quarta-feira, 31 de maio de 2023

Nós celebramos Missa? Não, apenas o Sacerdote celebra

É necessário, veneráveis irmãos, explicar claramente ao vosso rebanho como o facto de os fiéis tomarem parte no sacrifício eucarístico não significa todavia que gozem de poderes sacerdotais. Há, nos nossos dias, alguns que, avizinhando-se de erros já condenados, ensinam que no Novo Testamento se conhece apenas um sacerdócio pertencente a todos os baptizados, e que o preceito dado por Jesus aos apóstolos na Última Ceia – fazer o que Ele havia feito – se refere directamente a toda a Igreja dos cristãos e só depois é que foi introduzido o sacerdócio hierárquico. 

Sustentam, por isso, que só o povo goza de verdadeiro poder sacerdotal, enquanto o sacerdote age unicamente por ofício a ele confiado pela comunidade. Afirmam, em consequência, que o sacrifício eucarístico é uma verdadeira e própria "concelebração", e que é melhor que os sacerdotes "concelebrem" junto com o povo presente, do que, na ausência destes, ofereçam privadamente o sacrifício.

É inútil explicar quanto esses ardilosos erros estejam em contraste com as verdades acima demonstradas, quando falamos do lugar que compete ao sacerdote no corpo místico de Jesus. Recordemos apenas que o sacerdote faz as vezes do povo porque representa a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo enquanto é Cabeça de todos os membros e se oferece a si mesmo por eles: por isso vai ao altar como ministro de Cristo, inferior a Ele, mas superior ao povo. O povo, ao invés, não representando por nenhum motivo a pessoa do divino Redentor, nem sendo mediador entre si próprio e Deus, não pode de nenhum modo gozar dos poderes sacerdotais.



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A melhor maneira de rezar o Terço

É bom rezar o Terço de joelhos e diante de uma imagem de Nossa Senhora; e no início de cada dezena fazer um acto de amor a Jesus e Maria, pedindo algum favor. Além disso, lembremo-nos que é mais eficaz rezar o Terço na companhia de outros do que sozinho.

Santo Afonso Maria de Ligório


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terça-feira, 30 de maio de 2023

Papas Mártires

A partir do momento em que foi criada por Jesus Cristo, a Igreja Católica sofreu grandes perseguições; primeiro por parte dos judeus e depois pelo Império Romano, até ao Édito de Milão (313 d.C.) assinado pelo Imperador Constantino.

Nesses 3 primeiros séculos existiram 33 Papas. Todos foram canonizados, levaram vidas santas e morreram como santos. 2 deles morreram no exílio. Os restantes 31 morreram mártires, ou seja, preferiram "perder" a vida do que renunciar publicamente à fé católica.
 
Temos de estar à altura desta gente.

Padre João Silveira


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Quando Santa Teresinha se vestiu de Santa Joana

Santa Teresinha do Menino Jesus disfarçada de Santa Joana d'Arc, numa peça de teatro que fizeram no seu convento. A fotografia é muito rara e data de finais do século XIX.


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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Ex-Núncio Apostólico apaixonou-se pelo Rito Antigo

O Arcebispo Thomas Gullickson, ex-Núncio Apostólico na Suíça, apaixonou-se pelo Rito Romano no de há alguns anos a esta parte, disse ao SfCatholic.org: "Amo a liturgia antiga e estou muito impressionado com os leigos católicos tradicionais".

Mons. Gullickson tem ordenado regularmente diáconos e padres no Seminário da Fraternidade de São Pedro em Denton, Nebraska.

Ele também celebrou hoje a Missa Solene na Catedral de Chartres, nesta Segunda-Feira de Pentecostes, no final da Peregrinação de Notre Dame de Chrétienté de Paris até Chartres.

Rezar a missa e ouvir confissões é o que mais lhe agrada na vida sacerdotal. O maior desafio é ser fiel aos seus compromissos de oração e crescer mais na oração.

in gloria.tv


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A Oitava de Pentecostes acabou e Paulo VI chorou

Eu contei esta história da 'Segunda-feira de Pentecostes' há uns anos e ela tem estado a circular. Circulou por todos os lados, mas sou eu a origem da história, que publiquei há uns anos atrás. Imensas pessoas apanharam-na. Merece uma repetição. Isto serve como uma lição pelo que acontece quando perdemos de vista a continuidade. 

Esta história foi-me contada há uns atrás...já décadas, agora...por um Ceremoniere (Mestre de Cerimónias) do Papa, já reformado que, segundo o próprio, esteve presente no acontecimento que vai ser agora contado.

