quinta-feira, 30 de novembro de 2023

O que é o juízo particular?

Juízo particular é o julgamento a que é sujeita a pessoa imediatamente quando morre.

Nesse momento em que a alma se separa do corpo, Deus revela todas as graças que deu àquela pessoa ao longo da sua vida, e as inúmeras ajudas que lhe deu para que escapasse às ciladas do demónio. A alma da pessoa fica a conhecer também todas as vezes em que correspondeu a essa graça, fazendo boas acções, e todas as vezes em que rejeitou a graça de Deus, escolhendo o pecado.

A sentença é proferida, segundo a justiça e a misericórdia infinitas de Deus, e a alma tem a recompensa que lhe é devida: salvação ou condenação; Céu ou inferno; amizade com Deus ou inimizade com Deus; felicidade eterna ou sofrimento eterno.
Ninguém escapa a isto, desde o mais rico e poderoso até ao mais pobre e desprezado dos seres humanos.

Deus é Amor, por isso sabemos que nos dá tudo para ficarmos seus amigos já nesta vida, e sermos ainda mais seus amigos na eternidade. E também por isso temos a responsabilidade de começar desde já a investir nessa amizade com o Único Amigo que nunca nos vai desiludir.


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Santo André, o primeiro Apóstolo chamado por Jesus

Santo André nasceu em Bethsaida de Galilea e morreu em Patras (Grecia), por volta do ano 60 d.C. Ao Apóstolo André cabe o título de "Primeiro chamado". E é comovente que, no Evangelho, tenha sido até anotada a hora (4 da tarde) do seu primeiro encontro e primeiro compromisso com Jesus. Depois, foi André comunicar ao seu irmão Simão (Pedro) a descoberta do Messias e a conduzi-lo rapidamente até Ele. 

A sua presença é ressaltada de modo particular no episódio da multiplicação dos pães.  Sabemos também que foi a André que se dirigiram os gregos que queriam conhecer a Jesus, e ele conduziu-os ao Divino Mestre.  Segundo os antigos escritores cristãos, o Apóstolo André evangelizou a Ásia Menor e as regiões ao longo do Mar Negro, chegando até ao rio Volga, sendo por isso honrado como Padroeiro na Roménia, Ucrânia e Rússia. 

Comovente é a Passio - ainda que tardia - que narra a morte do Apóstolo, que teria ocorrido em Partas, em Acaia: condenado ao suplício da cruz, ele próprio pediu para ser pendurado em uma cruz particular, feita em X (cruz que desde então leva o seu nome) e que evoca, em sua própria forma, a inicial do nome grego de Cristo. 

A 'Legenda Aurea' refere que o Apóstolo Santo André foi ao encontro da sua cruz com esta esplêndida invocação nos lábios: "Salve Cruz, santificada pelo Corpo de Jesus e enriquecida pelas gemas preciosas de Seu Sangue... Venho a ti cheio de segurança e alegria, para que tu recebas o discípulo d'Aquele que sobre ti morreu. Cruz boa, há tempos desejada, que os membros do Senhor revestiram de tanta beleza! Desde sempre te amei e desejei abraçar-te... Acolha-me e leva-me até o meu Mestre". 

Patronato: Pescadores 
Etimologia: André = viril, forte, do grego
Emblema: Cruz decussada (em forma de X), rede de pescador 

Entre os Apóstolos, é o primeiro que encontramos nos Evangelhos: o pescador André, nascido em Bethsaida da Galileia, irmão de Simão Pedro. O Evangelho de João (cap. 1) no-lo mostra com um amigo enquanto segue a pregação do Baptista; o qual, vendo passar Jesus por ele baptizado um dia antes, exclama: "Eis o cordeiro de Deus!" Palavras que imediatamente impelem André e o seu amigo até Jesus: Falam com Ele e André corre, depois, para informar o irmão: "Encontrámos o Messias!" Pouco depois, eis também Simão diante de Jesus; o qual "fixando o olhar sobre ele, disse: 'Tu és Simão, filho de João: chamar-te-ás Cefas'." Esta é a apresentação. Depois vem o chamamento. Os dois irmãos haviam voltado ao seu ofício de pescadores no "mar da Galileia": mas deixam tudo para trás quando chega Jesus e diz: "Segui-me, far-vos-ei pescadores de homens" (Mt. 4, 18-20).

