quarta-feira, 25 de novembro de 2009

25 de Novembro sempre

Há 34 anos Portugal estava à beira da guerra civil. O major Otelo Saraiva de Carvalho, comandante do COPCON, e outros militares de (extrema) esquerda queriam que Portugal se tornasse a Cuba da Europa.

"E, oxalá que, realmente não tenhamos que
um dia encher a arena do Campo Pequeno
com muitos contra-revolucionários, antes
que os contra-revolucionários nos metam
a nós no Campo Pequeno"
Otelo Saraiva de Carvalho - 15/6/75

Foi uma altura muito complicada, com bastantes saneamentos, prisões, nacionalizações, e outras situações bastante delicadas. A confusão instalada é bem visível neste video sobre a Comprativa.

Felizmente o contra-golpe organizado por vários militares que não queriam um regime totalitarista de esquerda em Portugal, entre eles: Vasco Lourenço, Jaime Neves e Ramalho Eanes, saiu vencedor e acabou o PREC (processo revolucionário em curso). Foi uma verdadeira vitória da democracia, e muitas vezes é obscurecida pelos ditos abrilistas. Aqui fica a memória.


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Fugir por amor? Duvido...

"Por amor, padre foge com rapariga de 18 anos

A fuga foi o resultado de uma recusa: o padre Rui – com 26 anos e apenas 16 meses de sacerdócio - fugiu com Fátima, de 18.
Desapareceram no final da semana passada, depois de o jovem padre ter pedido “permissão” à família afectiva de Fátima para se casarem. Foi nessa família que sentiu a recusa.

Segundo o Correio da Manhã, Fátima teve uma infância difícil, tendo perdido o pai muito cedo. Sem condições de a criar, a mãe biológica entregou-a à Segurança Social, que a foi encaminhando para famílias de acolhimento até que ficou vários anos numa família que a tratava como filha e que recusou o casamento com o padre.
O sacerdote esperou então que Fátima completasse os 18 anos – que fez um dia antes da fuga -, escreveu uma carta de despedida ao arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, e fugiu com ela, ao que tudo indica, para Espanha." in DN


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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Frase do dia

"Todos os pecados são idênticos num aspecto: oposição ao permanente e divino e adesão ao incerto e mutável." 

St. Agostinho


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A luta continua

“O casamento entre pessoas do mesmo sexo é um direito que deve ser reconhecido por uma sociedade que defende a igualdade e rejeita a discriminação. É um passo em frente num país que progressivamente se liberta de preconceitos e evolui no sentido da tolerância”. in Público

Milhares de leitores do Público sentem-se indignados com esta posição assumida pelo jornal que se habituaram a ler ao longo dos anos.Deste modo, serão justamente comunicadas aos anunciantes do Público as razões do seu protesto. Além disso, achou-se por bem expressar a quem detém a propriedade do Público, porque lhe cabe a responsabilidade das escolhas feitas para a sua direcção, este desagrado e profundo desapontamento.

Finalmente, deve afirmar-se sem equívocos que, se a direcção do Público tem legitimidade para assumir as posições editoriais que entender, também os leitores têm o direito de escolherem o jornal que, sob a determinação da sua linha editorial, melhor descreva, expresse e analise o mundo de acordo com os seus princípios e valores. Participe clicando nos dois links para poder enviar as suas cartas de protesto:

1) Carta de protesto para as empresas anunciantes do jornal Público: http://cea.portodigital.net/cidadaoemaccao_view.asp?Id=60

2) Carta de protesto para a administração do jornal Público: http://cea.portodigital.net/cidadaoemaccao_view.asp?Id=55


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Já agora vale a pena pensar nisto



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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ele quer ter o direito a ter bebés...só mesmo o direito



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Permanecei Comigo - Oração do Padre Pio

Permanecei, Senhor, comigo, porque é necessária a Vossa presença para não Vos esquecer. Sabeis quão facilmente Vos abandono.
Permanecei, Senhor, comigo, pois sou fraco e preciso da Vossa força para não cair tantas vezes.
Permanecei, Senhor, comigo, porque Vós sois a minha luz e sem Vós estou nas trevas.
Permanecei, Senhor, comigo, pois Vós sois a minha vida e sem Vós esmoreço no fervor.
Permanecei, Senhor, comigo, para me dares a conhecer a Vossa vontade.
Permanecei, Senhor, comigo, para que ouça a Vossa voz e Vos siga.
Permanecei, Senhor, comigo, pois desejo amar-Vos muito e estar sempre em Vossa companhia.
Permanecei, Senhor, comigo, se quereis que Vos seja fiel.
Permanecei, Senhor, comigo, porque, por mais pobre que seja minha alma, deseja ser para Vós um lugar de consolação e um ninho de amor.

