O Observatório do Vaticano está a ter um simpósio internacional para celebrar o 80º aniversário da sua transferência para Castel Gandolfo por vontade do Papa Pio XI, que decidiu isto dado as luzes da cidade de Roma tornarem impossível os astrónomos estudarem as estrelas menos brilhantes. O observatório é um dos mais antigo no mundo, estabelecido na segunda metade do século XVI, quando Gregório XIII erigiu no Vaticano a Torre dos Ventos e convidou os Jesuítas, astrónomos e matemáticos do Colégio Romano para preparar a reforma do calendário, promulgada em 1582.
Hoje o Papa recebeu em audiência os participantes neste encontro, afirmando que "o universo é mais do que um problema científico para ser resolvido: é um mistério gozoso que contemplamos com espanto e admiração". Ele acrescentou que "Sto. Inácio de Loiola percebeu bem esta linguagem. Ele próprio disse que a sua grande consolação era olhar par a o céu e para as estrelas, porque quando o fazia sentia um grande desejo de servir o Senhor".
Francisco lembrou que durante os anos os astrónomos do Observatório têm seguido caminhos de investigação, caminhos creativos que seguiram os astrónomos e os Jesuítas do Colégio Romano, do Pe. Christoph Clavius (conhecido pela sua contribuição para a criação do calendário Gregoriano) ao Pe. Angelo Secchi (pioneiro na espectroscopia astronómica), e pelo Pe. Matteo Ricci e muitos outros.
"Neste aniversário gostava de relembrar o discurso de Bento XVI aos Padres da última Congregação Geral da Companhia de Jesus, onde ele enfatizou que a Igreja precisa urgentemente de pessoas consagradas que dediquem as suas vidas à fronteira entre a fé o conhecimento humano, entre a fé e a ciência moderna. (...) No contexto do diálogo interreligioso, hoje mais urgente do que nunca, a investigação científica sobre o universo pode oferecer uma perspectiva única, partilhada tanto por crentes e por não crentes, para ajudar a atingir uma melhor compreensão religiosa da criação. A este respeito, a Escola de Astrofísica que o Observatório tem organizado nos últimos trinta anos representa uma oportunidade valiosa para jovens astrónomos de todo o mundo entrarem em diálogo e colaborarem na procura da verdade."
Francisco também mencionou que durante o simpósio os membros do Observatório discutiram a importância de comunicar que a Igreja e os seus pastores abraçam, encorajam e promovem ciência genuíca. "É muito importante que partilhem o dom do vosso conhecimento científico do universo com as pessoas, dando de graça o que receberam de graça," disse ele.
"No espírito de gratuidade para o Senhor pelo testemunho de ciência e fé que os membros do Observatório têm dado nestas décadas, eu encorajo-vos a continuar o vosso caminho... com aqueles que partilham o entusiasmo e o esforço da exploração do universo", concluiu o Papa.
in Vatican Information Service, 18 de Setembro de 2015
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