quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Cinco Santos cujos corpos estão incorruptos



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Santa Margarida foi mensageira entre Jesus e São Cláudio La Colombière

Desde as visões de Jesus a Santa Maria Margarida Alacoque a devoção ao Sagrado Coração de Jesus começou a crescer na Igreja. Mas houve outra personagem na História, um santo sacerdote jesuíta, que também teve o seu papel a cumprir. Disse Jesus a Santa Margarida:

"O carisma do Padre La Colombière [SJ] consiste em conduzir as almas a Deus. Por isso os demónios o hão-de obstaculizar de todas as maneiras. Mesmo pessoas consagradas a Deus o vão fazer sofrer, e não hão de aprovar aquilo que ele dirá nas suas pregações para as conduzir ao Senhor. Mas que a bondade de Deus seja o seu apoio nas suas cruzes na medida da confiança que ele puser n’Ele…" 

"Dirige-te ao meu servo (Cláudio La Colombiere) e diz-lhe da minha parte para fazer o possível para implantar esta devoção e assim dar esta alegria ao meu Coração. Acrescenta também que não se desencoraje por causa das dificuldades que encontrará nesta empresa, porque não faltarão certamente. Deve saber, porém, que é omnipotente aquele que desconfia completamente de si mesmo e se fia unicamente em Mim…"

São Claude La Colombière foi confessor de Santa Maria Margarida Alacoque até à sua morte, no dia 15 de Fevereiro de 1682.


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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Se eu não fosse católico…

Se eu não fosse católico e estivesse à procura da verdadeira Igreja no mundo de hoje, iria em busca da única Igreja que não se dá bem com o mundo. Por outras palavras, procuraria uma Igreja que o mundo odiasse. Faria isto porque se Cristo ainda está presente em qualquer uma das igrejas do mundo de hoje, Ele deve ainda ser odiado como o era quando estava na Terra, vivendo na carne.

Se quiser encontrar Cristo hoje procure uma Igreja que não se dá bem com o mundo. Procure uma Igreja que é odiada pelo mundo, como Cristo foi odiado pelo mundo. Procure pela Igreja que é acusada de estar desactualizada com os tempos modernos, como Nosso Senhor foi acusado de ser ignorante e nunca ter aprendido. Procure pela Igreja que os homens de hoje zombam e acusam de ser socialmente inferior, assim como zombaram de Nosso Senhor porque Ele veio de Nazaré. Procure pela Igreja que é acusada de estar com o diabo, assim como Nosso Senhor foi acusado de estar possuído por Belzebu, príncipe dos demónios .

Procure a Igreja que em tempos de intolerância (contra a sã doutrina) os homens dizem que deve ser destruída em nome de Deus, do mesmo modo que os que crucificaram Cristo julgavam estar prestando serviço a Deus.

Procure a Igreja que o mundo rejeita porque ela se proclama infalível, pois foi pela mesma razão que Pilatos rejeitou Cristo: por Ele se ter proclamado como A VERDADE. Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo, assim como Nosso Senhor foi rejeitado pelos homens. Procure a Igreja que, no meio das confusões de opiniões, os seus membros a amem do mesmo modo que amam a Cristo e respeitem a sua voz como a voz do seu Fundador.

E aí começará a suspeitar que se essa Igreja é impopular com o espírito do mundo é porque ela não pertence a este mundo. E, uma vez que pertence a outro mundo, será infinitamente amada e infinitamente odiada como foi o próprio Cristo. Pois só aquilo que é de origem divina pode ser infinitamente odiado e infinitamente amado. Portanto, essa Igreja é divina .

Arcebispo Fulton J. Sheen in Radio Replies, Vol. 1


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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Seminaristas cada vez mais tradicionais

Christian Marquant escreve em Veilleurs-Paris.fr que os poucos seminaristas que entram nos seminários diocesanos, em França, estão cada vez mais 'tradicionais'. De facto, as ideias desses seminaristas estão cada vez mais parecidas com as dos que entram em seminários de Rito Tradicional.

O texto cita os números apresentados pelo Abbé de Tanoüarn sobre as entradas deste ano em seminários tradicionais: 

- 25 para o seminário da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, em Wigratzbad;
- 31 para o seminário da Sociedade Sacerdotal de São Pio X, em Flavigny;
- 12 para o seminário do Instituto do Bom Pastor, em Courtalain;
- 21 para o seminário do Instituto de Cristo Sumo Sacerdote, em Gricigliano.

Marquant acrescenta ainda que 36% das vocações provenientes da diocese de Versalhes (ao Oeste de Paris) entram em seminários tradicionais e apenas 11% no seminário da diocese de Paris.

E segundo uma sondagem do jornal La Croix, publicada no dia 22 de Dezembro, 14% dos seminaristas dioceses dizem querer celebrar a Missa Tradicional e 7% esperam celebrá-la regularmente.


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Santa Teresa de Ávila nas palavras de Dom Prosper Guéranger

Teresa sofreu toda a espécie de privações. Mas sofreu uma privação pior do que as privações humanas. Um dia, Deus mesmo pareceu faltar-lhe. Como antes dela São Felipe Benício, como depois dela São José Calazans e Santo Afonso Ligório, ela conheceu a provação de se ver condenada, rejeitada, ela e suas filhas e seus filhos, em nome e pela autoridade do Vigário do Esposo. 

Era um desses dias preditos desde há muito onde – agora da citação Apocalipse – foi dado à "besta" de fazer guerra aos santos e de os vencer. O espaço falta-nos para contar esses incidentes dolorosos. Para quê contá-los? A "besta" não tem nesses casos senão um modo de proceder, que repete no décimo sexto século, no décimo sétimo, no décimo oitavo século e sempre.

Como também a "besta" tem sempre o mesmo objectivo, Deus permitindo-o, não tem senão um objectivo: o de conduzir os seus a este alto grau de união crucificante onde aquele que quis ser o primeiro a saborear a amargura desta borra de vinho pôde dizer dolorosamente, mais do que ninguém: "Meu Deus, meu Deus porque me abandonastes?"

Dom Prosper Guéranger in Méditation: Le XV October, Sainte Thérese, Vierge 


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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

O Cardeal Müller está de volta: Não é um Sínodo, mas um Simpósio

O Cardeal Gerhard Ludwig Müller participou pela primeira vez no ex-Sínodo dos Bispos no dia 14 de Outubro. Não pôde estar presente nas duas primeiras semanas da reunião devido a uma hérnia.

Müller tomou imediatamente a palavra para dizer que o simpósio “não era um verdadeiro sínodo”. Criticou o facto de os padres, diáconos, religiosos e leigos também poderem votar ao lado dos bispos.

