domingo, 31 de agosto de 2025

Nossa Senhora de Fátima pediu para que se rezasse e fizesse sacrifícios pelos pecadores

"Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas." 
Nossa Senhora em Fátima, 19 de Agosto de 1917


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quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Dia de Santo Agostinho

Foi um dos maiores doutores da Igreja e um dos maiores génios da literatura ocidental. Agostinho foi um herói improvável: a sua vida tinha tudo para correr mal. E de facto correu, durante muitos anos. Teve um percurso errante, entregue aos prazeres mundanos, e foi a essa época a que se referia quando escreveu, nas suas Confissões:

"Andemos honestamente como de dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não vos preocupeis com a carne para não excitardes as suas cobiças."

Com uma inteligência e uma sede de verdade muito acima da média, Santo Agostinho percebeu que as ideias que seguia até aí não podiam ser verdadeiras nem saciavam o desejo do seu coração, como se percebe por esta que é uma das suas frases mais conhecidas:

"Senhor criaste-nos para Ti, e nosso coração vive inquieto enquanto não repousar em Ti."

A sua conversão deu-se em grande parte às orações e lágrimas da sua Mãe, Santa Mónica, que muito sofreu com a vida do seu filho até que este foi baptizado, aos 33 anos. Mesmo com essa idade ainda foi a tempo de ser ordenado sacerdote e mais tarde sagrado bispo de Hipona. A influência decisiva de Santa Mónica na vida de Santo Agostinho mostra bem que as mulheres sempre tiveram, e continuam a ter, um grande poder.


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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Padre e Religiosas Permanecem em Gaza Apesar da Ordem de Evacuação

Numa mensagem conjunta divulgada a 26 de Agosto, os Patriarcados Latino e Grego Ortodoxo de Jerusalém condenaram a evacuação da Cidade de Gaza perante um iminente ataque israelita, anunciado com o objectivo de tomar o controlo da cidade. As primeiras ordens de evacuação foram emitidas para civis, incluindo cristãos. Principais frases da mensagem:

- “Parece que o anúncio do governo israelita de que ‘as portas do inferno se abrirão’ está de facto a assumir formas trágicas.”
- “Abandonar a Cidade de Gaza e tentar fugir para o sul seria nada menos que uma sentença de morte.”
- “O clero e as irmãs decidiram permanecer e continuar a cuidar de todos os que se encontrarem nos recintos.”
- “Não pode haver futuro baseado no cativeiro, no deslocamento dos palestinianos ou na vingança.”
- “Este não é o caminho certo. Não há motivo para justificar o deslocamento maciço, deliberado e forçado de civis.”
- “Não há motivo para justificar que civis sejam mantidos como prisioneiros e reféns em condições dramáticas.”
- “Já houve devastação suficiente, nos territórios e na vida das pessoas.”

in gloria.tv


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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Sinais da crise

A profunda crise em que se encontra a Igreja Católica pode resumir-se no seguinte: A Missa que foi celebrada durante mais de 1700 anos - desde o início do Rito Romano até 1970 - é hoje menosprezada, criticada, perseguida e proibida por grande parte da hierarquia da Igreja.

(Saint-Germain-en-Laye, Missa à porta da igreja)



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São Luís IX, Rei de França e Confessor

Hoje a Igreja celebra a festa do Rei São Luís da França. Luís IX nasceu no dia 25 de Abril de 1215, no castelo real de Poissy.

Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogénito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos que Luís IX se tornou um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja.  

Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade, a piedade e a humildade, e que o fizeram o modelo de rei católico cristão.  

No período da sua adolescência, enquanto a sua mãe governava, foi educado e conduzido na Fé cristã e na arte de governar por São Tomás de Aquino. O santo doutor da Igreja conduziu com perfeição o processo de educação daquele que viria a ser o Rei de toda a França.  

Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com frequência a Sagrada Escritura e as obras dos Santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte.  

Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. E o resultado dessa firme educação cristão foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade.  

Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris.  

Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.  

Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do Rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados.  

Assim, em 1297, o papa Bonifácio VIII proclamou a santidade da vida de Luís IX, Rei da França, mantendo o culto já existente no dia da sua morte.

in Pale Ideas


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sábado, 23 de agosto de 2025

Peregrinação Jubilar da Fraternidade de São Pio X ao túmulo de São Pedro




















Mais de 8000 pessoas, incluindo 500 sacerdotes, religiosos e seminaristas. A procissão decorreu com total acordo e supervisão das autoridades romanas.



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sexta-feira, 22 de agosto de 2025

"Por fim o meu Imaculado Coração triunfará"


Nossa Senhora de Fátima


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Ladainha ao Imaculado Coração de Maria

Senhor, tende piedade de nós 
Cristo, tende piedade de nós 
Senhor, tende piedade de nós
 
Cristo, olhai-nos. 
Cristo, escutai-nos
 
Pai do Céu, que sois Deus, tende misericórdia de nós. 
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende misericórdia de nós. 
Espírito Santo, que sois Deus, tende misericórdia de nós. 
Santa Trindade que sois um só Deus, tende misericórdia de nós. 
 
