"Em Antioquía, a Cadeira [Cátedra] de São Pedro Apóstolo, onde os Discípulos se começaram a chamar Christãos." (Martirológio Romano)
Festejar a Cadeira de São Pedro é festejar a Primazia do Príncipe dos Apóstolos como cabeça da Igreja Universal. Existem duas festas da Cadeira de São Pedro: a de hoje, que é anterior, ocorre muitas vezes durante a Quaresma, pelo que se começou, muito cedo, a celebrar também no dia 18 de Janeiro. A de 22 de Fevereiro comemora a Cátedra de São Pedro em Antioquia e a de dia 18 de Janeiro a Cátedra de Roma.
A festa da Cátedra de São Pedro é uma celebração bastante antiga na História da Igreja, datando, pelo menos, de 354 d.C., quando esse festejo foi elencado na Chronographia Romana, um calendário antigo de observâncias civis e religiosas. Enquanto inicialmente a festa celebrava o início do Episcopado de São Pedro, com foco no Primado do Papa, ao longo dos séculos a festa passou a focar o serviço do Papa como chefe da Igreja unificada.
Sabemos pela Tradição da Igreja que o Apóstolo Pedro residiu durante algum tempo em Antioquia, a cidade onde os Discípulos começaram a chamar-se Cristãos. Nela, pregou o Evangelho e, de seguida, voltou a Jerusalém, onde algum tempo depois se desencadeou uma sangrenta perseguição: o rei Herodes mandou degolar São Tiago e, vendo que isso agradava aos Judeus, mandou também prender São Pedro.
Libertado por intervenção de um Anjo, Pedro abandonou a Palestina, indo para outro lugar. Os Actos dos Apóstolos não nos dizem para onde foi, mas sabemos pela Tradição que se dirigiu para a Roma, a Cidade Eterna.
São Jerónimo afirma que Pedro chegou a Roma no segundo ano do reinado de Cláudio – que corresponde ao ano 43 d.C. – e que ali permaneceu durante vinte e cinco anos, até a morte. Alguns falam de duas viagens a Roma: a primeira, depois de partir de Jerusalém; a segunda, por volta do ano 49, data em que participou do Concílio de Jerusalém para logo depois retornar a Roma e empreender algumas viagens missionárias.
São Pedro chegou a Roma, centro do mundo naquele tempo, "para que a luz da verdade, revelada para a salvação de todas as nações, se derramasse mais eficazmente da cabeça para todo o corpo do mundo", afirma São Leão Magno. "Pois, de que raça não havia então homens naquela cidade? Ou que povos podiam ignorar o que Roma ensinasse? Era o lugar apropriado para refutar as teorias da falsa filosofia, para desfazer as loucuras da sabedoria terrena, para destruir a impiedade dos sacrifícios; ali, com suma diligência, tinha-se ido reunindo tudo o que os diferentes erros tinham inventado".
O pescador da Galileia converteu-se, assim, em alicerce e rocha da Igreja e estabeleceu a sua sede na Cidade Eterna. Dali, anunciou o seu Mestre, como tinha feito na Judeia e na Samaria, na Galileia e em Antioquia. Da Cátedra de Roma governou toda a Igreja, instruiu todos os Cristãos e, para confirmar a sua pregação, derramou o seu sangue a exemplo do Mestre.
O túmulo do Príncipe dos Apóstolos situa-se debaixo do altar da Confissão, na Basílica Vaticana – conforme afirma unanimemente a Tradição, ratificada pelas descobertas arqueológicas, dando assim a entender, também de um modo material e visível, que Simão Pedro é, por expressa vontade divina, a rocha firme, segura e inamovível, que sustém o edifício da Igreja através dos séculos. No seu magistério e no dos seus Sucessores, ressoa de modo infalível a voz de Cristo.
Como símbolo de que Pedro tinha estabelecido a sua sede em Roma, o povo romano tinha grande apreço por uma verdadeira cadeira de madeira, portátil, onde, conforme uma Tradição imemorial, o Príncipe dos Apóstolos se tinha sentado.
São Dâmaso, no Séc. IV, mandou colocá-la no baptistério do Vaticano, construído por ele. Durante muitos séculos esteve bem visível e foi venerada pelos peregrinos de toda a Cristandade que iam a Roma. Quando se construiu a actual Basílica de São Pedro, foi guardada como relíquia.
Hoje, pode ser vista no fundo da abside, como imagem principal, a chamada "glória de Bernini", um grande relicário onde se conserva a cadeira do Apóstolo coberta de bronze e ouro; sobre ela, irradia o Espírito Santo irradia a sua assistência. Como muitos relicários medievais, a escultura de Bernini toma a forma da coisa que ele encerra.
in Pale Ideas
1 comentário:
E, nem de propósito e, se bem entendi, acerca do que ouvi hoje, na homilia, a "cadeira de Pedro" representa a UNIDADE da Igreja!
Mas por onde anda ela, se cada um faz o que entende, e se até o Vaticano se dá ao luxo de pôr em causa Verdades desde sempre defendidas como imutáveis, por Jesus, na Sua Palavra?
E, mais uma vez, vou retirar uma passagem da minha Obra preferida: " O Evangelho como me foi revelado", que ilustra bem, penso eu, o porquê de tanta confusão atual.
Nossa Senhora fala da necessidade de ser Santo, para que, assim, a LUZ de Deus ilumine um Consagrado, tal como Iluminou José.
(..) "Oh! Meu Santo esposo! Santo em todas as coisas, até nas mais humildes da vida. Santo pela Castidade de Anjo, pela honestidade de Homem, pela sua paciência, pelo seu trabalho, serenidade e pela sua modéstia: por tudo!
(..) Não amou mais nada neste mundo, a não ser Jesus e Maria e desse Amor se fez servo.
Já O fizeram protetor das famílias cristãs, dos trabalhadores e muito mais. Mas deveriam, também, fazê-lo dos CONSAGRADOS!
Mas qual, entre os Consagrados, se iguala a José, meu Santíssimo esposo, no seu Serviço à Vontade de Deus, aceitando tudo, renunciando a tudo, suportando tudo, cumprindo tudo, com espírito alegre, com humor constante como ele fez?
Zacarias foi um Sacerdote e José não. Porém, reparai como aquele que não é Sacerdote, JOSÉ, tem o Espírito do Céu, mais do que o próprio Sacerdote. Zacarias pensa HUMANAMENTE, interpretando as Escrituras pelo bom senso humano e, por isso duvidou, aquando o anúncio do nascimento de João e quando queria que o Cristo crescesse junto dele, para que pudesse ser seu mestre...Mas, teria, por acaso, o MESTRE necessidade de mestre? E nem a Mim escutou, que o fiz verificar as Profecias, porque se julgava DOUTO, resistindo e raciocinando a seu modo. E Eu, Maria, respeitei a sua dignidade de Sacerdote, mas não o seu saber.
E o seu orgulho quase se sobrepôs à Vontade de Deus, apesar de Deus, depois, o ter perdoado.
Porém, José, não foi assim! José sempre obedeceu à Vontade de Deus.
O Sacerdote, geralmente, é iluminado por Deus, mas precisa ser um VERDADEIRO SACERDOTE; não pela veste, mas pela ALMA, pois é dela que saem todas as atitudes que o Santificam ou não.
É por isso que devemos ter UMA CARIDADE SOBRENATURAL e REZAR por esses Sacerdotes que não demonstram atitudes de verdadeira Santidade e obediência a Deus.
Obedecer SALVA sempre!
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