terça-feira, 30 de julho de 2019

Princípio e Fundamento dos Exercícios Espirituais


O homem foi criado para louvar, prestar reverência e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isto, salvar a sua alma;

E as outras coisas sobre a face da terra foram criadas para o homem, para que o ajudem a conseguir o fim para o qual foi criado.

Donde se segue que o homem tanto há-de usar delas quanto o ajudam para o seu fim, e tanto deve deixar-se delas, quanto disso o impedem;


Por isso, é necessário fazer-nos indiferentes a todas as coisas criadas, em tudo o que é concedido à liberdade do nosso livre arbítrio, e não lhe está proibido; de tal maneira que, da nossa parte, não queiramos mais saúde que doença, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida longa que vida curta, e consequentemente em tudo o mais; mas somente desejemos e escolhamos o que mais nos conduz para o fim para que somos criados.
Homo creatus est, ut laudet Deum Dominum nostrum, ei reverentiam axhibeat eique serviat, et per haec salvet animam suam;

Et reliqua super faciem terrae creata sunt propter hominem, et ut eum juvent in prosecutione finis, ob quem creatus est.

Unde sequitur homini tantum utendum illis esse, quantum ipsum juvent ad finem suum, et tantum debere eum experdire se ab illis, quantum ipsum ad eum impediunt;

Quapropter necesse est facere nos indifferentes erga res creatas omnes, quantum permissum est libertati nostri liberi arbitrii et non est ei prohibitum adeo ut non velimus ex parte nostra magis sanitatem quam infirmitatem, divitias quam paupertatem, honorem quam ignominiam, vitam longam quam brevem, et consequenter in ceteris omnibus, unice desiderando et eligendo ea, quae magis nobis conducant ad finem, ob quem creati sumus.

in Exercícios Espirituais de Sto. Inácio de Loyola, 23


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Uma Igreja que mude o Mundo

"Ao contrário do que dizem os jornais, nós não queremos uma Igreja que mude com o mundo, queremos uma Igreja que mude o mundo."

G.K. Chesterton in 'The Catholic Church and Conversion' (1926)


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O que significa ser Agnóstico?

Agnóstico é aquele que, sem negar a existência de Deus, afirma que não podemos provar que Deus existe. O agnóstico afirma um erro. Nós sabemos com certeza que Deus existe, porque sem Deus não se explica nada do que existe, visto como as coisas não existem por si mesmas, e porque Deus revelou ou manifestou a sua existência a pessoas que tal nos afirmam e que são dignas de crédito. 

Com efeito, desde a primeira geração humana as pessoas mais dignas de fé afirmam que Deus se revelou aos homens, provando com milagres que era Deus que se lhes revelava. A existência de Deus é afirmada na história de todos os povos e em todos os tempos. Tal afirmação não seria universal se não houvesse a certeza da existência de Deus.  

Padre José Lourenço in Dicionário da Doutrina Católica (1945)


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segunda-feira, 29 de julho de 2019

880 anos do Milagre da Batalha de Ourique contra os Sarracenos

No dia 25 de Julho de 1139 deu-se a Batalha de Ourique, entre os cristãos, liderados por D. Afonso Henriques e os muçulmanos, muitos mais numerosos, liderados pelo rei Esmar. No dia antes do combate, D. Afonso teve uma visão de Jesus Cristo, rodeado anjos incluindo o Anjo Custódio de Portugal. O combate deu-se no dia de São Tiago, também chamado de "Matamouros":

A 25 de Julho na festa de S. Tiago Apóstolo, no undécimo ano do seu reinado, o mesmo rei D. Afonso travou uma grande batalha com o rei dos Sarracenos, de nome Esmar, num lugar que se chama Ourique. Efectivamente aquele rei dos Sarracenos, conhecendo a coragem e a audácia do rei D. Afonso, e vendo que ele frequentemente entrava na terra dos Sarracenos fazendo grandes depredações e vexava grandemente os seus domínios, quis; se fazê-lo pudesse, travar batalha com ele e encontrá-lo incauto e despercebido em qualquer parte. 

Por isso uma vez, quando o rei D. Afonso com o seu exército entrava por terra dos Sarracenos e estava no coração das suas terras, o rei sarraceno Esmar, tendo congregado grande número de Mouros de além-mar, que trouxera consigo e daqueles que moravam aquém-mar, no termo de Sevilha, de Badajoz, de Elvas, de Évora, de Beja e de todos os castelos até Santarém, veio ao encontro dele para o atacar, confiando no seu valor e no grande número do seu exército, pois mais numerosos era ainda pela presença aí das mulheres que combatiam à laia de amazonas, como depois se provou por aquelas que no fim se encontraram mortas. 

Como o rei D. Afonso estivesse com alguns dos seus acampado num promontório foi cercado e bloqueado de todos os lados pelos Sarracenos de manhã até à noite. Como estes quisessem atacar e invadir o acampamento dos Cristãos, alguns soldados escolhidos destes investiram com eles (Sarracenos), combatendo valorosamente, expulsaram-nos do acampamento, fizeram neles grande carnificina e separaram-nos. 

Como o rei Esmar visse isto, isto é, o valor dos Cristãos, e porque estes estavam preparados mais para vencer ou morrer do que para fugir, ele próprio se pôs em fuga e todos os que estavam com ele, e toda aquela multidão de infiéis foi aniquilada e dispersa quer pela matança quer pela fuga. Também o rei deles fugiu vencido, tendo sido preso ali um seu sobrinho e neto do rei Ali, de nome Omar Atagor.

