vir.  Escrevo para mim. 

Escrevo para não enlouquecer, (...) mas a rainha de Portugal não se entrega à loucura. Ela cumpre o seu dever, ou morre como morreu hoje o rei de Portugal, D. Carlos I, como morreu hoje o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, como ela própria deveria ter morrido sob as balas dos assassinos. 

Meu Deus, porque permitiste que matassem o meu filho? Protegi-o com todo o meu corpo, expus-me aos tiros, quis desesperadamente que eles me trespassassem a mim. E bastou uma única bala para destruir o rosto do meu filho. (...) 

A dor cobriu tudo. Esvaziou-me o Espírito. As recordações desapareceram, estou incapaz de chorar. Inerte. (...) Preciso de continuar a escrever até que o dia rompa, em vez de deixar que os pesadelos me invadam num sono inquieto. É preciso descrever a realidade, mais cruel do que o pior dos pesadelos.

Amélia, rainha.»


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2 comentários:

Anónimo disse...

Aqui não sou mordaz. Foi uma grande Rainha e nãi merecia tanto sofrimento. Fez muito pelas pessoas simples, com a mentalidade da época - mas fez. Que Deus Nosso Senhor a tenha com Ele.

Anónimo disse...

E é esta " seita", que ainda se advoga, hoje, em defensora da liberdade e da fraternidade, quando, na prática, são os maiores carniceiros, criminosos, prepotentes e antipatriotas, porque nem a vontade do Povo respeitam.
Cheios de astúcia, maldade, hipocrisia e arrogância, julgam - se os donos da verdade, impondo pela força, como vemos neste episódio, as suas ideias; as quais nos têm conduzido à desgraça!
E falo do que sei, porque, embora pertença ao.Povo, sempre me recordo da veneração que toda a minha família sentia pelos reis e como os meus avós e tios avós os recordavam com saudade e respeito, ao contrário desses oportunistas maçons, que, durante anos, somente destruíram Portugal.
E, ainda hoje, sofremos e o mundo também, as consequências cada vez mais gravosas, até à derrocada final!