Mais um facto, entre tantos, a sublinhar o encanto de Fátima. Em Budapeste, numa viagem que ali realizou, um grupo de portugueses, em princípios de Setembro de 1989, quando já se adivinhava o desmoronar do muro que separou duas conceções de vida, mas ainda sob o férreo controlo da foice e do martelo, encontrou, junto da Catedral de Santo Estêvão, um sacerdote perfeitamente identificado como tal.
Foi o único padre encontrado, com traje eclesiástico, em toda a cidade, naqueles dias, o que faz pensar na sua coragem. Vários sacerdotes do grupo viajavam também perfeitamente identificados. Tentaram falar com ele em diversos idiomas — português, francês, espanhol e italiano — mas foi tudo inútil. Tiveram então alguns sacerdotes portugueses a luminosa ideia de se exprimirem em latim: «Sumus lusitani!» (Somos portugueses!).
Quando recebeu esta resposta, o rosto deste homem de Deus, até então velado por um certo ar de desconfiança, iluminou-se com um sorriso, tomou uma expressão que jamais se poderá esquecer e, de mãos postas, olhando para o céu, exclamou com enlevo: «Oh! Fátima!»
in 'Pastorinhos de Fátima' (M. Fernando Silva)
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