Com muitos homens mortos também da sua parte, D. Afonso, com a ajuda da graça de Deus, alcançou um grande triunfo dos seus inimigos, e, desde aquela ocasião, a força e a audácia dos Sarracenos enfraqueceu muitíssimo.

in 'Annales Portucalenses Veteres'


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domingo, 28 de julho de 2019

Os 6 efeitos do pecado mortal na alma

Um pecado mortal é um acto contra qualquer dos 10 mandamentos, em matéria grave, com pleno conhecimento ou advertência (sabendo o que se está a fazer) e com consentimento da vontade (é a própria pessoa que quer, ninguém a obriga). Um pecado mortal bastante comum é faltar à Missa ao Domingo, sem justa causa para não ir e sabendo que a Igreja prescreve que se vá. Este pecado produz 6 efeitos gravíssimo na alma do pecador:

1. Perda da graça santificante, das virtudes infusas e dons do Espírito Santo; priva a alma da amizade com Deus;

2. Perda de presença amorosa da Santíssima Trindade na alma;

3. Perda dos méritos adquiridos durante toda a vida, tornando-a incapaz de adquirir novos méritos enquanto não se arrepender e se confessar a um sacerdote;

4. Feiíssima mancha na alma - macula animae - que a deixa tenebrosa e horrível à visão de Deus;

5. Torna a alma escrava de Satanás, aumento das más inclinações e remorsos de consciência;

6. Fá-la merecer o Inferno, e também os castigos desta vida.

O pecado mortal é o Inferno em potência. É um verdadeiro suicídio da alma e da vida de Deus em nós.


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sábado, 27 de julho de 2019

Cardeal Burke recebe bênção de neo-sacerdote filho de portugueses

Cardeal Burke ajoelha-se para receber a primeira bênção do Padre Michael Rocha, filho de pais portugueses, recém-ordenado sacerdote da diocese de São Francisco (Estados Unidos da América)


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Consoladora dos aflitos - Cardeal Newman

Maria foi mártir, mesmo sem sofrer a desonra violenta que, em geral, acompanha os sofrimentos dos mártires. Como bem sabemos, o próprio Senhor foi esbofeteado, despido, flagelado e, por fim, dependurado numa cruz, pregado nela e levantado para ser visto pela multidão cruel.

Mas Aquele que, pelos pecadores, carregou a vergonha do pecador, poupou à sua Mãe - que, em si mesma, não tinha nenhum pecado - este fracasso e ruína supremos: ela não sofreu no corpo mas na alma. Na agonia do Filho, sofreu uma paixão paralela; foi crucificada com Ele; a lança que lhe enterraram no peito, penetrou no espírito de sua mãe. Mas não houve sinais exteriores, pois o seu martírio foi íntimo.

Agora, todos sabemos que é nisto que consiste o segredo da verdadeira consolação: só são capazes de consolar os outros aqueles que pessoalmente já foram muito provados e encontraram conforto quando precisaram dele. Também foi dito acerca de Nosso Senhor: «É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova que pode socorrer os que são postos à prova» (Hb 2,18).

É por este motivo que a Virgem Maria é a consoladora do aflitos. Todos já experimentámos como é tão bom receber conforto que se pode receber de uma mãe; ora, a partir do momento em que Cristo pregado na cruz instaurou uma relação mãe-filho entre ela e São João, já nós podemos chamar a Maria nossa mãe. E Maria pode consolar-nos de maneira muito particular porque sofreu mais do que, geralmente, sofrem as mães.

Em geral, as mulheres, pelo menos as mais sensíveis, são poupadas à rude experiência dos grandes caminhos do mundo; Maria, pelo contrário, depois da Ascensão do Senhor, foi enviada pelas terras estrangeiras quase como os apóstolos, ovelha no meio de lobos. Apesar de todas as atenções que São João lhe dedicava, semelhantes aos cuidados que por ela tinha São José nos seus anos de juventude, ela, mais que todos os santos de Deus, foi estrangeira e peregrina sobre a terra, na proporção do seu maior amor por Aquele que tinha estado na terra e agora já não estava. Quando Jesus era criança, teve de fugir para o Egipto pagão através do deserto; depois de Ele ter subido ao Céu, ela teve de ir de barco para Éfeso, onde viveu e morreu no meio dos pagãos.

Vós estais rodeados de vizinhos indelicados ou de colegas que se riem de vós ou de conhecidos hostis ou de adversários invejosos, invocai o auxílio de Maria lembrando-lhe o sofrimento entre os pagãos.

Cardeal John H. Newman in 'Meditations and Devotions' (1911)


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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Latim era a língua perfeita para a Missa

A Madre Angélica foi a fundadora do canal televisivo EWTN e um poço de energia apostólica. Era também conhecida por não ter 'papas na língua'. Na biografia escrita pelo jornalista Raymond Arroyo (Mother Angelica: The Remarkable Story of a Nun, Her Nerve, and a Network of Miracles) Madre Angélica diz qual é a sua opinião sobre a Missa Tradicional:

O latim era a língua perfeita para a Missa. É a língua da Igreja, que nos permite rezar uma oração verbal sem distracções.