Santa Maria, Coração Imaculado de Maria, rogai por nós 
Coração de Maria, cheio de graça, rogai por nós 
Coração de Maria, vaso do amor mais puro, rogai por nós 
Coração de Maria, consagrado íntegro a Deus, rogai por nós 
 
Coração de Maria, preservado de todo pecado, rogai por nós 
Coração de Maria, morada da Santíssima Trindade, rogai por nós 
Coração de Maria, delícia do Pai na Criação, rogai por nós 
Coração de Maria, instrumento do Filho na Redenção, rogai por nós 
 
Coração de Maria, a esposa do Espírito Santo, rogai por nós 
Coração de Maria, abismo e prodígio de humildade, rogai por nós 
Coração de Maria, medianeiro de todas as graças, rogai por nós 
Coração de Maria, batendo em uníssono com o Coração de Jesus, rogai por nós 
 
Coração de Maria, gozando sempre da visão beatífica, rogai por nós 
Coração de Maria, holocausto do amor divino, rogai por nós 
Coração de Maria, advogado ante a justiça divina, rogai por nós 
Coração de Maria, transpassado por uma espada, rogai por nós 
 
Coração de Maria, Coroado de espinhos por nossos pecados, rogai por nós 
Coração de Maria, agonizando na paixão de teu Filho, rogai por nós 
Coração de Maria, exultando na Ressurreição de teu Filho, rogai por nós 
Coração de Maria, triunfando eternamente com Jesus, rogai por nós 
 
Coração de Maria, fortaleza dos cristãos, rogai por nós 
Coração de Maria, refúgio dos perseguidos, rogai por nós 
Coração de Maria, esperança dos pecadores, rogai por nós 
Coração de Maria, consolo dos moribundos, rogai por nós 
 
Coração de Maria, alívio dos que sofrem, rogai por nós 
Coração de Maria, laço de união com Cristo, rogai por nós 
Coração de Maria, caminho seguro ao Céu, rogai por nós 
Coração de Maria, prenda de paz e santidade, rogai por nós 
 
Coração de Maria, vencedora das heresias, rogai por nós 
Coração de Maria, da Rainha dos Céus e Terra, rogai por nós 
Coração de Maria, da Mãe de Deus e da Igreja, rogai por nós 
Coração de Maria, que por fim triunfarás, rogai por nós 
 
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Perdoai-nos Senhor 
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Escutai-nos Senhor 
Cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo, Tem misericórdia de nós. 
 
V. Rogai por nós Santa Mãe de Deus 
R. Para que sejamos dignos de alcançar as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo
 
Oremos
Vós que nos tens preparado no Coração Imaculado de Maria uma digna morada do teu Filho Jesus Cristo, concedei-nos a graça de viver sempre conforme a sua vontade e de cumprir os seus desejos. 
Por Cristo teu Filho, Nosso Senhor.
Ámen



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domingo, 17 de agosto de 2025

Concílio de Trento sobre Matrimónio e Adultério

Se alguém afirmar que a Igreja erra quando ensinou e ensina que, segundo a doutrina evangélica e apostólica, o vínculo do matrimónio não pode ser dissolvido pelo adultério de um dos cônjuges e que nenhum dos dois, nem sequer o inocente que não deu motivo ao adultério, pode contrair outro matrimónio em vida do outro cônjuge, e que comete adultério tanto aquele que, repudiada a adúltera, casa com outra como aquela que, abandonado o marido, casa com outro, seja anátema.

Concílio Tridentino, Sess. XXIV c. 7


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sábado, 16 de agosto de 2025

"Missa em Latim é popular entre os jovens" Arcebispo Cordileone

Há “muitos católicos” que apreciam a forma tradicional da Missa e ele quer “respeitar as suas sensibilidades”, disse o Arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, de 69 anos, ao à conta Substack.com 'Per Mariam'.

Observou também que os jovens se sentem atraídos por esta tradição, e que quanto mais jovens são, mais se sentem fascinados pela forma tradicional da Missa.

No entanto: “Não se trata apenas da estética – o ritual e a música são belos – mas a verdade faz profundamente parte de tudo isto.” Os jovens católicos “experimentam a beleza da liturgia e depois abraçam a plenitude da fé católica”.

Embora a Missa no Rito Romano não seja o único instrumento eficaz de evangelização, parece ser aquele que obtém maior sucesso junto dos jovens: “O que verdadeiramente evangeliza é a beleza da herança da Igreja. Precisamos, por isso, de a viver de uma forma comunicável.”

Quanto ao Concílio Vaticano II, o Arcebispo Cordileone declarou que muito poucos católicos rejeitariam os documentos do Concílio: “Há uma facção da qual tenho ouvido falar, muito militante, que talvez rejeite alguns dos ensinamentos conciliares.”

Acrescentou que os jovens católicos não estão minimamente preocupados com o Concílio Vaticano II: “Eu pertenço à última geração que ainda conserva essa mentalidade do ‘antes e depois do Vaticano II’.”