Permanecei, Jesus, comigo, pois é tarde e o dia declina... Isto é, a vida passa, a morte, o juízo, a eternidade se aproximam e é preciso refazer minhas forças para não me demorar no caminho, e para isso tenho necessidade de Vós.
Já é tarde e a morte se aproxima. Temo as trevas, as tentações, a aridez, a cruz, os sofrimentos, e quanta necessidade tenho de Vós, meu Jesus, nesta noite de exílio.

Permanecei, Jesus, comigo, porque nesta noite da vida, de perigos, preciso de Vós. Fazei que, como Vossos discípulos, Vos reconheça na fração do pão, isto é, que a comunhão eucarística seja a luz que dissipe as trevas, a força que me sustente e a única alegria do meu coração.

Permanecei, Senhor, comigo, porque na hora da morte quero ficar unido a Vós, senão pela comunhão, ao menos pela graça e pelo amor.
Permanecei, Jesus, comigo, não Vos peço consolações divinas porque não as mereço, mas o dom de Vossa presença, ah! Sim, vo-lo peço.

Permanecei, Senhor, comigo, é só a Vós que procuro, Vosso amor, Vossa graça, Vossa vontade, Vosso coração, Vosso Espírito, porque Vos amo e não peço outra recompensa senão amar-Vos mais. Com um amor firme, prático, amar-Vos de todo o meu coração na terra para continuar a Vos amar perfeitamente por toda a eternidade.


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Não sou fã, mas até está hilário

Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Os problemas dos clientes do IKEA começam no nome da loja. Diz-se «Iqueia» ou «I quê à»? E é «o» IKEA ou «a» IKEA»? São ambiguidades que me deixam indisposto. Não saber a pronúncia correcta do nome da loja em que me encontro inquieta-me. E desconhecer o género a que pertence gera em mim uma insegurança que me inferioriza perante os funcionários. Receio que eles percebam, pelo meu comportamento, que julgo estar no «I quê à», quando, para eles, é evidente que estou na «Iqueia». 

 As dificuldades, porém, não são apenas semânticas mas também conceptuais. Toda a gente está convencida de que o IKEA vende móveis baratos, o que não é exactamente verdadeiro. O IKEA vende pilhas de tábuas e molhos de parafusos que, se tudo correr bem e Deus ajudar, depois de algum esforço hão-de transformar-se em móveis baratos. É uma espécie de Lego para adultos. Não digo que os móveis do IKEA não sejam baratos. O que digo é que não são móveis. Na altura em que os compramos, são um puzzle. A questão, portanto, é saber se o IKEA vende móveis baratos ou puzzles caros. Há dias, comprei no IKEA um móvel chamado Besta. Achei que combinava bem com a minha personalidade. Todo o material de que eu precisava e que tinha de levar até à caixa de pagamento pesava seiscentos quilos. Percebi melhor o nome do móvel. É preciso vir ao IKEA com uma besta de carga para carregar a tralha toda até à registadora. Este é um dos meus conselhos aos clientes do IKEA: não vá para lá sem duas ou três mulas. Eu alombei com a meia tonelada. O que poupei nos móveis, gastei no ortopedista. Neste momento, tenho doze estantes e três hérnias. É claro que há aspectos positivos: as tábuas já vêm cortadas, o que é melhor do que nada.