O propósito da Missa é rezar e associar-se à crucificação e com aquele banquete glorioso do qual participamos na Santa Comunhão. Ele está lá. Mas muito é estragado pelo vernáculo.

Durante a missa em latim, tínhamos o missal se queríamos seguir a Missa em inglês. Era quase místico. Dava uma consciência do Céu, da humildade impressionante de Deus que Se manifesta sob as espécies do pão e do vinho. O amor que Ele tem por nós. O Seu desejo de permanecer connosco é simplesmente impressionante. Podíamos meditar profundamente nesse amor porque não estávamos distraídos pela nossa própria língua.

Poderíamos ir a qualquer lugar do Mundo e sabíamos sempre o que estava a acontecer. Era contemplativo porque enquanto a Missa estava a ser celebrada podíamos fechar os olhos e ver o que realmente aconteceu. Podíamos sentí-lo. Podíamos olhar para Este e perceber que Deus veio e estava realmente presente. 

Hoje em dia, com o Padre de frente para as pessoas, é algo entre as pessoas e o Padre. Na maior parte das vezes é apenas um género de reunião na qual Jesus é esquecido.


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quarta-feira, 24 de julho de 2019

Deputado "católico" insiste na legalização da Eutanásia

José Manuel Pureza, deputado do Bloco de Esquerda, declarou, há poucos dias ao jornal PÚBLICO, que a legalização da eutanásia é um tema prioritário: 

“O Bloco assume esta proposta e coloca-a no seu programa, mostrando que lhe dá uma importância grande nas prioridades para os direitos das pessoas. Foi assim que a encarámos nesta legislatura, é assim que partimos para a próxima legislatura e é assim que assinalamos um ano sobre a morte de João Semedo que abraçou esta luta. É uma proposta muito importante.”

José Manuel Pureza diz-se católico, apesar de defender publicamente posições que são diametralmente opostas à doutrina da Igreja, como a liberalização do aborto, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, adopção de crianças por parelhas do mesmo sexo, etc. A legalização da eutanásia é mais um desses erros que esse político insiste em promover e introduzir na legislação.

A legalização da eutanásia tem tido efeitos devastadores em diversos países europeus, com a sua administração a um número cada vez maior de pessoas e pelos mais variados motivos, incluindo pessoas deprimidas e até adolescentes e crianças.

Os Estados aproveitam a lei da eutanásia para se livrarem das pessoas menos produtivas, cujas vidas apelidam de "sem dignidade". Cada vez mais há pessoas que são "eutanaziadas" contra a sua vontade e a vontade dos seus familiares. O último desses casos foi o do francês Vincent Lambert, morto à fome e à sede durante uma semana.

Apesar de defender publicamente doutrinas imorais, José Manuel Pureza foi recentemente convidado para dar uma conferência em plena igreja, na Paróquia do Campo Grande (Lisboa). Muitos fiéis escandalizados apresentaram queixas a essa paróquia e ao Patriarcado. 

Até agora não houve qualquer esclarecimento ou pedido de desculpa por parte da Paróquia do Campo Grande ou do Patriarcado de Lisboa.

João Silveira


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terça-feira, 23 de julho de 2019

Noivo reza o Terço com amigos antes do seu Casamento

Fotografia tirada em Detroit


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75 anos do atentado contra Hitler autorizado por Pio XII

No dia 20 de Julho de 1944, a 'Operação Valquíria' - autorizada pelo Papa Pio XII - levava a cabo um atentado (falhado) contra a vida de Adolf Hitler.

Há muitos anos – pelo menos desde o teatro de 1963 de Rolf Hochhuth “O Deputado" – que o mundo tem aturado a conversa de que Pio XII foi o “Papa de Hitler”. Há décadas que pessoas bem informadas suspeitam que isso se trata de uma distorção deliberada, mas agora temos a certeza, sem margem para dúvidas, de que tais acusações não só estavam erradas como são precisamente o oposto da verdade.

Quando o Cardeal Eugenio Pacelli se tornou Pio XII, em 1939, o chefe das SS, Heinrich Himmler, ordenou a Albert Hartl, um padre laicizado, que preparasse um dossier sobre o novo Papa. Hartl documentou como Pacelli tinha usado a Concordata que tinha negociado com o Governo de Hitler em 1933 de forma vantajosa para a Igreja, fazendo pelo menos 55 queixas formais por violações da mesma.

Pacelli também acusou o Estado nazi de conspirar para exterminar a Igreja e “convocou todo o mundo para lutar contra o Reich”. Pior, pregava a igualdade racial, condenava a “superstição do sangue e da raça” e rejeitou o anti-semitismo. Citando um oficial das SS, Hartl concluiu a sua análise dizendo “a questão não é saber se o novo Papa vai lutar contra Hitler, mas sim como”.

Entretanto, Pio XII estava a reunir-se com cardeais alemães e a discutir o problema de Hitler. As transcrições mostram que ele se queixou que “os Nazis tinham frustrado os ensinamentos da Igreja, banido as suas organizações, censurado a sua imprensa, fechado os seminários, confiscado as suas propriedades, despedido os professores e fechado as escolas”. Citou um oficial nazi que gabou que “depois de derrotar o bolchevismo e o judaísmo, a Igreja Católica será o único inimigo restante”.