No calendário Romano litúrgico tradicional [NT: antes da reforma feita pelo Papa Paulo VI] a enorme festa do Pentecostes tinha a sua própria Oitava. Liturgicamente falando, o Pentecostes era/é uma coisa muito importante, de facto. Tem um Communicantes e um Hanc igitur próprios, uma Oitava, uma Sequência, etc. Em alguns sítios do mundo, como a Alemanha e a Áustria, a Segunda-feira de Pentecostes, Whit Monday como lhe chamam os ingleses, era razão para ser um feriado civil, bem como observância religiosa [NT: dia de Missa obrigatória]. [NT: Em Portugal há uma grande tradição no Santuário de Nossa Senhora do Pranto, em Dornes, de fazer romarias e festejar o Pentecostes nestes dias.]

Novus Ordo [NT: a forma da Missa mais comum actualmente, que segue o Missal do Papa Paulo VI] entrou em vigor no Advento de 1969.

Em 1970, na Segunda-Feira depois de Pentecostes, Sua Santidade o Papa Paulo VI foi para a capela, para celebrar a Santa Missa. Em vez dos paramentos encarnados, para a Oitava que todos sabiam seguir-se ao Pentecostes, estavam lá preparados para ele paramentos verdes.

Paulo VI perguntou ao Ceremoniere designado para aquele dia, "Mas que é isto? É a Oitava de Pentecostes! Onde estão os paramentos encarnados?"

"Santità," respondeu o Ceremoniere, "agora é o Tempus per annum [NT: Tempo comum]. Agora é verde. A Oitava de Pentecostes foi abolida."

"Verde? Não pode ser!", disse o Papa, "Quem é que fez isso?"

"Santidade, fostes vós."

E Paulo VI chorou.

Fr. John Zuhlsdorf in Fr. Z's Blog


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domingo, 28 de maio de 2023

As pétalas no dia de Pentecostes em Roma

A Missa de Pentecostes no Panteão - Basílica de Santa Maria dos Mártires - é marcada por uma chuva de pétalas que simboliza as línguas de fogo derramadas sobre Nossa Senhora e os Apóstolos reunidos no Cenáculo no dia de Pentecostes. 


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O fogo do Pentecostes deve ser espalhado

Há uma admirável harmonia na obra da salvação do mundo. O povo hebreu teve o seu tempo Pascal, em memória da sua libertação da opressão egípcia, pelo sangue do cordeiro, figura profética da Páscoa cristã que é a libertação da opressão do mundo sob o jugo de Satanás, pelo sangue do verdadeiro Cordeiro, Nosso Senhor Jesus Cristo. Cinquenta dias depois de os hebreus deixarem o Egipto, eles receberam no Monte Sinai a Lei que os governaria e faria deles, no meio dos gentios, o povo de Deus. Foi também a primeira figura profética de Pentecostes do segundo, o pentecostes cristão. 

Mas o Pentecostes Cristão não chama a atenção para o trovão e o relâmpago do Sinai. Ela só lembra que, 50 dias depois da Ressurreição de Nosso Salvador, o Espírito Santo desceu, sob a forma de línguas de fogo, sobre os Apóstolos unidos no Cenáculo. Esta não é mais a promulgação aterradora da Lei que acorrentou o povo hebreu em sua observância pelo medo de castigos; antes, é o dom da luz e da força que deve difundir a caridade de Deus em todo o mundo e, por essa caridade, a prática da lei evangélica.

Com o Espírito Santo, é uma Caridade substancial que toma posse do mundo para trazê-lo de volta a Deus. E uma vez desceu sobre a terra, esta Caridade não a deixará novamente. Ela permeará todos os povos, insinuará a si mesma em todas as almas, conquistador divino e, pouco a pouco, sob seu suave e forte impulso, descobriu-se que o mundo era católico. Obra de Caridade, esta maravilhosa transformação que lançou aos pés de Jesus tantos Povos e os ensinou a dizer a Deus: Pai Nosso! Grito de amor filial, choro do Espírito Santo nas almas.

É esta tomada de posse do mundo pela caridade que celebramos neste dia de Pentecostes. E assim nossos corações se alegram: Profusis gaudiis totus em orbe terrarum mundus exultat, como canta o Prefácio. (Por que o mundo inteiro se alegra com grande alegria?)

Elevemos nossas almas a estas alturas para celebrar com devoção, com gratidão a descida da Caridade sobre a terra.

Aconteceu em Jerusalém, no Cenáculo, onde os discípulos de Jesus estavam reunidos em torno de Sua Santa Mãe. Até a hora é mencionada, porque foi um momento solene, decisivo para a salvação das almas: a hora do terceiro de acordo com a maneira antiga de dividir o dia, o que corresponde às 9 horas da manhã.

Em Sua Liturgia, a Igreja, que vive pelo Espírito Santo, celebra diariamente esta hora de caridade eterna que se tornou seu tesouro, pelo hino que os sacerdotes recitam na Terceira. É a invocação perpétua para a perpétua descida da Caridade Divina.

