sábado, 24 de fevereiro de 2018

Cardeal Sarah diz que a comunhão na mão é um ataque de Satanás à Eucaristia

O responsável máximo do dicastério vaticano que trata da liturgia convoca os fiéis católicos a voltarem a receber a Sagrada Comunhão na boca e de joelhos.

No prefácio parade um novo livro sobre o assunto o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino, escreve: “O mais insidioso ataque diabólico consiste em tentar extinguir a fé na Eucaristia, semeando erros e encorajando um modo inapropriado de recebê-la. A guerra entre São Miguel e os seus anjos, de um lado, e Lúcifer, de outro, continua nos corações dos fiéis."  

“O objectivo de Satanás é o sacrifício da Missa e a presença real de Jesus na Hóstia consagrada”, ele disse.

O novo livro, escrito por Pe. Federico Bortoli, foi lançado em italiano com o título: “A distribuição da Comunhão na mão: considerações históricas, jurídicas e pastorais” (La distribuzione della comunione sulla mano. Profili storici, giuridici e pastorali).

Recordando o centenário das aparições de Fátima, Sarah escreve que o Anjo da Paz, que apareceu aos três pastorinhos antes da visita da bem-aventurada Virgem Maria, “mostra-nos como devemos receber o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo”. Sua Eminência descreve, então, os ultrajes com que Jesus é ofendido hoje na Santa Eucaristia, incluindo “a chamada ‘intercomunhão’”(prática de cristãos de diferentes confissões participarem da mesma mesa eucarística).

O Cardeal continua, destacando como a fé na Presença Real “influencia o modo como recebemos a Comunhão, e vice-versa”, e propõe o Papa João Paulo II e Madre Teresa como dois santos modernos que Deus nos deu para imitarmos a sua reverência na recepção da Santa Eucaristia.

“Por que nos obstinamos em comungar de pé e na mão?”, pergunta o Prefeito da Congregação para o Culto Divino. A maneira como a Santa Eucaristia é distribuída e recebida “é uma importante questão sobre a qual a Igreja de hoje deve reflectir.”

Abaixo, com a autorização de La Nuova Bussola Quotidiana, onde o prefácio primeiramente foi publicado, oferecemos aos nossos leitores uma tradução [n.d.t.: feita directamente do original em italiano] de vários pontos chave do texto do Cardeal Sarah.

A Providência, que dispõe sábia e suavemente de todas as coisas, oferece-nos a leitura do livro 'A distribuição da Comunhão na mão', de Federico Bortoli, justamente depois de havermos celebrado o centenário das aparições de Fátima. Antes da aparição da Virgem Maria, na Primavera de 1916, o Anjo da Paz apareceu a Lúcia, Jacinta e Francisco, e disse-lhes: “Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.” […] Na Primavera de 1916, na terceira aparição do Anjo, as crianças notaram que o Anjo, que era sempre o mesmo, segurava na sua mão esquerda um cálice acima do qual se estendia uma Hóstia. […] Ele deu a Hóstia consagrada a Lúcia e o Sangue do cálice a Jacinta e Francisco, que permaneceram de joelhos, enquanto lhes dizia: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus.” O Anjo prostrou-se novamente por terra, repetindo com Lúcia, Jacinta e Francisco por três vezes a mesma oração.

O Anjo da Paz mostra-nos como devemos receber o Corpo e Sangue de Jesus Cristo. A oração de reparação ditada pelo Anjo, infelizmente, é tida como obsoleta. Mas quais são os ultrajes que Jesus recebe na Hóstia consagrada, e dos quais precisamos fazer reparação? Em primeiro lugar, existem os ultrajes contra o próprio Sacramento: as horríveis profanações, das quais alguns convertidos do satanismo já deram testemunho e ofereceram descrições repugnantes; são ultrajes ainda as Comunhões sacrílegas, quando não se recebe a Eucaristia em estado de graça, ou quando não se professa a fé católica (refiro-me a certas formas da chamada “intercomunhão”). Em segundo lugar, constitui um ultraje a Nosso Senhor tudo o que pode impedir o fruto do Sacramento, especialmente os erros semeados nas mentes dos fiéis a fim de que eles não mais acreditem na Eucaristia. As terríveis profanações que acontecem nas chamadas “missas negras” não atingem directamente Aquele que é ultrajado na Hóstia, encerrando-se tão somente nos acidentes do pão e do vinho.

