segunda-feira, 18 de setembro de 2023

São José de Cupertino, o santo que voava

No dia 17 de Junho de 1603, nasceu, no reino de Nápoles, na aldeia de Cupertino, um menino de nome José. Era o filho mais novo da família Desa, cujo Pai, um pobre carpinteiro, mal conseguia sustentar a Família. Ele veio ao mundo num pequeno estábulo, onde permaneceu nos primeiros meses de vida, porque o Pai, endividado, teve de vender o pouco que possuíam.

Apesar de pobre e iletrado, o menino foi criado no rigor dos ensinamentos de Cristo, pois sua família era muito religiosa. Assim foi a infância de José. Os únicos talentos por ele manifestados foram de ordem espiritual: o da oração e o da caridade para com os mais necessitados, que sofriam as agruras da miséria, como ele.

Quando completou 17 anos, estava determinado a tornar-se frade. Mas até os capuchinhos que o haviam aceitado como irmão leigo fizeram-no devolver o hábito, por causa da sua grande confusão mental. Isso causou a José um sofrimento muito grande. Mas não desistiu. Finalmente, foi aceite no Convento de Grotella pelos Frades Menores, que o acolheram e lhe deram uma tarefa simples: cuidar de uma mula.

Mesmo assim, estava determinado a ser Sacerdote. Foi então que as graças divinas começaram a intervir na sua vida. Apesar da dificuldade que tinha em estudar, milagrosamente saía-se muito bem nas provas. Desde então, começaram a aparecer sinais de predilecção divina e fenómenos que atestavam a sua santidade interior, presenciados pela comunidade de fiéis e irmãos da Ordem. Eram manifestações extraordinárias, como, por exemplo, curas totalmente milagrosas de doentes de todos os tipos de enfermidades. E ainda êxtases de oração, caminhava pela igreja sem colocar os pés no chão e, sem tomar nenhum cuidado com o corpo, exalava um fino e delicado odor. Por tudo isso, já era venerado em vida como santo.

Outro facto relevante na vida de José de Cupertino é que, apesar de quase não ter nenhum estudo teológico, tinha o dom da ciência e era consultado por teólogos a respeito de questões delicadas. Espantosamente, tinha sempre respostas sábias e claras. Com isso, José conquistou a glória máxima e, mesmo sendo considerado o frade mais ignorante de toda a Ordem franciscana, a sua fama de bom cristão, o seu comportamento peculiar e os seus milagres chegaram a Roma. O Papa Urbano VIII convocou-o e recebeu-o com as honras de que era merecedor.

Em 1628, foi ordenado Sacerdote. José de Cupertino mergulhou tão profundamente nas coisas de Deus que acabou por tornar-se um conselheiro de padres, bispos, cardeais, chefes de Estado e religiosos em geral. Todos o procuravam. E ele atendia-os com paciência, humildade e sabedoria, indicando-lhes a luz de que necessitavam. 

José de Cupertino morreu aos 60 anos de idade, no dia 18 de Setembro de 1663, no Convento de Osímo (Itália). O local, que se tornara um ponto de peregrinação com ele ainda vivo, tornou-se, imediatamente, um santuário a ele dedicado. Festejado liturgicamente no dia de sua morte, este singular frade franciscano é considerado pelos estudiosos como "o santo mais simpático da hagiografia católica".

Os frequentes êxtases espirituais, que lhe permitiam "voar" literalmente pela igreja, fizeram de São José de Cupertino o padroeiro dos aviadores e pára-quedistas. Também, devido à sua determinação diante das numerosas dificuldades encontradas nos estudos e exames é considerado o santo padroeiro dos estudantes que têm de fazer exames. 

in Paulinas


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2 comentários:

Eduardo disse...

" As curas, profecias, êxtases e elevações sucediam-se com tanta frequência, que o Sumo Pontífice Inocêncio X decidiu tomar medidas sobre o assunto, temendo que não passassem de charlatanices e, como consequência, resultassem no desprestígio da verdade e da Religião. Desde sempre, a Igreja era extremamente cautelosa e rigorosa em casos semelhantes. Assim ordenou ao inquisidor de Perúgia, que o Pd. José fosse ao convento dos Capuchinhos em Pedra Vermelha. Separando-o da sua família religiosa e pondo-o num lugar retirado, pretendia criar-se um ambiente desfavorável. Nem por isso deixaram de se produzir as habituais maravilhas. Nesta nova residência realizou milagres portentosos diante do inquisidor, dos soldados da guarda e do povo inteiro. A aglomeração de forasteiros por motivo dos prodígios foi tanta que foi necessário construir albergues especiais e, num frenesim de louca admiração chegaram a pretender levantar o teto da Igreja para poder contemplar o Santo durante a celebração da missa..." (in "O Santo do dia")
O meu agradecimento ao Senza Pagare por este salutar hábito de nos falar sobre os santos do dia.

Anónimo disse...

"Deus não escolhe os capacitados; capacita os Escolhidos!"
Quem era e foi Santo Cura
d/ Ars?