Numa declaração anterior, o Cardeal Müller tinha dito que não se tratava de um sínodo, “mas de um simpósio”.

Müller estava vestido de cardeal, enquanto a maioria dos bispos e cardeais limita o seu traje episcopal a uma cruz peitoral.

in gloria.tv


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São Calixto: de escravo e ladrão a Papa mártir

Natural de Roma e sucessor de Papa São Zeferino, São Calisto (ou Calixto) pertence também ele ao grémio dos Papas que deram a vida em defesa da Fé.

Foi escravo de Aurelius Carpoforus, pai da família imperial. Conta-se que Aurelius era cristão e acabou por conceder a liberdade a Calixto, a quem, inclusive, doou uma soma para que pudesse abrir o próprio negócio. Acontece que Calixto não aproveitou a oportunidade e chegou a apropriar-se de certa quantia de Aurelius, tendo depois fugido para Roma, onde acabou por ser capturado e teve de trabalhar para devolver o dinheiro furtado. O pai do imperador, porém, deu-lhe uma segunda oportunidade, determinando que fosse libertado. 

Mesmo assim, Calixto envolveu-se em algumas aventuras desonestas, fazendo com que fosse enviado para a Sardenha, onde passou um bom período submetido a a trabalhos formados nas minas. Nesta época reinava o Imperador Cómodo com a sua esposa Márcia, sendo um período, favorável aos cristãos exilados, durante o qual muitos receberam a liberdade, como Calixto.

O Papa Zeferino acabou por contratar os serviços de Calixto. Desempenhou-os tão bem, que acabou por ser nomeado secretário e, posteriormente, homem de confiança do Papa. Ficou muito famoso pelo empreendimento de grandes feitos administrativos, entre os quais a organização das catacumbas de Roma, onde estavam depositadas as relíquias dos santos da Igreja primitiva. Grande parte destas catacumbas ficaram muito conhecidas e levam o seu nome (famosas catacumbas de São Calixto). Ali, 46 Papas e milhares de mártires encontram-se enterrados. Possuem quatro pisos sobrepostos e mais de 20 quilómetros de corredores. Construiu também a Basílica de Santa Maria em Trastevere.

Após o martírio de São Zeferino, o clero e o povo de Roma elegeram São Calixto como a pessoa mais preparada para assumir o governo da Igreja. Era notável a sua fama de devoção e piedade. Havia, muito antes, declarado publicamente os seus pecados, afirmando que, se um pecador sinceramente contrito, se entregasse à penitência e deixasse para trás as suas maldades, poderia voltar a ser admitido entre os fiéis cristãos católicos, e que nenhum bispo o poderia destituir mesmo que por grave pecado, caso se arrependesse e viesse a levar vida de conversão e penitência. 

Ocorreu que um tal Hipólito, baseado no passado e associando nelas as declarações feitas, opôs-se terrivelmente, de forma que investiu de todas as formas para que Calixto fosse deposto do trono pontifício, mas os seus argumentos não encontraram eco nem no seio da Igreja, nem junto aos cristãos católicos.

Durante o seu pontificado, converteu muitos romanos ao Cristianismo e curou a vários doentes que padeciam de graves enfermidades. Também defendeu e consolou muito os cristãos vítimas de perseguições movidas pelos pagãos. Costumava fazer penitência com frequência, inclusive, chegou a submeter-se a 40 dias consecutivos de jejum. Combateu com constância as heresias adopcionistas e modalistas.

Foi ele também vítima de uma grande insurreição popular. Havia entre os pagãos, ódio generalizado por causa do tratamento favorável que o Imperador Eligobalo concedia aos cristãos. No mesmo ano (222), porém, pouco antes do martírio de São Calixto, Eligobalo e a sua mãe foram assassinados.

Assumindo, o Imperador Alexandre Severo não conseguiu deter o ódio popular e mandou prender Calixto, o qual foi enviado ao cárcere, onde o deixaram durante muitos dias sem comida e sem bebida. Foi encontrado pelos guardas em silêncio e com semblante muito tranquilo. Perguntaram-no se tinha fome ou sede após tanto tempo sem água ou comida, ao que respondeu: “Acostumei o meu corpo a passar dias e semanas sem comer e nem beber, por amor ao meu amigo Jesus Cristo”.

Foi no cárcere que, com as suas orações, curou a esposa do carcereiro quando ela já agonizava. Por causa deste milagre, o carcereiro deixou-se baptizar com toda sua família, ingressando na santa religião cristã.

Finalmente, por ordem imperial, São Calixto foi lançado num poço profundo, que foi coberto até a boca com terra e diversos escombros. O poço de Calixto é um local turístico de Roma , e está situado no Tribunal do convento de São Calixto, próximo à Basílica de Santa Maria, em Trastevere, venerado até hoje pelos cristãos. As suas relíquias encontram-se no cemitério de Calepódio, em Via Aurélia

in Página do Oriente


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sábado, 12 de outubro de 2024

5 coisas surpreendentes sobre a Beata que viveu 13 anos só da Comunhão

A Beata Alexandrina de Balasar foi uma grande mística do séc. XX:

1) Luta pela castidade

Ficou tetraplégica por preservar a sua castidade ao saltar de uma varanda, quando três homens invadiram o lugar onde ela e as amigas estavam para tentar abusar sexualmente delas.

2) Experiências místicas

Mesmo tetraplégica o Senhor concedeu-lhe, de 1938 a 1942, levantar-se da cama nas Sextas-Feiras para sofrer passo a passo a Paixão de Cristo.

3) Jesus era o seu único sustento

De 1942 a 1955 (até à sua morte) não colocou mais nenhum alimento em sua boca excepto a Sagrada Comunhão.

4) Testemunho de superação

Foi grande devota da Eucaristia e um grande testemunho de Santidade no meio as limitações da vida.

5) Beatificação

Conhecida como a “Santinha de Balasar”, Alexandrina foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 25 de Abril de 2004.

in pt.churchpop


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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Maternidade da Santíssima Virgem Maria

Celebra-se hoje a Festa da Maternidade da Santíssima Virgem Maria. Apesar da estranheza de se celebrar a festa tão longe do Natal, há motivações históricas para isso. Foi no dia 11 de Outubro de 431, durante o I Concílio de Éfeso, que foi definido o primeiro dos quatro Dogmas Marianos: o Dogma da Divina Maternidade de Maria. O Papa Pio XI, em 1931, por causa do 15º Centenário do Concílio, instituiu a Festa litúrgica. 

O título de Mãe de Deus, entre todos os que são atribuídos à Virgem, é o mais glorioso. Ser a Mãe de Deus é, para Maria, a sua razão de ser, o motivo de todos os seus privilégios e das suas graças. 