É claro que Jesus sofre pelas almas dos profanadores, almas pelas quais Ele derramou o Sangue que elas tão cruel e miseravelmente desprezam. Mas Jesus sofre ainda mais quando o dom extraordinário da Sua presença divino-humana na Eucaristia não pode levar o seu potencial efeito às almas dos fiéis. E aí nós entendemos que o mais insidioso ataque diabólico consiste em tentar extinguir a fé na Eucaristia, ao semear erros e encorajando um modo inapropriado de recebê-la. A guerra entre São Miguel e os seus anjos, de um lado, e Lúcifer, de outro, continua nos corações dos fiéis: o alvo de Satanás é o sacrifício da Missa e a Presença Real de Jesus na Hóstia consagrada. Essa tentativa de rapina segue, por sua vez, dois caminhos: o primeiro é a redução do conceito de “presença real”. Muitos teólogos não cessam de ridicularizar ou de desprezar — não obstante as contínuas advertências do Magistério — o termo “transubstanciação”. […]

Vejamos agora como a fé na Presença Real pode influenciar o modo de receber a Comunhão, e vice-versa. Receber a Comunhão na mão comporta sem dúvida uma grande dispersão de fragmentos. Ao contrário, a atenção às mais pequeninas partículas, o cuidado na purificação dos vasos sagrados, o não tocar a Hóstia com as mãos sujas de suor, tornam-se profissões de fé na presença real de Jesus, ainda que seja nas menores partes das espécies consagradas. Se Jesus é a substância do Pão Eucarístico, e se as dimensões dos fragmentos são acidentes apenas do pão, pouco importa que o pedaço da Hóstia seja grande ou pequeno! A substância é a mesma! É Ele! Ao contrário, a desatenção aos fragmentos faz perder de vista o dogma: pouco a pouco poderia começar a prevalecer o pensamento: “Se até o pároco não dá atenção aos fragmentos, se administra a Comunhão de um modo que os fragmentos se podem dispersar, então quer dizer que Jesus não está presente neles, ou está ‘até um certo ponto’.”

O segundo caminho em que acontece o ataque contra a Eucaristia é a tentativa de retirar, dos corações dos fiéis, o sentido do sagrado. […] Enquanto o termo “transubstanciação” nos indica a realidade da presença, o sentido do sagrado permite-nos entrever a absoluta peculiaridade e santidade do Sacramento. Que desgraça seria perder o sentido do sagrado precisamente naquilo que é mais sagrado! E como é possível? Recebendo o alimento especial do mesmo modo como se recebe um alimento ordinário. […]

A liturgia é feita de muitos pequenos ritos e gestos — cada um dos quais é capaz de exprimir essas atitudes carregadas de amor, de respeito filial e de adoração a Deus. Justamente por isso é oportuno promover a beleza, a conveniência e o valor pastoral desta prática que se desenvolveu ao longo da vida e da tradição da Igreja, a saber, receber a Sagrada Comunhão na boca e de joelhos. A grandeza e a nobreza do homem, assim como a mais alta expressão do seu amor para com o Criador, consiste em colocar-se de joelhos diante de Deus. O próprio Jesus rezava de joelhos na presença do Pai. […]

Nesse sentido, gostaria de propor o exemplo de dois grandes santos dos nossos tempos: São João Paulo II e Santa Teresa de Calcutá. Toda a vida de Karol Wojtyla esteve marcada por um profundo respeito à Santa Eucaristia. […] Malgrado estivesse extenuado e sem forças […], estava sempre disposto a ajoelhar-se diante do Santíssimo. Ele era incapaz de ajoelhar-se e levantar-se sozinho. Precisava que outros lhe dobrassem os joelhos e depois o levantassem. 

Até os seus últimos dias, ele quis dar-nos um grande testemunho de reverência ao Santíssimo Sacramento. Por que somos assim tão orgulhosos e insensíveis aos sinais que o próprio Deus oferece para o nosso crescimento espiritual e para o nosso relacionamento íntimo com Ele? Por que não nos ajoelhamos para receber a Sagrada Comunhão, a exemplo dos santos? É assim tão humilhante prostrar-se e estar de joelhos diante de Nosso Senhor Jesus Cristo — Ele, que, “sendo de condição divina, […] humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2, 6–8)?