Surgiu um violento vento ao redor do Cenáculo e em toda a cidade e, ao mesmo tempo, línguas de fogo apareceram sobre os apóstolos.

É a impetuosidade da caridade, que se manifesta por essa rajada de vento. Significa que aqueles que recebem o Espírito Santo, que vivem em Sua presença, que se deixam conduzir por Ele, devem se doar sem reservas. A caridade é sem medida. Se calcula, não é mais Caridade. Ele segue o seu caminho e ninguém pode pará-lo, assim como ninguém pode parar uma tempestade. A Caridade Divina lançaria os Apóstolos num redemoinho irresistível em todo o mundo, como sempre deve lançar em redemoinho todos os que amam a Deus, seja pelo apostolado da pregação, seja pelo da penitência e da oração.

Foi línguas de fogo que desceu sobre os apóstolos. "Eu vim para lançar fogo sobre a terra", disse Nosso Senhor, "e que tenho eu a desejar se ele já está aceso?" (Lucas 12, 49).

Está feito. O fogo é descendente, foi lançado, a rajada irá acender o fogo em todo o mundo. Quem pode escapar de suas faíscas divinas? Hoje também queimamos com esse fogo quando amamos a Deus; quando, para provar a Ele, resistimos ao mal; quando sentimos em nós o imenso e insaciável desejo de amá-lo mais; quando o fazíamos conhecido, torná-lo amado por aqueles que nos rodeiam, por aqueles distantes de nós e de todos os lugares. Então, é o fogo da Caridade Divina que nos abraça. 

Manter isso para si mesmo não é possível. Quem quer que guarde para si mesmo, tem apenas um pouquinho. Este fogo deseja ser comunicado, para ser espalhado. Quem possui em si mesmo sente a necessidade imperiosa de dar aos outros.

Pe. Mortier O.P. in 'La Liturgie dominicaine' (Paris, DDB, 1922, t. 5, p. 240-241)
Traduzido por: Fr. Vicente Ferrer, T.O.P. 


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sábado, 27 de maio de 2023

7 bons motivos para um Sacerdote usar batina

1 - RECORDAÇÃO CONSTANTE DO SACERDOTE

A ordem sacerdotal, uma vez recebida, não se esquece facilmente. Porém um lembrete nunca fez mal a ninguém: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um sinal ou bandeira. O sacerdote que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina, não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro, o traje denuncia-o. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião. O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se é. Quando se despreza o uniforme, se se despreza a categoria ou classe que se representa.

2 - PRESENÇA DO SOBRENATURAL NO MUNDO

Não resta dúvida de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras, insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um polícia, um guardião, deve actutar, deter, passar multas, etc. Basta a sua presença para influenciar os outros: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo sejam as intenções e conduta dos cidadãos. Uma batina suscita sempre algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural. Não faz falta pregar, nem sequer abrir a boca. Ao que está de bem com Deus dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus produz arrependimento. 

As relações da alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não entra na Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestido com a sua batina? Os fiéis lamentam a dessacralização e os seus devastadores efeitos. Os modernistas denunciam o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois queixam-se de seminários vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e queixam-se do frio. Não há dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.

3 - É DE GRANDE UTILIDADE PARA OS FIÉIS

O sacerdote o é não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado; é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito a que o auxilie o sacerdote. Isto é facilitado se puderem reconhecer o sacerdote entre as demais pessoas, se aquele leva um sinal externo. O que deseja trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o benefício dos fiéis e melhor desempenho da sua missão.

4 - SERVE PARA PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS

A quantas coisas se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência, que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F. Regatillo, SJ, é hoje uma terrível realidade. Primeiro, foram coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais. Os modernistas querem fazer-nos crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. 

De tal modo que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros. Deve-se reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.

5 - AJUDA DESINTERESSADA AOS DEMAIS

O povo cristão vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca o seu bem particular mas o dos seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para os seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos. Este prestígio da batina tem-se acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de abnegação. E agora, desprendem-se dela como se se tratasse de um estorvo?

6 - IMPÕE A MODERAÇÃO NO VESTIR

A Igreja preservou sempre os seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma (saco). Os arminhos e ornamentos ricos deixam-se para o templo, pois essas distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às cerimônias sagradas da Igreja. Porém, vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal: as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc... 

Já não está todo coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do mundo, este o sacudirá, à mercê dos seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.

7 - EXEMPLO DE OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO DA IGREJA

Como alguém que tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina ajuda-o a praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se esquecerá o sacerdote do seu importante papel e da sua missão sagrada ou confundirá o seu traje e sua vida com a do mundo.

Padre Jaime Tovar Patrón


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Pentecostes: Vigília restaurada ou cortada?

