quarta-feira, 19 de maio de 2021

A Majestade Gloriosa de DEUS, desprezada e ofendida

Não saberei dizer se me devo desculpar ou, pelo contrário, afirmar sem pejos nem respeitos humanos alguns dos aspectos do estado deplorável a que chegou o Culto Divino, em especial o Santíssimo Sacrifício da Eucaristia, a Sagrada Comunhão, e a Sua Presença no Sacrário, em grande parte de Portugal.
 
O cenário é rigorosamente aterrador. O latão e pechisbeque, disfarçando-se, por vezes, de aparências reluzentes, tomaram de assalto as Igrejas: os Sacrários, os cálices, as patenas, as píxides, etc.: um absurdo tanto maior quanto frequentemente tudo isto em prata, ou prata dourada, é menos caro do que o pechisbeque.
 
Uma das irreverências ignóbeis e maiores em relação ao SENHOR JESUS CRISTO GLORIOSO não consiste somente em colocá-lo em Sacrários indignos mas a de virar-lhe as costas e não Lhe fazer as devidas Reverências e Adorações durante a Celebração da Eucaristia - O DEUS GLORIOSO, o SENHOR RESSUSCITADO, está lá realverdadeira e substancialmente presente, e nós, em nome de um rubrica idiota, como já houve tantas outras nos últimos 50 anos, fingimos que não está, e prestamos reverências a coisas que O simbolizam, mas não a ELE. Como se houvera alguma incompatibilidade entre o SENHOR presente no Sacrário e o mesmo SENHOR na Eucaristia! É caso para dizer que a imbecilidade humana, e por vezes a eclesial-clerical, é infinita.
 
Como explicar o absurdo sacrílego numa Igreja em que o Sacrário está igualmente descoberto e virado para o corpo da Igreja e para a sacristia? No corpo da Igreja é Reverenciado e Adorado, no lado oposto é totalmente ignorado e consequentemente desprezado. Ali pode-se virar as costas contra o SENHOR, contar gracejos, fumar, discutir, etc. No corpo da Igreja tudo isso é inconcebível. Há, é verdade, uma diferença, que me fizeram notar para o justificar, é que a porta do Sacrário está virada para o corpo da Igreja não acontecendo o mesmo no sentido contrário - confesso que quando me fizeram essa observação pensei que ou estavam a brincar comigo ou me estavam a tentar envenenar com enxofro.
 
Numa outra Igreja, cujo ambão obriga a estar de costas para Nosso SENHOR no Sacrário, que está perto e ao nível das costas de quem usa o mesmo, alguém propôs, várias sugestões que poderiam, ainda que provisoriamente, remediar essa grave afronta a Nosso SENHOR; mais ainda, ofereceu-se, sabendo que poderia recolher as ofertas necessárias, mudar aquele Sacrário de latão por um de prata ou prata dourada, igual no aspecto ao mesmo. Os projectos foram imediatamente rejeitados.
 
Antepõem-se sempre e sistematicamente outras coisas ao Sacrário: ou é o ambão ou a estética que se pretende na Igreja ou outras coisas quaisquer - não há ideia ou proposta alguma que possa, mesmo que só provisoriamente, dar prioridade ao Sacrário. Tudo é perentória e imediatamente recusado. Não afirmo categoricamente que o seja, mas parece mesmo influência do Maligno.
 
Importa lembrar que esta mentalidade que penetrou com acutilância inusitada, mesmo em muitos jovens Padres ditos tradicionais, é de origem protestante. Não digo que eles disso tenham consciência, mas que disso são vítimas, para além do que foi dito acima, não há dúvida. Mas, enfim, têm sempre alguns Padres, eminentemente considerados pelos próprios, que os justifique e os confirme nos seus erros.
 
À Honra e Glória de Cristo. Ámen.

Padre Nuno Serras Pereira


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1 comentário:

Maria José Martins disse...


Realmente, depois de ler estas reflexões e as relacionar com as queixas de abandono, desprezo e indiferenças--como a oração dada pelo Ano, em Fátima-- que Jesus faz aos Místicos, mártires da Eucaristia, compreende-se cada vez melhor o porquê das medidas tomadas durante a "pandemia"!
Se acreditássemos VERDADEIRAMENTE que é JESUS VIVO que está ali presente...em vez de fecharmos as igrejas, cancelar as EUCARISTIAS, com a desculpa "esfarrapada" de que ELE está em todo o lado, no meio de nós(?), ABRIMO-LAS-ÍAMOS TODAS, de par em par, e correríamos para junto d/Ele, implorando-Lhe Misericórdia e PROTEÇÃO, como faziam os que ACREDITAVAM E TINHAM UMA FÉ VERDADEIRA--nem que fosse somente por interesse-- quando Ele peregrinava, por este mundo afora...
Assim, senhor Padre, tudo o que denuncia é somente o reflexo da falta de FÉ, daqueles que nos "COMANDAM!"--desculpem a expressão--

E, mais uma vez, vou transcrever uma passagem de "O Evangelho como me foi revelado", onde Jesus tenta explicar a Sua tolerância, perante certos "abusos de confiança" dos Apóstolos, que ainda não tinham assimilado, de verdade, Quem Ele realmente era.
"Os Apóstolos, por sua ignorância e por minha humildade, tratavam o FILHO DO HOMEM, com uma excessiva confiança; viam-Me como um bom mestre e nada mais; um mestre humilde e paciente, com o qual era lícito tomar liberdades, às vezes, excessivas. Mas tudo isso era feito POR IGNORÂNCIA e não por FALTA DE RESPEITO! Por Isso, estão desculpados..."
"...Eu fui-lhes mudando os modos e o Amor, até ME VEREM COMO O SENHOR DIVINO! E de companheiros alegres e SUPERFICIAIS dos primeiros tempos, eles se tornaram ministros do REI, Sacerdotes de Deus, todos diferentes, mas TRANSFORMADOS!!
Eu não era um doutor difícil nem um rei soberbo, nem um mestre que julga os outros indignos dele. Eu soube compadecer-Me, usando materiais brutos, enchendo-os de PERFEIÇÂO..."
"...Deus tudo pode e de uma pedra Ele tira um filho de Abraão, um filho de Deus, a fim de confundir os mestres JACTANCIOSOS de sua ciência, que, muitas vezes, PERDEU O PERFUME DA MINHA!"
Ora, se Jesus afirma que TRANSFORMOU E APERFEIÇOOU OS APÓSTOLOS, no Amor e Reverência por Ele, Seu Deus, quem somos nós, DEPOIS DE MAIS DE 2000 ANOS, para continuar IGNORANTES e Mal EDUCADOS, tratando-O como um simples companheiro, sem qualquer RESPEITO E REVERÊNCIA, confundindo e banalizando, tudo?!