Encontramos, depois, André no grupo restrito - com Pedro, Tiago e João - que, no monte das Oliveiras, "à parte", interroga Jesus sobre os sinais dos últimos tempos: e a resposta é conhecida como o "discurso escatológico" do Senhor, que ensina como devemos nos preparar para a vinda do Filho do Homem, "com grande potência e glória" (Mc 13). O nome de André aparece também no primeiro capítulos dos Actos dos Apóstolos com os dos outros Apóstolos que se dirigiam a Jerusalém depois da Ascensão. 

E depois a Escritura nada mais diz sobre ele, mas dele falam alguns textos apócrifos, ou seja, não canónicos. Um desses, do século II, publicado em 1740 por L. A. Muratori, afirma que André encorajou João a escrever o seu Evangelho. E um texto copto contem esta bênção de Jesus a André: "Tu serás uma coluna de luz no Meu reino, em Jerusalém, a minha cidade predilecta. Amém". 

O historiador Eusébio de Cesarea (ca. 265-340) escreve que André pregou o Evangelho na Ásia Menor e na Rússia meridional. Depois, indo para a Grécia, guiou os cristãos de Patras. E aqui sofre o seu martírio por crucifixão: pendurado com cordas, de cabeça para baixo, em uma cruz em forma de X; aquela dita depois "cruz de Santo André". Isto ocorreu por volta do ano 60 d.C., no dia 30 de novembro.  

Em 357 d.C., os seus restos foram levados para Constantinopla; mas a cabeça, menos um fragmento, continuou em Patras. Em 1206, durante a ocupação de Constantinopla (Quarta Cruzada), o Legado Pontifício Cardeal Capuano, de Amalfi transferiu aquelas relíquias para Itália. E, em 1208, são acolhidas solenemente pelos amalfitanos na cripta de sua Catedral. Quando, em 1460, os Turcos (muçulmanos) invadem a Grécia, a cabeça do Apóstolo é levada de Patras para Roma, onde foi guardada na Basílica de São Pedro, durante cinco séculos.  Isto é até que o Papa Paulo VI, em 1964, tenha devolvido a relíquia à Igreja de Patras. 

in Pale Ideas


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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Coroa das Almas do Purgatório

Senhor, meu Criador e Redentor, eu creio que na Vossa justiça criastes o Purgatório para aqueles que passam desta vida à eternidade sem haver pagado completamente as dívidas de culpa e de pena. E creio que na Vossa misericórdia aceitais os sufrágios, especialmente o Santo Sacrifício da Missa, para seu alívio e libertação. Reavivai em mim a Fé e infundi em mim sentimentos de piedade para com esses amados irmãos que sofrem. 

Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os resplendores da luz perpétua; descansem em paz. Amen

Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, por intercessão de Maria, e de todos os santos, acolhei no Vosso Reino os que morrem. E vós, São Miguel Arcanjo, guiai-nos para a luz santa que Deus prometeu a Abraão e aos seus descendentes. Ofereço-Vos, Senhor, sacrifícios e orações de louvor; aceitai-os pelos que adormeceram e fazei-os passar para a luz eterna. 

Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os resplendores da luz perpétua; descansem em paz. Amen

Jesus, bom Mestre, suplico-Vos pelos que morreram e a quem sou devedor de reconhecimento, justiça, caridade, parentesco. Recomendo-Vos ainda as pessoas que na Terra tiveram maiores responsabilidades: os sacerdotes, os governantes, os superiores, os religiosos. Peço-Vos ainda pelas almas mais abandonadas e mais devotas da Santíssima Eucaristia, da Santíssima Virgem, de São Paulo. Dignai-Vos chamá-los prestes para a celeste felicidade. 

Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os resplendores da luz perpétua; descansem em paz. Amen

Agradeço-Vos, ó Jesus, Divino Mestre, que descestes do Céu para libertar os homens de tantos males com a Vossa doutrina, santidade e morte. Suplico-Vos por aqueles que se encontram no Purgatório por causa da imprensa, cinema, rádio, televisão. Confio que estes, uma vez libertos das suas penas e admitidos ao gozo eterno, Vos orem e supliquem pelo mundo de hoje, a fim de que os inumeráveis bens que nos dispensastes, para a elevação da vida presente, sejam mesmo adoptados para o apostolado e para a vida eterna. 

Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os resplendores da luz perpétua; descansem em paz. Amen

Jesus misericordioso, pela Vossa dolorosa Paixão e pelo amor que me tendes, suplico-Vos, que me perdoeis as penas merecidas para esta ou para a outra vida com os meus pecados. Concedei-me espírito de penitência, delicadeza de consciência, ódio a toda a venialidade deliberada e as disposições necessárias para a aquisição das indulgências. Prometo sufragar, na medida das minhas forças, as que passarem desta vida à eternidade. E vós, Bondade infinita, infundi em mim um fervor cada vez mais vivo, para que um dia Vos possa contemplar, amar e gozar para sempre no Céu. 

Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os resplendores da luz perpétua; descansem em paz. Amen


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São Saturnino, Bispo e Mártir

Hoje é dia do santo que foi arrastado por um toiro até à morte. São Saturnino, primeiro Bispo de Toulouse, fazia fortes pregações contra os deuses pagãos, que demonstrava serem falsos e demoníacos.
 
Ao passar à frente do templo pagão, os que o frequentavam - antepassados ideológicos dos ateus, maçãos e mundanos dos nossos dias - prenderam o santo a um toiro e espantaram o animal para que o arrastasse pelas ruas da cidade e assim o matasse.

São Saturnino morreu por defender a Fé Católica, por defender a verdade. Perdeu a vida terrena mas ganhou a vida eterna, que é a que realmente interessa.


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Novena da Imaculada Conceição

Oração para todos os dias (29 de Novembro a 7 de Dezembro)

Deus vos salve, Maria, cheia de graça e bendita mais do que todas as mulheres, Virgem singular, Virgem soberana e perfeita, eleita para Mãe de Deus e preservada por Ele de toda a culpa desde o primeiro instante da vossa Concepção. Tal como por Eva nos veio a morte assim nos vem a vida por vós, que pela graça de Deus fostes eleita para ser Mãe do novo povo que Jesus Cristo formou com o Seu Sangue.

 

A vós, puríssima Mãe, restauradora da caída linhagem de Adão e Eva, vimos confiantes e suplicantes nesta novena, para rogar que nos concedais a graça de sermos verdadeiros filhos vossos e de vosso Filho Jesus Cristo, livres de toda a mancha de pecado.

 

Confiantes, Virgem Santíssima, que haveis sido feita Mãe de Deus não apenas para vossa dignidade e glória, senão também para salvação nossa e proveito de todo o género humano. Sabendo que jamais se tenha ouvido dizer que um de quantos tem acudido à vossa protecção e implorado o vosso socorro tenha sido desamparado.

 

Não me deixeis, pois, porque se me deixais me perderei. Que eu tampouco quero deixar-vos, antes bem, cada dia quero crescer mais na vossa verdadeira devoção.

 

Alcançai-me principalmente estas três graças:

A primeira, não cometer nenhum pecado mortal;

A segunda, um grande apreço à virtude cristã,

A terceira, uma boa morte.

 

Além disso, dai-me a graça particular que vos peço nesta novena (fazer aqui o pedido que se deseja obter).

 

Rezar a oração do dia correspondente (ver abaixo)

  

Bendita a Vossa Pureza!

Eternamente bendita!
Que até Deus Se delicia
Com tão graciosa beleza!
A Vós, celeste Princesa
Sagrada Virgem Maria
Vos ofereço neste dia
Alma, vida e coração!
Olhai-me com compaixão!
Não me deixeis, ó Maria!

 

Rezar três Ave-Marias

 

A tua Imaculada Concepção, oh! Virgem Mãe de Deus, alegrou o Universo inteiro.

 

Oração Final

 

Oremus! Deus meu, que pela Imaculada Concepção da Virgem preparastes digna habitação ao Vosso Filho: Vos rogamos que, como a haveis preservado de toda a mancha em previsão dos méritos da morte do Vosso Filho, assim nos concedais, por sua intercessão, chegar a Vós limpos de pecado. Pelo mesmo Cristo Senhor nosso. Amen.

 

Primeiro dia - 29 de Novembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como preservastes a Maria do pecado original na sua Imaculada Concepção, e nos concedestes o grande beneficio de nos livramos dele por meio do teu Santo Baptismo, assim vos rogamos humildemente que nos concedais a graça de nos portarmos sempre como bons cristãos.

