A doutrina católica ensina-nos que o primeiro dever da caridade não está na tolerância das convicções erróneas, por sinceras que sejam, nem na indiferença teórica e prática pelo erro ou vício, em que vemos mergulhados os nossos irmãos, mas no zelo pela sua restauração intelectual e moral, não menos que por seu bem-estar material.
Esta mesma doutrina católica ensina-nos também que a fonte do amor ao próximo encontra-se no amor a Deus, Pai comum e fim comum de toda a família humana; e em Jesus Cristo, do qual somos membros, a tal ponto que fazer o bem aos outros é fazer o bem ao próprio Jesus Cristo. Qualquer outro amor é ilusão ou sentimento estéril e passageiro. Na verdade, nós temos a experiência humana de pagãos e sociedades seculares de eras passadas para mostrar que a preocupação com interesses comuns ou afinidades de natureza pesam muito pouco contra as paixões e desejos selvagens do coração.
Não, veneráveis irmãos, não existe verdadeira fraternidade fora da caridade cristã. Através de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, nosso Salvador, a caridade cristã abrange todos os homens, para consolar todos, e para os conduzir todos à mesma fé e à mesma felicidade celestial. Separando a fraternidade da caridade cristã assim entendida, a democracia, longe de ser um progresso, constituiria um desastroso recuo para a civilização.
Se, e Nós desejamo-lo com toda a nossa alma, chegar a maior soma possível de bem-estar para a sociedade e para cada um dos seus membros pela fraternidade, ou, como se diz ainda, pela solidariedade universal, é necessária a união dos espíritos na verdade, a união das vontades na moral, a união dos corações no amor de Deus e de seu filho Jesus Cristo. Ora, esta união só poderá ser realizada pela caridade católica, que é a única, por consequência, que pode conduzir os povos no caminho do progresso, para o ideal da civilização.
S. Pio X (Papa) in Carta Apostólica ''Notre Charge Apostolique'' (25/08/1910)
1 comentário:
Mas hoje, infelizmente, confundem-nos com a "falsa" misericórdia, que tudo justifica e tudo tolera, levando-nos a acreditar que Deus, porque nos AMA tal qual somos, não nos EXIGE Conversão!
Sendo assim, para que precisamos d/Ele e da Sua Igreja?!
E vou repetir o que ouvi de um santo Sacerdote, há já algum tempo: A doutrina Cristã é a ÚNICA que prega o VERDADEIRO AMOR. Porque os Árabes ensinam: "Lembra-te de que tudo o que fizeres a mais, pelo teu irmão--abnegação--recebe-lo em coices..."
Os Muçulmanos dizem: "Lembra-te de que as lágrimas do teu irmão são apenas água---"
E Jesus que nos diz?..."Não há maior AMOR do que aquele que dá a vida pelo seu amigo..."--tal como Ele o fez!
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