Santa Madre Teresa de Calcutá, uma religiosa excepcional a que ninguém ousaria chamar de tradicionalista, fundamentalista ou extremista, e cuja fé, santidade e dom total de si a Deus e aos pobres são conhecidos de todos, possuía um respeito e um culto absoluto ao Corpo divino de Jesus Cristo. Certamente, ela tocava quotidianamente a “carne” de Cristo nos corpos deteriorados e sofridos dos mais pobres dos pobres. No entanto, cheia de estupor e respeitosa veneração, Madre Teresa abstinha-se de tocar o Corpo transubstanciado do Cristo; ao invés disso, ela adorava-O e contemplava silenciosamente, permanecia durante longos períodos de joelhos e prostrada diante de Jesus Eucaristia. Além disso, ela recebia a Sagrada Comunhão directamente na boca, como uma pequena criança que se deixava humildemente nutrir pelo seu Deus.

A santa entristecia-se e lamentava sempre que via os cristãos receberem a Sagrada Comunhão nas próprias mãos. Ela afirmou inclusive que, segundo o que era do seu conhecimento, todas as suas irmãs recebiam a Comunhão apenas na boca. Não é esta a exortação que Deus mesmo faz a nós: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair do Egipto; abre a boca e eu te sacio” (Sl 81, 11)?

Por que nos obstinamos em comungar de pé e na mão? Por quê essa atitude de falta de submissão aos sinais de Deus? Que nenhum sacerdote ouse impor a própria autoridade sobre essa questão recusando ou maltratando aqueles que desejam receber a Comunhão de joelhos e na boca: venhamos como as crianças e recebamos humildemente, de joelhos e na boca, o Corpo de Cristo. Os santos dão-nos o exemplo. São eles o modelo a imitar que Deus nos oferece!

Mas como pode ter-se tornado tão comum a prática de receber a Eucaristia sobre a mão? A resposta nos é dada pelo Padre Bortoli, e confirmada por uma documentação até o momento inédita, e extraordinária por sua qualidade e dimensão. Tratou-se de um processo nem um pouco límpido, uma transição do que era concedido pela instrução Memoriale Domini ao modo que se difundiu hoje. […] 

Infelizmente, assim como aconteceu à língua latina e à reforma litúrgica, que deveria ter sido homogénea com os ritos precedentes, uma concessão particular tornou-se uma chave para forçar e esvaziar o cofre dos tesouros litúrgicos da Igreja. O Senhor conduz o justo por “caminhos rectos” (Sb 10, 10), não por subterfúgios; assim, além das motivações teológicas demonstradas acima, até o modo como se difundiu a prática da Comunhão na mão parece ter-se imposto não segundo os caminhos de Deus.

Possa este livro encorajar aqueles sacerdotes e aqueles fiéis que, movidos também pelo exemplo do Papa Bento XVI — que nos últimos anos do seu Pontificado quis distribuir a Eucaristia na boca e de joelhos — , desejam administrar ou receber a Eucaristia deste modo, muito mais apropriado ao próprio Sacramento. A minha esperança é de que haja uma redescoberta e uma promoção da beleza e do valor pastoral dessa forma de comungar. 

Segundo o meu juízo e opinião, essa é uma questão importante sobre a qual a Igreja de hoje deve reflectir. Trata-se de um acto de adoração e de amor que todos nós podemos oferecer a Jesus Cristo. Muito me agrada ver tantos jovens que escolhem receber Nosso Senhor com essa reverência, de joelhos e na boca. Possa o trabalho do Pe. Bortoli favorecer um repensar geral sobre o modo de distribuir a Sagrada Comunhão. Tendo acabado de celebrar, como disse no início deste prefácio, o centenário de Fátima, encoraje-nos a firme esperança no triunfo do Imaculado Coração de Maria: no fim, também a verdade sobre a liturgia triunfará.

Texto: Life Site News
Tradução adaptada da tradução de João Pedro de Oliveira (in Medium)


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12 comentários:

Anónimo disse...

Não percebo como se fala de heresia, por dá cá aquela palha...
Lembro que ritos, rituais e leis, foram criados pelos homens para a organização da Igreja e não por Cristo.
Aliás, Ele veio revogar todas as leis a que os fariseus tanto se agarravam e por isso é que por eles foi morto. E veio substitui-las por uma só- a lei do amor.

Não vejo amor nenhum nas palavras escritas. Jesus comungava `a mesa com os seus discípulos, recostado, partia o pão e passava-o.

Ademais, a falta de higiene e o risco de saúde pública que implica a comunhão na boca, é ridículo em pleno sec.xxi. Jesus e os seus amigos lavavam as mãos, não andavam a tocar na saliva uns dos outros. E isto nada tem que ver com falta de respeito pelo sacramento ou ignorância do sagrado desse momento.
Ignorância é ser-se farisaico, agarrado a normas como se estas fossem veículo para o amor.. não são! Como já dizia Sto Agostinho: " ama e faz o que quiseres"!!!Pois é, ao contrário do que parece, isto é que é de uma grande exigência!