 

Segundo dia - 30 de Novembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como preservastes Maria do pecado mortal em toda a sua vida e a nós nos dais as graças para evitá-lo e o Sacramento da confissão para remedia-lo, assim vos rogamos humildemente, por intercessão da vossa Mãe Imaculada, nos concedais a graça de não cometer mais nenhum pecado mortal, e se acontecer tão terrível desgraça, a graça de sair dele quanto antes por meio de uma boa confissão.

 

Terceiro dia - 1 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como preservastes Maria do pecado venial em toda a sua vida, e a nós nos pedes que purifiquemos mais e mais as nossas almas para sermos dignos de vós, assim vos rogamos humildemente, por intercessão da vossa Mãe Imaculada, nos concedais a graça de evitar os pecados veniais e a de procurar e obter cada dia mais pureza e delicadeza de consciência.

 

Quarto dia - 2 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como livrastes a Maria da inclinação ao pecado e lhe destes domínio perfeito sobre todas as suas paixões, assim vos rogamos humildemente, por intercessão de Maria Imaculada, nos concedais a graça de ir domando as nossas paixões e destruindo as nossas más inclinações, para que vos possamos servir com verdadeira liberdade de espírito e sem imperfeição.

 

Quinto dia - 3 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como, desde o primeiro instante da sua Concepção, destes a Maria mais graça do que a todos os Santos e Anjos do Céu, assim vos rogamos humildemente, por intercessão da vossa Mãe Imaculada, nos inspireis um apreço singular da divina graça que Vós nos adquiristes com o Vosso sangue, e nos concedais o aumentar mais e mais com as nossas boas obras e com a recepção dos Santos Sacramentos, especialmente o da Comunhão.

  

Sexto dia - 4 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como, desde o primeiro momento, destes a Maria, com toda a plenitude, as virtudes sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, assim vos suplicamos humildemente, por intercessão da vossa Mãe Imaculada, nos concedais a nós a abundancia destes mesmos dons e virtudes, para que possamos vencer todas as tentações e tenhamos muitos actos de virtude dignos da nossa profissão de cristãos.

  

Sétimo dia - 5 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como destes a Maria, entre as demais virtudes, uma pureza e castidade eximias, pelas quais é chamada Virgem das virgens, assim vos suplicamos, por intercessão da tua Mãe Imaculada, nos concedais a dificilíssima virtude da castidade.

 

Oitavo dia - 6 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como destes a Maria a graça de uma ardentíssima caridade e amor de Deus sobre todas as coisas, assim vos rogamos humildemente, por intercessão da vossa Mãe Imaculada, nos concedas um amor sincero a vós - Oh! Deus Senhor nosso! Nosso verdadeiro bem, nosso benfeitor, nosso Pai - e que antes queiramos perder todas as coisas que ofender-Vos com um pecado que seja.

 

Nono dia - 7 de Dezembro

 

Oh! Santíssimo Filho de Maria Imaculada e benigníssimo Redentor nosso:

Tal como haveis concedido a Maria a graça de ir ao Céu e de ser nele colocada no primeiro lugar depois de Vós, vos suplicamos humildemente, por intercessão de Maria Imaculada, que nos concedais uma boa morte, que recebamos bem os últimos sacramentos, que expiremos sem mancha nenhuma de pecado na consciência e vamos ao Céu para sempre.



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terça-feira, 28 de novembro de 2023

Missa Prelatícia em pavilhão gimnodesportivo






Missa Prelatícia em pavilhão gimnodesportivo. D. Athanasius Schneider celebrou uma Missa em Milton Keynes, a 1h30 de Londres (Reino Unido).

A Missa deveria ter tido lugar na paróquia mas a grande afluência de fiéis fez com que tivesse de ser mudada para um lugar onde a multidão pudesse caber. A beleza do altar contrasta com os cestos de basquetebol.


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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

A Medalha Milagrosa e a conversão de Afonso Ratisbonne

Este é um pequeno resumo da inesperada e súbita conversão do austríaco Afonso Ratisbonne. Afonso era judeu e maçon. Nutria pela Igreja Católica, e tudo o que estivesse relacionado com o catolicismo, um profundo ódio e desdém. Poucos dias antes da sua conversão, tinha aceitado usar no bolso uma medalha de Nossa Senhora das Graças (medalha milagrosa) para provar que não tinha qualquer efeito.