Por fim, o Arcebispo Cordileone falou da sua experiência pessoal ao celebrar o Rito Romano: “Sinto que respiro com dois mil anos da história da Igreja naquela Missa, devido ao modo como ela se desenvolveu organicamente ao longo de tantos séculos. Sinto uma fortíssima ligação com os meus predecessores na fé.”

in gloria.tv


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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Assumpta est Maria in Caelum

Imagens da proclamação do dogma da Assunção de Nossa Senhora aos Céus, pelo Papa Pio XII na Praça de São Pedro, no Vaticano:

"...declaramus et definimus divinitus revelatum dogma esse : Immaculatam Deiparam semper Virginem Mariam, expleto terrestris vitae cursu, fuisse corpore et anima ad caelestem gloriam assumptam."




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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Jejum na Batalha de Aljubarrota

640 anos da Batalha de Aljubarrota. Tal como hoje, era vigília (o dia antes) da Festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em corpo e alma. A Tradição da Igreja, confirmada pela lei eclesiástica, impunha aos fiéis o jejum no dia antes destes "dias grandes".

Esse jejum obrigatório poderia talvez ser dispensado, tendo em conta a importante batalha que se aproximava. Mas o Santo Condestável não quis poupar os seus homens, nem a si próprio, desse sacrifício e os portugueses fizeram mesmo jejum.

Além disso, quem quis pôde confessar-se e também comungar. Os soldados portugueses sabiam que não estavam apenas a ser liderados por um génio da estratégia militar mas também por um Santo.

Eles percebiam que estavam perante um homem diferente dos outros; tanto pelo fervor com que rezava como pela virtude com que se comportava. E isto fazia com que confiassem totalmente nele.


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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Frasco de óleo de São Charbel enche-se milagrosamente

Mons. Pasquale Silvestri, pároco da igreja de São Ferdinando, em Nápoles, reportou um acontecimento extraordinário: no dia 24 de Julho ungiu mais de 500 fiéis na sua igreja. Muitos deles estavam doentes. Utilizou óleo bento proveniente da Cúria Maronita, em Roma.

Quando o frasco de óleo estava quase no fim, Mons. Silvestri começou a recear que não fosse suficiente. «Não imaginava que viesse a haver tanta gente», escreveu ele numa carta datada de 27 de Julho ao Padre Elias Hamhoury, antigo postulador da canonização de São Charbel.

O sacerdote conseguiu ungir todos os doentes presentes. Depois, ficou surpreendido: «Quando terminei», recorda, «fechei o frasco e voltei a colocá-lo na caixa. Mas, quando o guardei no cofre, vi que estava novamente cheio. Não conseguia acreditar no que estava a ver.»

O sacerdote partilhou o acontecimento com os fiéis presentes. No dia seguinte, peregrinos libaneses repararam que o óleo exalava o perfume dos cedros do Líbano.

O pároco, que ficou devoto São Charbel recentemente, guardou o frasco para eventual investigação.

São Charbel (1828–1898) foi um eremita libanês de Beqaa-Kafra, conhecido por muitos milagres.

in gloria.tv


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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Peregrinação Jubilar da FSSPX

A peregrinação a Roma da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X faz parte do calendário oficial do Jubileu. No site da Santa Sé está anunciada a peregrinação jubilar para o próximo dia 21 de Agosto.

Há quem insista que a FSSPX está em cisma, mas a Santa Sé parece discordar. Também discorda o enviado da Santa Sé a visitar os seminários da FSSPX, D. Athanasius Schneider, que após a visita disse que a Fraternidade é católica e que deveria ser aceite canonicamente assim como é.


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Oração a Santa Filomena para alcançar uma graça

1. Ó meu Jesus que dissestes: “Pedi e recebereis, procurei e achareis, batei e abrir-se-vos-á”, eis que bato à Porta do Vosso Coração, procuro o Vosso socorro e peço, por intercessão de Santa Filomena, a graça... (peça-se)

Pai Nosso, Avé Maria, Glória.
Gloriosa Santa Filomena, rogai por nós!
Sagrado Coração de Jesus, eu confio e espero em vós!

2. Ó meu Jesus que dissestes: “O que pedirdes ao Pai em Meu nome, ser-vos-á concedido”. Ao Pai do Céu, em Vosso nome, por intercessão de Santa Filomena, peço a graça... (peça-se)

Pai Nosso… (reza-se como anteriormente)

3. Ó meu Jesus que dissestes: “Passará o Céu e a Terra, mas as minhas Palavras jamais passarão”. Confiado na infalibilidade das vossas Santas Palavras, peço por intercessão de Santa Filomena a graça... (peça-se)

Pai Nosso… (reza-se como anteriormente)

Oração final

Ó Sagrado Coração de Jesus a quem é impossível não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós pobres pecadores e concedei-nos as graças que pedimos por intercessão de Santa Filomena, refugiando-nos no Coração Imaculado da Virgem Maria.


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domingo, 10 de agosto de 2025

São Lourenço, o príncipes dos mártires

São Lourenço nasceu em Huesca (Espanha) por volta do ano 225. Segundo Santo Agostinho, o desejo que Lourenço tinha de unir-se a Jesus era tanto que esqueceu dor da tortura quando foi martirizado.