O IKEA não obriga os clientes a irem para a floresta cortar as árvores, embora por vezes se sinta que não faltará muito para que isso aconteça. Num futuro próximo, é possível que, ao comprar um móvel, o cliente receba um machado, um serrote e um mapa de determinado bosque na Suécia onde o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho que considera terem potencial para se transformarem numa mesa-de-cabeceira engraçada. Por outro lado, há problemas de solução difícil. Os móveis que comprei chegaram a casa em duas vezes. A equipa que trouxe a primeira parte já não estava lá para montar a segunda, e a equipa que trouxe a segunda recusou-se a mexer no trabalho que tinha sido iniciado pela primeira. Resultado: o cliente pagou dois transportes e duas montagens e ficou com um móvel incompleto. Se fosse um cliente qualquer, eu não me importaria. Mas como sou eu, aborrece--me um bocadinho. Numa loja que vende tudo às peças (que, por acaso, até encaixam bem umas nas outras) acaba por ser irónico que o serviço de transporte não encaixe bem no serviço de montagem. Idiossincrasias do comércio moderno.

Que fazer, então? Cada cliente terá o seu modo de reagir. O meu é este: para a próxima, pago com um cheque todo cortado aos bocadinhos e junto um rolo de fita gomada e um livro de instruções. Entrego metade dos confetti num dia e a outra metade no outro. E os suecos que montem tudo, se quiserem receber. Ricardo A.Pereira, recém galardoado pela ILGA com o prémio arco-íris.


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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Espero que fiquem sem público


José Manuel Fernandes saiu do jornal Público. O primeiro editorial depois dessa saída, dizia o seguinte:


"Os editoriais, a partir de hoje, deixarão de ser assinados. Os editoriais expressarão o pensamento desta direcção e deste jornal sobre o mundo que procuramos descrever, compreender e analisar página a página. Não queremos doutrinar nem vender receitas. Queremos interrogar o mundo. Daremos expressão a todos os pontos de vista, mas afirmaremos os nossos. Os editoriais serão escritos pelo novo Gabinete Editorial, composto pela direcção e mais cinco jornalistas do PÚBLICO - Teresa de Sousa, Jorge Almeida Fernandes, Margarida Santos Lopes, Ricardo Garcia e Vítor Costa. Há 20 anos, quando nascemos, foi decidido que os editoriais seriam assinados com base em duas ideias: seriam mais acutilantes e comprometeriam apenas o seu autor. Hoje sabemos que essa ideia original se tornou utópica e que um editorial compromete todo o jornal - é a cara do jornal - e não pode, por isso, ser veículo da opinião de uma só pessoa. Acreditamos, também, que é possível escrever editoriais incisivos, com pontos de vista corajosos e provocadores, que questionem e mobilizem a sociedade. Os novos editoriais do PÚBLICO, são, portanto, textos de opinião do jornal como instituição." (01/11)

No editorial de 09/11: "O casamento entre pessoas do mesmo sexo é um direito que deve ser reconhecido por uma sociedade que defende a igualdade e rejeita a discriminação. É um passo em frente num país que progressivamente se liberta de preconceitos e evolui no sentido da tolerância. Não existe entre nós um consenso sobre a questão, como é sabido. Mas é importante que o debate seja elevado. E que decorra no local adequado, que é o Parlamento e não o referendo. Foi um tema da campanha eleitoral e é aos deputados que compete legislar."


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Contracepção hormonal nas escolas e o cancro da mama



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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Requiem - Algumas dicas para o meu funeral

Reverendíssimo Senhor Padre,
Fico-lhe muito grato por celebrar as minhas exéquias e peço-lhe desde já que me desculpe pelo facto de não me levantar para o cumprimentar, mas a rigidez do meu cadáver não me consente essa deferência para com V. Revª. Quero crer que, depois da ressurreição dos mortos, o possa fazer, retribuindo então a gentileza desta celebração exequial.

Como sabe, não foi escolhido por ser o meu mais estimado irmão no sacerdócio mas, pelo contrário, por ser aquele que menos me apreciava e por isso também o que melhor me conhecia e aquele com quem eu mais concordava. Quis assim evitar a tolice, hoje muito em voga, do elogio fúnebre que, para além de vã, é idolátrica, na medida em que transfere para a criatura o louvor que é devido ao Criador. Não permita pois, Senhor Padre, que se profane a celebração litúrgica com evocações de familiares e amigos. Esse «culto dos mortos» é uma reminiscência pagã que não tem cabimento numa liturgia cristã, que é única e exclusivamente a celebração do Deus vivo. Peça-lhes antes que me perdoem as minhas muitas faltas e que sufraguem a minha alma, sobretudo mandando celebrar o Santo Sacrifício do Altar por todas as almas do purgatório.