20 de Janeiro de 1842: Ratisbonne encontrava-se em Roma. Saindo de um café onde acabara de conversar com dois amigos, encontra a carruagem do Barão de Bussière que o convida para dar um passeio. Afonso, sem muito entusiasmo, mas para não fazer uma descortesia àquele do qual pouco antes tinha sido hóspede, aceita o convite. Acharam-se logo diante da igreja de Sant'Andrea delle Fratte. O piedoso conde de Laferronays devia receber as honras fúnebres e o Barão de Bussière fora encarregado de reservar uma tribuna para a família do defunto.

“Será coisa de dois minutos", diz ele a Afonso que, durante este tempo resolve visitar a igreja. Tenta Afonso descrever o que então se passou na sua alma: “Esta igreja é pobre e deserta; creio que nela me achei mais ou menos só… Nenhum objecto de arte atraiu a minha atenção… Subitamente nada mais vejo… ou antes, ó meu Deus, vejo uma só coisa! Como seria possível falar do que vi? Oh! não, a palavra humana não deve tentar exprimir o que se não pode exprimir; toda descrição, por sublime que seja, não seria mais que uma profanação da inefável realidade…”

Tornando à igreja, o Barão de Bussière não encontra Afonso onde o havia deixado, mas ajoelhado diante da capela de São Miguel Arcanjo e de São Rafael, submergido em profundo recolhimento.

“A esta vista, pressentindo um milagre - depõe o barão - apoderou-se de mim um frémito religioso. Dirijo-me a ele, agito-o várias vezes sem que ele dê conta da minha presença. Finalmente, voltando para mim o seu rosto banhado de lágrimas, junta as mãos e me diz: “Oh! como este senhor rezou por mim!”

Compreendi logo que se tratava do falecido Conde de Laferronays. Amparado, quase levado por mim, sobe à carruagem. Onde quereis ir? pergunto-lhe eu.

“Levai-me para onde quiserdes. Depois do que vi, obedeço”.

Declara-me em seguida que só falará com o consentimento de um padre, porque "o que eu vi – acrescenta ele – só o posso dizer de joelhos”.

Conduzido à igreja do Gesú, dos padres jesuítas, ao lado do padre Villefort que o convida a explicar-se, tira Afonso a medalha, abraça-a, mostra-a e exclama: “Eu vi-A! Eu vi-A!… Havia uns instantes que eu estava na igreja, quando repentinamente me senti dominado por uma turbação inexprimível. Ergui os olhos; todo o edifício desparecera à minha vista; só uma capela tinha, por assim dizer, concentrada toda a luz; e, no meio desta irradiação, apareceu, em pé sobre o altar, grande, brilhante, cheia de majestade de doçura a Virgem Maria, tal qual está na minha medalha; uma força irresistível atraiu-me para ela. A Virgem com a mão fez-me sinal para que me ajoelhasse. Pareceu dizer-me: “Está bem! Não me falou nada, mas eu compreendi tudo”.

Mais tarde dirigiu-se Afonso à Basílica de Santa Maria Maior a fim de agradecer à sua celeste benfeitora o grande benefício recebido.

Ao entrar na capela de Nossa Senhora, exclamou: “Oh! como estou bem aqui! Gostaria de ficar aqui para sempre: parece-me que já não estou na Terra!”

Ao fazer a visita ao Santíssimo Sacramento, por pouco não desfaleceu. Apavorado, exclamou: “que coisa horrível estar na presença do Deus vivo sem ser baptizado!”

Afirma o Padre Roothan, geral da Companhia de Jesus, que “depois da sua conversão o senso da fé nele se manifestava de modo tão intenso que lhe fazia sentir, penetrar e reter tudo o que lhe era proposto, tanto que em pouco tempo o julgaram suficientemente instruído para receber o santo Baptismo”.

Ratisbonne recebeu sem dúvida uma assistência toda especial de Deus e da Santíssima Virgem.

A 31 de Janeiro, 11 dias após a aparição, Afonso Ratisbonne abjura solenemente à maçonaria e recebe o baptismo na igreja do Gesú das mãos do cardeal Patrizzi. O vasto e sumptuoso templo estava repleto. Ali se encontrava o escol da sociedade romana e estrangeira. Acompanhado pelo Padre Villefort e pelo seu padrinho, o barão de Bussière, Afonso foi levado à porta da igreja. Vestido de uma longa túnica de damasco branco, trazia o Terço e a medalha de Nossa Senhora nas mãos.