O Missal promulgado pelo Papa Paulo VI, a 3 de Abril de 1969, eliminou praticamente as antigas vigílias e oitavas para as principais festas.

As oitavas são agora limitadas à Páscoa e ao Natal. Quanto às vigílias, permanecem, para algumas festas, uma "Missa na noite anterior", que muitas vezes passa despercebida nas paróquias. É uma antecipação da festa e já não um dia de jejum e preparação para a festa.

A Missa da Vigília de Pentecostes é um caso especial. Ela oferece a opção de quatro textos para a primeira leitura. São textos do Antigo Testamento que preparam para o dom do Espírito Santo. Isso é tudo o que resta da antiga e rica liturgia da vigília de Pentecostes. 

A "desmontagem" da liturgia de Pentecostes foi feita em duas etapas. A vigília caiu durante a reforma dos anos 50, e a oitava foi abolida durante a promulgação do novo missal.´

A antiga Vigília de Pentecostes e o seu carácter baptismal

Monsenhor Gromier, numa palestra famosa em ambientes tradicionais sobre a liturgia, dita, 'restaurada' da Semana [Santa] por  Pio XII em 1955 [1], afirma:
"A vigília de Pentecostes não possui mais nada de baptismal, transformou-se  num dia como qualquer outro, fazendo mentir o missal no cânone. Esta vigília era um vizinho chato, um rival formidável! A posteridade educada será provavelmente mais severa do que a visão actual em relação à pastoral." [2]
Ele refere-se aqui à recuperação próxima da vigília baptismal de Páscoa pelos cristãos, praticada desde os tempos antigos na véspera de Pentecostes.

Os cristãos primitivos celebravam primeiramente todo o Mistério Pascal: morte, ressurreição, ascensão e o dom do Espírito Santo durante a grande noite da Páscoa. No entanto, muito rapidamente, o ensinamento da Igreja destacou os diferentes aspectos dela, dividindo as celebrações de acordo com a cronologia dos evangelhos.

Por outro lado, sabemos que os sacramentos da iniciação cristã: baptismo, confirmação e Eucaristia, eram anteriormente administrados aos candidatos durante a mesma celebração, uma prática mantida pelas igrejas orientais. Cito o cardeal Schuster sobre a ligação intrínseca e ao mesmo tempo distinta entre Baptismo e Confirmação:

"Embora o sacramento do Baptismo seja distinto do da Confirmação, recebe esse nome porque a descida do Espírito Santo na alma do fiel completa a obra de sua regeneração sobrenatural. Através do carácter sacramental, é conferido ao neófito uma mais perfeita semelhança com Jesus Cristo, que imprime o último selo ou confirmação à sua união com o divino Redentor. A palavra confirmação era também utilizada em Espanha para indicar a oração invocatória do Espirito Santo durante a missa: Confirmatio sacramenti; também a analogia existente entre a epíclese (que na missa, pede ao Paráclito a plenitude de seus dons sobre aqueles que se aproximam da Santa Comunhão) e a Confirmação, que os antigos administravam imediatamente após o baptismo, esclarece o profundo significado teológico que está escondido sob o vocábulo “Confirmação” atribuído ao segundo sacramento." [3]
Tertuliano já fala da celebração dos baptismos, não só na grande vigília de Páscoa, mas também para o Pentecostes:

"Outro dia solene do baptismo é o Pentecostes, quando acontece um longo intervalo de tempo para dispor e educar aqueles que devem ser baptizados."
A escolha não é inocente, porque no baptismo, o bispo coloca a sua mão direita sobre a cabeça do neófito, chamando o Espírito Santo por meio de uma bênção. [4]

Temos também uma carta do Papa Sirício (384-399) [5] ao bispo de Tarragona, Himera, atestando essa prática. Além disso, numa carta aos bispos da Sicília, o Papa S. Leão Magno (440-461) exorta-os a imitar São Pedro, que baptizou três mil pessoas no dia do primeiro Pentecostes. [6]

Os livros litúrgicos posteriores dão-nos um diagrama de uma celebração do mesmo tipo da Vigília Pascal, que encontramos em todos os missais que precederam a reforma de Trento e no Missal de São Pio V até a reforma da década de 1950.

