quarta-feira, 23 de julho de 2025

Santo Apolinário, Bispo e Mártir do primeiro século

Santo Apolinário nasceu em Antioquia, na Síria, no século I, numa família pagã. O seu trajecto cristão começou ao escutar a pregação de São Pedro, que então evangelizava aquela região. Profundamente tocado pelas palavras do Apóstolo, Apolinário decidiu seguir Pedro até Roma, onde recebeu o baptismo, tornando-se um dos seus mais próximos discípulos. São Pedro nomeou-o então como bispo e enviou-o para evangelizar a cidade de Ravena, em Itália, tornando-se o seu primeiro bispo e padroeiro. 

Evangelização e Primeiros Anos em Ravena
 
Em Ravena, Apolinário enfrentou feroz oposição dos pagãos. Não obstante, converteu diversas pessoas, incluindo famílias da elite local. Era conhecido como sacerdote astuto, eloquente e profundamente dedicado ao bem dos seus fiéis, o que rapidamente lhe granjeou fama de confessor exemplar.
 
Milagres e Pormenores Interessantes
 
Diversas tradições relatam numerosos milagres atribuídos a Santo Apolinário:
  • Curas Extraordinárias: Uma das mais emblemáticas histórias relata que curou a esposa e a filha de um tribuno romano. Num episódio, essa filha, dada como morta, foi ressuscitada por Apolinário após fervorosa oração, levando à conversão de toda a família e de numerosos presentes ao milagre.
  • Expulsão de Demónios e Libertação: Conta-se que Apolinário expelia espíritos malignos, inclusive de uma jovem nobre local, conquistando assim ainda mais fiéis para o cristianismo.
  • Milagres Públicos: Também se diz que restituiu a fala a um mudo e a visão a um cego, limpou leprosos e fez com que uma estátua de um ídolo pagão se desmoronasse, depois de a amaldiçoar diante dos pontífices pagãos.
  • Resistência ao Martírio: Durante as perseguições, Apolinário suportou torturas brutais: foi descalçado e forçado a andar sobre brasas, espancado várias vezes, teve água a ferver lançada sobre as feridas e foi perseguido múltiplas vezes, permanecendo sempre perseverante na fé.
  • Aconselhamento dos Pobres: Quando foi forçado a oferecer sacrifícios aos ídolos, Apolinário negou-se, sugerindo que o ouro e a prata dos templos fossem dados aos necessitados, provocando indignação entre os poderosos locais.
Martírio e Culto Posterior
 
A reacção aos seus milagres e à rápida difusão do cristianismo levou, enfim, ao seu martírio. Apolinário foi severamente espancado e, após vários dias de sofrimento em consequência das torturas, acabou por falecer. A sua morte ocorreu por volta do ano 79, durante o reinado do imperador Vespasiano. Em sua memória foi erguida a Basílica de Santo Apolinário em Classe, local do seu martírio, e mais tarde as suas relíquias foram preservadas em igrejas de Ravena, cimentando o seu culto como mártir e exemplo entre os cristãos.
 
Legado
 
A festa de Santo Apolinário celebra-se a 23 de Julho. É lembrado como pastor dedicado, mártir corajoso e santo de prodígios, sinais de profundidade da fé. A sua história continua a inspirar fiéis até aos nossos dias, tanto em Itália como noutras regiões da Europa, onde o seu culto foi difundido por mosteiros e tradições locais.
Os principais milagres associam-no à cura, à libertação, à ressurreição de mortos e à resistência invencível diante da perseguição, consolidando a sua reputação como exemplo de fé e santidade para toda a Igreja.



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