– Que pedes à Igreja de Deus? pergunta-lhe o oficiante.
– A fé!

Ah! diz uma testemunha ocular dessa cena majestosa, já tinha a fé católica aquele a quem a Estrela da Manhã iluminara com os seus raios.

Afonso beija a terra e fica prostrado até ao fim dos exorcismos.

Levanta-se e, guiado pelo pontífice, encaminha-se para o altar entre as bênçãos de uma imensa multidão que respeitosamente se abre à sua passagem.

Perguntam-lhe qual é o seu nome.

– Maria! responde num arrebatamento de amor e de gratidão.
– Que desejas?
– O baptismo.
– Crês em Jesus Cristo?
– Creio!
– Queres ser baptizado?
– Quero!

Com um sorriso de celeste beatitude levantou sua cabeça ainda humedecida da água baptismal. Acabava de transpor um abismo: era cristão.

Afonso, cheio de Deus, radicalmente transformado pela graça, deixa o mundo e entra na Companhia de Jesus. Nela viveu dez anos vida exemplar e só a deixou, desfeito em lágrimas, para fazer a vontade de Deus que o queria ao lado do seu irmão, o Padre Teodoro, para com ele trabalhar numa obra tão grata ao mesmo Deus e de tanta relevância: a conversão dos judeus.

O piedoso Padre Maria Afonso Ratisbonne nunca se esqueceu da sua Mãe amantíssima que o arrancou das trevas da incredulidade para os esplendores da verdadeira fé.

Inclinava-se profundamente sempre que ouvia no canto das ladainhas a invocação: “Refúgio dos pecadores, rogai por nós!”

Os que o ouviam falar da sua Mãe Celeste adivinhavam o que se passava no seu coração; o seu olhar fulgurante parecia que ainda contemplava a mais bela e a mais pura das virgens.

A medalha milagrosa, que exercera papel preponderante na sua conversão, era o seu mais caro tesouro. Julgou um dia que a havia perdido; a sua aflição foi extrema; parecia-lhe que fora abandonado pela Virgem misericordiosíssima. As suas lágrimas não cessaram de correr até que a encontrou.

Maria Santíssima foi a sua consolação em todas as penas e o seu grande motivo de esperança em todas as provações. Dizia que Maria Santíssima não é outra coisa que uma mão de Deus, não a mão que castiga, mas a mão das misericórdias.

Dizem os historiadores que quando o Padre Ratisbonne pregava sobre Nossa Senhora, todos os ouvintes se comoviam, muitos pecadores se convertiam. 

Padre Élcio Murucci in Fratres in Unum


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Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa

A aparição de Nossa Senhora das Graças ocorreu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina Labouré, irmã de caridade (religiosa de S.Vicente Paulo). A santa encontrava-se em oração na capela do convento, em Paris (rua du Bac), quando a Virgem Santíssima lhe apareceu.

Tratava-se de uma "Senhora de mediana estatura, o seu rosto tão belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas ..." A Santíssima Virgem disse: "Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem...".

Formou-se então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Nisto voltou-se o quadro e eu vi no reverso a letra M encimada por uma cruz, com um traço na base. Por baixo, os Sagrados Corações de Jesus e Maria - o de Jesus cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. 

Ao mesmo tempo ouvi distintamente a voz da Senhora a dizer-me: "Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxeram por devoção hão de receber grandes graças.

O Arcebispo de Paris Dom Jacinto Luís de Quélen (1778-1839) aprovou, dois anos depois, em 1832, a medalha pedida por Nossa Senhora; em 1836 exortou todos os fiéis a usarem a medalha e a repetir a oração gravada em torno da Santíssima Virgem: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós."

Esta piedosa medalha - segundo as palavras do Papa Pio XII - "foi, desde o primeiro momento, instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, protecções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo lhe chamou desde logo Medalha Milagrosa". 

in EAQ


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domingo, 26 de novembro de 2023

Cardeal Sarah sobre a proibição da Missa Tidentina




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Para que fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa?

Oferece-se a Deus o Santo Sacrifício da Missa para 4 fins:

1º para honrá-Lo como convém, e sob este ponto de vista o sacrifício é latrêutico (Adoração);

2º para Lhe dar graças pelos seus benefícios, e sob este ponto de vista o sacrifício é eucarístico (Agradecimento);

3º para aplacá-Lo, dar-Lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do Purgatório, e sob este ponto de vista o sacrifício é propiciatório (Reparação);

4º para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de vista o sacrifício é impetratório (Petição).