Vamos deixar a Dom Guéranger o cuidado de descrever essa prática:
"Nos tempos antigos, esse dia se assemelhava a véspera da Páscoa. À noite os fiéis iam à igreja participar nas solenidades da administração do baptismo. Na noite que se seguia, o sacramento da regeneração era conferido aos catecúmenos cuja ausência ou alguma doença os tinha impedido de se juntarem aos outros na noite de Páscoa. Aqueles que ainda não tinham sido considerados suficientemente aprovados, ou cuja educação não parecia completa, tendo satisfeito as justas exigências da Igreja, também ajudavam a formar o grupo de aspirantes ao novo nascimento que se recebe a partir da fonte sagrada. Em vez das doze profecias que se liam na noite de Páscoa, enquanto os sacerdotes executavam os ritos preparatórios aos catecúmenos para o baptismo, costumavam ler seis; Isto leva à conclusão de que o número de baptizados na noite de Pentecostes era menos considerável." [7] 
"O círio pascal reaparecia durante esta noite de graça, para educar o novo recruta o que fazia a Igreja, respeito e amor pelo Filho de Deus que se fez homem para ser "a luz do mundo”. Todos os rituais que temos descrito e explicado no Sábado Santo realizavam-se nesta nova oportunidade, onde aparecia a fecundidade da Igreja, e o Divino Sacrifício do qual tomaram parte os felizes neófitos começava ainda antes do amanhecer." [8]
Nos tempos antigos, como relata Schuster, a celebração, juntamente com a Vigília Pascal, fazia-se e, Latrão durante a noite de sábado para domingo. No século XII foi antecipada para o início da tarde. Pelo fim do dia, o Papa então ia para São Pedro, para o canto das Vésperas e Matinas solenes. A extensão da celebração do baptismo a outros dias e a prática do baptismo infantil quam primum removeram a exclusividade destas celebrações na véspera de Pentecostes, reduzindo esse dia ao grau de preparação para a festa, mesmo grau das demais vigílias, mas mantendo na celebração um caráter claramente baptismal.

Como apresentou Pio Parsch:
“Hoje é uma vigília solene e, portanto, de penitência completa, com jejum e abstinência (em algumas dioceses, no entanto, esta obrigação não se impõe mais com a pena do pecado; isso não é mais do que um simples conselho). A vigília é sempre um dia de preparação. A casa da alma deve ser limpa e preparada para a grande festa. Dois pensamentos ocupam o cristão que vive com a Igreja: a) lembra-se do seu baptismo; b) prepara-se para o Pentecostes.” [9]

Tempo e Estrutura da Vigília

Depois das nonas, lemos as profecias sem título, com as velas apagadas, assim como no Sábado Santo.

Esta é a rubrica que antecede a celebração da Vigília de Pentecostes nos missais. O seu tempo é o mesmo que o da vigília pascal. Anteriormente celebrada na noite de Sábado para Domingo, em seguida, no início da tarde, ele caiu dentro do âmbito do decreto de São Pio V, que impôs a antecipação dos ofícios ao amanhecer. A Vigília de Pentecostes, portanto, é celebrada na manhã de sábado.

A sua estrutura é semelhante ao do Sábado Santo, com a excepção da bênção do fogo e do Círio Pascal. Pius Parsch chama-lhe uma imitação abreviada do Sábado Santo. Ela começa pelas leituras das profecias, cada qual seguida de uma resposta e uma oração pelo celebrante, que é precedido por um convite do diácono: Oremus. Flectamus genua.

Depois, partimos em procissão até o baptistério com a bênção da água, cantando versos do Salmo 41 (Sicut Cervus ad fontes aquarum). Depois de uma oração, o celebrante diz a oração de bênção da água, como na Vigília Pascal. Em seguida, retornamos para o altar em procissão cantando a Ladainha dos Santos, enquanto os celebrantes vão para a sacristia, a fim de revestir os paramentos para a Missa. [10]

A cor da vigília é o roxo. É especificado que o sacerdote utilize a capa de asperges para a procissão para o fonte baptismal. O diácono e subdiácono levam a casula plicada (dobrada). A missa é em vermelho, a cor de Pentecostes.

No final das ladainhas, acendem-se as velas, os ministros vão para o altar enquanto o coro canta o Kyrie, eles recitam as orações ao pé do altar e o sacerdote incensa e entoa o Glória, durante o qual se tocam os sinos. [11]

Plano Da Vigília de Pentecostes:

Proclamação das seis profecias:
Leitura + resposta + Flectamus genua + Oração
Procissão a pia baptismal
Salmo 41
Bênção da Água
Procissão até o altar
Ladainha dos Santos
Missa

As Profecias

No rito primitivo havia doze leituras, como na Páscoa. Este número foi reduzido para seis por S. Gregório Magno, e foi assim mantida até o século VIII, quando, sob a influência do Sacramentário Gelasiano, devolvemos à Vigília Pascal as suas leituras originais.

As leituras de Pentecostes são tiradas da Páscoa, mas numa ordem diferente.

Leitura
Pentecostes
Páscoa
1
Gn. 22 - Sacrifício de Abraão
3
2
Ex 14 e 15 - A passagem do Mar Vermelho
4
3
Dt 31 - O Testamento de Moisés, o cumprimento da Lei
11
4
Is 4 - A libertação de Jerusalém
8
5
Bar 3 - O retorno à Terra Prometida
6
6
Ez 37 - Ossos secos
 7

A cada leitura se segue um responso.  Três desses são os mesmos que na Vigília pascal. As orações que se seguem, no entanto, são diferentes, retiradas do Sacramentário Gregoriano [12].

