Nascida em 1869 numa pequena aldeia do Sudão, Bakhita foi sequestrada aos 7 anos de idade por mercadores de escravos árabes. O nome "Bakhita", aliás, que em árabe significa "Afortunada", foi-lhe dado pelos captores, porque a futura santa, devido ao trauma sofrido com o rapto, esqueceu o próprio nome e o dos pais.
A pequena Bakhita passou anos de inferno, vendida várias vezes, maltratada, agredida e humilhada por seus "patrões". No manuscrito que contém a autobiografia da santa, guardado pelas Irmãs Canossianas de Roma, são narrados todos os sofrimentos físicos e morais que ela enfrentou durante o longo período de cativeiro, tais como as cruentas tatuagens infligidas por um general turco, que gravou mais de uma centena de símbolos no seu peito, abdómen e braço direito com uma navalha e depois os cobriu com sal, de modo que ficasse marcada para o resto da vida.
Depois de muitas vicissitudes e muitas torturas, ela acabou comprada, no mercado de Cartum, pelo cônsul italiano Calisto Legnani, que a levou consigo para a Itália em 1885 e a entregou à família Michieli, no Veneto, em cujo lar Bakhita se tornou a ama-seca da filha do casal.
Como precisava viajar para a África a família hospedou Bakhita e a filha no convento das Irmãs Canossianas de Veneza, até ao seu retorno. Bakhita teve assim a oportunidade de conhecer a doutrina católica. Nove meses depois, a família Michieli retornou para buscar a filha, mas Bakhita recusou-se a ir embora com eles e decidiu ficar no convento. D. Domenico Agostini, Patriarca de Veneza, interveio na questão, ressaltando que em Itália "não se comercializam escravos".
Em 1890, Bakhita recebeu o baptismo, a confirmação e a comunhão, bem como o nome de Giuseppina Margherita Fortunata. Em 1893, depois de conhecer e experimentar o amor de Deus, ela entrou para o noviciado das Irmãs Canossianas e, três anos mais tarde, fez os votos perpétuos na presença do Patriarca Giuseppe Sarto, futuro Papa Pio X. No mesmo ano, foi declarada legalmente livre.
Em 1890, Bakhita recebeu o baptismo, a confirmação e a comunhão, bem como o nome de Giuseppina Margherita Fortunata. Em 1893, depois de conhecer e experimentar o amor de Deus, ela entrou para o noviciado das Irmãs Canossianas e, três anos mais tarde, fez os votos perpétuos na presença do Patriarca Giuseppe Sarto, futuro Papa Pio X. No mesmo ano, foi declarada legalmente livre.
É oportuno reconhecer a importância que a Igreja Católica teve na história para a abolição da escravatura no mundo, desde os tempos antigos, quando já combatia os abusos e corajosamente lutava pela liberdade dos homens, e até hoje continua a fazê-lo.
A figura da Irmã Bakhita, recordada pelo Papa Bento XVI na sua segunda encíclica, Spe Salvi, é essencial para a vida de todos os cristãos. Cozinheira, auxiliar de enfermagem durante a Primeira Guerra Mundial, sacristã e porteira do convento, ela desempenhou essas tarefas com amor, zelo e humildade, vendo sempre no próximo a figura de Cristo.
A Irmã Bakhita encarnou ao longo de toda a sua vida o lema de não ceder ao mal, e a quem quer que lhe perguntasse o que ela diria aos seus captores respondia: "Se eu encontrasse aqueles traficantes de escravos que me sequestraram e aqueles que me torturaram, ajoelhar-me-ia para beijar as suas mãos, porque se aquilo não tivesse me acontecido, eu não seria agora uma cristã e uma religiosa".
Palavras eloquentes sobre a espessura moral desta santa, um exemplo que deve permanecer constante na vida de todos nós, especialmente nos tempos mais difíceis da vida, diante do sofrimento, dos abusos e das injustiças.
in Zenit
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