Para nós, esse título encerra todo o Mistério da Encarnação, e nada mais vemos que seja, mais do que este, uma fonte de louvores para Maria e de alegria para nós.  

Santo Efrém pensava justamente que crer e afirmar que a Santíssima Virgem Maria é Mãe de Deus, é dar uma prova segura de nossa Fé. A Igreja, por isso, não celebra nenhuma festa de Maria sem louvá-la por esse privilégio. E, assim, saúda a Beata Mãe de Deus na Imaculada Concepção, na Natividade, na Assunção; e nós, na reza frequentíssima da Avé Maria, fazemos o mesmo.  

A heresia nestoriana 

Theotókos, Mãe de Deus, é o nome com o qual, nos séculos, tem sido designada Maria Santíssima. Fazer a história do Dogma da Maternidade Divina é fazer a história de todo o Cristianismo, porque o Nome havia entrado tão profundamente no coração dos fiéis que, quando Nestório, Patriarca de Constantinopla, ousou afirmar que Maria era apenas a mãe de um homem porque era impossível que Deus nascesse de uma mulher, o povo protestou escandalizado. 

Nestório defendia que Cristo não seria uma pessoa única, mas que Nele haveria uma natureza humana e outra divina, distintas uma da outra, e, por consequência, negava o ensinamento tradicional de que a Virgem Maria pudesse ser a "Mãe de Deus" (em grego, Theotokos), portanto Ela seria somente a "Mãe de Cristo" (em grego Cristokos), para restringir o Seu papel como mãe apenas da natureza humana de Cristo e não da sua natureza divina. 

Era Patriarca de Alexandria, à época, São Cirilo, o homem suscitado por Deus para defender a honra da Mãe do Seu Filho. Cirilo dizia estupefacto: "Espanta-me saber que há pessoas que pensam que a Santa Virgem não deva ser chamada Mãe de Deus. Se Nosso Senhor é Deus, Maria, que o pôs no mundo, não é a Mãe de Deus? Mas esta é a Fé que nos transmitiram os Apóstolos, mesmo que não tenham usado estes termos; e é a Doutrina que aprendemos dos Santos Padres".  

O Concílio de Éfeso 

Nestório, contudo, não mudou o seu pensamento, e o Imperador Teodósio II convocou a pedido dele um Concílio, que foi aberto em Éfeso no dia 24 de Junho de 431, sob a direção de São Cirilo, legado do Papa Celestino I, que já o havia autorizado a depor e excomungar Nestório. Estavam presentes cerca de 200 Bispos. 

O Concílio denunciou logo no começo os ensinamentos Nestório como errados, e decretou que Jesus é uma só Pessoa, e não duas pessoas distintas, Deus completo e homem completo, e declarou como Dogma que a Virgem Maria devia ser chamada de Theotokos, porque Ela concebeu e deu à luz Deus como um homem. Os Bispos proclamaram que "a Pessoa de Cristo é Una e Divina, e que a Santíssima Virgem deve ser reconhecida e venerada por todos na qualidade de Verdadeira Mãe de Deus", condenando o nestorianismo como heresia. E a condenação de suas heresias foi reafirmada novamente no Concílio de Calcedónia em 451 d.C. 

O Cânon 1-5 condenou Nestório e os seus seguidores como hereges: "Quem não confessar que o Emanuel é Deus e que a Santa Virgem é Mãe de Deus por essa razão seja anátema!"

Diante da decisão do Concílio, os cristãos em Éfeso entoaram cantos de triunfo, iluminaram a cidade e reconduziram a suas casas, com tochas acesas, os Bispos "vindos" - gritavam eles - "para nos devolver a Mãe de Deus e ratificar com a sua santa autoridade o que estava escrito em todos os corações".  

Os esforços de Satanás tinham conseguido, como sempre, o único resultado de preparar o Triunfo à Virgem, e os Padres do Concílio, para perpetuar a lembrança do acontecido, acrescentaram ao Ave Maria, segundo nos diz a Tradição, as palavras: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte". Milhões de pessoas recitam todos os dias esta oração, e reconhecem a Maria a glória de Mãe de Deus, que um herético pretendera negar.   

Maria, Verdadeira Mãe de Deus

Reconhecer que Maria é Verdadeira Mãe de Deus é coisa fácil. "Se o Filho da Santa Virgem é Deus", escreve Papa Pio XI na Encíclica Lux Veritatis, "Aquela que O gerou merece ser chamada Mãe de Deus; se a Pessoa de Jesus Cristo é Una e Divina, todos, sem dúvida, devem chamar Maria de Mãe de Deus, e não somente de Cristo Homem. Como as outras mulheres são chamadas, e são realmente mães, porque formaram nos seus ventres a nossa substância mortal, e não porque criaram a Alma humana, assim Maria adquiriu a Maternidade Divina por ter gerado a Única Pessoa do Seu Filho".   

Maria e Jesus

A Maternidade Divina une Maria ao Filho com um legame mais forte do que aquele que há entre as outras mães e os seus filhos. Estas não obram por si só a geração, e a Santa Virgem ao contrário, gerou o Filho, o Homem-Deus, com a Sua substância; e Jesus é prémio da Sua virgindade e pertence a Maria pela geração e pelo nascimento no tempo, pela amamentação com a qual O nutriu, pela educação que Lhe deu, pela autoridade materna exercitada sobre Ele. 

Maria e o Pai

A Maternidade Divina une de modo inefável Maria ao Pai. Maria tem por Filho o próprio Filho de Deus. Imita e reproduz no tempo a geração misteriosa com a qual o Pai gerou o Filho na Eternidade, restando assim associada ao Pai na Sua paternidade. "Se o Pai nos manifestou uma afeição tão sincera, dando-nos o Seu FIlho como Mestre e Redentor", dizia Bossuet, "o Amor que tinha por Vós, ó Maria, fez-Lhe conceber bem outros desígnios a Vosso respeito, e estabeleceu que Jesus fosse Vosso como é d'Ele, e para realizar conVosco uma Sociedade Eterna, quis que Vós fósseis a Mãe do Seu único Filho, e quis ser o Pai do Vosso Filho" (Discurso acerca da Devoção à Santa Virgem). 

