quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Dá-lhe, Senhor, o eterno repouso


Pedem-se orações pela alma do diácono Charles Outtier, que pertencia ao Instituto de Cristo Rei e Sumo Sacerdote. Este jovem de 25 anos morreu hoje na sequência de um acidente com um tractor, durante os trabalhos na propriedade do seminário.

O diácono Outtier preparava-se para ser ordenado sacerdote nos próximos meses.
Que a sua alma descanse em paz.




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Os mártires de Marrocos, enviados por São Francisco para converterem os muçulmanos

Em 1219, São Francisco de Assis enviou em missão para Marrocos seis dos seus mais destemidos frades menores, apaixonados do Evangelho, precursores de todos os missionários portugueses, lançados ao mar tenebroso e à conquista dos povos para Cristo obedecendo ao mandato do Infante de Assis em serviço do Rei dos reis, Jesus Cristo:

"Meus Filhos, o Senhor disse-me que vos mande aos sarracenos a lhes pregar a fé e a combater a lei de mafoma. Eu vou também a outras terras trabalhar na salvação dos infiéis. Sede prestos a cumprir a vontade do Senhor. Entre vós conservai a paz, a concórdia e a caridade. Sede humildes na tribulação e imitai a Jesus Cristo na pobreza na castidade de na obediência. Ponde as vossas esperanças em Deus, ele vos sustentará e vos guiará. Aquele que vos envia, Ele mesmo velará por vós vos inspirará o que houverdes de dizer." Ajoelharam e S. Francisco concluiu: “Desça sobre vós a benção de Deus Pai, como desceu sobre os Apóstolos Ele vos acompanhe e fortifique nas tribulações. Não temais nada porque Deus está convosco. Ide em Nome do Senhor."

E lá foram os obedientes frades de origem italiana: Vital, Berardo, Otão (sacerdotes), Pedro (Diácono), Acúrsio e Adjuto (Leigos). 

Foram recebidos em Coimbra pela rainha D. Urraca, mulher de Afonso II que então reinava em Portugal. Continuaram para Alenquer onde se apresentaram à infanta D. Sancha, filha de D. Sancho primeiro e irmã do rei D. Afonso II, fundadora do primeiro convento franciscano em Portugal. Seguiram viagem e depois de passarem em Lisboa, chegaram a Sevilha. Aí ficaram uma semana, finda a qual foram à mesquita, precisamente no dia em que os mouros festejavam Maomé e começaram a pregar a doutrina de Jesus e denunciando que o profeta Maomé não passava de uma idolatria. Corridos à pancada para fora da mesquita, passaram a Marrocos, onde começam a percorrer as ruas pregando o nome de Jesus e, quando vêem aproximar-se o Miramolim Aboidil, com mais ânimo continuaram a proclamar a mensagem cristã. 

O Miramolim mandou-os prender e ficaram numas masmorras vinte dias sem comer nem beber. Uma vez libertos, apressaram-se em retomar a sua missão. Decretada mais uma vez a sua morte, o Sultão encarrega o seu filho Abosaide de os prender e decapitar. É chegado então, e definitivamente o momento tão desejado por estes frades, finalmente o martírio pelo nome de Jesus iria por fim acontecer. Foi realmente uma morte violenta a destes cinco frades. 

São açoitados e, atados de mãos e pés, arrastam-nos de um lado para o outro com cavalos e em seguida, sobre seus corpos descarnados deixam cair azeite a ferver, continuando depois a arrastá-los pelo chão mas desta vez sobre vidros e cacos espalhados pelo chão. O Miramolim ainda os tentou com dinheiro e mulheres. Mas não havia nada a fazer e o Miramolim dizia então que só a espada poderia calar aqueles homens decididos e firmes no que diziam. “O nossos corpos miseráveis estão nas tuas mãos sob a tua autoridade, mas as nossas almas estão nas mãos de Deus. 

Com a sua ira no limite, o Miramolim pegou na sua cimitarra a acabou com a vida daqueles cinco frades, rachando-lhes o crânio ao meio e depois decepando-lhes as cabeças. Era o ano de 1220. Dia 16 de Janeiro. Cedo acabou a tarefa missionária daqueles cinco frades, mas a sua voz continua a ecoar por toda a terra e a sua mensagem até aos confins do mundo. Os Mártires de Marrocos foram canonizados pelo Papa Sisto IV em 1481.


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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

O Rito Romano Tradicional enche mais uma igreja

Um número crescente de fiéis está a trazer o Rito Romano de volta à igreja de Saint Mary em Jackson, Diocese de Lansing, Michigan (Estados Unidos).

Jason Monarch, um paroquiano, disse à Fox47news.com que “adora a beleza e a majestade do que é apresentado na Missa em latim”.

“Um amigo meu e a sua mulher convidaram-me para ir à Missa em latim, eu fui e fiquei maravilhado”, disse Monarch: “Apaixonei-me de novo pela Igreja Católica. E, desde então, nunca mais faltei a uma Missa”. De acordo com Monarch, a o número de fiéis está a crescer e a igreja está sempre cheia.

O Reverendo Timothy Nelson explica que, durante a Missa, o padre está maioritariamente virado para Nosso Senhor Senhor: “Não é uma oração para as pessoas. É uma oração a Deus”.