No ano 257, o imperador romano Valeriano ordenou uma perseguição contra os cristãos. No início, parecia mais branda do que a imposta por Décio. Proibia as reuniões dos cristãos, fechava os acessos às catacumbas, exilava os bispos e exigia respeito aos ritos pagãos. Mas não obrigava a renegar a fé publicamente. Entretanto, no ano seguinte, Valeriano ordenou que os bispos e padres fossem todos mortos. 

Lourenço era o arcediácono do Papa Xisto II, isto é, o primeiro dos sete diáconos ao serviço da Igreja de Roma. Depois do Papa, era Lourenço o responsável pela Igreja. Isto quer dizer que era o assistente do Papa nas celebrações. Mas, além disso, administrava os bens da Igreja, cuidando das construções dos cemitérios, igrejas e da manutenção das obras assistenciais destinadas ao amparo dos pobres, órfãos, viúvas e doentes.

A partir do decreto de Valeriano, os bispos começaram a ser executados e um dos primeiros foi Cipriano de Cartago, que morreu em 258. Logo em seguida foi à vez do Papa Xisto II ser executado, juntamente com os outros seis diáconos.

O diácono Lourenço foi preso e levado à presença do Prefeito Romano para entregar todos os bens que a Igreja possuía. Lourenço pediu um prazo de três dias, pois, como confessou, a riqueza era grande e tinha de fazer o balanço completo. Obteve o consentimento.

Tratou de reunir um grupo de cegos, órfãos, mendigos e doentes, colocou-os à frente do Prefeito, e disse: "Pronto, aqui estão os tesouros da Igreja". Irado, o governador mandou que o amarrassem sobre uma grelha, para ser assado vivo, e lentamente. O suplício cruel não demoveu Lourenço da sua Fé. Segundo uma narrativa de Santo Ambrósio, Lourenço teria ainda encontrado disposição e muita coragem para dizer ao seu carrasco: "Podes virar-me...já estou bem assado deste lado".

Lourenço morreu no dia 10 de Agosto de 258, rezando pela cidade de Roma. A população mostrou-se muito grata a São Lourenço, que, pelo seu feito, é chamado de "príncipe dos mártires". Os romanos ergueram, ao longo do tempo, tantas igrejas em sua homenagem que nem mesmo São Pedro e São Paulo, os padroeiros de Roma, possuem igual devoção.

Oração a São Lourenço: Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por Vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

adaptado de 'Catequese Cristã Católica'


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sábado, 9 de agosto de 2025

Os ataques do Demónio ao Santo Cura d'Ars

Dionísio Chaland, de Bouligneux, jovem estudante de filosofia, num dia de Junho de 1838: Ajoelhei-me no seu genuflexório, para confessar-me, no quarto do próprio santo. Quase pela metade da confissão, um tremor geral agitou toda a peça; o genuflexório moveu-se. Levantei-me aterrorizado. O Sr. Cura agarrou-me por um braço. Não é nada, disse ele. É o demónio.

A 4 de Fevereiro de 1857 o santo pusera-se a ouvir confissões. Pouco antes das 7, as pessoas que passavam diante da casa paroquial viram que saíam chamas do quarto do Padre Vianney. Foram avisá-lo: Sr. Cura, parece que há fogo no seu quarto. Enquanto lhes entregava a chave para que fossem apagá-lo, observou, sem muita preocupação: Esse vilão do demónio, não podendo apanhar o pássaro, queima-lhe a gaiola.

Em 1826, durante uma missão em Montmerle. Durante a noite, ouviu-se um barulho de carro que fazia estremecer o chão. Parecia que a casa vinha abaixo. Produziu-se no quarto do Cura d´Ars, uma tal algazarra que o Pe. Benoit gritou: Estão a matar o Padre Vianney. Todos correram para lá. Mas o que viram? O santo estava deitado tranquilamente no seu leito, que mãos invisíveis tinham arrastado para o meio do quarto. Foi o demónio, disse ele, sorrindo. Não é nada. Sinto muito não vos ter prevenido. É bom sinal… Amanhã cairá um peixe graúdo.

Quem seria esse peixe graúdo? Vigiaram o seu confessionário. De facto, no dia seguinte, após o sermão, viram depois do sermão, o Sr. De Moras, nobre cavalheiro, que, atravessando toda a igreja foi confessar-se com o Cura d´Ars. Aquele cavalheiro tinha descuidado os seus deveres religiosos durante muito tempo. O seu exemplo causou uma profunda impressão nos habitantes de cidade.

Francis Trochu in 'O Santo Cura d'Ars'


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sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Mulher "concelebra" Missa no Santuário de Loreto

No passado dia 28 de Julho os Bispos e sacerdotes da zona das Marche, em Itália, juntaram-se no Santuário do Loreto - onde se encontra a casa da Sagrada Família - para celebrar o Jubileu dos jovens. Acontece que na procissão de entrada pode ser vista uma mulher, envergando vestes clericais e uma alva. 

Testemunhas oculares dizem que a mulher ficou durante a Missa no presbitério, junto aos sacerdotes católicos. E, no momento da consagração, estendeu o braço significando que estaria a (tentar) concelebrar. Não se sabe quem era a senhora mas, em princípio, seria uma 'pastora' protestante.