O Cardeal Michael von Faulhaber, de Munique, retorquiu que os problemas tinham começado depois da encíclica de 1937 “Com Grande Ansiedade” (Mit Brennender Sorge, publicada em alemão e não em latim). O texto, escrito em parte por Pacelli antes de este se ter tornado Papa, enfureceu o Hitler. O Papa disse a Faulhaber, “a questão alemã é a mais importante para mim. O seu tratamento está reservado directamente para mim… Não podemos abdicar dos nossos princípios… Quando tivermos tentado tudo, e ainda assim eles quiserem absolutamente a guerra, lutaremos… Se eles recusarem, então teremos de lutar”.

Faulhaber recomendou “intercessão de bastidores”. Propôs que os bispos alemães encontrassem “uma forma de fazer chegar a Sua Santidade informação precisa e actualizada.” O Cardeal Adolf Bertram acrescentou que “é preciso fazê-lo de forma clandestina. Quando São Paulo se fez descer num cesto das muralhas de Damasco, também não contava com a autorização da polícia local”. O Papa concordou.

Assim nasceu o plano para construir uma rede de espionagem que apoiaria, entre outras coisas, planos para assassinar Hitler.

No seu interessantíssimo livro “Church of Spies: The Pope’s Secret War Against Hitler”, Mark Riebling recorre a documentos do Vaticano e actas secretas acabadas de divulgar que descrevem detalhadamente as tácticas clandestinas usadas por Pio XII para tentar derrubar o regime nazi.

Depois de Hitler ter invadido a Polónia em 1939 o Papa reagiu aos relatos de atrocidades contra judeus e católicos. A sua encíclica “Summi Pontificatus” rejeitou o racismo, dizendo que a raça humana está unificada em Deus. E condenou também os ataques ao judaísmo.

O Papa foi amplamente louvado por isto – um título do New York Times dizia “Papa condena ditadores, violações de tratados, racismo” – mas ele próprio sentia que era pouco.

Convencido de que o regime nazi cumpria os requisitos para justificar o tiranicídio, conforme os ensinamentos da Igreja, Pio XII permitiu aos jesuítas e aos dominicanos, que respondiam directamente a ele, que colaborassem com acções clandestinas. O seu principal agente – a quem os nazis se referiam como “o melhor agente dos serviços de informação do Vaticano” – era um tal Josef Muller, advogado e herói da Primeira Guerra Mundial.

Muller organizou uma rede de “amigos das forças armadas, escola e faculdade, com acesso a oficiais nazis e que trabalhavam em jornais, bancos e até mesmo nas SS”. Eles forneciam o Vaticano com informação vital, incluindo planos de batalha que eram depois passados aos aliados. Em 1942 Muller conseguiu introduzir Dietrich Bonhoeffer no Vaticano para planear uma estratégia cujo objectivo era “fazer as pontes entre grupos de diferentes religiões, para que os cristãos pudessem coordenar a sua luta contra Hitler”.

As tentativas de assassinato de Hitler falharam todas, devido ao que Muller apelidou de “sorte do diabo”. Mas em relação a estes planos, Riebling comenta: “Todos os caminhos vão de facto dar a Roma, a uma secretária com um simples crucifixo, com vista sobre as fontes da Praça de São Pedro”.

Depois do falhanço do plano Valquíria a Gestapo prendeu Muller. Descobriram uma nota escrita em papel timbrado do Vaticano por um dos assistentes de topo do Papa, o padre Leiber, que dizia que “Pio XII garante uma paz justa em troca da ‘eliminação de Hitler’”. 

Muller foi enviado para Buchenwald. No dia 4 de Abril de 1945, juntamente com Bonhoeffer, foi transferido para Flossenburg. Depois de um julgamento fantoche foram condenados à morte.

Bonhoeffer foi imediatamente executado. Mas temendo a aproximação de forças americanas, as SS transferiram Muller e outros reclusos para Dachau, depois para a Áustria e, finalmente, para o Norte de Itália. 

Foram então libertados pelo 15º Exército dos EUA. Agentes dos serviços de informação dos EUA levaram Muller para o Vaticano. Quando o viu, o Papa abraçou-o e disse que se sentia “como se o próprio filho tivesse regressado de uma situação de grande perigo”.

Riebling revela que durante a visita de Muller ao Vaticano o diplomata americano Harold Tillman perguntou porque é que Pio XII não tinha sido mais interventivo durante a guerra.

Muller disse que durante a guerra a sua organização anti-Nazi na Alemanha tinha insistido muito que o Papa evitasse fazer afirmações públicas dirigidas especificamente aos nazis e condenando-os, tendo recomendado que as afirmações públicas do Papa se confinassem a generalidades (…) Se o Papa tivesse sido específico os alemães tê-lo-iam acusado de ceder às pressões das potências estrangeiras e isso teria colocado os católicos alemães ainda mais na mira dos nazis do que já estavam, tendo restringido imensamente a sua liberdade de acção na resistência ao regime. O Dr. Muller disse que a política da resistência católica in interior da Alemanha era de que o Papa se colocasse nas margens enquanto a hierarquia alemã levasse a cabo a luta contra os nazis. Disse ainda que o Papa tinha seguido sempre este seu conselho durante a guerra.

Graças à pesquisa incansável de Riebling, agora podemos finalmente descartar as alegações absurdas sobre Pio XII. Ele não era o “Papa de Hitler”, era o seu nemesis.

