Só depois de estudar nos bons colégios de São Paulo e numa das
melhores faculdades de Medicina do Brasil, a da Universidade de São
Paulo, é que percebi uma realidade na vida. Só depois de aprofundar a
Teologia Católica doutorando-me com uma tese que me custou sangue, e só
depois de 34 anos de sacerdócio, dos quais os últimos 7 como Bispo
Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é que confirmei esta minha
percepção. Descobri que os meus pais e os meus mestres me “mentiram”. Os meus pais “mentiram”
quando me ensinaram que o
casamento é fundamentado no amor indissolúvel e fecundo entre um homem e
uma mulher.
Os meus pais “mentiram” mostrando-me, com as suas vidas
sacrificadas e heroicas, que a honestidade e o trabalho andam de mãos
dadas e o estudo e a profissão não são só para ganhar dinheiro, mas para nos sustentar e colaborar com os mais pobres e necessitados.
Os meus pais “mentiram” dizendo que os filhos são uma dádiva de Deus e que vêm do amor entre eles e que ser mãe e ser pai é uma enorme alegria, mesmo quando nós fomos concebidos e os surpreendemos fora dos seus planeamentos.
Os meus pais “mentiram” ensinando a mim e aos meus irmãos que a Igreja Católica é uma Mãe melhor que eles e que segui-la na doutrina e na moral só nos faria pessoas mais livres e felizes.
Os meus pais “mentiram” afirmando que o Papa, os Bispos e os padres são, certamente, pessoas felizes, mas trazem para o mundo, com os sacramentos e com a Palavra, o que o mundo não é capaz de dar, o Emanuel, o Deus-connosco.
Os meus pais “mentiram” quando me matricularam em colégios onde o ensino religiosos neles administrado demonstrava ser um grande benefício para o meu futuro e que deveria estudar religião com o mesmo empenho que as outras disciplinas.
Os meus pais “mentiram” exortando-me para a cidadania, para a obediência às leis e para o respeito aos nossos governantes e que até rezasse por eles.
E os meus mestres foram outros grandes “mentirosos”!
Desde a primária até no ginásio me ensinaram Educação Moral e Cívica, matéria que ocupava o tempo que poderia ser usado a jogar futebol, e nessa matéria diziam-me que nos Três Poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário existiam pessoas íntegras e competentes e que elas eram a favor do povo, da família, da vida, do casamento, da saúde, etc., e, sobretudo, do bem da nação brasileira.
Na faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo os meus professores “mentiram” com a maior “cara de pau”. Começando pelos professores de Anatomia, pois eles “mentiram” quando exigiam respeito aos ossos dos cadáveres e aos corpos do indigentes que eram dissecados para o aprendizado do corpo humano.
“Mentiram descaradamente” ao proferirem nos anfiteatros da Faculdade ou junto aos leitos hospitalares que a finalidade dos médicos é salvar vidas e quando chegasse o momento em que não conseguíssemos mais esse objectivo deveríamos aliviar os sofrimentos dos nossos pacientes e não criar outros.
No Curso de Ética Médica o mestre especialista dessa matéria “mentiu impunemente”, pois dizia, dentro do seu avental branco e impoluto , que o juramento médico – o de Hipócrates – não era um fingimento, mas um compromisso em favor da dignidade da nossa profissão e do valor inegociável da vida humana.
E quantos médicos e residentes, meus professores durante a prática médica em enfermarias e no pronto-socorro do Hospital das Clínicas, “mentiram” sem que lhes crescessem os narizes, porque me diziam que não deveria, jamais e sob nenhuma hipótese, ser colaborador de pessoas e de organismos públicos e privados que só têm interesses económicos, políticos e ideológicos e só querem que os médicos façam aborto, eutanásia, castração das mulheres, etc... Mentiram quando garantiram que ser médico é ser a favor da dignidade da pessoa e da vida sempre!
