segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Famílias numerosas, famílias felizes

A consequência da mentalidade contraceptiva não poderia ser outra: famílias cada vez menores e dilaceradas pelo divórcio. 

Quando o Papa João XXIII recebeu no Palácio Apostólico a visita de dez irmãos, sendo nove religiosos e um bispo, logo perguntou: "Uma Mãe? Sim, Santidade, uma Mãe". A cena é belíssima e, de certo modo, nostálgica, uma vez que famílias com muitos filhos têm-se tornado numa espécie rara, ano após ano, mesmo entre os católicos. 


"Não, eu não quero mais um filho, porque não poderemos viajar de férias, não poderemos ir a tal lugar, não poderemos comprar uma casa". É o que costumam dizer aqueles que vêem com pavor a ideia de ter uma família numerosa, critica o Papa Francisco num desafio à cultura do "bem-estar à qualquer custo". Com isso, o Santo Padre assevera um ensinamento do seu predecessor, Paulo VI, há muito esquecido: "O gravíssimo dever de transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias, se bem que, algumas vezes, acompanhadas de não poucas dificuldades e angústias"(Cf. Humanae Vitae, n. 1). 

A geração e o cuidado da prole não são apenas um direito natural da família, mas algo que se enquadra no próprio projecto de Deus e, por isso, um dever. Com efeito, mesmo que em algumas circunstâncias surjam dificuldades, a graça de poder transmitir a vida não pode ser sobreposta por questões banais e de ordem materialista.

Os 12 filhos da Família Schwandt
A defesa dos contraceptivos, feita muitas vezes por católicos, demonstra a incapacidade de compreender a beleza do dom da paternidade e o vazio espiritual que assolam a sociedade moderna. "Quer-se seguir Jesus, mas até certo ponto", diz o Papa. Ora, não espanta a quantidade de divórcios realizados desde a sua trágica aprovação, já que são consequência lógica da forma como os casais passaram a relacionar-se após o aparecimento da contracepção artificial: como objectos de prazer.

As famílias numerosas, por outro lado, agem conforme a regra única do amor e, obviamente, da paternidade responsável - aquela que opera dentro dos limites do bom senso e da recta conduta cristã - abrindo-se generosamente ao dom da criação. Testemunha a favor disso a própria história recente, cheia de exemplos boníssimos de casais, desde os mais ricos aos mais pobres, que abandonaram-se à providência divina e contribuíram, assim, para o desenvolvimento saudável dos seus filhos, dentro de um lar agraciado pela presença do Pai, da Mãe e dos primeiros amigos: os irmãos. Quando existe a confiança no auxílio da graça, existe também a confiança mútua do marido e da mulher, a busca pela unidade e a consumação dessa união numa só carne. União indissolúvel que nenhuma lei pode cancelar.

Equipa Christo Nihil Praeponere in padrepauloricardo.org



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2 comentários:

Anónimo disse...

Ter uma grande família católica à volta da mesa no dia de Natal? Antes o cumulo. E qual é o cumulo? Uma família aos solavancos com tantas deficiências quanto o meu aquecedor sem uma roda, só incomoda quando é preciso arrasta-lo em dias de temperaturas negativas. Nota negativa é a que nos dariam os deuses... Mas e Deus? Só nos encontramos nos velórios ainda que moremos na mesma rua raramente nos falamos, e quase não nos conhecemos. Por vezes, os mais velhos, até fingimos que não nos vemos, talvez para não nos constrangirmos. E é assim que a vida passa longe do que seria da família ideal. O cumulo é que o tempo passa depressa, tão depressa que não conseguimos agarrar os que partem e parar os que nascem. Nasceu à pouco tempo, parece que foi ontem mas passaram mais de vinte anos. Vinte anos! Cruzamo-nos na rua. Olhou para mim como qualquer homem que pode desejar uma mulher. Como nunca fomos apresentados ele podia ter o olhar de um homem pelo qual me sentiria lisonjeada, não fosse nos encontrarmos no velório... _Parece que já nos cruzamos...diz. _É verdade, confirmo... e a conversa ficou por aí, não fosse virem-me comentar sobre a indignação de que não acreditava na minha idade, seria isso uma justificação para a minha incredulidade interior da qual não achava responsáveis? É que como andam as famílias meu Deus, qualquer dia os familiares ainda têm uma relação sem saber...

Anónimo disse...

É o cúmulo, querer participar num blog e escrever com erros!
Há!
Cruzámo-nos?
Constrangermos…
Cúmulo!
Tens de ir para a quarta classe tens...