Maria e o Espírito Santo
  
A Maternidade Divina une Maria ao Espírito Santo, porque, por obra do Espírito Santo, concebeu no Seu ventre o Verbo. Nesse sentido, Papa Leão XIII chama a Maria de Esposa do Espírito Santo (Enc. Divinum Munus, in fine; 9 de Maio de 1897), e Maria é do Espírito  Santo o Santuário Privilegiado, pelas inauditas maravilhas que operou n'Ela:

"Se Deus está com todos os santos", afirma São Bernardo, "está com Maria de um modo todo especial porque entre Deus e Maria o acordo é assim total que Deus não só se  uniu a Sua vontade, mas a Sua Carne, e com a Sua substância e aquela da Virgem fez um só Cristo; e Cristo, se não deriva todo inteiro de Deus e todo inteiro de Maria, todavia é todo inteiro Deus e todo inteiro de Maria, porque não há dois Filhos, mas um só Filho, que é Filho de Deus e da Virgem. O Anjo diz: 'Saúdo-te, o cheia de graça, o Senhor é contigo. É contigo não apenas o Senhor Filho, que revestiste da tua carne, mas o Senhor Espírito Santo do qual concebeste, e o Senhor Pai, que gera Aquele que tu concebeste. Está contigo o Pai que faz com que o Filho seja teu Filho; está contigo o Filho que, para realizar o Adorável Mistério, abre o teu seio miraculosamente e respeita o Sigilo da tua Virgindade; está contigo o Espírito Santo, que, com o Pai e o com o Filho, santifica o teu seio. Sim, o Senhor está contigo"  (3ª Homilia Super Missus Est).  

Maria Nossa Mãe

Saudando-Vos, hoje, com o belo título de Mãe de Deus, não esquecemos que "tendo dado a vida ao Redentor do Género Humano, por isso mesmo Vos tornastes Mãe Nossa Dulcíssima, e que Cristo nos quis por irmãos. Escolhendo-Vos por Mãe do Seu Filho, Deus Vos inculcou sentimentos completamente maternos, que respiram apenas Amor e Perdão" (Pio XI, Enc. Lux Veritatis).  

Desde a Glória do Céu, onde estais, lembrai-Vos de nós que Vos rogamos com tanta alegria e confiança. "O Omnipotente está em Vós, e Vós sois omnipotente com Ele, Omnipotente por causa d'Ele, Omnipotente depois d'Ele", como diz São Boaventura. Vós podeis Vos apresentar diante de Deus, não tanto para rogar, quanto para comandar, Vós sabeis que Deus atende infalivelmente a Vossos desejos. Nós somos, sem dúvida, pecadores, mas Vós Vos tornais Mãe de Deus por nossa causa, e "nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa protecção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por Vós desamparado. Assim, animados com igual confiança, a Vós ó Virgem entre todas singular, como a Mãe recorremos, de Vós nos valemos, gemendo sob o peso de nossos pecados nos prostramos a Vossos pés. Não desprezeis as nossas súplicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de nos alcançar o que Vos rogamos" (São Bernardo). 

A festa do dia 11 de Outubro
  
Em 1931 celebrava-se o 15° Centenário do Concílio de Éfeso, e Papa Pio XI pensou que seria "coisa útil e agradável aos fiéis meditar e reflectir sobre um Dogma tão importante" como o da Maternidade Divina, e, para deixar um testemunho perpétuo de sua devoção à Virgem, escreveu a Encíclica "Lux Veritatis", restaurou a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e instituiu uma Festa Litúrgica que "iria contribuir para desenvolver no Clero e nos fiéis a devoção para com a Grande Mãe de Deus, apresentando às famílias, como modelos, Maria e a Sagrada Família de Nazaré", para que sejam sempre mais respeitadas a santidade do matrimónio e a educação da juventude.  

Giulia d'Amore in Pale Ideas


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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

66 anos da morte do Papa Pio XII, Eugenio Pacelli



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Dia de São Francisco de Borja

Glória da nobreza espanhola e da Companhia de Jesus. Grande de Espanha, Marquês de Lombay, Duque de Gândia, Vice-rei da Catalunha, Geral da Companhia de Jesus, iluminou a sua época com invulgar sabedoria política e altas virtudes.

O pequeno Ducado de Gândia, pertencente ao Reino de Valência, era governado no início do século XVI por Dom João de Borja. A sua mãe, viúva pela segunda vez aos 18 anos, logo que o filho pôde administrar o Ducado, retirou-se aos 33 anos de idade para o mosteiro de las Descalzas, como vulgarmente são denominadas em Espanha as monjas clarissas. Lá já se encontrava a sua filha Isabel, que edificava por causa da sua virtude.

Dom João era casado com Dona Joana de Aragão, neta, por um ramo bastardo, do Rei Fernando de Aragão, esposo de Isabel, a Católica. Expulsando os mouros de Granada, no mesmo ano em que promoviam a descoberta da América, esses soberanos puseram fim a oito séculos de dominação moura em Espanha.

Francisco, primogénito dos Duques de Gândia, nascido a 28 de Outubro de 1510, deveu à mãe a sua precoce piedade. Dona Joana tinha especial predilecção por ele, devido ao seu bom temperamento e natural inclinação à virtude. Não descuidando em que recebesse formação própria ao seu ilustre sangue, escolheu para ele dois preceptores de conhecida erudição e comprovada virtude.

Modelo de virtude na luxuosa Corte

Aos 10 anos Dom Francisco perdeu a mãe. Devido a este falecimento, o menino deixou o convívio do pai e dos sete irmãozinhos, pois a sua educação foi confiada ao tio materno, Arcebispo de Saragoça. Com ele passou alguns anos.

Como o costume exigia então, os filhos dos Grandes de Espanha passavam a juventude como pajens na Corte. Assim, ao cumprir 16 anos, Francisco foi enviado à de Carlos V, jovem rei da Espanha e Imperador do Sacro Império. Este logo se afeiçoou ao adolescente pela nobreza de sangue, seriedade, diligência e piedade.

A Imperatriz Isabel, filha do Rei de Portugal e esposa de Carlos V, tinha tal dilecção por Dom Francisco que, atingindo ele os 20 anos, deu-lhe por esposa Dona Leonor de Castro, a sua melhor dama de companhia, então com 17 anos, em cujas veias corria o mais ilustre sangue luso. Como presente de bodas, o Imperador Carlos V concedeu a Dom Francisco, além do título de Marquês de Lombay, a nomeação como Montero-Mor da sua Casa. E a Imperatriz acrescentou-lhe o de seu Cavalariço-Mor, e à Marquesa, esposa de Francisco, o de sua Camareira-Mor.

A Imperatriz quis ser a madrinha do primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Carlos, em honra do Imperador. E também dispôs que seu filho Felipe — o futuro Felipe II — fosse o padrinho.

No meio a todas essas distinções, sendo dos poucos a ter entrada livre na câmara real e vivendo em faustosa Corte, o jovem Marquês de Lombay mostrava-se sempre simples e recatado, impressionando a todos por sua rara virtude. Esta era fruto do hábito salutar que adquirira de domar sempre suas paixões e más inclinações. Para isso, utilizava os métodos mais eficazes, como a oração, confissão e comunhão frequentes, além de penitências voluntárias. Dona Leonor procurava seguir a mesma trilha.