Acrescentou que o interesse está a crescer “entre os jovens”.

in gloria.tv


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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Oração para pedir o bom humor

Concede-me, Senhor, uma boa digestão, mas também algo para digerir.
Concede-me um corpo saudável, e o bom humor necessário para o manter.
Concede-me uma alma simples que saiba valorizar o que é bom,
que não se amedronte diante do mal,
e que encontre os meios para voltar a colocar as coisas no seu lugar.

Dá-me uma alma que não conheça o aborrecimento, 
nem as murmurações, 
nem os suspiros, 
nem os lamentos, 
nem preocupações excessivas com esse obstáculo chamado "eu".

Concede-me, Senhor, o dom do sentido de humor. 
Permite-me a graça de aproveitar o riso 
para que saboreie nesta vida um pouco de alegria, 
e possa partilhá-la com os outros. 
Ámen.

S. Tomás Moro 


Original em inglês:

Grant me, O Lord, good digestion, and also something to digest. 
Grant me a healthy body, and the necessary good humor to maintain it. 
Grant me a simple soul that knows to treasure all that is good 
and that doesn’t frighten easily at the sight of evil, 
but rather finds the means to put things back in their place.
  
Give me a soul that knows not boredom, 
grumblings, 
sighs, 
and laments, 
nor excess of stress because of that obstructing thing called “I.” 

Grant me, O Lord, a sense of good humor. 
Allow me the grace to be able to take a joke to discover in life a bit of joy, 
and to be able to share it with others.
Amen.

São Tomás Moro


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Missa Prelatícia celebrada por D. Athanasius Schneider na Basílica de S. Pedro

Altar de S. Pio X




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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Os 58 dias em que foram assassinados 108 sacerdotes em Toledo

Entre Julho e Setembro de 1936 a cidade de Toledo (Espanha) tornou-se uma cidade de martírio, com o sangue dos católicos literalmente a escorrer pelas ruas.

Milícias republicanas/comunistas assassinas assolaram a cidade nos primeiros meses da Guerra Civil Espanhola. Cometeram crimes terríveis. Em apenas 58 dias, perseguiram padres e religiosos.

Entre 22 de Julho e 18 de Setembro de 1936, os criminosos comunistas perseguiram 108 padres (11 maristas, 1 franciscano, 14 carmelitas descalços, 3 jesuítas e 79 padres diocesanos). Foram presos e mortos.

Sem uma palavra. Sem um julgamento sequer. Nem sequer uma pantomima para o simular. Eram padres, e isso bastou para os condenar à morte. Terroristas republicanos posaram para uma fotografia com o corpo mumificado de uma freira, depois de terem atacado o convento das Concepcionistas em Toledo.

O padre Jorge López Teulón descreve este facto no seu último livro, Mártires a la sombra del alcázar de Toledo (Mártires à sombra do Alcázar de Toledo, editado pela San Román).

Entre os casos descritos no livro encontra-se o de Don Ricardo Pla Espí, capelão moçárabe da Catedral Primaz, professor de seminário e conselheiro da Associação Católica de Propagandistas. Foi detido em casa dos seus pais. A mãe, que estava doente na cama, disse ao filho: “E tu, estás pronto para morrer?” O filho respondeu-lhe: “Sim, mãe, estou pronto agora”.

Quando os criminosos de guerra entraram, não permitiram que o padre se despedisse dos seus pais. Cinco minutos depois, no Paseo del Tránsito, numa grande escadaria, foi atingido por dois tiros, um na testa e outro no lado. Quando viu que estavam a apontar para ele, gritou: “Viva o Cristo Rei!

Tudo isto aconteceu enquanto várias centenas de pessoas, na sua maioria católicos, estavam barricadas no Alcázar de Toledo durante 70 dias. O cerco durou até 27 de Setembro de 1936, quando as tropas do general Francisco Franco libertaram os defensores do Alcázar.

Em quatro anos, 4000 mártires foram assassinados pelos comunistas em Espanha.

in gloria.tv


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domingo, 12 de janeiro de 2025

"A primeira Comunhão"




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Uma história real de arrependimento e conversão

Já alguma vez viram um bonito acto de arrependimento e conversão acontecer diante dos vossos olhos? Todos temos as nossas próprias histórias, claro, mas refiro-me a observar o maravilhoso trabalho da graça noutra pessoa, quer seja de perto ou à distância.

Há uns tempos - alguns anos - reparei um dia na minha paróquia numa jovem senhora sentada ao fundo. Era muito nova, talvez nos seus vinte e poucos anos. Estava sozinha. Estava à espera de bébé, talvez cinco ou seis meses. Eu nunca a tinha visto antes e nós temos uma igreja pequena, por isso reconheço quem a frequenta. Assumi que ela era nova ali e que talvez não fosse crente, porque nunca se levantava para receber a comunhão. Simplesmente ficava lá ao fundo e tentava permanecer discreta e saía sempre da Missa imediatamente, por isso não havia hipótese de falar com ela.