Este é, obviamente, um caso grave de 'communicatio in sacris', condenado penalmente no Código de Direito Canónico. Pior do que isso, é uma ofensa a Nosso Senhor um escândalo para os fiéis.



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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

150 anos do martírio de Gabriel García Moreno, o político santo

Exactamente há 150 anos, a 6 de Agosto de 1875, o grande presidente equatoriano Gabriel García Moreno, muito provavelmente o maior político católico moderno, e aquele que deu o mais perfeito testemunho da realeza social de Jesus Cristo, foi assassinado nos degraus da catedral de Quito, capital do Equador. Apesar das numerosas reformas de “liberalização” no seu país, o seu conservadorismo contra-revolucionário era uma constante irritação para os elementos anticlericais e maçónicos que urdiram a sua morte.

A melhor exposição da vida de García Moreno disponível online é a de Gary Potter, que pode ser encontrada em vários locais, como no FishEaters. Eis o relato de Potter, com base na biografia clássica do Pe. Berthe. Que o presidente era um católico santo, é difícil contestar. Deve notar-se em especial a centralidade da Santa Missa na sua vida.

Segundo o Pe. Berthe: “Não somente não temia a morte, mas, como os mártires, desejava-a pelo amor de Deus. Quantas vezes escreveu e pronunciou estas palavras: ‘Que felicidade e glória para mim se me fosse pedido derramar o meu sangue por Jesus Cristo e a Sua Igreja.’”

Seria isto dito da boca para fora? Teria tido uma verdadeira conversão e transformação interior ao abandonar os caminhos da sua juventude e regressar à fé? Ouvimos aqui algumas das leis que fez aprovar em favor da Igreja, em favor da Fé. Acrescente-se que assistia diariamente à Missa, rezava o Terço todos os dias e dedicava meia hora diária à meditação. Seria sincero em tudo isto ou tratar-se-ia apenas de uma pose, uma espécie de campanha pública de imagem antes da existência de Relações Públicas? E, ao ser visto na Missa diariamente, seria apenas uma versão da década de 1870 de uma “photo-op”? […]

O Pe. Berthe cita-o a propósito da acusação de hipocrisia por se deixar ver publicamente a praticar a Fé. Disse ele: “Hipocrisia consiste em agir de modo diferente do que se crê. Assim, verdadeiros hipócritas são os homens que têm a Fé, mas, por respeitos humanos, não ousam praticá-la.”

Se tal não bastasse para responder à acusação de hipocrisia, pode demonstrar-se de várias formas que o homem privado e o homem público correspondiam perfeitamente. Não há, contudo, demonstração mais clara do que citar a regra que escreveu de próprio punho no seu exemplar da Imitação de Cristo. Já foi referida. Lembre-se que ele não sabia que a morte o aguardava no exterior da catedral a 6 de Agosto de 1875, nem que a Imitação seria encontrada no seu bolso nesse dia, nem que a sua regra seria alguma vez lida por outros. Eis, pois, a regra completa:

“ - Todas as manhãs, ao rezar, hei-de pedir em especial a virtude da humildade.
- Todos os dias, ouvirei a Missa, rezarei o Terço e lerei, além de um capítulo da Imitação, esta regra e as instruções anexas.
- Terei o cuidado de me manter, quanto possível, na presença de Deus, especialmente nas conversas, para não pronunciar palavras inúteis. Oferecerei constantemente o meu coração a Deus, sobretudo antes de qualquer acção.
- Direi a mim mesmo continuamente: Sou pior do que um demónio e mereço ter o Inferno por habitação. - Quando for tentado, acrescentarei: Que pensarei disto na hora da minha última agonia?
- No meu quarto, nunca rezarei sentado quando o possa fazer de joelhos ou de pé. Praticarei diariamente pequenos actos de humildade, como beijar o chão, por exemplo. Desejarei toda a espécie de humilhações, procurando, contudo, não as merecer por culpa minha. Regozijar-me-ei quando as minhas acções ou a minha pessoa forem insultadas e censuradas.
- Nunca falarei de mim, salvo para confessar os meus defeitos ou faltas.
- Esforçar-me-ei, pensando em Jesus e Maria, por domar a minha impaciência e contrariar as minhas inclinações naturais. Serei paciente e amável mesmo com quem me aborreça; nunca falarei mal dos meus inimigos.
- Todas as manhãs, antes de começar a trabalhar, anotarei o que tenho de fazer, tendo muito cuidado em distribuir bem o tempo, dedicar-me apenas a assuntos úteis e necessários e continuá-los com zelo e perseverança. Observarei escrupulosamente as leis da justiça e da verdade e nada terei em mente em todas as minhas acções senão a maior glória de Deus.
- Farei um exame particular duas vezes por dia sobre o exercício das diferentes virtudes e um exame geral todas as noites. Confessar-me-ei todas as semanas.
- Evitarei todas as familiaridades, ainda as mais inocentes, segundo exigir a prudência. Nunca passarei mais de uma hora em qualquer divertimento e, em geral, nunca antes das oito horas da noite."

