No entanto, S. João da Cruz e S. Afonso M. de Ligório, padroeiro dos confessores e dos teólogos e filósofos da Moral, que aceitavam plenamente a Doutrina Conciliar, entendiam que quando não havia um esforço verdadeiro e determinado para mudança de comportamentos alguma coisa estava mal. Sto. Afonso Maria de Ligório pensava que o facto de se conceder sempre tão facilmente a absolvição poderia ser um estorvo para o penitente mudar verdadeiramente os seus comportamentos e consequentemente tornar o Confessor um cúmplice do(s) pecado(s); melhor seria segundo ele adiar a absolvição.
S. João da Cruz, verificando que religiosos e noviços de outros conventos não progrediam na vida Espiritual, tratava de cuidar exigentemente deles, quando chegavam ao seu convento, de modo que mudassem, avançando nessa mesma vida Espiritual. Tanto um Santo como o outro provaram na prática que era verdade o que advogavam.
O Sto. Cura de Ars (S. João Maria de Vianney) e o Sto. Padre Pio (S. Pio de Pietrelcina), geralmente falando, isto é, na grandíssima maioria dos casos, não faziam Direcção Espiritual fora do confessionário, mas era no próprio Sacramento da Penitência que davam os seus conselhos e orientações. E não obstante aquele Sacramento, nos seus casos, não ser demorado era muito eficaz - o ponto é a Graça de Deus. Pessoalmente, sempre achei que a Direcção Espiritual devia ser feita com o confessor habitual, mesmo que em alguma ocasião possa ser mais demorada.
Há quem pense de outro modo, o que, não só evidentemente respeito, mas também tenho sempre atendido quem a si o prefere. Por isso, a minha preocupação apostólica no que a isto diz respeito não foi a de atrair pessoas para a Direcção Espiritual separada do Sacramento da Reconciliação, mas sim para a Confissão frequente e periódica. Aliás, olhando para a desproporção enorme entre Fiéis Sacerdotes e Fiéis Leigos imediatamente se dá conta de que é impossível, impraticável, a Direcção Espiritual para todos a não ser no Sacramento da Conversão.
Alguns exemplos, de modo nenhum exaustivos, inteiramente imaginários:
- “Não tenho tempo para rezar em virtude das solicitações contínuas da pastoral ou da família.” - “quanto tempo dás à oração pessoal, 15 minutos, 30 minutos? Pois põe-te diante do Sacrário e de ali não te arredes durante uma hora, se és Padre, ou durante 30 minutos se tens família que de ti precisa, e verás que terás tempo para tudo e com maior fecundidade”.
- “Não tenho tempo para a leitura Espiritual ”. “Não é verdade, deixa muitas coisas acessórias e agarra-te ao essencial. Suporás tu que o Senhor que multiplicou os pães e os peixes não multiplicará o teu tempo? Deixa-te de desculpas, organiza-te melhor, dispensa o que não é verdadeiramente importante, pelo menos no imediato.”
- “Mas tenho tanta gente para atender e não posso deixá-los se não perder-se-ão”. “Será caso para dizer: ‘presunção e água benta, cada qual toma a que quer’. Pois não tens tu outros Sacerdotes a que possas recorrer para te auxiliarem?, ou queres ser tu o único que os fiéis devem seguir? ou quererás ser tão ciumento de modo a monopolizar aqueles que pertencem ao Senhor? Desconfias da Providência Divina? De Jesus, que se serve de qualquer um, de um galo, de um ladrão, para nos Salvar?
- “Alguém se confessa de preguiça que leva a faltar às aulas: penitência pôr o despertador mais cedo e levantar-se imediatamente mal ele retinte.
- “Estou sempre a criticar (injusta e/ou publicamente) os outros”: penitência, todos os dias encontrar qualquer motivo para dizer bem deles e, caso seja possível, pedir perdão aos mesmos. E em relação àqueles que escutaram as minhas críticas repor o bom nome das minhas vítimas verbais.
- “Procurei e vi pornografia no meu smarthphone e no computador”.
Alguns exemplos, de modo nenhum exaustivos, inteiramente imaginários:
- “Não tenho tempo para rezar em virtude das solicitações contínuas da pastoral ou da família.” - “quanto tempo dás à oração pessoal, 15 minutos, 30 minutos? Pois põe-te diante do Sacrário e de ali não te arredes durante uma hora, se és Padre, ou durante 30 minutos se tens família que de ti precisa, e verás que terás tempo para tudo e com maior fecundidade”.
- “Não tenho tempo para a leitura Espiritual ”. “Não é verdade, deixa muitas coisas acessórias e agarra-te ao essencial. Suporás tu que o Senhor que multiplicou os pães e os peixes não multiplicará o teu tempo? Deixa-te de desculpas, organiza-te melhor, dispensa o que não é verdadeiramente importante, pelo menos no imediato.”
- “Mas tenho tanta gente para atender e não posso deixá-los se não perder-se-ão”. “Será caso para dizer: ‘presunção e água benta, cada qual toma a que quer’. Pois não tens tu outros Sacerdotes a que possas recorrer para te auxiliarem?, ou queres ser tu o único que os fiéis devem seguir? ou quererás ser tão ciumento de modo a monopolizar aqueles que pertencem ao Senhor? Desconfias da Providência Divina? De Jesus, que se serve de qualquer um, de um galo, de um ladrão, para nos Salvar?