Um dia, talvez cerca de um mês depois de eu ter reparado nela pela primeira vez, eu estava a voltar da comunhão e reparei que ela estava ajoelhada nos genuflexórios e a chorar continuamente - sim, a chorar. A cabeça dela estava no meio das suas mãos, a cara vermelha, as lágrimas a descer pelas suas bochechas abaixo e o corpo dela encolhia-se com os soluços. Eu conhecia aquelas lágrimas - lágrimas de penitência! Oh, quão bonitas são as lágrimas provocadas pela graça de Deus! Eu fiquei profundamente comovido só ao ver aquilo, mas claro, não me queria intrometer, por isso deixei-a sozinha e dei graças a Deus. Um cordeiro estava a ser trazido de volta aos ombros do pastor. Ela tinha encontrado a pérola mais preciosa.

Bem, aquela rapariga regressou semana após semana. Ela continuava a sentar-se ao fundo e ainda não recebia a comunhão. Mas era diferente. Agora havia contentamento na sua cara. Ela estava em paz. Via-a muitas vezes quando regressava da comunhão. Ela estava sempre a rezar fervorosamente, via-se pelo fogo nos seus olhos e os desejos na sua face. Via-a de vez em quando ficar depois da Missa, enquanto dizia olá ao sacerdote e falava com ele, portanto devia ter-se apresentado a ele.

Pouco depois disto começou a receber a Sagrada Comunhão. Nunca vi o nome dela na lista de candidatos ou de catecúmenos e nunca vi ou soube de nenhuma profissão de fé em nenhuma Missa, por isso assumi que ela já fosse Católica. O seu regresso a casa não veio por uma profissão pública da fé mas na calma e silêncio do confessionário.

Os meses passaram. Entretanto chegou o tempo de dar à luz a criança. Agora via-a na Missa com um pequeno bébé. Lembro-me de ficar a rezar depois da Missa um dia e de a ver com o que eu assumi ser a sua família na Igreja, para o baptismo. Nunca tinha visto nenhum deles antes e, francamente, alguns deles pareciam um pouco desconfortáveis por estar ali. Com eles estava um homem todo mal arranjado que aparentemente era o pai do bébé. Ele parecia… bem, vamos apenas dizer que claramente ele não estava seguro da coisa do Catolicismo. Não quero ir demasiado longe a julgar e tirar conclusões com base apenas no seu comportamento, mas parecia óbvio que o pai estava lá porque a rapariga queria e não porque ele percebesse o que era o baptismo. Talvez estivesse enganado, mas costumo ser um bom leitor da linguagem corporal. Isto era tudo o que eu conseguia perceber e portanto saí da igreja para que pudessem ter o seu baptismo em privado.

O bébé foi baptizado. Com o passar dos meses, reparei no homem a vir à Missa ocasionalmente com a rapariga. Ele ainda parecia céptico em relação a tudo, mas talvez cada vez menos com o passar do tempo. Ele também se arranjava mais e parecia - daquilo que eu conseguia perceber - que o homem e a rapariga estavam a fazer um esforço para educar juntos a criança. Uma mudança tinha acontecido com a rapariga, também. Não sei como descrever. Era apenas um aspecto de felicidade e leveza na sua maneira de ser. A obra da graça a manifestar-se.

Passou mais algum tempo. Talvez meses. Talvez um ano. Não me lembro. Eventualmente eles tinham alianças nos dedos. Não sei quando foi. Por esta altura já reparava neles há mais de ano e meio e ainda não tinha falado com eles. Mas lá pelo meio eles tinham-se casado. O homem também já recebia a Sagrada Comunhão nas boas graças da Santa Mãe Igreja. E a rapariga estava à espera de bébé outra vez.

Bonito, não é? E ainda vai melhorar.

Pouco tempo depois, outra rapariga começou a aparecer com a primeira. Pelo aspecto, assumi que fosse a sua irmã. Então o marido dessa rapariga começou também a vir à Missa. Eles ficaram à espera de bébé. Agora havia duas famílias. Vi os seus filhos crescerem. Outras crianças nasceram.

Mas isto não é tudo. Eventualmente os seus pais começaram a vir à Missa com eles, no início era intermitente, mas depois ficou regular. Toda a enorme ninhada tinha-se tornado frequentadora regular da Missa. Agora eram já dez ou doze, toda uma família enorme de fé, nascida das lágrimas de uma rapariga sozinha e assustada que gritou por Deus num momento de desespero. E vejam o que veio daí! Fé de um grão de mostarda, de facto!

Não sei a história por trás. Não conheço os misteriosos trabalhos da graça. Não sei que orações, que argumentos, o que é que se deve ter passado para que cada uma dessas pessoas fosse ali parar. Mas claramente o testemunho da primeira rapariga e a sua fé e amor ardentes foram o centro à volta do qual tudo se passou.

Já passaram anos agora. Alguma vez falei com eles? Não. Nem uma palavra. Estava perfeitamente satisfeito ao ver isto desenrolar à distância. Talvez um dia o faça. Ainda está a acontecer. Mas quando penso no que vi, nos pequenos bocados que testemunhei, no que aconteceu e me lembro de ver há anos aquela rapariga sozinha e à espera de bébé a chorar no fundo da Igreja, meu Deus! É uma das coisas mais extraordinariamente bonitas que eu alguma vez vi nesta vida!

É sobre isto que é a graça. É por isto que vale a pena lutar.

"Tu contaste os meus vagueares, recolheste as minhas lágrimas no teu odre. Não estão elas no teu livro?" - Salmo 56, 8

in unamsanctamcatholicam.blogspot.com


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sábado, 11 de janeiro de 2025

Se quiseres ser feliz...