Elas reforçam, à sua própria maneira, a continuidade entre os dois Testamentos, e entre a passagem do Israel do Antigo Testamento, liberto da escravidão, ao novo Israel, de pessoas baptizadas, libertas do pecado. Citamos aqui apenas aqueles que seguem a segunda e a quarta leitura, que são admiráveis:

“Deus, Vós revelastes pela luz da Nova Aliança o significado dos milagres realizados nos primeiros tempos: o Mar Vermelho tornou-se a figura da fonte sagrada do baptismo, e as pessoas libertados da escravidão no Egipto expressam os mistérios do povo cristão: fazei com que todas as nações que receberam pelo mérito da fé o privilégio de Israel sejam regeneradas através da participação no Vosso Espírito”. 
“Deus eterno e Todo-Poderoso, Vós tendes mostrado através de seu Filho unigênito que Vós sois o jardineiro de sua Igreja, misericordiosamente cuidador de todos os ramos frutificados em seu Cristo, que é a videira verdadeira, para que produzam mais frutos: fazei que os espinhos do pecado não sobrepujem vossos fiéis, que libertastes do Egipto como uma vinha pela fonte do baptismo; e que, fortalecidos pela santificação do Vosso Espírito, sejam enriquecidos por uma colheita sem fim”.
A descida para a pia baptismal e a bênção da água, após a oração da sexta profecia, reutiliza todos os textos da Vigília Pascal, com excepção da colecta que precede a bênção da água, a qual fala da festa do dia:
“Concedei, nós vos rogamos, Deus Todo-Poderoso: nós, que celebramos a solenidade dos dons do Espírito Santo, que inflamados dos desejos celestes, tenhamos sede da fonte da vida.”
Vemos claramente, através destes textos, a íntima conexão entre o baptismo, o dom do Espírito Santo e vida cristã.

Missa

Como vimos, a missa segue imediatamente a Ladainha. Como na Páscoa, não há Introito.  Só mais tarde, quando se espalhou o uso de missas privadas, se acrescentou o Intróito "Cum sanctificatus”, emprestado da Quarta-Feira da quarta semana da Quaresma.

É o ápice da Vigília e reitera de uma maneira muito concisa a conexão entre o baptismo e o dom do Espírito Santo na sua colecta:
"Fazei, nós vos rogamos Deus Todo-Poderoso, que o esplendor de Vossa luz brilhe sobre nós; e o brilho de Vossa luz confirme, pela iluminação do Espírito Santo, os corações daqueles que Vossa graça tem revivido. Por Nosso Senhor..."
Esta ligação é enfatizada ainda mais na carta dos Actos dos Apóstolos [13]. Trata-se do encontro de Paulo com os discípulos de João Baptista.  Eles nem sequer tinham ouvido dizer que existe um Espírito Santo, depois do que Paulo baptiza-os em nome de Jesus Cristo.

O resto da Missa é inteiramente centrada em Pentecostes, com o Evangelho [14] em que Jesus prometeu a seus discípulos que não os deixaria órfãos, mas que deviam orar ao Pai para que Ele enviasse o Consolador.

A Secreta e a Pós-comunhão pedem a purificação dos corações por meio do derramamento do Espírito Santo.

A oração do Canon contém duas partes próprias.  No Communicantes menciona-se a festa do dia:
“Unidos numa comunhão e celebrando o santo dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo apareceu aos Apóstolos sob a forma de múltiplas línguas de fogo, e venerando primeiro a memória da gloriosa Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo nosso Deus e Senhor (...)”
Enquanto o Hanc igitur, como na Páscoa, reza pelos baptizados da noite:
“Então, Senhor, este sacrifício que nós oferecemos, e com todos os Vossos filhos, hoje especialmente para aqueles que vós vos dignastes a regenerar pela água e pelo Espírito Santo, concedendo-lhes a remissão de todos os seus pecados...”

A reforma de 1955

Nos missais após 1955, a Vigília de Pentecostes é agora reduzida a missa, como descrito acima, com o seu Intróito "Cum sanctificatus”. As profecias, a procissão e a bênção da água foram simplesmente abolidos.

O caráter baptismal da vigília foi apagado e a liturgia é inteiramente direcionada para a vinda do Espírito Santo.

Mantivemos a letra, que faz a conexão entre os dois sacramentos. Mas pode-se perguntar por que mantivemos o Hanc igitur que intercede pelos baptizados da noite. E isto para a Vigília, dia e Oitava de Pentecostes, como era feito na Páscoa.