George J. Marlin in 'The Catholic Thing' via 'Actualidade Religiosa'


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segunda-feira, 22 de julho de 2019

Morreu o Bispo que sempre lutou contra a comunhão na mão

Morreu hoje Mons. Juan Rodolfo Laise, O.F.M. Cap., Bispo emérito de São Luís (Argentina). Mons. Laise tinha 93 anos, nasceu em 1926. Entrou bastante jovem nos franciscanos - ordem dos frades menores capuchinhos - e foi ordenado sacerdote em 1949. Foi feito Bispo pelo Papa Paulo VI em 1971. E foi Bispo titular de São Luís desde esse ano até 2001, quando cumpriu 75 anos de idade e resignou, segundo a obrigação canónica.

Mons. Laise foi um dos poucos Bispos que durante quase 50 anos recusou a possibilidade que os fiéis recebessem a Comunhão na mão e A levassem à boca, uma prática que nunca tinha acontecido na Igreja e foi introduzida nos anos 70, depois dos terríveis abusos que decorriam na Holanda. Apesar da maioria dos Bispos nessa época se ter mostrado contra e ter dito que os fiéis também eram contra, o Papa Paulo VI resolveu permitir esse modo de receber a Sagrada Comunhão sempre que uma diocese pedisse à Santa Sé esse indulto, que é uma permissão que vai contra a Lei.

A diocese de São Luís nunca pediu esse indulto, e por tal os fiéis católicos continuaram a comungar apenas na boca. Essa prática manteve-se mesmo depois de Mons. Laise ter deixado de ser Bispo titular e ainda hoje o indulto para comungar na mão não existe nessa diocese.

Este Bispo franciscano viveu os últimos anos da sua vida no convento franciscano em San Giovanni Rotondo, casa do Padre Pio. Foi um grande defensor da doutrina católica e um lutador incansável pela salvação das almas, sempre com grande humildade. Rezemos pelo seu descanso eterno. 

João Silveira


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domingo, 21 de julho de 2019

Há 50 anos o Homem pisou a Lua e há 2000 Deus pisou a Terra

Há 50 anos a missão Apolo 11 permitiu que o Homem pisasse a Lua pela primeira vez. Ficou na História a frase dita pelo astronauta Neil Armstrong quando deu esse primeiro passo lunar: "That's one small step for man, one giant leap for mankind".

Quando Neil Armstrong, um cristão devoto, visitou a Terra Santa, depois da viagem à Lua, foi levado a um passeio pela Cidade Velha de Jerusalém pelo arqueólogo israelita Meir Ben-Dov. 

Quando chegaram aos Portões de Hulda, que fica no topo das escadas que levam ao Monte do Templo, Armstrong perguntou a Ben-Dov se Jesus havia andado por ali. 

"Eu disse-lhe: Repare, Jesus era judeu", lembra Ben-Dov. "Estes são os passos que levam ao Templo, por isso Ele deve ter andado por aqui muitas vezes." 

Armstrong, então, perguntou se aqueles eram os degraus originais, e Ben-Dov confirmou eram. 

"Então Jesus pisou aqui mesmo?", Perguntou Armstrong. "Isso mesmo", respondeu Ben-Dov. 

Disse Armstrong ao arqueólogo: "Significa mais para mim ter pisado estas escadas do que ter pisado a Lua."

Thomas Friedman in 'From Beirut to Jerusalem' 


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sábado, 20 de julho de 2019

Cardeal Sarah faz 50 anos de sacerdócio

O Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos foi ordenado sacerdote há 50 anos. O Cardeal africano tem tentado esclarecer os fiéis católicos, como quando declarou que não há misericórdia sem arrependimento:

“Enganamos as pessoas quando falamos de misericórdia sem sabermos o que quer dizer essa palavra. O Senhor perdoa os pecados, mas temos que nos arrepender.”

Cardeal Robert Sarah - Conferência no Pontifício Instituto João Paulo II (21.V.2015)


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quinta-feira, 18 de julho de 2019

Ordenações sacerdotais nos Institutos Tradicionais em 2019

Não param de crescer as vocações sacerdotais para celebrar a Liturgia Romana Tradicional. Até agora, em 2019, foram ordenados 38 novos sacerdotes nos seguintes Institutos:

Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) - 11 novos sacerdotes

Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX) - 13 novos sacerdotes

Fraternidade Sacerdotal de São Vicente Ferrer (FSVF) - 1 novo sacerdote (dominicano)

Instituto do Bom Pastor (IBP) - 1 novo sacerdote 

Instituto de Cristo Rei Sumo Sacerdote (ICRSS) - 7 novos sacerdotes

Abadia Beneditina de Santa Madalena de Barroux (OSB) - 1 novo sacerdote (beneditino)  

Frades Franciscanos (diocese de Portsmouth) - 4 novos sacerdotes
Fotografias: Messa in Latino


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quarta-feira, 17 de julho de 2019

O "pacifismo" islâmico desde a morte de Maomé até à Primeira Cruzada

Século VII

632: Maomé morre.
633: Mesopotâmia cai face à invasão muçulmana. Segue-se a queda de todo o Império Persa.
635: Damasco cai.
638: Jerusalém é capitulada.
643: Alexandria cai terminando assim 100 anos de cultura helénica.
648: Chipre é atacado.
649: Chipre cai.
653: Rodas cai.
673: Constantinopla é atacada.
698: Todo o Norte de África é tomado pelos muçulmanos. São apagados os vestígios de cultura romana.