Durante os anos de formação para o sacerdócio e na vida pastoral, e agora episcopal, também houve “mentiras”. “Mentiram” ao dizer que a Igreja é Una, Santa, Católica, Apostólica, Romana. Que a moral católica era ensinada e defendida tanto por leigos e padres, todos juntos, consumados na unidade, e que ser a favor do casamento entre homem e mulher, a favor da confissão e do celibato, da recepção da comunhão em estado de graça e da liturgia vivida com dignidade seguindo os ritos, eram, todas essas atitudes, sinais de amor a Deus e não só cumprimento de leis humanas.
“Mentiram” também os meus formadores ao valorizarem a obediência ao Papa e ao Magistério da Igreja, a fraternidade sacerdotal, a comunhão com os Bispos, a maturidade afectiva tão importante para a vida em comunidade, o amor ao povo, a dedicação intensa e exclusiva ao ministério pastoral, etc.
Quantas “mentiras”, mas na verdade não foram mentiras, por isso coloquei entre aspas essa palavra, aliás, nunca ouvi sair dos lábios dos meus pais e mestres nenhuma mentira em termos de valores. Na realidade eram as grandes Verdades da vida!
O quanto lhes devo agradecer pela fidelidade que souberam viver e, sobretudo, pela coragem e pelo amor que a mim dedicaram, porque não foram “politicamente correctos”, porque cederam às pressões culturais, porque não permitiram que houvesse “buracos negros” na minha consciência.
Graças aos meus pais e mestres que me ensinaram a boa ciência e a boa teologia, hoje amo e defendo a vida humana desde a sua concepção até a sua morte natural.
Eu amo e defendo o casamento entre um homem e uma mulher e fico admirado como o amor íntimo entre eles é fonte de afectos e prazeres, mas é principalmente, fonte de santidade matrimonial e de vida transmitida aos filhos.
Eu amo e defendo as verdades procuradas inteligentemente, não permitindo a manipulação ideológica e cultural da minha razão, pois com ela eu participo – com limites, é claro! – da Inteligência de Deus.
Eu amo e defendo o mundo, que saiu bom das mãos do Criador, e que devo serví-Lo com paixão procurando o seu bem e o bem de todos os homens.
Eu amo e defendo as pessoas que sofrem, no corpo e no espírito, com o desemprego, com as drogas, com as injustiças, com as mentiras ditas pelos politicamente corretos, e busco com outras pessoas de boa vontade as autênticas soluções sociais que correspondam à dignidade humana.
Eu amo e defendo a liberdade humana e sei que só com liberdade na verdade que poderei realizar-me como homem e contribuir para que meus irmãos e irmãs sejam livres em sociedade.
Eu amo e defendo as leis do meu país, desde que sejam realmente justas e benéficas para todos, sem favorecimento de grupos menores, e por isso mesmo é que respeito os governantes, os legisladores, os juristas, homens que devem atuar conscientes de que, um dia, prestarão contas ao Supremo Legislador como eu também irei prestar.
Amo e defendo todas as pessoas que vivem a mesma época que vivo e independentemente de suas opções de vida, não as discrimino, nem sou intolerante com elas, mesmo quando elas não obedecendo a Deus, preferem obedecer seus impulsos ou seus interesses sombrios.
Eu amo e defendo, com todas as forças da minha vida, a Santa Mãe, a Igreja, o Papa, os Bispos, os padres, a doutrina de fé e de moral presente no Catecismo e nos documentos do seu Magistério e nunca vacilo quando devo obedecer antes a Deus do que aos homens.
Eu amo e defendo a Verdade, o Bem e a Beleza, categorias divinas e humanas que estão acima das pesquisas de opinião pública, dos censos nacionais, dos debates nas redes televisivas e sociais, e por meio dessas três realidades encontro-me com Deus Uno e Trino, origem e destino da vida de todos os meus companheiros e companheiras de viagem nesse planeta maravilhoso, que é a Terra.
Pais e mestres, vocês são as referências das crianças e dos jovens! Não abdiquem dessa bela missão de informar e de formar cidadãos das duas cidades, a terrena e a eterna, porque o dia em que vocês começarem a ser “politicamente correctos”, nesse mesmo dia começarão a ser “autenticamente Pinóquios” para os vossos filhos e alunos.
Não mintam sobre Deus, sobre a família, sobre a Igreja, sobre o valor da vida em geral, especialmente sobre a dignidade e a inviolabilidade da vida humana!