Esta oração já era simbólica antes da reforma, já que quase nunca havia baptismos durante a celebração. No entanto, ela alargava o caráter baptismal da vigília e [por isso] manteve o seu lugar. A sua conservação aqui [após 1955], isola-a do resto da celebração e redu-la, mais do que antes, a um simples vestígio.

O missal de 1969

O Missal de 1969 inclui, como já dissemos acima, uma "Missa da noite." É uma missa de antecipação de Pentecostes que, apesar de uma ou outra oração mantida, está longe de ser a antiga vigília.

A antífona de abertura não é mais o velho Intróito "Cum sanctificatus", mas uma citação de Romanos 5, 5: "O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Seu Espírito que habita em nós, aleluia."

O aspecto baptismal não é mais explicitamente mencionado e a ênfase é sobre a vinda do Espírito Santo e o encerramento do Tempo Pascal.

A antiga colecta foi mantida, mas é uma alternativa a outra, que está listada em primeiro lugar. Isto é, aparentemente, uma nova composição:
“Deus Todo-Poderoso e eterno, Vós quisestes que a celebração do mistério pascal crescesse durante estes 50 dias de alegria; fazei que as nações e os povos espalhados se reúnam apesar da divisão linguística para confessar juntos o teu nome. Jesus ...”
Esta é uma alusão a Babel, à divisão de linguagem, e à leitura do dia seguinte, dos Actos, onde todos entendem na sua própria língua a pregação dos Apóstolos.

A peculiaridade desta Missa, única no missal, é uma escolha entre quatro textos como primeira leitura:
  • Génesis 11, 1-9: A torre de Babel 
  • Êxodo 19, 3-20: Deus manifestou-Se no fogo, no meio do povo 
  • Ezequiel 37, 1-14: Os ossos secos 
  • Joel 3, 1-5: O Espírito vem habitar em todos os homens
À parte do texto de Ezequiel, todos os outros são diferentes das profecias da antiga vigília.
A continuação da Liturgia da Palavra é fixa: 
  • Salmo 104, 1: Senhor enviai o Vosso Espírito e renovai a face da terra! 
  • Romanos 8, 22-27: O Espírito ajuda-nod na nossa fraqueza 
Quanto ao evangelho, manteve-se Jo 7, 37-39: Jesus promete o Espírito aos crentes

O communicantes próprio da Oração Eucarística I é o do antigo missal:
“Na comunhão de toda a Igreja, celebramos o santo dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo se manifestou aos Apóstolos em inúmeras línguas de fogo; e nós queremos mencionar primeiro a bem-aventurada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo ...”
A mesma fórmula, adaptada, também é transferida para as outras orações eucarísticas e, portanto, à Oração III:
“É por isso que estamos aqui reunidos na vossa presença e na comunhão de toda a Igreja, celebramos o santo dia  Pentecostes, quando o Espírito Santo se manifestou aos Apóstolos em inúmeras línguas de fogo. Deus Todo-Poderoso, nós vos imploramos consagrar as ofertas que trazemos ...”
Há logicamente mais menções de baptizados no Hanc igitur ou o seu correspondente nas novas orações.

A Oração sobre as Oferendas e a Oração Após a Comunhão referem-se frequentemente ao Espírito:
“Nós oramos, Senhor, derramai a bênção de Vosso Espírito nas nossas ofertas; que a Vossa igreja receba essa caridade que fará brilhar no mundo a verdade da Vossa salvação.”
e
“Senhor, que esta comunhão nos seja aproveitável, fazendo-nos viver do fervor do Espírito Santo com o qual Vós preenchestes os Vossos apóstolos maravilhosamente.”

Quanto à Antífona da Comunhão, ela é tirada do Evangelho:
“O último dia da festa, Jesus levantou-se e gritou: ‘Se alguém tiver sede, venha a mim e beba’ Aleluia.”
É de se perguntar por que a sequência da frase, " Quem crê em mim", não foi adicionada.

Continuidade ou ruptura?

"A obrigação de rever e enriquecer as fórmulas Missal Romano foi sentida. O primeiro passo dessa reforma foi o trabalho de nosso predecessor Pio XII, com a reforma da Vigília Pascal e do rito da Semana Santa. Esta é a reforma que deu o primeiro passo para a adaptação do Missal Romano à mentalidade contemporânea”. Assim se expressa Paulo VI na Constituição Apostólica Missale Romanum [15].
Sempre voltamos para à pergunta: as alterações desde os anos 50, e então durante a reforma litúrgica, são elas continuidade lógica e histórica do antigo rito romano-franco ou marcam uma ruptura?

Aqui vemos uma prática antiga completamente abolida. Esta eliminação, assim diz Mons. Gromier, remove todo o carácter baptismal deste dia e centra-o na vinda do Espírito Santo. Provavelmente era o objectivo dos membros da Comissão insistir sobre o baptismo na Páscoa e sobre a confirmação em Pentecostes, através do dom do Espírito Santo.