Século VIII

711: Hispânia é atacada. O Reino Visigodo colapsa.
717: Os muçulmanos atacam Constantinopla de novo e são repelidos pelo Imperador Leão III.
720: Narbona cai.
721: Saragoça cai. Avistam-se muçulmanos em França.
732: Bordéus é atacada e as suas igrejas queimadas. Carlos Martel e o seu exército detêm os muçulmanos. Os ataques em França continuam.
734: Avinhão capturada por uma expedição muçulmana.
743: Lião é saqueada.
759: Os árabes são expulsos de Narbona.

Século IX

800: Começam as incursões muçulmanas na península itálica. As ilhas de Ponza e Ísquia são saqueadas.
813: Civitavecchia, o porto de Roma, é saqueado.
826: Creta cai perante as forças muçulmanas.
827: Os muçulmanos começam a atacar a Sicília (sul da península itálica).
837: Nápoles repele um ataque muçulmano.
838: Marselha saqueada e conquistada.
840: Bari cai.
842: Messina capturada e o estreito de Messina controlado pelos muçulmanos.
846: Os esquadrões muçulmanos chegam a Óstia, na foz do Tibre, e saqueiam Roma e a Basílica de São Pedro. Tarento, na Apúlia, é conquistada pelas forças muçulmanas.
849: O exército do Papa repele uma frota muçulmana na foz do Tibre.
853-871: A costa italiana desde Bari até Reggio Calabria é controlada pelos sarracenos. Os muçulmanos semeiam o terror no Sul de Itália.
859: Os muçulmanos tomam controlo de toda a Messina.
870: Malta capturada pelos muçulmanos. Bari reconquistada aos muçulmanos pelo Imperador Luis II.
872: O Imperador Luis II derrota uma frota sarracena em Cápua. As forças muçulmanas devastam a Calábria.
878: Siracusa cai após um cerco de 9 meses.
879: O Papa João VIII é obrigado a pagar aos muçulmanos um tributo anual de 25000 mancusos (cerca de 625000 dólares americanos modernos).
880: Os comandantes bizantinos conseguem uma vitória em Nápoles.
881-921: Os muçulmanos capturam uma fortaleza em Âncio e saqueiam as terras circundantes sem retaliações durante 40 anos.
889 Toulon capturada.

Século X

902: As frotas muçulmanas saqueiam e destroem Demétrias, na Tesalia, Grécia central.
904: Tesalónica cai perante as forças muçulmanos.
915: Após 3 meses de bloqueio, as forças cristãs saem victoriosas contra os sarracenos entrincheirados na sua fortaleza no norte de Nápoles.
921: Peregrinos ingleses a caminho a Roma são esmagados por uma derrocada de rochas causada pelos sarracenos nos Alpes.
934: Génova atacada pelos muçulmanos.
935: Génova conquistada.
972: Os sarracenos são finalmente expulsos de Fraxineto.
976: O Califa do Egipto envia novas expedições muçulmanas ao sul de Itália. O Imperador Oto II, que tinha o seu quartel general em Roma, consegue derrotar os sarracenos.
977: Sérgio, arcebispo de Damasco, é expulso da sua sede pelos muçulmanos.
982: As forças do Imperador Oto II são emboscadas e derrotadas.

Século XI

1003: Os muçulmanos de Espanha saqueiam Antibes, em França.
1003-1009: Hordas de saqueadores sarracenos provenientes de bases na Sardenha atacam a costa italiana desde Pisa até Roma.
1005: Os muçulmanos da Espanha saqueiam Pisa.
1009: O Califá do Egipto ordena a destruição do Santo Sepulcro em Jerusalém, o túmulo de Jesus.
1010: Os sarracenos apoderam-se da Cosença, no Sul da Itália.
1015: A Sardenha cai completamente em poder muçulmano.
1016: Os muçulmanos de Espanha saqueiam de novo Pisa.
1017: Frotas de Pisa e Génova dirigem-se à Sardenha e encontram os muçulmanos a crucificar cristãos e expulsam o líder muçulmano. Os sarracentos tentarão retomar a Sardenha até 1050.
1020: Os muçulmanos de Espanha saqueiam Narbona.
1095: O Imperador bizantino Aleixo I Comneno pede ao Papa Urbano II ajuda contra os turcos.
1096: É proclamada a Primeira Cruzada.


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Crianças indesejadas?

Há quem diga que é melhor que uma criança seja abortada do que indesejada. Mas quantos de nós não teremos sido "indesejados" quando foi descoberta a nossa existência? E isso faz-nos melhores ou piores do que os que foram "desejados"? Faz com que as vidas dos que foram "indesejados" valham menos?

A dignidade da vida humana não depende dos "desejos" das outras pessoas, a vida humana tem valor em si mesma. Qualquer ser humano é feito à imagem e semelhança de Deus. Qualquer ser humano foi pensado por Deus desde sempre. Qualquer ser humano é único e irrepetível.

Como é que esta vida humana tão especial pode perder valor porque não é "desejada"? Porque "não dá jeito" que exista? Porque foi um "acidente"? Porque agora "não pode ser"? Quantos disseram isto ao início e depois passaram uma vida inteira a dar graças por terem acolhido a vida daquela criança?