Outro autor, Joseph Sladky, dá pormenores sobre o seu horário diário, que envergonharia muitos religiosos activos e contemplativos da actualidade:

A sua Regra de Vida [como presidente] mostra igualmente a disciplina da sua vida quotidiana. O seu dia era ordenado e regular. Levantava-se às 5h00, ia à igreja às 6h00, onde assistia à Missa e fazia a sua meditação. Às 7h00, visitava os doentes no hospital, regressando depois ao seu escritório, onde trabalhava até às 10h00. Após um pequeno-almoço frugal, trabalhava com os seus ministros até às 15h00. Depois do jantar, às 16h00, fazia as visitas necessárias e resolvia disputas. Às 18h00, regressava a casa e ficava com a família até às 21h00. Quando outros descansavam ou iam divertir-se, ele regressava ao gabinete e trabalhava até às 23h00 ou meia-noite.

Segue-se o relato de Potter acerca da morte do presidente:

O exame médico após o assassinato demonstrou que García Moreno foi baleado seis vezes e golpeado catorze vezes com um facão. Um dos golpes atravessou-lhe o cérebro.

Apesar de tudo, não morreu de imediato. Quando os sacerdotes da catedral chegaram até ele, ainda respirava. Foi transportado para o interior, sendo deitado aos pés da imagem de Nossa Senhora das Dores. Um médico foi chamado, em vão. Um dos sacerdotes pediu-lhe que perdoasse aos assassinos. Não podendo falar, respondeu com o olhar que já lhes tinha perdoado. Recebeu a Extrema-Unção. Quinze minutos depois, expirou, ali mesmo na catedral.

Sladky assinala que a rebelião esperada pelos anarquistas nunca se concretizou; o presidente era demasiado estimado.

Após o seu assassinato, toda a cidade de Quito entrou em luto, com os sinos a tocar incessantemente. Os conspiradores pensaram que o assassinato provocaria uma revolução, mas saíram desiludidos. Durante três dias, enquanto o corpo permaneceu em câmara ardente na catedral, milhares de pessoas enlutadas vieram prestar homenagem ao homem que tanto fizera pelo seu país. Na sessão de 16 de Setembro de 1875, o Congresso do Equador emitiu um decreto homenageando García Moreno como “O Regenerador da sua pátria e Martyr da Civilização Católica.”

Em 1921, no centenário do seu nascimento, um poeta escreveu estas palavras certeiras:

" O eterno correr do tempo  
Não apagou a grandeza que é tua,  
E nunca há-de, com toda a certeza,  
Deixar na obscuridade escura  
O brilho glorioso da tua vida sublime!"

É pena, creio, dizer que, mesmo que García Moreno seja inteiramente digno de beatificação (como creio, avaliando objectivamente a sua vida), actualmente seria visto como demasiado “fora da linha” dos temas do Vaticano II — Dignitatis Humanae, Gaudium et Spes, etc. É um presidente de Immortale Dei e Quas Primas, documentos já fora de moda. Mas talvez isto mude, um dia.

Afinal, as últimas palavras de García Moreno foram: “Deus não morre.” E também não morre a verdade sobre a primazia do espiritual e do sobrenatural sobre o temporal e o natural, sem a qual este último defininha e morre.

Peter Kwasniewski in New Liturgical Movement


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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

80 anos do milagre em Hiroshima na Festa da Transfiguração

A 6 de Agosto de 1945, Festa da Transfiguração de Cristo, um bombardeiro americano largou uma bomba atómica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão. A explosão incandescente matou cerca de 60 mil homens, mulheres e crianças.

Mas no meio de toda aquela catástrofe aconteceu um milagre de que poucos ouviram falar. A cerca de 1000 metros do "ground zero" um edifício ficou praticamente intacto, enquanto edifícios até 3 vezes mais longe ficaram completamente destruídos. Tratava-se de uma igreja onde viviam 8 missionários, sacerdotes jesuítas. 

Conhecidos desde aí como "os oito de Hiroshima", estes Padres saíram praticamente ilesos quando a explosão matou instantaneamente 86% das pessoas que se encontravam naquele raio de 1000 metros. Muitos outros morreram com os efeitos da radiação. Esses oito homens escaparam à explosão atómica e viveram até uma idade avançada, sem contaminação radioactiva. Ao longo dos anos foram submetidos a mais de 200 testes para tentar encontrar efeitos da radiação e todos deram negativo.

O padre Jesuíta Hubert Schiffer, um dos sobreviventes, tinha 30 anos na altura da explosão de Hiroshima em 1945. Depois de celebrar o Santo Sacrifício da Missa, da festa da Transfiguração, sentou-se para o pequeno-almoço quando todas as janelas brilharam com luz em todas as direcções.

Aqui está a descrição do Padre Schiffer sobre o que aconteceu: “Uma explosão assustadora encheu o ar com um violento choque como um trovão. Uma força invisível levantou-me da minha cadeira, arremessou-me através do ar, agitou-me, bateu-me, e arrastou-me a rodar e a rodar.

Ele teve algumas lesões menores, e os médicos do Exército Americano ainda confirmaram que ele e os seus sete companheiros não sofreram nem lesões graves nem danos de radiação.

