segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Conversão - D. Nuno Brás

“Convertei-vos e acreditai no Evangelho” (Mc 1,15): este foi o convite de Jesus a todos aqueles que com Ele se encontravam pelos caminhos da Galileia. O anúncio do amor divino, da sua misericórdia, sempre foi na boca de Jesus um convite à conversão dirigido a todos.

A conversão, a mudança de vida não é uma atitude facultativa, por parte de quem se deixa encontrar pelo Nazareno. Faz parte da Boa Nova do amor e da misericórdia, do perdão.

O amor que Jesus anunciava, aquele ao qual Ele convidava e que mostrava já presente no meio da história – porque esse amor, longe de ser aquilo a que os seres humanos habitualmente chamam amor, é o próprio Deus que se faz homem e por todos sofre a cruz, assumindo o pecado do mundo inteiro para a todos oferecer a sua vida (1Jo 4,10) – o amor anunciado por Jesus, porque é infinitamente maior que cada um de nós e que toda a humanidade no seu conjunto, convida a perceber como estamos longe do verdadeiro amor e, a partir daquilo que somos, empreendermos, com decisão, o caminho que nos conduz atéEle, ou seja, a conversão. 

Trata-se de mudar tudo na vida de cada um: a maneira de pensar, o modo de ser, as atitudes, a forma de viver com os outros, os hábitos e os vícios, o pecado, para que tudo possa assumir, harmoniosamente, a forma do amor de Deus.

Não tenhamos dúvida: não existe pastoral (e, em particular, pastoral familiar), tal como não existe vida cristã (e, acrescentaria mesmo vida humana digna desse nome) sem esta permanente atitude de conversão por parte de todos.

Não existe Igreja progressista nem conservadora; não existem partidários da misericórdia ou do juízo; não existem defensores do acolhimento ou do rigorismo. Aquilo que existe é a Igreja peregrina para a casa do Pai, é a Igreja que se torna presença do próprio Jesus – não pelas suas capacidades mas porque essa é a missão que o próprio Senhor lhe confiou.

Todos somos chamados, seriamente, à conversão. Batizados e membros do Corpo de Cristo, e todos aqueles que a si mesmo se colocam ou colocaram fora dele e (sobretudo) todos aqueles ainda que para ele querem caminhar, com seriedade.

Tudo o resto são opiniões de quem não faz parte da Igreja mas sabe como ela deve ser, notícias de jornais que relatam a vida da Igreja como se fosse uma partida de futebol, uma guerra sanguinária ou uma simples curiosidade, fruto de alguma grande ou pequena vaidade.

E, no entanto, a todos (a todos mesmo), Jesus continua hoje a proclamar: “convertei-vos, e acreditai no Evangelho”!

in Voz da Verdade


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