Saúda Maria
Pensa em Maria
Repete o nome de Maria
Honra Maria
Glorifica sempre Maria
Dirige o teu olhar a Maria
Recolhe-te na tua casa com Maria
Trabalha com Maria
Vigia com Maria
Ora com Maria
Caminha com Maria
Descansa com Maria
Procura Jesus com Maria
Leva Jesus nos teus braços com Maria
Vive em Nazaré com Jesus e Maria
Vê Jerusalém com Maria
Permanece ao pé da cruz de Jesus com Maria
Deseja viver e morrer com Jesus e Maria.

Tomás de Kempis


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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Orígenes denunciou os falsos evangelhos já no séc. III

Muitos dos textos que são hoje "descobertos" pelos meios de comunicação social sensacionalistas, como se fossem pôr em causa a credibilidade dos quatro evangelhos canónicos, tinham sido já anunciados como falsos nos primeiros séculos do Cristianismo.

Antigamente, entre os judeus, um grande número de pessoas presumia ter o dom da profecia, mas alguns eram falsos profetas. O mesmo se passou no tempo no Novo Testamento, em que muitos «empreenderam» escrever evangelhos, mas nem todos foram aceites. A palavra «empreenderam» contém uma acusação velada contra aqueles que, sem terem a graça do Espírito Santo, se lançaram na redacção de evangelhos. Mateus, Marcos, João e Lucas não «empreenderam» escrever mas, cheios do Espírito Santo, escreveram efectivamente os verdadeiros Evangelhos.

A Igreja tem, pois, quatro evangelhos; os hereges têm-nos em grande número. «Muitos empreenderam compor uma narração», mas apenas quatro evangelhos foram aprovados; e é desses que devemos retirar, para trazer à luz, aquilo em que é necessário crer sobre a pessoa do Nosso Senhor e Salvador. 

Sei que existe um evangelho a que chamam «segundo São Tomé», um outro «segundo Matias» e lemos ainda outros tantos para não fazermos figura de ignorantes diante daqueles que imaginam saber alguma coisa quando já conhecem esses textos. Mas, em tudo isso, não aprovamos nada senão aquilo que a Igreja aprova: admitir apenas quatro evangelhos. Eis o que podemos dizer sobre o texto do prólogo de São Lucas: «Muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram».

in Homilias sobre São Lucas, nº 1,1-2


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A revolta contra o compromisso

A revolta contra o compromisso foi levada a cabo, nos nossos dias, até chegar à revolta contra os votos de casamento. É engraçado ouvir os que são contra o casamento falarem deste assunto. Parece que imaginam que o ideal da constância foi um jugo imposto à Humanidade pelo diabo, em vez de ter sido, como é, um jugo imposto a si mesmos pelos que amam.

Eles inventaram uma expressão, uma expressão contraditória em duas palavras: 'Amor livre'. Como se quem ama alguma vez fosse, ou pudesse ser, livre. Faz parte da natureza do amor ficar vinculado, e a instituição do casamento apenas permitiu que o homem comum pudesse cumprir a sua palavra."

G.K. Chesterton in 'The Defence of Rash Vows'


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quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Bispo Strickland: A Igreja sofre um ataque vindo do seu interior

“Vemos ataques à Igreja vindos de dentro da própria Igreja, e originados por aqueles que afirmam ter a autoridade para travar esta guerra”, escreve o Bispo Emérito Joseph Strickland de Tyler (Texas), em Substack.com.

“O que está a acontecer agora é o culminar do que os caídos têm sistematicamente planeado, com intenções diabólicas, e o que foi profetizado por muitos santos ao longo da história da Igreja.”

Monsenhor Strickland acredita que “tem havido uma tentativa sistemática de demolição do que era considerado ‘irreformável’ antes do Vaticano II”.

Observa que “estamos no ponto em que o Santo Padre pode fazer uma declaração como: ‘Todas as religiões são caminhos para Deus’, e a maioria dos bispos e cardeais apenas acena com a cabeça sem dizer uma palavra”.

E: “A Igreja Católica SEMPRE condenou a falsa crença de que todas as religiões são boas e de Deus”.

Houve muitas mudanças depois do Vaticano II, como o ecumenismo. Mas: Nada foi tão prejudicial para a Igreja “como as mudanças que ocorreram no Santo Sacrifício da Missa.”

Essas mudanças causaram um declínio significativo na fé na Presença Real: “Quando a liturgia mudou o seu foco para o povo e para longe de Jesus Cristo, abriu a porta à extrema negligência da Sua Sagrada Presença.”

“A Missa Antiga foi suprimida em 1970 e muitos católicos abandonaram a Igreja, uma vez que o Papa Paulo VI acusou todos os que queriam a Missa Antiga de serem rebeldes contra o Concílio.”

O bispo presta homenagem ao Arcebispo Lefebvre, que ele cita extensivamente, e à sua Fraternidade Sacerdotal São Pio X: “A FSSPX não está fora da Igreja Católica”.

Para o Bispo, Monsenhor Lefebvre não iniciou uma rebelião, mas ajudou a preservar a liturgia e a lutar por Cristo Rei.

in gloria.tv


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Há 100 anos: Missa celebrada nas trincheiras da I Guerra Mundial (1915)




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terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Israel destrói o crucifixo que estava no topo do Monte Hermon

Assim que invadiram a Síria e o Monte Hermon, os soldados israelitas desmantelaram o grande crucifixo que se encontrava no topo da montanha há décadas.