Quando se sublinha a importância dos desejos que alguns têm em relação à vida de outro, o que se está a fazer é tirar importância à vida deste. A vida humana que já existe não é para ser desejada, é para ser amada.

João Silveira


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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Disse Santa Teresa de Ávila: Nada te turbe, nada te espante...




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Situação da liturgia tradicional no mundo no final de 2018

A Paix liturgique tem-se comprometido a publicar todos os anos um balanço do desenvolvimento da missa tradicional no mundo. O balanço deste ano divide-se pela primeira vez em três partes:

- A primeira parte apresenta um panorama das celebrações em todo o mundo;
- A segunda está consagrada aos sacerdotes que celebram esta liturgia;
- A terceira tenta fornecer dados sobre os fiéis que se mostram favoráveis a estas mesmas celebrações.

Pedimos, por isso, a Christian Marquant que respondesse às nossas perguntas, uma vez que foi quem apresentou este estudo durante as quintas jornadas Summorum Pontificum realizadas em Roma, a 29 de Outubro de 2018.

Q –Neste nosso primeiro encontro, trataremos das missas tradicionais que se celebram pelo mundo: o que nos pode dizer a este propósito?

Christian Marquant – Antes de responder, gostaria de fazer duas observações indispensáveis para bem se compreender o que vou dizer.

Desde logo, o que este ano começámos nunca se fez de maneira tão completa, mas, apesar de todo o rigor que empregámos na realização deste trabalho, é perfeitamente possível que tenhamos cometido erros ou esquecido certos elementos.

Assim, agradecemos desde já a todas as pessoas que possam fazer-nos chegar as suas observações e correcções, sendo nosso desejo poder publicar no final de 2019, por ocasião dos 50 anos do Novus Ordo Missae, um balanço mais completo e mais exacto do que aquele que apresentámos para 2018.

Voltando agora à sua questão, faria notar em primeiro lugar que 49 anos volvidos sobre a pretensa interdição da missa tradicional, esta é hoje celebrada, e regularmente, nos cinco continentes: na Europa e na América, claro está, mas também na Ásia, em África e na Oceânia, um desenvolvimento inimaginável meio século atrás.

Q – Poderia dar-nos alguns números?

Christian Marquant – O mais importante é o facto de se constatar que, agora, a missa tradicional é celebrada regularmente; no final de 2018, era-o em mais de 80 países, sem contar as províncias ou departamentos ultramarinos de países como a França.

No entanto, importa fazer notar desde já que, sendo embora verdade que a missa tradicional é celebrada hoje em 80 países, é evidente que esta cifra ainda cobre diferenças flagrantes e disparidades gigantescas: como comparar a França, onde os lugares de celebração ultrapassam os 400, com a Eslovénia, onde, tanto quanto sabemos, a missa tradicional é apenas celebrada numa única igreja ... ou então, comparar os Estados Unidos, onde as celebrações são ainda mais numerosas do que em França, com um país como o Zimbabwe!

Todavia, aquilo que quisemos pôr em realce foi a progressão universal dum fenómeno que não é nem um estilo nem um assunto franco-francês, como tanto se gostava de repetir por entre os inimigos do estabelecimento da paz na liturgia.

Q – Qual é a situação na Europa?

Christian Marquant – A Europa é um caso quase único. Pois aí, a missa celebra-se em todos os países de tradição católica, e hoje em dia, até mesmo naqueles de tradição protestante, e a confirmção encontrá-la-á na lista que deixamos em nota (1).

Q – E na América?

Christian Marquant – Aproxima-se daquela da Europa, pois também nesse continente, a missa tradicional se celebra quase em todo o lado, exceptuando a Venezuela, cuja situação social e política tão particular é bem conhecida, e exceptuando ainda um certo número de países das Antilhas, que, pela sua escassa população, ainda não foram considerados (2).

Q – E a situação em África?

Christian Marquant – A África é, sem dúvida, o continente menos tocado pelo fenómeno da missa tradicional, mas, ainda assim, a lista dos países onde a mesma é celebrada não é negligenciável (3). Mas, falar deste continente obriga-me a assinalar a excepcional e exemplar obra missionária aí levada a cabo pela Fraternidade São Pio X, que conseguiu aí estabelecer poderosos focos de tradição litúrgica em países pobres ou pouco povoados. Estes focos serão, muito em breve, não cabe dúvida, importantes centros prontos a provocar, nos próximos anos, um forte abrasamento nessas regiões. E este movimento continua em marcha, por meio das frequentes viagens missionárias dos sacerdotes dos priorados africanos, sempre à escuta dos pedidos, que conquanto possam não ser para grupos importantes, são ainda assim numerosos e deixam prever que daqui a vinte anos, toda a África será tocada pela liturgia tradicional.

Q – A Ásia?

Christian Marquant – A imensa Ásia é o parente pobre do mundo tradicional (4). Isto não tem a ver com a liturgia tradicional, mas com o facto de que o mundo asiático é apenas marginalmente católico, com regiões quase exclusivamente constituídas por terras do Islão, ou com regiões, como é o caso da Índia e da China, onde a evangelização, não obstantes esforços enormes e ancestrais, apenas se encontra numa fase ainda balbuciante.

Isso não tolhe que, por entre os católicos asiáticos, a missa tradicional não se esteja a estender, na medida em que a mesma responde a um seu profundo desejo de ao mesmo tempo afirmar a sua plena fé católica e nutrir um sentimento fortíssimo de comunhão com a Igreja universal, tanto no espaço como no tempo, resultados que a missa tradicional realiza.