Não mintam sobre a identidade do homem e da mulher, sobre o amor humano mais forte e mais realizador do que os afectos sensíveis, nem sobre a formosura do casamento e da educação dos filhos para esse amor! Por favor, pais e mestres, sejam autênticos, sejam corajosos, sejam rectos e correctos, sejam limpos nas consciências e limpos, lúcidos e leis com seus ensinamentos!
Os meus pais “mentiram” dizendo que os filhos são uma dádiva de Deus e que vêm do amor entre eles e que ser mãe e ser pai é uma enorme alegria, mesmo quando nós fomos concebidos e os surpreendemos fora dos seus planeamentos.
Os meus pais “mentiram” ensinando a mim e aos meus irmãos que a Igreja Católica é uma Mãe melhor que eles e que segui-la na doutrina e na moral só nos faria pessoas mais livres e felizes.
Os meus pais “mentiram” afirmando que o Papa, os Bispos e os padres são, certamente, pessoas felizes, mas trazem para o mundo, com os sacramentos e com a Palavra, o que o mundo não é capaz de dar, o Emanuel, o Deus-connosco.
Os meus pais “mentiram” quando me matricularam em colégios onde o ensino religiosos neles administrado demonstrava ser um grande benefício para o meu futuro e que deveria estudar religião com o mesmo empenho que as outras disciplinas.
Os meus pais “mentiram” exortando-me para a cidadania, para a obediência às leis e para o respeito aos nossos governantes e que até rezasse por eles.
E os meus mestres foram outros grandes “mentirosos”!
Desde a primária até no ginásio me ensinaram Educação Moral e Cívica, matéria que ocupava o tempo que poderia ser usado a jogar futebol, e nessa matéria diziam-me que nos Três Poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário existiam pessoas íntegras e competentes e que elas eram a favor do povo, da família, da vida, do casamento, da saúde, etc., e, sobretudo, do bem da nação brasileira.
Na faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo os meus professores “mentiram” com a maior “cara de pau”. Começando pelos professores de Anatomia, pois eles “mentiram” quando exigiam respeito aos ossos dos cadáveres e aos corpos do indigentes que eram dissecados para o aprendizado do corpo humano.
“Mentiram descaradamente” ao proferirem nos anfiteatros da Faculdade ou junto aos leitos hospitalares que a finalidade dos médicos é salvar vidas e quando chegasse o momento em que não conseguíssemos mais esse objectivo deveríamos aliviar os sofrimentos dos nossos pacientes e não criar outros.
No Curso de Ética Médica o mestre especialista dessa matéria “mentiu impunemente”, pois dizia, dentro do seu avental branco e impoluto , que o juramento médico – o de Hipócrates – não era um fingimento, mas um compromisso em favor da dignidade da nossa profissão e do valor inegociável da vida humana.
E quantos médicos e residentes, meus professores durante a prática médica em enfermarias e no pronto-socorro do Hospital das Clínicas, “mentiram” sem que lhes crescessem os narizes, porque me diziam que não deveria, jamais e sob nenhuma hipótese, ser colaborador de pessoas e de organismos públicos e privados que só têm interesses económicos, políticos e ideológicos e só querem que os médicos façam aborto, eutanásia, castração das mulheres, etc... Mentiram quando garantiram que ser médico é ser a favor da dignidade da pessoa e da vida sempre!
Durante os anos de formação para o sacerdócio e na vida pastoral, e agora episcopal, também houve “mentiras”. “Mentiram” ao dizer que a Igreja é Una, Santa, Católica, Apostólica, Romana. Que a moral católica era ensinada e defendida tanto por leigos e padres, todos juntos, consumados na unidade, e que ser a favor do casamento entre homem e mulher, a favor da confissão e do celibato, da recepção da comunhão em estado de graça e da liturgia vivida com dignidade seguindo os ritos, eram, todas essas atitudes, sinais de amor a Deus e não só cumprimento de leis humanas.