O ISIS e a Al-Qaeda teriam feito o mesmo. É óbvio que a cruz é intolerável para eles, um “escândalo” inaceitável, como escreveu São Paulo.

O Vaticano está em diálogo inter-religioso com outras religiões. É pena que as intenções do Conselho Pontifício para o Diálogo Religioso não ultrapassem os muros do Vaticano. Ou, mais pragmaticamente, permanecem letra morta porque os destinatários as utilizam como fogueira.

Não há qualquer comentário ou condenação por parte do Vaticano.

Agora, para provar que o gesto dos ocupantes sob a Estrela de David se deve a um “excesso de miopia”, seria bom que o regime de Telavive pedisse desculpa à Igreja.

Quando os teimosos “optimistas” do Vaticano perceberem que a ilusão é o que preenche as lacunas deixadas pela realidade, pouco ou nada restará do cristianismo.

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Bênção das casas depois da Epifania

Ontem, dia 6, foi o dia da Epifania, uma das solenidades mais importantes do ano litúrgico. A Epifania, que significa manifestação, é uma das solenidades mais importantes do ano litúrgico. Neste dia a Igreja celebra as manifestações divinas de Jesus, em particular a adoração dos Reis Magos, o baptismo de Jesus no rio Jordão e o primeiro milagre público de Jesus, nas bodas de Caná.

A esta Solenidade desde muito cedo se associou o louvável costume de abençoar ouro, incenso e mirra, e giz. Este último é usado para abençoar a casa dos fiéis. No ritual da bênção marca-se, por cima da porta da casa, do lado exterior, a seguinte inscrição com giz abençoado: 20+C+M+B+25.

O 20 e o 25 representam 2025, o ano em que nos encontramos. O “C M B” representam “Christus Mansionem Benedicat” – Cristo Abençoe esta Casa, e cada letra é intercalada com uma cruz.

A sigla CMB significa também o nome dos 3 Reis Magos: Gaspar, Melchior e Baltasar.

Bênção do Giz (feita pelo sacerdote)

V. Adiutorium nostrum in nomine Domini.
R. Qui fecit caelum et terram.

V. Dominus vobiscum. 
R. Et cum spiritu tuo. 

Bene+dic, Domine Deus, creaturam istam cretae: ut sit salutaris humano generi; et praesta per invocationem nominis tui sanctissimi, ut, quicumque ex ea sumpserint, vel ea in domus suae portis scripserint nomina sanctorum tuorum Gasparis, Melchioris et Baltassar, per eorum intercessionem et merita, corporis sanitatem, et animae tutelam, percipiant. Per Christum Dominum nostrum. R. Amen 

Com o giz abençoado, um membro da Família, normalmente o Pai, faz a inscrição do texto na parte superior das portas: 20+C+M+B+25.


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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Dia de Reis: Tornaram-se loucos para serem sábios

O desígnio de Deus não foi apenas descer à terra, mas ser nela conhecido; não foi nascer, apenas, mas dar-Se a conhecer. De facto, é com vista a esse conhecimento que celebramos a Epifania, esse grande dia da sua manifestação. Hoje mesmo, de facto, os magos vieram do Oriente em busca do nascer do Sol da Justiça (Mal 3,20), Esse de Quem se diz: «Eis o homem, cujo nome é Oriente» (Za 6,12). Hoje adoraram o Menino nascido da Virgem, seguindo a direcção traçada por uma nova estrela. Temos pois aqui, irmãos, um grande motivo  de alegria, como aliás também nas palavras do apóstolo Paulo: «A bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor pelos homens foram-nos manifestadas» (Tt 3,4).

Que fazeis, magos, que fazeis? Adorais um Menino de colo, envolto em faixas miseráveis, num pobre casebre? Será Ele Deus? Mas «Deus mora no seu templo santo, o Senhor tem o seu trono nos céus» (Sl 10,4), e vós, vós procurai-Lo assim num qualquer estábulo, uma criança de colo? Que fazeis? Porque ofereceis esse ouro? Será este o rei? Mas onde está a sua corte real, o seu trono, a multidão dos seus cortesãos? Acaso um estábulo é um palácio, acaso uma manjedoura é um trono, serão Maria e José membros da sua corte? Como podem os homens ser tolos a ponto de adorar uma simples criança, um ser desprezível, quer pela sua pouca idade, quer pela evidente pobreza de seus pais? 

Loucos, sim, tornaram-se loucos, para serem sábios; o Espírito Santo ensinou-lhes primeiro o que o apóstolo Paulo mais tarde proclamou: «Aquele que quer ser sábio torne-se louco para ser sábio. Pois já que o mundo, por meio da sua sabedoria, não conseguiu reconhecer Deus na sua Sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação» (1 Cor 1,21). Prostaram-se portanto diante daquela humilde criança, prestando-Lhe homenagem como a um rei, adorando-O como um Deus. Aquele que de longe os guiou através de uma estrela fez brilhar a sua luz no mais fundo dos seus corações.