Deus abençoou-os concedendo-lhes cinco filhos e três filhas, uma das quais seguiria a senda da bisavó, entrando também para las Descalzas de Gândia. Após o nascimento do oitavo filho, os Marqueses, de comum acordo, decidiram viver em estado de continência, embora não tivessem atingido ainda os 30 anos de idade…

O ano de 1529 marcou profundamente a vida do Marquês. A Imperatriz Isabel faleceu, após breve doença, no auge do poder e da sua extraordinária beleza. Como prova de estima pelo casal, o Imperador dispôs que apenas a Marquesa amortalhasse a sua esposa e que fosse o Marquês quem acompanhasse os restos mortais dela até ao Panteón Real, em Granada.

Quando, após 15 dias de trasladado, sob um sol abrasador, o Marquês teve que reconhecer ante os notários aquele corpo já em adiantado estado de corrupção, constatou novamente, de maneira pungente, a fragilidade das glórias deste mundo. E renovou seu propósito de, se sobrevivesse à esposa, dedicar-se somente à vida que não tem fim, numa Ordem Religiosa.

São João de Ávila, a quem então abriu a sua alma, aprovou-lhe a decisão.

Vice-rei da Catalunha – “Exílio” em Gândia

Apenas voltou de Granada, Carlos V nomeou-o Vice-rei da Catalunha, cargo de grande confiança e responsabilidade, anteriormente concedido somente a pessoas mais idosas e já experimentadas em funções semelhantes. O Imperador reconhecia assim, naquele vassalo fiel de 30 anos incompletos, a maturidade e prudência necessárias para tal cargo.

Nos três anos do seu vice-reinado, Dom Francisco acabou com o banditismo que infestava a região, robusteceu a fronteira com a França, implementou a marinha e, em tudo, mostrou-se hábil político e grande administrador. Quando, em 1542, ia começar o seu segundo triénio, o Marquês recebeu a notícia do falecimento de seu pai. Pediu então licença ao Imperador para ir pôr as coisas em ordem no Ducado que herdara.

Esta foi-lhe concedida, mas Carlos V já o havia nomeado Mordomo-Mor da Princesa da Espanha, Presidente de seu Conselho e Superintendente de seu Erário. À Duquesa, sua esposa, o Imperador nomeara Camareira-Mor; e às suas duas filhas maiores, damas de honra. Todos entenderam que, nomeando a Dom Francisco Mordomo-Mor de seu filho Felipe, Carlos V tencionava designar assim o primeiro-ministro do próximo reinado.

Entretanto… Deus queria para Dom Francisco não a vida na Corte, mas o governo do pequeno Ducado, a fim de melhor prepará-lo para a grandíssima missão que lhe destinava. E assim sucedeu que, quando Carlos V comunicou à Família Real portuguesa qual a Casa e Servidores que, com diligência, havia escolhido para a futura rainha da Espanha, os soberanos portugueses, por motivos ignorados, rejeitaram o Duque de Gândia.

Dom Francisco, nos sete anos seguintes, dedicou-se inteiramente ao seu novo Estado e à vida de família. Fundou um Colégio da Companhia de Jesus, depois elevado a Universidade, para dar formação verdadeiramente católica não só aos filhos dos seus vassalos, mas principalmente aos dos mouriscos residentes no ducado, que mal aprendiam a verdadeira Religião.

Já se afeiçoara à nova milícia fundada por Inácio de Loyola, devido à amizade que mantinha com Pedro Fabro, Pe. Araoz e um dos jovens jesuítas que foram para o Colégio de Gândia, o futuro São Luís Beltrão, Apóstolo da Colômbia.

Membro da Companhia de Jesus

Em 1546, o Duque teve a dor de ver morrer a sua piedosa esposa. Se, por um lado, com apenas 36 anos, ele se via livre para realizar o seu projecto de consagrar-se a Deus, de outro prendia-o ao mundo a sua numerosa prole, ainda quase toda na infância.

O seu desejo de pertencer à Companhia de Jesus levou-o a enviar a Inácio de Loyola uma carta pedindo-lhe humildemente que o aceitasse entre os seus filhos e expondo-lhe os obstáculos que se antepunham a tal desejo: a saber, a sua condição de pai e Duque. Enquanto isso, fez voto de castidade e obediência ao superior dos jesuítas de Gândia.

A carta de Dom Francisco chegou ao Geral da Companhia de Jesus num momento de grande dor, pois este acabara de perder o seu primeiro e muito amado discípulo, Pedro Fabro, consumido por seu extraordinário zelo. Santo Inácio, que por revelação divina já soubera que o Duque entraria para Companhia, por nova luz sobrenatural teve conhecimento de que ele seria digno substituto do filho perdido.

E, realmente, o fundador da Companhia tinha o Duque em tão alta conta, que passou a consultá-lo sobre problemas que ele enfrentava na Espanha, recomendando ao seu Provincial que fizesse o mesmo.

Certa vez, tratando-se de uma fundação em Sevilha, à qual Santo Inácio não estava muito inclinado, enviou-lhe, a Gândia, uma folha em branco com a sua assinatura e deixando ao Duque o poder de decisão.

Do papel que passou a ter Dom Francisco nos destinos da Companhia, dá prova o Cardeal Cienfuegos ao afirmar que “todas as empresas e dificuldades da Companhia na Espanha e mesmo na Europa passavam por Gandia, buscando a direcção e o juízo de Borja, amparo da sua grandeza e abrigo na sua sombra”.

Profissão secreta na Companhia de Jesus

Carlos V, que nunca esquecia o Duque, pensou em nomeá-lo Presidente do Conselho do novo reinado. Ao convocar as Cortes Gerais do Reino de Aragão, em 1547, escolheu as pessoas que haviam de acompanhar o seu filho Felipe, figurando na cabeça da lista o Duque de Gândia. Nomeou-o também Tratador (um dos quatro intermediários entre o Príncipe regente e os seus Estados). Dom Felipe insistiu então com o Duque para que aceitasse definitivamente o cargo de Mordomo-Mor.

Dom Francisco recorreu a Santo Inácio. Este foi imediatamente ao Vaticano, suplicando ao Santo Padre uma dispensa extraordinária para que um nobre pudesse fazer a profissão solene na Companhia, conservando-a entretanto em segredo, mantendo as aparências de secular, pelo decurso de três anos, a fim de colocar os seus filhos. Assim, esse nobre (cujo nome foi ocultado) ficaria livre de todos os assaltos exteriores.

