quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Edith Stein, de professora judia a freira Católica: 5 Razões

Santa Teresa Benedita da Cruz (também conhecida por Edith Stein, 1891-1942) é uma santa, freira e mártir da Igreja Católica. Eu estudei a vida dela (vejam o capítulo relacionado com ela no meu livro The Crucified Rabbi) e dessa altura destilei 5 razões especulativas sobre porque é que a professora Judith Stein foi de professora judia para freira Católica:
  1. Edith nasceu na festa judaica do Dia da Expiação.
    Desde muito cedo ela via-se como uma preferida de Deus e situava a sua própria vida na teologia judaica da expiação. Enquanto que o judaísmo do Antigo Testamento tem uma teologia rica sobre o sangue da expiação, os rabinos judaicos contemporâneos (como eu explico em The Crucified Rabbi) não fazem uma expiação de sangue de acordo com os preceitos de Moisés.
  2. Edith perdeu a fé nos primeiros movimentos feministas.
    Ela descrevia-se a si própria como uma "sufragista radical" que eventualmente "perdeu o interesse em toda a questão". Ela virou-se para a filosofia e depois para o Catolicismo para dar respostas aos problemas que as mulheres enfrentavam no século XX. No final, encontrou essas respostas no convento Carmelita, um lugar de silêncio, obediência religiosa, mortificação, estudo e oração.
  3. Edith estudou fenomenologia sob orientação do filósofo Max Scheler.
    A filosofia tem sido invadida pelo problema de como a mente conhece e interage com o mundo. Se as nossas percepções são diferentes entre elas e diferentes em várias partes da vida, será que existe uma realidade objectiva fora da nossa mente? A fenomenologia procura ligar o mundo real aos fenómenos da nossa mente. Mas no fim, foi preciso um orientador Católico na pessoa de Max Scheler para guiar Edith ao Realismo filosófico que o Catolicismo oferece. Scheler chamava à sua filosofia um "regresso às coisas" ou "uma viragem para a realidade".
  4. A tese de dissertação de Edith tinha o título "O Problema da Empatia".
    Como professor, sei que o título da tese de doutoramento diz muito sobre o seu autor. A filosofia da empatia (literalmente "sofrer no outro") encaixa perfeitamente com o Catolicismo e a sua chamada universal à misericórdia e o seu padrão de sofrimento fiel e martírio. Mesmo antes de ser Católico, ela escreveu o seguinte na tese: "Houve pessoas que acreditaram que uma certa mudança ocorreu dentro delas e que isso era um resultado da graça de Deus." Claramente, ela já estava a procurar o seu caminho para Cristo.
  5. Edith leu a autobiografia de Sta. Teresa de Ávila numa noite.
    Durante as suas lutas filosóficas com a empatia, a psicologia e o sofrimento, ela encontrou um livro sobre a mestre espiritual Carmelita Santa Teresa Ávila. "Quando eu acabei o livro, eu disse a mim mesma: Isto é a verdade." Reparem que ela disse "a verdade" e não apenas "verdade". Ela tinha encontrado o próprio Cristo.
Tenho a certeza que houve outros eventos e inspirações que levaram a Edith Stein para a Igreja Católica. Ela baptizou-se na festa da Circuncisão de Cristo (1 Jan) em 1922. Entrou no convento Carmelita doze anos mais tarde em 1934, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz (em alemão: Teresia Benedicta vom Kreuz). Recebeu a coroa do martírio sob os Nazis a 9 de Agosto de 1942.
São João Paulo II canonizou Edith a 11 de Outubro de 1998 como "uma filha de Israel" e uma mártir da Igreja Católica.
Um facto interessante é que o milagre final para a sua canonização veio da devoção que os Católicos Orientais lhe tinham. Podem ler mais sobre o milagre entre os Católicos Melquitas aqui.
Taylor Marshall


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1 comentário:

Anónimo disse...

Eu disse a mim mesma, não mesmo. ou “Quando fechei o livro, disse para mim própria: esta é a verdade”