Quando lhe perguntaram porque é que ele e os seus companheiros jesuítas saíram sem problemas enquanto que todas as outras pessoas àquela distância do "ground zero" tinha morrido, o Padre Schiffer respondeu: “Nós sobrevivemos porque estávamos a viver a mensagem de Fátima. Nós vivíamos e rezávamos o Terço diariamente em casa.”

Nagasaki, casa de dois terços dos Católicos japoneses, sofreu a segunda bomba atómica a 9 de Agosto de 1945. Este cidade, que se tinha tornado a “capital japonesa do Catolicismo” foi obliterada. No entanto, o mosteiro dos franciscanos estabelecido por São Maximiliano Maria Kolbe em Nagasaki permaneceu sem danos. 

São Maximiliano tinha anteriormente decidido ir contra um conselho que lhe tinham dado para construir o seu mosteiro numa localização mais perto da cidade. Em vez disso, São Maximiliano escolheu uma localização atrás de uma montanha. Quando a bomba atómica explodiu, o mosteiro mariano foi protegido e preservado.


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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Na sacristia da Basílica de Santa Maria Maior em Roma

"Celebra a Missa como se fosse a primeira, a única e a última Missa."


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O milagre que deu origem à Basílica de Santa Maria Maior

Neve em Roma é coisa rara. Neve em Roma no mês de Agosto, quando os romanos fogem da cidade por causa do calor insuportável, é impossível. Mas aconteceu.

No séc. IV, em Agosto, nevou no Monte Esquilino. Nossa Senhora tinha avisado um casal Patritio e o Papa Libério que seria esse o sinal miraculoso, ainda mais num Verão tórrido, para revelar onde deveria ser construída uma igreja em Seu nome.

E assim foi. A igreja é Santa Maria Maior, uma das 4 Basílicas Papais. E este dia 5 de Agosto passou a ser dedicado a Santa Maria das Neves.


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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

"Em casa do meu Pai há muitas moradas"





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Dia de São Domingos de Gusmão

Domingos nasceu no ano de 1170, em Caleruega, pequena localidade na Velha Castela. O pai, Félix de Gusmão, pertencia a uma família de alta linhagem na Espanha; a mãe era Joana de Aza. Antes de Domingos nascer, a sua mãe, num sonho misterioso, viu um cão que trazia na boca uma tocha acesa, de que irradiava luz sobre o mundo inteiro.

Efectivamente, São Domingos veio a ser uma luz extraordinária de caridade e de zelo apostólico, que dissipou grande parte das trevas das heresias e restabeleceu a verdade em milhares de corações vacilantes. Domingos, foi o nome dado à criança, devido à uma devoção que a mãe do santo tinha com São Domingos de Silos, do qual um dia teve uma aparição, comunicando-lhe os planos divinos em referência ao recém-nascido. A esse aviso extraordinário, os pais corresponderam com esmerada atenção na educação do filho. Domingos, pequeno ainda, deu provas de inclinação declaradíssima às coisas de Deus.

Seis anos contava o menino, quando os pais o confiaram a um tio, reitor de uma igreja em Gumyel. Sete anos passou Domingos na escola daquele sacerdote, aprendendo, além das primeiras letras, também acolitar, enfeitar os altares e cantar no coro. Terminado este curso prático, transferiu-se para Valência, onde existia uma universidade que mais tarde, em 1217, passou para Salamanca.

Durante o tempo dos estudos em Valência, isto é, durante seis anos, dedicou-se à arte retórica, além da filosofia e teologia. Acompanharam-lhe os trabalhos científicos às práticas da piedade, inclusive, severas penitências. Retraído por completo do mundo, visitava somente os pobres e doentes, protegia as viúvas e órfãos. Por ocasião de uma grande fome, vendeu os livros para poder socorrer os necessitados. Certa vez, ofereceu a sua própria pessoa para resgatar um jovem que caíra nas mãos dos mouros.

A caridade de Domingos, não satisfeita com as obras corporais de misericórdia, estendia-se principalmente às necessidades espirituais do próximo. Para este fim, desenvolveu um zelo extraordinário, como pregador. O primeiro fruto deste labor apostólico, foi a conversão do amigo e companheiro dos estudos, Conrado, que mais tarde entrou para a Ordem de Císter, elevado posteriormente à dignidade de Cardeal da Santa Igreja [provavelmente Conrado Cardeal de Urach].

Domingos contava apenas vinte e quatro anos e era considerado um dos mais competentes mestres da vida interior. Dom Diego de Asebes, bispo de Osma, conhecendo os brilhantes dotes de Domingos, convidou-o a incorporar-se ao cabido da diocese, esperando desta aquisição uma reforma salutar do clero. O prelado não se viu iludido nas suas previsões. Domingos era admirado de todos, como modelo exemplaríssimo em todas as virtudes cristãs.

Como cónego de Osma, Domingos percorreu diversas províncias da Espanha, pregando por toda a parte a palavra de Deus, pela conversão dos pecadores, cristãos e maometanos. Uma das conversões mais sensacionais que Deus operou por intermédio de Domingos foi a de Reiniers [ou Ranier], célebre heresiarca, que mais tarde tomou o hábito dos frades dominicanos.