Obtida a dispensa, o fundador da Companhia enviou-a ao Duque, recomendando-lhe que não se aproximasse de Roma, pois era desejo do Papa conceder-lhe o barrete cardinalício.

O novo professo da Companhia continuou intervindo na reforma dos conventos relaxados. E quando os inimigos da Companhia lançaram uma campanha de calúnias contra seu fundador e os Exercícios Espirituais, por ele redigidos, Santo Inácio escreveu ao Papa pedindo um exame rigoroso dos mesmos, com uma consequente sentença pontifícia. Esta veio mediante o breve Pastoralis officii cura, uma aprovação explícita e honrosa da obra, concedendo indulgências a quem dela se aproveitasse. Isso fez calar e estremecer os seus caluniadores. 

Ao fim de quase três anos, conseguiu o Duque casar os seus filhos maiores. Transferira alguns dos seus privilégios para o seu segundo filho, e encarregara o mais velho de proteger e educar os três menores. Tudo parecia pronto quando, casando-se novamente o Príncipe Felipe, pensou outra vez no Duque para seu Mordomo-Mor.

Encontro de dois Santos

Dom Francisco escreveu a Santo Inácio pedindo-lhe licença para refugiar-se em Roma, uma vez que Paulo III havia falecido e o “perigo” do barrete cardinalício estava momentaneamente afastado. O Geral da Companhia recebeu de braços abertos aquele filho, que conhecia só sobrenaturalmente. Quando o Duque se ajoelhou para pedir-lhe a bênção, Santo Inácio fez o mesmo e reuniram-se os dois santos num longo abraço.

Mas não tardou que o novo Papa, Júlio III, conhecendo melhor o Duque, desejasse cumulá-lo de honras, inclusive a concessão do barrete cardinalício. Santo Inácio mandou-o então afastar-se de Roma e voltar para a Espanha. Aí, recebeu finalmente, como Grande de Espanha que era, a permissão de Carlos V para fazer-se religioso. Já podia deixar os trajes seculares, usar batina e receber a ordenação sacerdotal. Tinha então quarenta anos de idade.

Pode-se imaginar que repercussão tal acontecimento provocou na devota Espanha! De todos os lados choveram pedidos para sermões, visitas e exercícios espirituais. Santo Inácio nomeou o ex-Duque de Gândia, apesar da sua recente ordenação, Comissário Geral da Companhia para toda a Espanha.

Certo dia, ao visitar nessa qualidade os jesuítas de Ávila, estes referiram-se a uma freira, cuja vida estava pontilhada de eventos extraordinários e que era muito perseguida e caluniada. Assim encontraram-se São Francisco de Borja e Santa Teresa de Jesus. O primeiro confirmou que esta era guiada pelo espírito divino, e transformou-se em seu ardente protector.

Mas, novamente, o demónio e seus sequazes humanos recomeçaram a campanha de calúnias contra a Companhia de Jesus. O próprio Arcebispo de Saragoça, tio do Pe. Francisco, pregava contra os jesuítas. Em alguns lugares foram estes apedrejados.

Carlos V, vendo a tempestade que se formara, mandou chamar seu antigo protegido. Em uma conversa de três horas, comprovou toda a santidade do antigo Duque e a malícia dos caluniadores. A protecção do Imperador salvou novamente a Companhia. Pouco depois, Carlos V renunciava ao trono e retirava-se para o mosteiro de Yuste, onde três anos depois terminaria os seus dias, mencionando no seu testamento o Pe. Francisco.

Superior Geral da Companhia de Jesus e glorificação post-mortem

Ao falecer Santo Inácio, o novo Geral, Pe. Laynes, devendo ausentar-se de Roma para participar do Concílio de Trento com o Pe. Salmeron, na qualidade de teólogos do Papa, chamou à Cidade Eterna o Pe. Francisco, nomeando-o Vigário Geral da Companhia. Isso lhe preparava o sucessor, pois, realmente, quando faleceu o Pe. Laynes, Francisco de Borja foi eleito por unanimidade terceiro Geral da Companhia.

No seu governo, enviou os seus filhos ao Novo Continente, inaugurou o noviciado da Ordem, recebendo nele o futuro Santo Estanislau Kostka e muitos outros que morreriam mártires em terras de infiéis.

O Papa São Pio V, preparando a sua cruzada contra os turcos, pediu ao Geral da Companhia, devido ao seu sangue real e grande prestígio que gozava na Corte da Espanha, que fosse pessoalmente tratar com o rei Felipe II sobre a sua ajuda.

Ao voltar para Roma, alquebrado e com a saúde muito abalada, Francisco de Borja entregou a sua alma ao Criador, na noite de 30 de Setembro de 1572. Não só o povo, mas também Bispos e Cardeais acorreram à casa da Companhia para oscular os restos mortais daquele que já consideravam Santo.

Em 1671, Clemente XI canonizou-o solenemente. Toda a Espanha vibrou, especialmente a nobreza, que o nomeou seu patrono, obtendo ainda o traslado dos seus restos mortais para Madrid.

in lepanto.com.br

Fontes de referência:

Adro Xavier, EL DUQUE DE GANDÍA, El Noble Santo del Primer Imperio – Apuntes históricos, Editora Espasa-Calpe, S. A., Madrid, 1950.
Santos de Cada Dia, tomo III, 3 de Outubro, São Francisco de Borja, Organizado pelo Pe. José Leite, S. J., Editorial A.O., Braga, Portugal, 1987.
Marcelle Auclair, Santa Teresa de Ávila, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1959.



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quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Requiem aeternam

Rezar pelos mortos é uma obra de misericórdia espiritual. Rezemos pelo descanso eterno da alma do Bispo Bernard Tissier de Mallerais, que foi ontem chamado por Deus à Sua presença.


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terça-feira, 8 de outubro de 2024

Santa Brígida e as mulheres que iluminam a casa com a luz da Fé

O primeiro período na vida desta santa foi caracterizado pelo seu casamento feliz. O marido chamava-se Ulf e governava um importante território do Reino da Suécia. O casamento durou vinte e oito anos, até à morte de Ulf. Deste casamento nasceram oito filhos, a segunda dos quais, Catarina, é venerada como santa. Eis um sinal eloquente do empenho educativo de Brígida para com os seus filhos.


Brígida, que tinha direcção espiritual com um religioso erudito que a introduziu no estudo das Escrituras, exerceu uma influência muito positiva naquela família que, graças à sua presença, se tornou uma verdadeira «Igreja Doméstica». Juntamente com o marido, adoptou a Regra dos Terciários franciscanos. Praticava generosamente obras de caridade em prol dos pobres, e fundou um hospital. Com a esposa, Ulf aprendeu a melhorar o seu carácter e a progredir na vida cristã. No regresso de uma longa peregrinação a Santiago de Compostela [...], o casal decidiu viver na abstinência; mas, pouco tempo depois, na paz de um mosteiro para onde se tinha retirado, Ulf terminou a sua vida terrena.