Oxalá viva até chegar o tempo em que a comunhão seja distribuída por uma máquina em que só o próprio, toque na hostia. Amen

Anónimo disse...

Você vai receber o Rei dos Reis, o Santo dos Santos, mas está mais preocupado com padrões de higiene e saúde pública? Mas que diabo de católico é você?

Unknown disse...

A Hóstia Consagrada É JESUS CRISTO. Quem não crê nisso não é católico.

Anónimo disse...

Torne a ler o artigo tantas vezes as necessárias até começar a perceber.

Unknown disse...

Ninguém vai chegar ao Céu sem o verdadeiro sentido Eucarístico, a Eucaristia é o próprio Nosso Senhor, se os nossos corações não estiver em concordância com a humildade e o amor, de nada vale nossas palavras e orações, a humanidade e persceptivel aos movimentos do nosso corpo e não da nossa lingua, dobrar os joelhos diante da Eucaristia, assim como Jesus fazia para orar ao Pai que está no ceu, e o mais singelo e modesto ato de humildade e reparação! Amém! Que a graca do Pai do filho e do Espírito Santo esteja com todos vocês!

Unknown disse...

Que Deus em sua infinita misericórdia perdoe-o pelas palavras escritas. Bem se vê que vc não sabe o que é, ou não acredita na Sagrada Eucaristia.

Anónimo disse...

Ótimo! É vergonhoso ter este tipo de discussão. Cada um participa da comunhão como achar melhor, desde que não haja banalização e desrespeito.
Adianta ajoelhar-se e receber a comunhão na boa, onde muitas vezes com a utilização do véu, e não procurar viver esta comunhão com o Senhor e a Igreja?
Os tempos mudam, mas o tipo farisaico de se viver não muda para muitos.
Senhor tende piedade!

Gonçalo Sena Esteves disse...

Como médico posso afirmar que até hoje não foi descrito nenhum caso de doença que tenha sido transmitida através da comunhão na boca.
Risco muito maior é permanecer num recinto fechado durante uma hora com centenas de pessoas, algumas das quais certamente doentes e a tossir. Mas nem por isso devemos deixar de ir à Missa.
Enfim,são argumentos estúpidos. A comunhão na mão, iniciada no século XX na Europa Central, teve unicamente a ver com o conceito do homem moderno que não dobra o joelho, e que trata a Deus de igual para igual. Muitas palavras que dantes se resumiam numa só: soberba. E a soberba é o atributo por excelência do demónio...
As comunidades que tratem a Deus na Eucaristia com irreverência,irão desaparecer necessariamente, porque Deus não permite esses abusos.
Por isso a Igreja praticamente desapareceu ou vai desaparecer de vários países, e a verdade é que não se perdeu muito. Ao desaparecerem esses "católicos", pelo menos Deus deixou de ser ofendido na Eucaristia.

Orlando de Carvalho disse...

Texto copiado e comentado no blogue https://www.facebook.com/DieDominus/ com a devida referência à fonte. Obrigado.

Anónimo disse...

O INFERNO NÃO PREVALECERÃO A SANTA IGREJA: INCLUE: O CLERO CORRUPTO, SACERDOTES INFIEIS, DESOBEDIENTES HERÉTICOS; SACRÍLEGOS, SINCRETISTAS, INCLUE,CATOLICOS INFIEIS: SACRÍLEGOS SINCRETISTAS, HERÉTICOS, BLABLABLA... A SANTA IGREJA NÃO Ê ENVERGONHADA, PELOS INIMIGOS de FORA, SINO POR OS SATANICOS DISFARZADOS DE SACERDOTES & LEIGOS... DEUS VAI SEPARAR O TRIGO DO JOJO, AINDA NÃO É O TEMPO... O PROPRIO JESUSCRISTO FALOU: NEM TODOS OS QUE ESTÃO DENTRO SAO OS NOSSOS... SÃO SERVIDORES DO ANTICRISTO... " ouvistes que vem o anticristo, já está havendo agora muitos anticristos; sendo que deste fato obtemos o conhecimento de que é a última hora. Saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos. . .
REZA CONFIA E ESPERA: DEIJO PARA VOCÊS ESCUTEM ESTA MUSICA: " youtube jésed lá novia del Cordero". Amém!!!

Maria disse...

Se assim o for pra ser,o que diremos aos que não podem se ajoelhar pir problema de saúde ?

João Silveira disse...

Que podem comungar na boca, estando em pé, como sempre puderam. Ninguém é obrigado ao impossível.