S. Bernardo de Claraval in 1º Sermão para a Epifania


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domingo, 5 de janeiro de 2025

Dia do Santíssimo Nome de Jesus

"Deram-lhe o nome de Jesus" (Lc 2, 21)

Ainda que seja inefável o nome santíssimo de Jesus que foi imposto na Circuncisão a Cristo Senhor, Redentor do género humano, todavia para não nos calarmos completamente em tão grande solenidade, alguma coisa apresentaremos em louvor e glória de tão grande nome, diante do qual "todo o joelho se dobra nos Céus, na Terra e nos Infernos" (Fil 2, 10). Porque tão grande é a consolação da alma que se alegra em Cristo, que a pobreza se torna como riquezas, a aspereza como delícias e a vileza como honras, e pelo seu nome todos os suplícios se fazem para eles doces.

Na verdade, diz-se por causa deste nome: "Saíram da sala do Sinédrio cheios de alegria por terem sido considerados dignos de sofrer vexames por causa do nome de Jesus" (Act 5, 41). Portanto, se mergulha na tua mente o negrume da tristeza, se está eminente uma grave e violenta tempestade, se as costas do mar ribombam com terrível e honroso mugido, se são batidas as praias do oceano, e se também a nau está invadida pelas ondas, invoca Jesus, que se julga estar a dormir nas navios, mas é um Jesus que nem dorme nem dormita; e com toda a fé diz-lhe: "Levanta-te, Senhor Jesus".

Oh nome de Jesus exaltado acima de todo o nome, oh gozo dos Anjos, oh alegria dos justos, oh pavor dos condenados: em Vós está a esperança de qualquer perdão, em Vós toda a esperança da indulgência, em Vós toda a expectativa de glória. 

Oh nome dulcíssimo, Vós dais o perdão aos pecadores, renovais os costumes, encheis os corações de doçura divina. Oh nome desejável, nome admirável, nome venerável, Vós, nome de rei Jesus, assim levantais ao mais alto dos céus os espíritos, que todos os que principiam a ter devoção a este nome, graças a ele encontram a glória e a salvação, por Jesus Cristo nosso Senhor.

São Bernardino de Sena (grande promotor da devoção ao Santíssimo Nome de Jesus)


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sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Homenagem dos pastores ao Menino Jesus: uma antiga tradição em Espanha

Não se sabe exactamente quando começou esta tradição, as primeiras referências escritas datam do século XV, embora se acredite que remonte ao século XIII. Na noite de Natal, os pastores dirigem-se à igreja para oferecer o melhor cordeiro do seu rebanho ao Menino Jesus.

Ao lado, os músicos com instrumentos rudimentares e artesanais: um tambor, pandeiretas, zambombas, o pilão e um xilofone de osso chamado carreñuelas.

Vídeo filmado em 1956 na igreja de São Vicente, em Braojos (Espanha).
Publicado no youtube por TradOrganist.


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O Cardeal Pacelli (futuro Papa Pio XII) no Santuário de Lourdes em 1935



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quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

“Não havia lugar para eles na hospedaria". A perseguição à Missa Tradicional.

Católicos tradicionais juntaram-se em frente ao Arcebispado de Paris durante a semana de Natal, rezando o terço para pedir a liberdade para a Missa Tradicional. Como escreveu o evangelista São Lucas: “Maria deu à luz o seu filho primogénito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.”

“Não havia lugar para eles na hospedaria”. Paris é um triste exemplo de como a liturgia tradicional é tratada, tal como a vinda do Filho de Deus à terra. Já não há lugar para ela em Saint-Georges-de-la-Villette e Notre-Dame-du-Travail, onde as pessoas simples costumavam vir rezar 'como sempre o tinham feito'.

“Não havia lugar para eles na hospedaria". Já não há lugar para a missa tradicional dos dias de semana em Sainte-Odile. Só há espaço limitado para ela em Sainte-Jeanne de Chantal, onde ela enchia a igreja todos os dias e em várias Missas ao Domingo.

“Não havia lugar para elas na hospedaria". Tal como no tempo em que a Missa tridentina era celebrada em celeiros e garagens, ela está agora alojada no Centre Saint-Paul, num antigo estabelecimento comercial, quando a vizinha Basílica de Notre-Dame-des-Victoires, na Place des Petits Pères, poderia tão facilmente abrir-lhe as portas.

“Não havia lugar para elas na hospedaria". Não há lugar, nem uma vez por mês, em Notre-Dame, erguida das suas ruínas, no Sacré-Cœur de Montmartre, em Saint-Sulpice, nas grandes igrejas de Paris, para a Missa que viveu tanto tempo nestes edifícios e os manteve vivos.

“Não havia lugar para eles na hospedaria". Sempre e por todo o lado, desconfiança em relação à liturgia tridentina, cada vez mais restrições. É como se os homens da Igreja tivessem vergonha da sua venerável tradição litúrgica, ou melhor, como se tivessem medo dela, receando que, ao deixá-la crescer e difundir-se, expusesse o fracasso da sua reforma destructiva.

Por isso, recitaremos o terço nas ruas de Paris, em frente à sede do Arcebispado - 10 rue du Cloître-Notre-Dame - às Segundas, Terças, Quintas e Sextas-feiras, das 13h00 às 13h30.