Este primeiro período da vida de Brígida ajuda-nos a apreciar o que poderíamos definir hoje como uma verdadeira «espiritualidade conjugal»: em conjunto, os dois elementos de um casal cristão podem percorrer um caminho de santidade, apoiados na graça do sacramento do matrimónio. Muitas vezes, como foi o caso da vida de Santa Brígida e de Ulf, é a mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, a sua delicadeza e a sua doçura, consegue levar o marido a percorrer um caminho de fé. 

Penso reconhecidamente em muitas mulheres que também hoje iluminam, dia após dia, as suas famílias com o seu testemunho de vida cristã. Que o Espírito do Senhor possa suscitar, também nos nossos tempos, a santidade dos casais cristãos, para mostrar ao mundo a beleza do casamento vivido segundo os valores do Evangelho: o amor, a ternura, a ajuda recíproca, a fecundidade na geração e educação dos filhos, a abertura e a solidariedade para com o mundo, a participação na vida da Igreja.

Papa Bento XVI in Audiência Geral (27/10/2010)


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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Lepanto: quando Nossa Senhora derrotou o Império Otomano

A 7 de Outubro de 1571, há 453 anos, a Armada Católica, composta de aproximadamente 200 galeras, concentrou-se no golfo de Lepanto, onde D. João d’Áustria mandou hastear o estandarte enviado pelo Papa e bradou: “Aqui venceremos ou morremos” e deu a ordem de batalha contra os muçulmanos, seguidores de Maomé, os quais, liderados pelo Pachá Ali, pareciam, a princípio, levar a melhor, por serem em maior número e pela estratégia adoptada. 

Após 10 horas de batalha, houve o prodigioso evento: de repente e de maneira inexplicável, tendo em vista a situação de quase vitória dos inimigos de Cristo, da Igreja e do Ocidente, os muçulmanos, apavorados, bateram em retirada... Mais tarde, alguns muçulmanos, prisioneiros de guerra, confessaram que uma brilhante e majestosa Senhora aparecera no céu, ameaçando-os e incutindo-lhes tanto medo, que entraram em pânico e começaram a fugir. Ao verem os muçulmanos em fuga, os Cristão renovaram as forças e reverteram o resultado da batalha.

Enquanto isto, a Cristandade em peso rogava o auxílio da Rainha do Santíssimo Rosário. O Papa São Pio V, em Roma, pedia aos Católicos que redobrassem as preces e foi atendido. Formaram-se Confrarias do Rosário que promoviam procissões e orações nas igrejas, suplicando a vitória da Armada Católica. O Pontífice, grande devoto do Rosário, teve, no momento em que a batalha chegava ao seu desfecho milagroso, uma visão sobrenatural, em que viu a vitória da Armada Católica e, imediatamente, exultando de alegria, voltou-se para quem estava com ele e exclamou: “Vamos agradecer a Jesus Cristo a vitória que acaba de conceder à nossa esquadra”. 

A confirmação da visão chegou apenas na noite do dia 21 de Outubro, quando o aviso escrito chegou a Roma. Em memória da estupenda intervenção de Maria Santíssima, o Papa dirigiu-se em procissão à Basílica de São Pedro, onde cantou o Te Deum e introduziu a invocação 'Auxílio dos Cristãos' na Ladainha de Nossa Senhora. E para perpetuar essa extraordinária vitória da Cristandade, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Vitória, que, dois anos mais tarde, tomou a denominação de festa de Nossa Senhora do Rosário. 

Com o objectivo que se recordasse para sempre que a Vitória de Lepanto se deveu à intercessão da Senhora do Rosário, o Senado Veneziano mandou pintar um quadro representando a batalha naval com a seguinte inscrição: “Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos fecit”. (Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória).

in farfalline.blogspot.pt


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domingo, 6 de outubro de 2024

Morte e enterro na Cartuxa

A Ordem da Cartuxa é uma ordem contemplativa fundada por São Bruno. A Cartuxa é considerada a ordem mais austera do Mundo e quem lá entra, se tudo correr bem, nunca mais de lá sai.

A verdade é que entram no seu Deserto para sempre, para serem enterrados no cemitério da sua Cartuxa, mas sem pressa. Com 80 e 90 anos. Anos à espera não da morte mas da Vida Eterna.

Lucrando "cem vezes mais" do que deixaram. Desfrutando “do gozo e da paz do Espírito Santo”. Morrem repetindo o latim medieval: “Da cella ad cœlum”, da cela ao Céu…

Como símbolo dessa passagem, o corpo vai para a terra tal qual estava na cela, com o hábito branco, sem caixão. E como recebe a “pedrinha branca” do Apocalipse com o seu nome, no túmulo não terá nome.

Viveu numa família de solitários e estes acompanham-no ao seu descanso com um funeral sóbrio mas muito sentido, pois os cantos litúrgicos acompanham o cair da terra sobre um rosto protegido pelo capuz fechado, para que a sua face só veja a Face de Deus.


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sábado, 5 de outubro de 2024

Brasil: 300 homens por ano interessados em Seminário de Missa Tradicional

O seminário sacerdotal da Administração Apostólica de São João Vianney, em Campos, Brasil, recebe 300 (!) e-mails por ano de homens que pensam numa vocação disse o reitor do seminário, Rev. Mateus Mariano Costa, 33 anos.

Quando o seminário envia um formulário para ser preenchido, “150 voltam”, disse ele, acrescentando: “De 150, conseguimos aceitar 10 seminaristas por ano”. A Administração Apostólica é dirigida por D. Fernando Rifan e dedica-se ao Rito Romano Tradicional.

O reitor sabe que, graças à Internet, as imagens e os vídeos da missa em latim estão a espalhar-se e os católicos estão a interessar-se: “Estamos a chegar a muito mais pessoas do que há dez anos.” A maioria dos candidatos ao seminário vem de fora da Administração e, sobretudo, de igrejas de Missa Tradicional.

