terça-feira, 30 de janeiro de 2018

D. Athanasius Schneider fala sobre a Fraternidade de São Pio X

O vaticanista Edward Pentin, do National Catholic Register, entrevistou D. Athanasius Schneider. A entrevista pode ser lida aqui. Publicamos, por agora, a resposta de D. Athanasius sobre a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX) porque é um assunto bastante recorrente nos nossos dias e que levanta muitas questões. Vale a pena recordar que D. Athanasius Schneider foi enviado pela Santa Sé aos seminários da FSSPX como visitador, por isso está bem informado em relação a esta matéria.

Edward Pentin: Qual é o seu ponto de vista sobre a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X? Tem simpatia pela sua posição?

D. Athanasius Schneider: O Papa Bento XVI e o Papa Francisco falaram, em várias ocasiões, com bastante compreensão em relação à FSSPX. Foi particularmente enquanto Cardeal de Buenos Aires que o Papa Francisco ajudou a FSSPX a resolver algumas questões administrativas. O Papa Bento XVI disse uma vez sobre o Arcebispo Marcel Lefebvre: "Ele foi um grande Bispo da Igreja Católica". O Papa Francisco considera a FSSPX Católica e expressou-o várias vezes publicamente. 

Portanto, o Papa procura uma solução pastoral, e fez generosas providências pastorais, concedendo aos padres da FSSPX a faculdade ordinária de ouvir confissões e as faculdades condicionais para celebrar canonicamente o casamento. Quanto mais a confusão doutrinal, moral e litúrgica cresce na vida da Igreja, mais compreenderemos a missão profética do Arcebispo Marcel Lefebvre num tempo extraordinariamente tenebroso de uma generalizada crise na Igreja.

Talvez um dia a História lhe venha a aplicar as seguintes palavras de Santo Agostinho: 

“Por vezes, permite a própria divina Providência que homens justos sejam desterrados da Igreja Católica por causa de alguma violência partidária muito turbulenta da parte de homens carnais. Se as vítimas dessas injustiças ou injúrias suportarem com paciência, pela paz da Igreja, sem introduzir movimentos cismáticos ou heréticos, ensinarão a todos, com que verdadeiro afecto e sincera caridade se deve servir a Deus. 

A intenção de tais homens é o regresso, uma vez passada a tempestade. Ou, se não lho permitirem - por não ter cessado o temporal ou por haver ameaça de que se enfureça ainda mais com o seu retorno - mantenham-se na firme vontade de prover o bem dos próprios agitadores a cuja sedição e turbulência tiveram de ceder. Defendam até morrer e sem suscitar divisões, ajudem com seu testemunho a manter aquela Fé que sabem ser pregada pela Igreja católica.” (De vera religione 6, 11).

Tradução: Miguel Pereira da Silva


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