“Mentiram” também os meus formadores ao valorizarem a obediência ao Papa e ao Magistério da Igreja, a fraternidade sacerdotal, a comunhão com os Bispos, a maturidade afectiva tão importante para a vida em comunidade, o amor ao povo, a dedicação intensa e exclusiva ao ministério pastoral, etc.
Quantas “mentiras”, mas na verdade não foram mentiras, por isso coloquei entre aspas essa palavra, aliás, nunca ouvi sair dos lábios dos meus pais e mestres nenhuma mentira em termos de valores. Na realidade eram as grandes Verdades da vida!
O quanto lhes devo agradecer pela fidelidade que souberam viver e, sobretudo, pela coragem e pelo amor que a mim dedicaram, porque não foram “politicamente correctos”, porque cederam às pressões culturais, porque não permitiram que houvesse “buracos negros” na minha consciência.
Graças aos meus pais e mestres que me ensinaram a boa ciência e a boa teologia, hoje amo e defendo a vida humana desde a sua concepção até a sua morte natural.
Eu amo e defendo o casamento entre um homem e uma mulher e fico admirado como o amor íntimo entre eles é fonte de afectos e prazeres, mas é principalmente, fonte de santidade matrimonial e de vida transmitida aos filhos.
Eu amo e defendo as verdades procuradas inteligentemente, não permitindo a manipulação ideológica e cultural da minha razão, pois com ela eu participo – com limites, é claro! – da Inteligência de Deus.
Eu amo e defendo o mundo, que saiu bom das mãos do Criador, e que devo serví-Lo com paixão procurando o seu bem e o bem de todos os homens.
Eu amo e defendo as pessoas que sofrem, no corpo e no espírito, com o desemprego, com as drogas, com as injustiças, com as mentiras ditas pelos politicamente corretos, e busco com outras pessoas de boa vontade as autênticas soluções sociais que correspondam à dignidade humana.
Eu amo e defendo a liberdade humana e sei que só com liberdade na verdade que poderei realizar-me como homem e contribuir para que meus irmãos e irmãs sejam livres em sociedade.
Eu amo e defendo as leis do meu país, desde que sejam realmente justas e benéficas para todos, sem favorecimento de grupos menores, e por isso mesmo é que respeito os governantes, os legisladores, os juristas, homens que devem atuar conscientes de que, um dia, prestarão contas ao Supremo Legislador como eu também irei prestar.
Amo e defendo todas as pessoas que vivem a mesma época que vivo e independentemente de suas opções de vida, não as discrimino, nem sou intolerante com elas, mesmo quando elas não obedecendo a Deus, preferem obedecer seus impulsos ou seus interesses sombrios.
Eu amo e defendo, com todas as forças da minha vida, a Santa Mãe, a Igreja, o Papa, os Bispos, os padres, a doutrina de fé e de moral presente no Catecismo e nos documentos do seu Magistério e nunca vacilo quando devo obedecer antes a Deus do que aos homens.
Eu amo e defendo a Verdade, o Bem e a Beleza, categorias divinas e humanas que estão acima das pesquisas de opinião pública, dos censos nacionais, dos debates nas redes televisivas e sociais, e por meio dessas três realidades encontro-me com Deus Uno e Trino, origem e destino da vida de todos os meus companheiros e companheiras de viagem nesse planeta maravilhoso, que é a Terra.
Pais e mestres, vocês são as referências das crianças e dos jovens! Não abdiquem dessa bela missão de informar e de formar cidadãos das duas cidades, a terrena e a eterna, porque o dia em que vocês começarem a ser “politicamente correctos”, nesse mesmo dia começarão a ser “autenticamente Pinóquios” para os vossos filhos e alunos.
Não mintam sobre Deus, sobre a família, sobre a Igreja, sobre o valor da vida em geral, especialmente sobre a dignidade e a inviolabilidade da vida humana!
Não mintam sobre a identidade do homem e da mulher, sobre o amor humano mais forte e mais realizador do que os afectos sensíveis, nem sobre a formosura do casamento e da educação dos filhos para esse amor! Por favor, pais e mestres, sejam autênticos, sejam corajosos, sejam rectos e correctos, sejam limpos nas consciências e limpos, lúcidos e leis com seus ensinamentos!
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