Um exemplo é o seminarista Tales Araújo de Freitas Lima é, 24 anos. Ele nasceu e cresceu numa família católica em Ipatinga, a mais de 400 km de Campos. Depois de descobrir a Missa em latim, decidiu entrar para o seminário de Administração Apostólica por causa dessa liturgia: “O que me atraiu foi toda a sacralidade que existe no nosso Rito, o sentido do mistério, do sagrado, o sentido do sacrifício de algo transcendente, do divino que acontece ali, devidamente favorecido pelo Rito”.

in gloria.tv


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Lei da Separação do Estado das Igrejas

A 5 de Outubro de 1910 cai a Monarquia em Portugal e é instaurada a I República. Em 1911, o Governo Provisório aprova a "Lei da Separação do Estado das Igrejas", orquestrada por Afonso Costa, Ministro da Justiça. Esta lei laicista foi uma autêntica declaração de guerra à Igreja Católica e aos católicos, tendo originado o corte de relações da Santa Sé com Portugal. Vejamos alguns dos artigos desta lei de "separação" que na prática subjugava a Igreja ao Estado:

Artigo 17º
Define que os religiosos só podem contribuir para as despesas do seu culto por intermédio das corporações autorizadas pelo Governo.

Artigo 23º
As corporações encarregadas do culto devem submeter a sua contabilidade, orçamentos e inventários à aprovação e controlo do Governo.

Artigo 26º
Proíbe ministros religiosos de serem eleitos para dirigir, administrar ou gerir as corporações encarregadas pelo exercício do culto autorizadas pelo Governo.

Artigo 30º
Novos edifícios usados ou construídos futuramente para culto religioso, passam para domínio do Estado ao fim de 99 anos, contados desde o primeiro dia em que lá se praticar culto religioso, sem indemnização alguma. Durante 99 anos, tais edifícios ( adquiridos ou construídos de futuro para o fim de culto religioso), não podem ser vendidos, hipotecados ou penhorados sem autorização do Governo.

Artigo 40º
Declara extintas as organizações que admitam quaisquer indivíduos anteriormente pertencentes a ordens e congregações religiosos que a I República extinguira. Todos os bens "sem excepção", passam para o Estado.

Artigo 43º
O culto público é limitado aos lugares "habitualmente destinados" e ao período entre o nascer e o pôr do Sol.

Artigo 44º
Define o poder da autoridade administrativa municipal para conceder excepção ao artigo 43.

Artigo 45º
Regula a administração de sacramentos religiosos.

Artigo 46º
Define que o Estado poderá fazer sempre representar-se numa cerimónia religiosa.

Artigo 48º
Proíbe ministros de qualquer religião de colocarem em dúvida os direitos do Estado presentes no decreto da Lei da Separação e na demais legislação sobre as igrejas, ou de criticarem as leis da República ou a forma de governo, em qualquer escrito publicado, discurso verbal público, sermão e culto.

Artigo 50º
Proíbe a realização de reuniões políticas nos locais de culto.

Artigo 55º
Proíbe cerimónias religiosas fora dos locais "destinados", incluindo as fúnebres, sem o consentimento da autoridade administrativa.

Artigo 51º
Define pena agravada para os que transformem uma reunião anunciada como religioso,em reunião política.

Artigo 53º
Determina que crianças em idade escolar não podem assistir ao culto durante o horário das lições.( lembram-se quem podia intervir nos horários dos cultos?)

Artigo 59º
Regula os toques dos sinos durante o dia.

Artigo 60º
Impede a exposição de qualquer símbolo religioso nas fachadas de edifícios particulares e em qualquer outro lugar público, com a excepção das igrejas e dentro dos cemitérios.

Artigo 62º
Todos os bens da Igreja Católica passam à pertença e propriedade do Estado.


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sexta-feira, 4 de outubro de 2024

O inicio da conversão de São Francisco

Certa tarde, após o seu regresso a Assis, os companheiros do jovem Francisco elegeram-no como chefe do seu grupo. E ele, como já fizera muitas outras vezes, preparou um sumptuoso banquete. Terminado o banquete, saíram para a rua e foram percorrendo a cidade a cantar. Os companheiros iam à frente e Francisco, de bastão de chefe na mão, fechava o cortejo, seguindo um pouco atrás, sem cantar e mergulhado nos seus pensamentos. E eis que, subitamente, o Senhor o visitou e lhe encheu o coração de tal doçura que ele deixou de poder falar e se mover.

Quando os companheiros se voltaram e viram que ele tinha ficado para trás, regressaram para junto ele, espantados, e acharam-no como que mudado. «Em que estavas a pensar para te esqueceres de nos seguir?», perguntaram-lhe. «Estarás por acaso a pensar casar-te?». «Tendes razão!», respondeu ele. «Planeio tomar esposa, e é a mais nobre, rica e bela que jamais vistes». Troçaram dele.

A partir de então, começou a esforçar-se por colocar no centro da sua alma a Jesus Cristo e a pérola que desejava comprar depois de ter vendido tudo (cf Mt 13,46). Escondendo-se de quem dele troçava, ia muitas vezes – quase todos os dias – orar em silêncio. Estava, por assim dizer, possuído pelo antegosto da doçura que tantas vezes o visitava, arrastando-o da praça e de outros lugares públicos para a oração.

Há algum tempo que se tornara benfeitor dos pobres, mas prometeu a si mesmo, com mais firmeza que nunca, jamais recusar esmola a um pedinte, mas dar-lha com mais generosidade e abundância. E assim, sempre que encontrava um pobre na rua, se podia, dava-lhe esmola. Se não tinha dinheiro, dava-lhe o barrete ou o cinto, para não o deixar ir embora de mãos vazias. E, se nem isso tinha, retirava-se para um local discreto, despia a camisa e mandava-a em segredo ao pobre, pedindo-lhe que a aceitasse por Deus.

in Narrativa de três companheiros de São Francisco de Assis (c. 1244), § 7-8


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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Dia de Santa Teresinha

Na fotografia: Santa Teresinha do Menino Jesus ‘mascarada’ de Santa Joana d’Arc, a quem tinha uma grande devoção.

"Compreendo, agora, que a caridade perfeita consiste em suportar as faltas dos outros, em não se admirar com as suas fraquezas, em edificar-se com os menores actos de virtude que eles praticam, mas, sobretudo, compreendi que a caridade não deve ficar fechada no fundo do coração: Ninguém, disse Jesus, acende uma lâmpada para pô-lo debaixo da mesa, mas sobre o candelabro, a fim de que ilumine a todos os que estão em casa.

Parece-me que essa lâmpada representa a caridade que deve iluminar, alegrar, não apenas os que me são mais caros, mas todos aqueles que estão em casa."

Santa Teresinha do Menino Jesus


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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Oração ao Anjo da Guarda

A oração ao Anjo da Guarda é uma boa oração para rezar antes de dormir, depois do exame de consciência e das 3 Avé-Marias:

Santo Anjo do Senhor,
meu zeloso guardador,
pois que a ti me confiou a Piedade divina,
hoje e sempre
me governa, rege, guarda e ilumina.
Ámen.

Para os mais pequenos existe uma "versão resumida":

Anjo da Guarda,
minha companhia,
guardai a minha alma
de noite e de dia.


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