No entanto, a Missa foi conservada, ainda que contenha elementos que lembram a vigília. Isto é, no mínimo, uma inconsistência. A "restauração" dos anos 50, aqui, nada restaurou. Não há necessidade de grande erudição para se perceber que esta reforma foi realizada às pressas e descobrir nela muitas inconsistências.

Quanto à forma de 1969, ela é, como já mencionado, uma nova criação. Actualmente a maioria das dioceses organizam uma "Vigília de Pentecostes”, às vezes com a Missa da Vigília, frequentemente com o sacramento da Confirmação, mas com largo espaço para "criação" e "criatividade" devido à falta de orientações suficientes da parte do Missal.

Longe do “desenvolvimento orgânico” [16] querido pelo Padre Reid, devemos, mais uma vez, ver a falta de lógica e continuidade nos trabalhos das comissões. Neste caso, muita coisa foi removida, deixando um vácuo e criando um amplo espaço para a improvisação. Talvez mais do que em qualquer outro dia do ano litúrgico, as práticas da Vigília de Pentecostes nos diferentes lugares – dioceses e paróquias -, mostram uma diversidade que é uma lembrança de uma das leituras oferecida a escolha dos celebrantes: a de Babel.

Pe. Jean-Pierre Herman in  Salvem a Liturgia

Bibliografia
  • SCHUSTER, I., Liber Sacramentorum. Notes historiques et liturgiques sur le Missel romain. Tome IV : Le baptême dans l’Esprit et dans le feu (la Sainte liturgie durant le cycle pascal). Bruxelles, 1939.
  • GUERANGER P., L’année liturgique, Tome ii: Le Temps pascal, Mame & Fils, Paris, 1920,
  • PARSCH, P., The Church’s Year of Grace, Liturgical Press, Collegeville, 1953.
  • REID A., The Organic Development of the Liturgy, St Michael’s Abbey Press, Farnborough 2004

Notas



[3] Schuster, I., Liber Sacramentorum. Notes historiques et liturgiques sur le Missel romain. Tome IV : Le baptême dans l’Esprit et dans le feu (la Sainte liturgie durant le cycle pascal). Bruxelles, 1939.

[4] Tertuliano, De Baptismo 8, 1.

[5] Epist. ad Himerium cap. 2 : Patrologia Latina vol. XIII, col. 1131B-1148A

[6] Epist. XVI ad universos episcopos per Siciliam constitutos : P.L. LIV col. 695B-704A

[7] Durante a leitura das profecias do Sábado Santo, os sacerdotes terminavam os ritos de preparação dos catecúmenos ao Baptismo, o que tomava um certo tempo.  Daí o comentário de Dom Guéranger sobre a relativa brevidade das profecias.

[8] GUERANGER P., L’année liturgique, Tome ii: Le Temps pascal, Mame & Fils, Paris, 1920, p. 260

[9] PARSCH, P., The Church’s Year of Grace, Liturgical Press, Collegeville, 1953.

[10] A rubrica especifica: nos lugares onde não há pia baptismal, depois da sexta profecia com a sua oração, o celebrante tira a casula e se prostra com os ministros diante do altar.  E, estando ajoelhados todos os outros, cantam-se as ladainhas.  São cantadas por dois cantores no meio do santuário, as dois coros respondem juntos. Ao verso Peccatores, te rogamus o padre os ministros levantam-se e vão à sacristia, e vestem paramentos vermelhos.

[11] Citamos novamente a rubrica: Ao fim das ladainhas, canta-se o Kyrie Eleison para a missa, repetindo-o conforme o costume.  Durante esse tempo o celebrante e os ministros vão para o altar e fazem a confissão. Ao fim do Kyrie Eleison se entoa o Gloria in excelsis Deo e tocam-se os sinos.

[12] Este documento, catalogado Codex Regina 337, foi recentemente publicado pela Biblioteca Vaticana. É um manuscrito do século VIII que descreve a liturgia papal em Latrão, depois da organização da liturgia pelo Papa São Gregório Magno e seus sucessores, até o tempo do papa Adriano I (+795), que enviou o manuscrito ao imperador Carlo Magno a fim de estabelecer a liturgia romana em todo o seu império. O Codex Regina 337 foi analisado por H.A. Wilson no livro The Gregorian sacramentary under Charles the Great, publicado pela Henry Bradshaw Society em Londres em 1915.

[13] Actos 19, 1-8.

[14] João, 14, 15-21.

[15] 3 de Abril de 1969.

[16] Alcuin Reid OSB, The Organic Development of the Liturgy, St Michael’s Abbey Press, Farnborough 2004.


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