quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Bispo de Baker proíbe os seus Sacerdote de abençoarem parelhas do mesmo sexo

Mons. Liam Cary, Bispo de Baker (EUA), fez uma declaração muito clara sobre o documento Fiducia Supplicans:

Em Março de 2021, à questão de saber se a Igreja poderia abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo, o Vaticano respondeu "Não". Na sua resposta, que tinha a assinatura do Papa Francisco, o Cardeal Luis Ladaria afirmou que "não é lícito dar uma bênção às relações que envolvem atividade sexual fora do casamento", porque uma bênção que reconhece a legitimidade das uniões do mesmo sexo iria efectivamente "aprovar e encorajar uma escolha e um modo de vida que não pode ser ordenado aos planos revelados de Deus". O Cardeal deixou claro, no entanto, que "as pessoas com inclinações homossexuais" podem ser abençoadas como indivíduos se "manifestarem a vontade de viver em fidelidade aos planos revelados de Deus, tal como propostos pelo ensino da Igreja".

A assinatura do Papa também aparece na Declaração Fiducia Supplicans (FS) de 18 de Dezembro de 2023, do sucessor do Cardeal Ladaria, o Cardeal Victor Fernandez. Nos anos que se seguiram à emissão da Resposta de 2021, afirma o Cardeal Fernandez, o "horizonte" do ensino da Igreja sofreu "um verdadeiro desenvolvimento". O novo "contexto" permite "a possibilidade de abençoar 'casais' do mesmo sexo sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de qualquer forma o ensinamento perene da Igreja sobre o casamento"...

Nas semanas seguintes ao lançamento de FS, surgiram reacções dramaticamente opostas em cinquenta países. Os bispos da Flandres e da Alemanha saudaram a Declaração como uma "ajuda para avançar" no seu caminho previamente escolhido para a bênção formal de 'casais' do mesmo sexo. Fotografias e vídeos de cerimónias pré-planeadas entre pessoas do mesmo sexo encheram os ecrãs dos computadores de todo o mundo com imagens de padres a darem bênçãos proibidas pela FS. Os meios de comunicação social espalharam rapidamente a notícia por todo o mundo: a Igreja Católica mudou de ideias; agora aprova as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Do Congo ressoou uma voz diferente.  O Cardeal Fridolin Ambongo declarou que, em África, FS provocou "uma onda de choque". Em todo o continente, o que parecia ser uma autorização papal para abençoar os 'casais' do mesmo sexo surpreendeu os cristãos evangélicos e pentecostais, que sempre contaram com um testemunho católico inabalável da verdade bíblica do matrimónio. Os muçulmanos de África também tomaram nota crítica do documento. O mesmo fizeram os bispos africanos.

O Cardeal Ambongo levou prontamente as suas preocupações a Roma para discussões pormenorizadas com o Papa Francisco e o Cardeal Fernandez. Com a aprovação do Papa, os dois cardeais elaboraram e assinaram cuidadosamente uma declaração "Em nome de toda a Igreja Católica em África". Nela se afirmava a convicção dos bispos de que "as bênçãos extra-litúrgicas propostas na Fiducia Supplicans não podem ser realizadas em África sem provocar a escândalo".

Também não acredito que possam ser realizadas sem escândalo na Diocese de Baker. Aqui como em África, se um casal que coabita ou um 'casal' do mesmo sexo pedisse a um Padre para os abençoar, estariam a procurar um sinal oficial de aprovação de um comportamento que a Igreja ensina ser pecaminoso aos olhos de Deus. Se o Padre atender ao seu pedido, as subtis distinções da FS não impedirão que os quem esteja a ver conclua que a Igreja, representada ali pelo sacerdote, já não acredita como sempre acreditou antes, mas que agora apoia as uniões de casais não casados...

Peço aos Padres de Baker que não abençoem casais que vivam juntos, do mesmo sexo ou de ambos os sexos...

Desde "o princípio", asseguram-nos os Evangelhos, o nosso Criador quis que o florescimento humano decorresse do abraço conjugal de uma só carne de um homem e de uma mulher abertos à transmissão da vida. Tendo em vista a felicidade humana, reservou esse mútuo envolvimento corporal para o leito conjugal e abençoou-o solenemente no dia do casamento. 

Se os sacerdotes de Jesus Cristo abençoam comportamentos que contradizem os Seus mandamentos, desvalorizam a santidade dos votos nupciais e distorcem o desígnio divino da felicidade humana. "O que Deus uniu, o homem não deve separar." O Deus da Aliança Prometido é o Redentor do Matrimónio, não o seu destruidor. Qualquer forma de bênção que apoie uniões extraconjugais não pode fluir das mãos dos Seus sacerdotes.


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2 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma divergência inadmissível na Igreja, mas por uma boa causa!
" Uns abençoam, outros não abençoam..." desabafava alguém, há tempos; ninguém os entende!
Confusão, em cima de confusão e o pior é que já nem veem o mal que causam à Sociedade, tão baralhada e instável.
Uma coisa é certa, se obedecessem ao " sim, sim; não, não", exigido por Jesus, nada disto aconteceria e todos se esforçariam por ser- Lhe fiel, entregando- Lhe depois, o impossível!
" Sem Mim, nada podeis fazer ".
Mas é tudo muito bonito, nas palestras, porque na prática cada um gaz o que lhe apetece ou entende.

Eduardo disse...

Ele disse-me: "Vês filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem às escondidas, cada um no seu quarto ornamentado de pinturas? Eles dizem: Deus não nos vê. Deus abandonou o país".
Ele dizia-me: "Verás ainda abominações muito maiores que eles praticam." (Ez. 8, 12-13)