- “Alguém se confessa de preguiça que leva a faltar às aulas: penitência pôr o despertador mais cedo e levantar-se imediatamente mal ele retinte.
- “Estou sempre a criticar (injusta e/ou publicamente) os outros”: penitência, todos os dias encontrar qualquer motivo para dizer bem deles e, caso seja possível, pedir perdão aos mesmos. E em relação àqueles que escutaram as minhas críticas repor o bom nome das minhas vítimas verbais.
- “Procurei e vi pornografia no meu smarthphone e no computador”.
Com a máxima caridade e gentileza seria bom adiantar o seguinte: Toma consciência de que não se trata somente de um pecado contra a castidade, mas também de uma profunda injustiça que cometeste para com aqueles/as que voluntária ou involuntariamente foram pagos ou mesmo obrigados a degradarem-se para que tivesses uns momentos passageiros de prazer; porque nesses pecados consentiste cada vez ficarás mais indiferente a essas pobres vítimas, e serás submetido a uma escravidão, pior do que a droga, que tende sempre a crescer e intensificar-se cada vez mais. Não são eles/as Imagem de Deus como tu? Como desprezaste as suas eminentíssimas dignidades? Tens consciência de que estás a alimentar uma indústria de muitos milhares de milhões de dólares que te exploram e escravizam, pirateando o teu cérebro, com maior incisividade e perigosidade que o LSD, de modo a tornar-te cada vez mais depende deles, cada vez mais sedento de cenas sempre mais escabrosas, feitas tantíssimas vezes de crueldade sádica e masoquista, de pedofilia, e de sacrifícios humanos nas suas orgias? Não sabes que o teu corpo é templo do Espírito Santo? Que foi resgatado com sobreabundância do Sangue de Cristo que morreu por ti na Cruz?
Como penitência, rezarás em reparação pelos teus e seus pecados e pelas suas conversões, diariamente, até à próxima Confissão, três Pai-Nossos, três Ave-Marias e três Glórias; acresce que não usarás o computador a não ser em lugares em que a tua família ou outra gente sã possa ver o que consultas; se tens um smart phone que te não seja absolutamente necessário, deita-o fora e adquire um telemóvel que somente possa receber chamadas e SMS. Lembra-te que o teu destino eterno, Salvação ou perdição, Céu ou Inferno para sempre está em jogo. Caso as tuas obrigações estudantis ou profissionais exijam que uses o smart phone recorre imediatamente a um dos vários sites de confiança que têem filtros muito bons e apropriados que impedem esses visionamentos diabolicamente sedutores.
Terão de ser evidentemente daqueles que não saibas como desmontar. Pede ao teu Confessor que te indique sítios fiáveis, ou, consoante a gravidade do vício, terapeutas que te possam ajudar, pois a Graça não dispensa a natureza, mas nela se assenta. Procura tomar consciência de que o teu futuro, como casado ou como consagrado depende da tua rejeição decidida e irrevogável da tua decisão. Mas caso voltes a cair, apesar dos esforços verdadeiros e sinceros, e de um propósito de emenda verdadeiro não desistas de recorrer uma e outra vez à Confissão Sacramental. Não temas, de modo nenhum, que o Sacerdote fique com má impressão de ti, ou que te desdenhe, pois ele também é fraco e pecador, mesmo que cometa pecados diferentes dos teus, e que continuamente cai e se levanta, em virtude da Infinita Misericórdia de Deus.
Diria que para além da Confissão frequente, mensal, semanal ou diária (houve um Santo Franciscano que se confessava três vezes por dia), consoante o Confessor habitual te recomendar, importa muitíssimo entender e assimilar a Doutrina da Igreja sobre a sexualidade. Certamente na tua paróquia ou movimento encontrarás alguém que te possa acompanhar nesta jornada.
Cuidarás que por ser jovem não poderás guardar a virgindade até ao casamento, ou que por sentires que tens uma atração por pessoas do mesmo sexo não poderás viver em castidade e continência perfeita? Considera então tantos religiosos e religiosas e tantos Padres que fiéis às suas vocações renunciaram para sempre ao uso de qualquer acto genital. Se a eles lhes foi concedida essa Graça por que duvidas que também te poderá ser concedida a ti, se a implorares, caso sejas solteiro ou viúvo ou separado? Não é a Omnipotência de Deus Infinita?
- “Furtei uma tela preciosa no museu de arte antiga”: penitência, embora não precises de te incriminar terás de a devolver e para além disso as orações que te recomendarei; poderá ser por interposta pessoa, poderá ser por mim, caso queiras.
- “Espanquei uma pessoa, deixando-a moribunda, e embora esteja em franca recuperação, foi dado como suspeito outra pessoa que acabou por ser presa”: penitência, tens de te entregar às autoridades de modo a libertar o inocente, e encontrar meios de reparar as vítimas assim como as suas famílias. Posso ajudar-te na escolha os melhores e mais justos meios.
- “Forniquei com mulheres que eu sabia que usavam “contraceptivos”, isto é, abortivos precoces”: penitência, afirmar a verdade: isso não é somente um pecado contra o 6º Mandamento, mas também contra o 5º (não matarás). Pelo que, para teu bem e Salvação terás de ter uma penitência mais gravosa. Etc.
É claro que tudo isto que aqui é dito de modo muito sintético precisaria de outro tratamento bem mais largo e desenvolvido.
Etc., etc.,
À Honra de Cristo! Ámen!
Padre Nuno Serras Pereira
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