sábado, 23 de outubro de 2021

A luta da Igreja contra a heresia para conservar a santa doutrina

A Igreja, fundada nos seus princípios e com consciência do seu dever, em nada tem tido maior zelo e procurado com maior esforço do que conservar de maneira mais perfeita a integridade da Fé. Foi por isso que sempre considerou como rebeldes declarados, e tem expulso para longe de si, todos aqueles que não pensavam como ela, fosse sobre que ponto fosse da sua doutrina. 

Os Arianos, os Montanistas, os Novacianos, os Quartodecimanos, os Eutiquianos não tinham abandonado toda a doutrina católica, mas apenas esta ou aquela parte: e no entanto quem é que não sabe que eles foram declarados hereges e rejeitados do seio da Igreja? E julgamento semelhante tem condenado todos os fautores de doutrinas erróneas que têm aparecido depois, nas diferentes épocas da História. 

'Nada poderia ser mais perigoso do que esses hereges que, conservando em tudo o mais a integridade da doutrina, por uma só palavra, como que por uma gota de veneno, corrompem a pureza e a simplicidade da fé que recebemos da tradição dominical, e depois apostólica' (Auctor Tractatus de Fide Orthodoxa contra Arianos). 

Tal foi sempre o costume da Igreja, apoiada pelo juízo unânime dos santos Padres, os quais sempre consideraram como excluído da comunhão católica e fora da Igreja quem quer que se separe o menos possível da doutrina ensinada pelo magistério autêntico. 

Epifânio, Agostinho, Teodoreto mencionaram um grande número de heresias do seu tempo. Santo Agostinho observa que outras espécies de heresias poderiam desenvolver-se, e que se alguém aderisse a uma só delas, separar-se-ia, por esse motivo, da unidade católica. 

Papa Leão XIII in Encíclica 'Satis Cognitum' (29.VI. 1896)


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1 comentário:

Maria José Martins disse...

Apesar de me considerar uma ignorante na História da Igreja, dá para entender, que hoje não é assim! E que, bem ou mal intencionados, por falta de SANTIDADE ou por excesso duma perigosa TOLERÂNCIA, que em vez da CONVERSÃO tão EXIGIDA por Jesus, leva a SUA IGREJA a perder, constantemente, Identidade, ao ponto de quase já não precisarmos d/Ela para nada, porque cada um faz o que bem pensa ou quer.
E se o Santos Padres afastavam os hereges, não faziam mais do que aquilo que Jesus faria, tal como refere em Maria Valtorta na Obra "O Evangelho como me foi revelado", relativamente ao divórcio, onde ELE afirma, de forma irredutível, contra a nulidade ou o divórcio, no Matrimónio: "mais vale que a parte podre se afaste, antes que contamine toda a Igreja!" E não é nesta mesma linha, que S. Tomás de Aquino fala, aconselhando a que se faça o mesmo, em todas as situações idênticas? Diz-nos ele: "A respeito da heresias, há duas coisas a considerar: uma por parte dos hereges, outra por parte da Igreja.
Da parte deles, há um pecado pelo qual merecem ser excluídos da Igreja, pela excomunhão, mas também, do mundo, pela morte. É MAIS GRAVE CORROMPER A FÉ, que é a vida da alma, do que FALSIFICAR DINHEIRO, que somente serve à vida temporal!"--Suma teológica--