Q – Por fim, a Oceania.

Christian Marquant – Trata-se de um continente onde a tradição litúrgica se encontra em plena expansão (5), o que se deve quer à presença aí de um importante foco europeu desta tradição quer a um movimento de evangelização que está a crescer graças a esta forma litúrgica. Poderia repetir para o mundo oceânico a mesma observação relativa ao notável trabalho missionário empreendido pela Fraternidade São Pio X, que aqui também se volta para esta região pacífica insular.

Q – Disse que a liturgia tradicional era hoje celebrada em 80 países. Crê que estamos a chegar ao limite territorial do seu desenvolvimento?

Christian Marquant – É certo que na Europa e na América, onde quase todos os países católicos já são tocados pelo movimento em favor da missa tradicional, o incremento da liturgia tradicional se fará daqui em diante através de crescimentos internos – isto é, pelo aumento dos lugares de culto e pelo desenvolvimento de certas obras como escolas e, de modo crescente, dos próprios seminários – mais do que por uma extensão a novos países.

Em contrapartida, as informações ao nosso dispor relativamente a África e à Ásia, levam-nos a crer que, nos anos vindouros, a liturgia tradicional se irá instalar num grande número de países, que hoje não se encontram ainda cobertos, mas onde os fiéis a esperam e se estão já a organizar nesse sentido.

Q – Que nos poderia dizer em jeito de conclusão deste primeiro encontro dedicado à presença da missa tradicional no mundo?

Christian Marquant – Retomaria uma afirmação que me parece ser uma evidência: a missa tradicional não é uma moda, mas é antes, para os católicos latinos, a expressão mais perfeita da lex credendi, ou seja, do seu Credo, especialmente no que toca ao sacrifício eucarístico e à presença real na Eucaristia. «Em França, não conseguimos achar nada de melhor», dizia um político célebre. Pela minha parte, diria: «Há cinquenta anos que se tenta e não se conseguiu achar nada melhor do que a missa tradicional.» Não é assim de espantar que haja cada vez mais sacerdotes e fiéis que se voltam para ela logo que podem. É, pois, de esperar um desenvolvimento absolutamente assinalável ao longo dos próximos anos.

 1/1- Países europeus onde se celebra a missa tradicional

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bielorrussia, Croácia, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Vaticano, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Mónaco, Noruega, Holanda, Polónia, Portugal, República Checa, Reino Unido, Rússia, Eslováquia, Eslovénia, Suécia, Suíça, Ucrânia.

1/2- Países europeus onde não se celebra a missa tradicional

Albânia, Andorra, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Chipre, Grécia, Islândia, Macedónia, Moldávia, Montenegro, Roménia, São Marino, Sérvia.

2/1 -Países americanos onde se celebra a missa tradicional

Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador,  Guatemala,  Haiti, Honduras,  México, Nicarágua,  Paraguai, Perú, República Dominicana, Trinidade e Tobago, Uruguai, EUA.

2/2 - Países americanos onde não se celebra a missa tradicional

Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Domínica, Guiana, Jamaica, São Cristóvão e Niéves, São Vicente e Grenadines, Santa Lúcia, São Salvador,  Suriname, Venezuela.

3/1 -Países africanos onde se celebra a missa tradicional

África do Sul, Benin, Camarões, Congo Brazzaville, Costa do Marfim, Gabão, Guiné Equatorial, Ilha Maurícia, Quénia, Reunião, Madagáscar, Nigéria, Uganda, Tanzânia, Zimbabwe.

3/2 - Países africanos onde não se celebra a missa tradicional

Argélia, Angola, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Cabo Verde, Comores, Egipto, Eritréia, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Lesoto, Libéria, Líbia, Malawi, Mali, Marrocos, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Niger, República Centro-Africana, República de Djibouti, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seicheles, Sierra Leone, Somália, Sudão, Sudão do Sul, Suazilândia, Chade, Togo,  Tunísia, Zâmbia.

4/1 - Países asiáticos onde se celebra a missa tradicional

Ceilão, China, Coreia, Índia, Indonésia, Israel, Japão, Kazakistão, Malásia, Filipinas, Singapura, Taiwan.

4/2 - Países asiáticos onde não se celebra a missa tradicional

Afeganistão, Arábia Saudita, Arménia, Arzebeijão, Barein, Bangladesh, Birmânia, Butão, Camboja, Emiratos Árabes Unidos, Géorgia, Iraque, Irão, Jordânia, Kirguiquistão, Koweit, Laos, Líbano, Maldivas, Mongólia, Nepal, Oman, Uzbequistão, Paquistão, Palestina, Qatar, Síria, Tajiquistão, Tailândia, Turquia, Vietnam, Yémen.

5/1 -Países oceânicos onde se celebra a missa tradicional

Austrália, Fiji, Nova Zelândia (a que cabe juntar os territórios franceses da Nova Caledónia e da Polinésia).

5/2 - Países oceânicos onde não se celebra a missa tradicional

Brunei, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Marshall, Kiribati, Nauru, Palaos, Papúa Nova Guiné, Salomão, Samoa, Timor Leste, Tonga, Trinitá e Tobago, Tuvalu, Vanuatu.

Carta 96 da Paix Liturgique em Português


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