Eco da Vigília: Duas senhoras que saem da casa diocesana dizem-nos: “Feliz Natal e boa sorte, hoje está muito frio. Todos temos a mesma fé...porque vos excluímos? Não compreendemos o que se passa na nossa Igreja.. O Natal é um tempo de milagres, por isso continuemos a rezar e a sorrir! ”

Em união de oração e de amizade,
Christian Marquant
contact@veilleurs-paris.fr

in paixliturgique.com


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Morreu o Cardeal Amato que afirmou a maldade dos pecados 'homossexuais'

O Cardeal Angelo Amato, antigo Prefeito da Congregação do Vaticano para as Causa dos Santos, morreu a 31 de Dezembro. Nascido em Molfetta, Itália, a 8 de Junho de 1938, Angelo Amato fez a sua primeira profissão religiosa com os Salesianos de Dom Bosco em 1956. Foi ordenado sacerdote em 1967 e sagrado bispo em 2003.

O Cardeal Amato era um “conservador”. Trabalhou durante muitos anos com o Cardeal Joseph Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, tornando-se seu secretário em 2002. Bento XVI nomeou-o Prefeito da Congregação para as Causa dos Santos (2008-2018) e fê-lo Cardeal em 2010.

Em Abril de 2007, enquanto Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o Cardeal Amato pronunciou-se contra as uniões 'homossexuais', o aborto e a eutanásia. Considerou o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo um mal quase invisível porque os meios de comunicação o apresentavam como “expressão do progresso humano”. Os meios de comunicação social dos oligarcas reagiram, fabricando uma suposta indignação por parte das pessoas.

Outras declarações que foram alvo de grande alarido quando o Cardeal Amato disse, em 2003, que uma carta de 1633, que se encontra nos arquivos do Vaticano, provava que o tribunal da Inquisição não tinha perseguido Galileu Galilei por este afirmar que a Terra girava à volta do Sol, mas sim por ideias teológicas heréticas. 

Amato acrescentou que Galileu foi tratado com todo o respeito enquanto residiu nas instalações da Inquisição: “O seu quarto era o apartamento do procurador - um dos mais altos funcionários da Inquisição - onde era assistido pelo próprio criado do procurador. Durante o resto da sua estadia em Roma, foi hóspede do embaixador florentino na Villa Medici”. Requiescat in pace

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Resoluções de Ano Novo: Recuperar o tempo perdido

I. Um dia de balanço. O nosso tempo é breve. É parte muito importante da herança recebida de Deus.

II. Acto de contrição pelos erros e pecados que cometemos neste ano que termina. Acção de graças pelos muitos benefícios recebidos.

III. Propósitos para o ano que começa.

I. HOJE É UMA BOA OCASIÃO para fazermos um balanço do ano que passou e fixarmos propósitos para o ano que começa. É uma boa oportunidade para pedirmos perdão pelo que não fizemos, pelo amor que nos faltou; um bom momento para agradecermos a Deus todos os benefícios que nos concedeu.

A Igreja recorda-nos que somos peregrinos. 

A nossa vida também é um caminho cheio de tribulações e de “consolos de Deus”. Temos uma vida no tempo, na qual nos encontramos agora, e outra para além do tempo, na eternidade, para a qual nos encaminha a nossa peregrinação. O tempo de cada um é uma parte importante da herança recebida de Deus; é a distância que nos separa do momento em que nos apresentaremos diante de Nosso Senhor com as mãos cheias ou vazias.

Só agora, aqui nesta vida, podemos adquirir méritos para a outra. Na realidade, cada um dos nossos dias é um tempo que Deus nos presenteia para enchê-lo de amor por Ele, de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de trabalho bem feito, de virtudes e de obras agradáveis aos olhos do Senhor. Este é o momento de amealhar o “tesouro que não envelhece”. Este é, para cada um, o tempo propício, este é o dia da salvação(1). Passado este tempo, já não haverá outro.

O tempo de que cada um de nós dispõe é curto, mas suficiente para dizer a Deus que o amamos e para concluir a obra de que o Senhor nos encarregou a cada um. Por isso São Paulo nos adverte: Vivei com prudência, não como néscios, mas como sábios, aproveitando bem o tempo(2), pois em breve vem a noite, quando já ninguém pode trabalhar(3). “Verdadeiramente, é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós”(4).

A brevidade do tempo é um contínuo convite para que tiremos dele o máximo rendimento aos olhos de Deus. Hoje, na nossa oração, podemos perguntar-nos se Deus está contente com a forma como vivemos o ano que passou: se foi bem aproveitado ou, pelo contrário, foi um ano de ocasiões perdidas no trabalho, na acção apostólica, na vida familiar; se fugimos com frequência da Cruz, porque nos queixávamos facilmente ao depararmos com a contrariedade e com o inesperado.

Cada ano que passa é um apelo para que santifiquemos a nossa vida diária e um aviso de que estamos um pouco mais perto do encontro definitivo com Deus. Não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo colheremos, se não desfalecermos. Por conseguinte, enquanto dispomos de tempo, façamos o bem a todos(5).

II. AO EXAMINAR-NOS, é fácil que verifiquemos ter havido, neste ano que termina, omissões na caridade, pouca laboriosidade no trabalho profissional, mediocridade espiritual consentida, pouca esmola, egoísmo, vaidade, faltas de mortificação na comida, graças do Espírito Santo não correspondidas, intemperança, mau humor, mau génio, distracções mais ou menos voluntárias nas nossas práticas de piedade... São inumeráveis os motivos para terminarmos o ano pedindo perdão a Deus, fazendo actos de contrição e de desagravo. Olhamos para o tempo que passou e “devemos pedir perdão por cada dia, porque cada dia ofendemos”(6). Nem um só dia escapou a essa realidade: foram muitas as nossas falhas e os nossos erros.