Catecismo de São Pio X


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sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Não é só hoje




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Dia de São João da Cruz

No calendário tradicional, hoje é dia de São João da Cruz: fundador dos Carmelitas descalços (juntamente com Santa Teresa d'Ávila), doutor da Igreja, grande místico, etc.

Sendo um homem superiormente inteligente e sábio - consta que sabia a Sagrada Escritura praticamente de cor, assim como a Summa Theologiae, obra-prima de São Tomás de Aquino - era acima de tudo um homem santo e humilde. 

Pedia constantemente 3 coisas a Deus: que não deixasse passar um dia da sua vida sem lhe enviar sofrimentos, que não o deixasse morrer ocupando o cargo de superior e que lhe permitisse morrer humilhado e desprezado.

Um dos alertas que deixou aos seus filhos espirituais, e a todos nós, é que no fim da nossa vida seremos julgados pelo amor. O nosso juiz será Jesus Cristo, que morreu na cruz para mostrar que Ele é o amor por definição. E é à luz desse amor na cruz que será analisado tudo o que fizemos ao longo do tempo que nos foi dado aqui na Terra.


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quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Pai Nosso pelas Almas do Purgatório ensinado por Santa Matilde

Um dia em que Santa Matilde havia acabado de comungar e oferecer a Deus a Hóstia Preciosíssima a fim de que Ela servisse para a libertação das Almas do Purgatório, com a remissão dos seus pecados e a reparação de suas negligências, ouviu o Senhor dizer-lhe: “Reze por elas um Pai Nosso em união com a intenção que Eu tive, ao tirá-lo do Meu Coração, a fim de ensiná-lo aos homens”. 

Ao mesmo tempo, a inspiração Divina desvendou a Santa Matilde as intenções do Pai Nosso Pelas Almas. E quando Santa Matilde acabou de rezar o Pai Nosso nessas intenções, ela viu uma grande multidão de Almas, rendendo graças a Deus pela sua libertação do Purgatório, numa alegria extrema. A cada vez que a Santa rezava essa oração, via uma legião de Almas subindo para o Céu. Socorramos as pobres Almas do Purgatório, que nada podem para si mesmas, a não ser sofrer, esperando pelos nossos sufrágios, rezar por nós e serem gratas.

PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU

Peço-Vos humildemente: Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, que perdoeis às almas do Purgatório, por não Vos terem amado nem prestado toda a honra que Vos é devida, a Vós, Seu Senhor e Pai,  que por pura graça as adoptastes como Vossas filhas. Pelo contrário, por causa dos pecados, fecharam os seus corações onde Vós queríeis habitar para sempre. Em reparação destas faltas, ofereço-Vos o amor e a veneração que o Vosso Filho Encarnado Vos testemunhou ao longo da Sua Vida terrestre e ofereço-Vos todos os actos de penitência e de reparação que Ele cumpriu e pelos quais pagou e expiou os pecados dos homens.

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME 

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, por não terem honrado dignamente o Vosso Santo Nome: elas pronunciaram-n`O muitas vezes distraidamente e tornaram-se indignas do nome de cristãos pela sua vida de pecado. Em reparação das faltas que cometeram, ofereço-Vos toda a honra que o Vosso Filho Bem-Amado rendeu ao Vosso Nome, por palavras e actos ao longo de toda a Sua Vida terrestre.

VENHA A NÓS O VOSSO REINO 

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório porque não procuraram nem desejaram o Vosso Reino, com intenso fervor e empenho, este Reino que é o único lugar onde reina o verdadeiro repouso e a paz eterna. Em reparação pela indiferença em fazer o bem, ofereço-Vos o desejo do Vosso Divino Filho através do qual Ele quis ardentemente torná-las, a elas também, herdeiras do Seu Reino.

SEJA FEITA A VOSSA VONTADE ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório por não se terem sempre submetido com devoção à Vossa Vontade. Elas não procuraram cumprir a Vossa Vontade em todas as coisas e muitas vezes cederam a agiam fazendo unicamente a sua própria vontade. Em reparação da sua desobediência, ofereço-Vos a perfeita conformidade do Coração cheio de Amor do Vosso Filho à Vossa Santa Vontade e a submissão total que Ele Vos testemunhou, obedecendo-Vos até à Sua Morte na Cruz. 