Domingos não era ainda sacerdote. Do bispo de Osma recebeu a unção sacerdotal, continuando depois a missão apostólica de pregador. Quando, em 1224, por ordem do rei Afonso de Castela, o bispo de Osma foi à França na qualidade de embaixador real, a fim de tratar dos negócios matrimoniais do príncipe herdeiro Fernando, com a princesa de Lussignan, Domingos acompanhou-o. Na província de Languedoc, puderam de perto observar as horríveis devastações feitas pelos albingenses. Numa segunda viagem que empreenderam, cujo fim era buscar a princesa e entregá-la ao esposo, tiveram o grande desgosto de não a encontrar entre os vivos. Chegaram ainda a tempo de assistir-lhe ao enterro.

Preferiram, então, ficar na França, para dedicar-se à campanha contra os hereges. O bispo Diego, com o consentimento do Papa, ficou três anos na província de Languedoc. Passado este tempo, voltou à diocese.

A São Domingos, que foi nomeado superior da Missão, associaram-se doze abades cistercenses. Pouco tempo, porém, durou o trabalho coletivo. Dom Diego voltou à Espanha, os cistercenses retiraram-se para os seus claustros, e o próprio Legado pontifício abandonou o solo francês.

Domingos não desanimou, apesar da missão ter-se-lhe tornado dificílima e perigosa. Com mais oito companheiros que lhe foram mandados, continuou os trabalhos apostólicos. A inconstância, porém, que encontrou nos ajudantes, fez nele amadurecer a ideia de fundar uma nova Ordem, cujos membros, por um voto, se dedicassem à obra da pregação. Os primeiros que se lhe associaram foram Guilherme de Clairel e Domingos, o Espanhol.

Em 1215, a nova comunidade contava já dezasseis religiosos: seis espanhóis, oito franceses, um inglês e um português. Para assegurar a aprovação pontifícia, Domingos foi à Roma em companhia do bispo de Toulouse e apresentou-se ao Papa Inocêncio III. Coincidiu ele chegar à capital da Cristandade na abertura do Concílio de Latrão. Opinaram os padres que, em vez de aprovar as regras de novas ordens, devia o Concílio dirigir a atenção para as Ordens já existentes e aperfeiçoar-lhes as constituições.

 Inocêncio III, baseando-se nestas decisões, negou-se, por diversas vezes, a dar aprovação à regra da Ordem fundada por Domingos. Aconteceu, porém, que o Papa teve uma visão, quase idêntica à que lhe fez aprovar a Ordem de São Francisco de Assis, em 1209. Não querendo contrariar a obra do santo homem, deu consentimento à fundação da Ordem, prometendo a Domingos expedir a bula, logo que este tivesse adoptado uma regra de ordem já aprovada pela Igreja. Domingos decidiu-se em favor da regra de Santo Agostinho, à qual acrescentou mais algumas constituições, como por exemplo, o silêncio, o jejum e a pobreza.

Quando Domingos, pela segunda vez chegou à Roma, já não encontrou o Papa Inocêncio III, mas o sucessor deste, Honório III. Contrariamente ao que receava, obteve a aprovação da ordem, que veio a ser chamada Ordem dos Pregadores. Nomeado o primeiro superior, fez a profissão nas mãos do Papa.

Graças à generosidade do bispo de Toulouse e do conde Simão de Montfort, Domingos pôde construir o primeiro convento em Toulouse. O número dos religiosos crescera consideravelmente, de modo que Domingos pode introduzir na novel comunidade a regra recém-aprovada.

Pouco tempo depois, Domingos voltou à Roma e fundou diversos conventos na Itália. Em Roma, conheceu São Francisco de Assis, a quem se ligou em íntima amizade. Em 1218, foi a Bolonha fundar um convento, perto da Igreja de Nossa Senhora de Mascarella. Um ano depois, teve Domingos a satisfação de fundar outro na mesma cidade, sendo que este, tempos depois, veio a ser um dos mais importantes da Ordem na Itália.

O exemplo de São Francisco de Assis e o admirável desenvolvimento da Ordem por ele fundada, influiu grandemente no espírito de são Domingos. Como o Patriarca de Assis, introduziu S. Domingos na sua ordem o voto de pobreza em todo o rigor.

São Domingos convocou três capítulos gerais, e teve o prazer de ver a Ordem se estabelecer na Espanha, em Toulouse, na Provença e na França toda. Conventos surgiram na Itália, Alemanha e Inglaterra. O próprio fundador mandou emissários à Irlanda, Noruega, Ásia e Palestina.

São Domingos morreu no dia 6 de Agosto de 1221, aos 51 anos. Numerosos milagres por seu intermédio Deus se dignou fazer. O Papa Gregório IX inseriu-lhe o nome no catálogo dos Santos a 23 de Julho de 1234. Muito concorreu para o culto de S. Domingos na Igreja Católica, a devoção do Santíssimo Rosário, de quem era grande Apóstolo.

A Ordem dos Pregadores deu à Igreja muitos Santos, entre eles o grande São Tomás de Aquino, Santo Alberto Magno, Santa Catarina de Siena, São Vicente Ferrer e o Papa Pio V.

in paginaoriente.com


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