No entanto, são incomparavelmente maiores os motivos de agradecimento, tanto no campo humano como no espiritual. Foram incontáveis as moções do Espírito Santo, as graças recebidas no sacramento da Penitência e na Comunhão eucarística, as intervenções do nosso Anjo da Guarda, os méritos alcançados ao oferecermos o nosso trabalho ou a nossa dor pelos outros, as ajudas que nos prestaram. Pouco importa que agora só percebamos uma pequena parte dessa realidade. Agradeçamos a Deus todos os benefícios recebidos ao longo deste ano.

“É essencial conseguirmos novas forças para servir, e que procuremos não ser ingratos, porque o Senhor nos dá essas forças com essa condição; e se não usarmos bem do tesouro e do grande estado em que Ele nos coloca, voltará a tomá-los e ficaremos muito mais pobres, e Sua Majestade dará as jóias a quem as faça brilhar e as aproveite para si e para outros. Pois como poderia aproveitá-las e gastá-las generosamente quem não percebe que está rico? No meu modo de ver, é impossível, de acordo com a nossa natureza, que tenha ânimo para coisas grandes quem não pense estar favorecido por Deus; porque somos tão miseráveis e tão inclinados às coisas da terra, que, na verdade, mal poderá rejeitar todas as coisas daqui de baixo, com grande desprendimento, quem não perceba que tem algum penhor do além”(7).

Temos de encerrar o ano pedindo perdão por tantas faltas de correspondência à graça, pelas inúmeras vezes em que Jesus se pôs ao nosso lado e não fizemos nada para vê-lo e o deixamos passar; e, ao mesmo tempo, encerrá-lo agradecendo a Deus a grande misericórdia que teve connosco e os inumeráveis benefícios, muitos deles desconhecidos por nós mesmos, que Ele nos proporcionou.

III. NESTES ÚLTIMOS DIAS do ano que termina e nos primeiros do que se inicia, desejaremos uns aos outros que tenham um bom ano. Ao porteiro, ao farmacêutico, aos vizinhos..., dir-lhes-emos 'Feliz Ano Novo!' ou coisa parecida. Ouviremos outras tantas pessoas desejar-nos o mesmo e lhes agradeceremos.

Mas o que é que muita gente entende por 'Feliz Ano Novo'? “É, certamente, que vocês não sofram no novo ano nenhuma doença, nenhuma pena, nenhuma contrariedade, nenhuma preocupação, antes pelo contrário, que tudo lhes sorria e lhes seja favorável, que ganhem muito dinheiro e não tenham que pagar muitos impostos, que os salários aumentem e o preço dos artigos diminua, que o rádio lhes dê boas notícias todas as manhãs. Em poucas palavras, que não experimentem nenhum contratempo”(8).

É bom desejar estes bens humanos para nós mesmos e para os outros, se não nos separam do nosso fim último. O novo ano nos trará, em proporções desconhecidas, alegrias e contrariedades. Um ano bom, para o cristão, terá sido aquele em que tanto umas como outras lhe serviram para amar um pouco mais a Deus. Ano bom para o cristão não terá sido aquele que veio carregado – na hipótese de que isso fosse possível – de uma felicidade natural à margem de Deus. Ano bom terá sido aquele em que servimos melhor a Deus e aos outros, ainda que do ponto de vista humano tenha sido um completo desastre. Pode ter sido, por exemplo, um ano bom aquele em que apareceu a grave doença tantos anos latente e desconhecida, se soubemos santificar-nos com ela e com ela santificar aqueles que estavam à nossa volta.

Qualquer ano pode ser “o melhor ano” se aproveitarmos as graças que Deus nos reserva e que podem converter em bem a maior das desgraças. Para este ano que começa, Deus preparou-nos todas as ajudas de que necessitamos para que seja “um ano bom”. Não desperdicemos nem um só dos seus dias. E quando chegar a queda, o erro ou o desânimo, recomecemos imediatamente. Em muitos casos, através do sacramento da Penitência.

Que todos tenhamos “um bom ano novo”! Oxalá possamos apresentar-nos diante do Senhor, no fim deste ano que começa, com as mãos cheias de horas de trabalho oferecidas a Deus, de empenho apostólico junto dos nossos amigos, de incontáveis pormenores de caridade para com aqueles que nos rodeiam, de muitas pequenas vitórias, de encontros irrepetíveis na Comunhão...

Façamos o propósito de converter as derrotas em vitórias, recorrendo a Deus e começando de novo. E peçamos à Virgem Maria, nossa Mãe, a graça de viver este ano que se inicia lutando como se fosse o último que o Senhor nos concede.

Francisco Fernandez Carvajal

(1) 2 Cor 6, 2; (2) Ef 5, 15-16; (3) Jo 9, 4; (4) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 39; (5) Gál 6, 9-10; (6) Santo Agostinho, Sermão 256; (7) Santa Teresa, Vida, 10, 3; (8) Georges Chevrot, O Evangelho ao ar livre.


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