Ao contrário dos que presumem a entrada imediata no Céu e, por isso, dispensam as orações pelos fiéis defuntos, tenho consciência de que só pela misericórdia de Deus me poderá ser concedida a graça de uma posterior purificação, que poderá ser abreviada com as orações, sacrifícios e indulgências de quem tiver por bem rezar pela minha alma. Bem hajam!

Não quero outras flores que as que ornamentem o Sacrário ou as que se coloquem aos pés de Nossa Senhora. Não quero luto, nem lágrimas, não quero gravatas pretas nem vestes sombrias, porque sei que não me aguarda um Juiz impiedoso, mas um Pai pródigo em amor e rico em misericórdia. É n’Ele que eu espero e é para Ele que, pela sua graça, eu vou, com a antecipada alegria de um encontro ardentemente desejado.

Queria ainda pedir-lhe um favor: não fale da morte porque, como sabe melhor do que eu, a morte não existe para um cristão. Fale da vida e da Vida: da etapa terrena da existência humana e da sua dimensão definitiva, na eternidade de Deus. Sim, fale sobretudo de Deus: quanto tempo se perde a falar do que não é nada e que pouco o tempo para pregar Aquele que é tudo!

Permita-me ainda uma última recomendação: se alguém lhe perguntar de quem é o corpo a que se vai dar cristã sepultura, até que seja chegado o momento do juízo final e da ressurreição da carne, em que firmemente creio, diga apenas que este meu corpo que aí jaz mais não é do que a mortalha de um pobre pecador, de um padre qualquer que amava apaixonadamente Cristo e a sua Igreja e que pede a esse seu irmão na fé a esmola de uma oração.

Pela mesma razão já acima invocada, ainda não é desta que beijo a mão de Vossa Reverência, de quem sou, muito grato e obrigado.
P. Gonçalo Portocarrero de Almada


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Perdão



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Spain: how low can you go?


As aulas têm como alvo jovens dos 14 aos 17 anos e estão a incediar os ânimos entre pais e educadores, apesar de serem facultativas e de pretenderem apenas, segundo os responsáveis, ajudar os adolescentes a encarar a sexualidade de forma natural.
Do programa das aulas fazem parte matérias sobre anatomia e fisiologia sexual masculina e feminina, mas também técnicas de masturbação e uso de objetos eróticos.
A secretária de Juventude da Extremadura, Laura Garrido, defende que o novo curso "não deveria escandalizar a ninguém, principalmente porque todos nós fomos adolescentes algum dia e todos nós temos sexualidade" e sublinha que a masturbação é apenas um dos aspectos do curso.

"O programa tem muitos mais aspectos, como hábitos saudáveis, auto-estima, afetividade, identidade de gênero, doenças de transmissão sexual... e esperamos derrubar muitos mitos negativos sobre a masturbação, claro", explica a responsável, à BBC.
Mas os esclarecimentos não satisfazem, por exemplo, a Associação de Pais Católicos da Extremadura, que formou um grupo de protesto que ameaça levar o governo regional aos tribunais.


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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Heresia do dia


Docetismo - Vindo do gnosticismo, afirmava que Jesus não nascera de Maria, mas aparecera repentinamente já na sua forma adulta. Como sua base doutrinária gnóstica condenava o corpo humano como algo mau, era coerente pregar que Cristo não possuísse um corpo carnal. Segundo os docetas, Jesus tinha um corpo fantasmagórico, o que também tornava a crucificação algo irreal.


Nota: No Exterminador também é assim, ele aparece do nada


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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Frase do dia

"O primeiro passo na busca da verdade é a humildade. O segundo, a humildade. O terceiro, a humildade. E o último, a humildade. Naturalmente, isto não significa que a humildade seja a única virtude necessária para o encontro e gozo da verdade; mas se as demais virtudes não estiverem precedidas, acompanhadas e seguidas da humildade, a soberba abrirá caminho e destruirá as suas boas intenções." 