O PÃO DE CADA DIA NOS DAI HOJE

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório,  por não terem recebido sempre o Santo Sacramento da Eucaristia com intenso desejo. Receberam-n`O muitas vezes sem recolhimento, sem amor, ou indignamente ou mesmo negligenciando recebê-l`O. Em reparação de todas estas faltas que cometeram, ofereço-Vos a plena santidade e o grande recolhimento de Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Divino Filho, bem como o ardente amor, através dos quais nos ofereceu este dom incomparável. 

PERDOAI-NOS AS  NOSSAS OFENSAS  ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, todas as faltas de que se tornaram culpadas sucumbindo aos sete pecados capitais e também quando não quiseram amar, nem perdoar aos seus inimigos. Em reparação de todos estes pecados, ofereço-Vos a Oração cheia de Amor que o Vosso Divino Filho Vos dirigiu em favor dos Seus inimigos quando estava na Cruz. 

E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, perdoai às almas do Purgatório, porque muitas vezes não resistiram às tentações e paixões, mas seguiram o Inimigo de todo o bem e abandonaram-se ás fraquezas da carne. Em reparação de todos estes pecados em múltiplas formas, dos quais se reconhecem culpadas, ofereço-Vos a gloriosa Vitória que Nosso Senhor Jesus Cristo trouxe ao mundo assim como a Sua Vida Santíssima, o Seu trabalho e penas, o Seu sofrimento e a Sua Morte crudelíssima. 

MAS LIVRAI-NOS DO MAL 

Peço-Vos humildemente, Pai Eterno, Benevolente e Misericordioso, livrai-nos de todos os flagelos, pelos méritos do Vosso Filho Bem-Amado e conduzi-nos, bem como às almas do Purgatório, ao Vosso Reino de Glória eterna, que se identifica Convosco. Amen. 


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São Clemente I, Papa e Mártir

São Clemente I, também conhecido como Clemente Romano, foi o quarto Papa da Igreja Católica, entre 88 e 97 dC. Nascido em Roma, nos arredores do Coliseu, por volta do ano 35dC, de família hebraica, foi um dos primeiros a receber o baptismo de São Pedro, que também o sagrou Bispo. 

Foi sucessor de Anacleto I (ou Cleto) e autor da Epístola de Clemente aos Coríntios (segundo Clemente de Alexandria e Orígenes), o primeiro documento de literatura cristã, endereçada à Igreja de Corinto. Foi também o primeiro Padre da Igreja. 

Padres da Igreja, Santos Padres ou Pais da Igreja foram influentes teólogos, professores e mestres cristãos e importantes Bispos. Os seus trabalhos académicos foram utilizados como precedentes doutrinários para séculos vindouros. Os Padres da Igreja viveram entre o século II e VII. O estudo dos escritos dos Padres da Igreja é denominado Patrística.

Discípulo de São Pedro, São Clemente, após eleito restabeleceu o uso do Crisma seguindo o rito do primeiro Papa, e iniciou o uso da palavra Amém nas cerimônias religiosas. 

A Primeira Epístola de Clemente, também conhecida literalmente como Clemente aos Coríntios, abreviada como I Clemente, é uma carta endereçada aos cristãos da cidade de Corinto. A carta foi datada como sendo do final do século I ou começo do século II d.C. e, juntamente com o Didaquê e o Evangelho de Tomé, é um dos mais antigos - se não o mais antigo - documentos cristãos sobreviventes fora dos Evangelhos canónicos.

Durante o seu Pontificado ocorreu uma segunda perseguição aos cristãos, na época de Domiciano. Mais tarde, Clemente foi preso no reinado de Trajano. Após ser detido e condenado ao exílio, com trabalhos forçados nas minas de cobre de Galípoli (no ano 97 dC), decidiu que os cristãos não podiam ficar sem um guia espiritual, renunciando em favor de Santo Evaristo. 

Converteu muitos presos e, por isso, por volta do ano 100, foi atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço, tornando-se um dos mártires dos princípios da Cristandade. O seu corpo foi recuperado da águas e sepultado em Quersoneso, na Crimeia, de onde, mais tarde, por ordem de Nicolau I, foi levado para Roma.

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