St. Agostinho


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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ele foi salvo pela Missão Mãos Erguidas

Este é o testemunho dos pais do bebé que foi salvo pelas voluntárias que estão à porta da Clinica (abortista) dos Arcos, ao lado da Praça da Alegria. Essas voluntárias estão sempre a rezar e tentam falar com todas as mães que entram na clinica. São poucas, mas mesmo assim já salvaram alguma vidas...se alguém tiver tempo para ajudar pode ir a este site. O video está aqui.


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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Missa é Missa

Hoje fui a uma missa em sul coreano. No placard avisavam que dentro de 15 minutos seria celebrada uma eucaristia em inglês e, portanto, resolvi entrar. Reparei que estava um grupo de peregrinos orientais, situação perfeitamente normal. Quanto entra o padre e começa... só compreendi que se rezou por um Alberto italiano. No entanto, foi muito fácil acompanhar a missa, especialmente a homilia e o salmo - not. De facto, a semelhança da liturgia permite que respondamos e acompanhemos a missa muito facilmente. Além do mais, aleluia é aleluia.

E foi assim o meu 7º encontro internacional.


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A conversão de G.K. Chesterton

Atentemos nos dois pontos que me impressionaram de modo especial. No Mundo há mil e uma espécies de misticismo, capazes de fazer endoidecer um homem, mas só uma existe que o põe em estado normal... Não há dúvida que a humanidade não pode viver muito tempo sem mística. Até os primeiros e agudos sons da voz gelada de Voltaire encontraram eco em Cagliostro. 

Nos tempos de hoje espalham-se de novo entre nós a superstição e a credulidade com rapidez tão furiosa, que dentro em breve estarão muito próximos os católicos e os agnósticos. O católico será o único homem que terá direito a chamar-se racionalista. A mesma dança de mistérios se desencadeou nos fins da Roma pagã, a despeito de todos os «intermezzos» cépticos de Lucrécio e Lucano. 

Ser materialista não é coisa natural, nem produz nenhuma impressão natural. Não é natural contentar-se com a natureza. O homem é místico. Nascido como mistico, morre também quase sempre como místico, sobretudo. Mas, enquanto todas as sociedades humanas mais cedo ou mais tarde, sentem esta inclinação para as coisas extraordinárias, é-se forçado a confessar que apenas uma delas toma em consideração as coisas da vida ordinária. Todas as outras põem de parte o que é de todos os dias, e desprezam-no....Este é apenas um dos muitos factos que provam esta verdade: que só na religião católica os mais altos e, se assim se quiser, os mais absurdos votos e profissões são, amigos e protectores das coisas boas da vida ordinária. 

Muitas correntes místicas abalaram o mundo; apenas uma se conservou: o santo está ao lado do homem simples; o peregrino mostra amor à família; o monge defende o matrimónio. Entre nós, o óptimo não é inimigo do bom. Entre nós, o óptimo é o melhor amigo do bom. Qualquer revelação visionária degenera por último numa ou outra filosofia indigna do homem, em simplificações perturbadoras, em pessimismo, em optimismo, em fatalismo, em coisa nenhuma, em nada, em não-sentido, em absurdo. 

Todas as religiões têm em si qualquer coisa de bom, mas o bom, a sua mesma realidade própria, a humildade e amor, e ardente gratidão a Deus, não se encontra nelas. Quanto mais profundamente as conhecemos, e até quanto maior reverência por elas sentimos, mais claramente o compreendemos. No mais profundo delas encontra-se qualquer outra coisa que não é o puro bem; encontra-se a dúvida metafísica acerca da matéria, ou a voz forte da natureza, ou, no melhor dos casos, o temor da lei e da divindade. Se estas coisas se exageram, surge uma deformação que pode ir até à adoração do demónio. 

Tais religiões só são toleráveis enquanto passivas. Enquanto permanecem inertes, podemos respeitá-las como ao protestantismo vitoriano. Mas o entusiasmo mais ardente pela Santíssima Virgem, ou a mais ousada imitação de S. Francisco de Assis, serão sempre, na sua essência mais profunda, coisas meritórias e sãs; ninguém por isso negará a sua condição de homem nem desprezará o próximo; o que é bom nunca poderá ser bom demais. Esta é uma das características que me parecem únicas e universais ao mesmo tempo.


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Voluntários para África e Timor-Leste precisam-se



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