domingo, 24 de setembro de 2023

Nossa Senhora das Mercês, padroeira dos escravos

Nossa Senhora das Mercês é um dos títulos da Virgem Maria.

A devoção originou-se na Espanha, daí também ser conhecida por Nossa Senhora das Mercedes. A Virgem é a protectora dos cristãos cativos dos mouros (muçulmanos) em África, principalmente os marinheiros e mercadores subjugados no Mar Mediterrâneo.  

A Ordem Real e Militar de Nossa Senhora das Mercês da Redenção dos Cativos foi fundada por S. Pedro Nolasco e S. Raimundo de Peñafort, em 1223, por ocasião da libertação dos escravos cristãos, tendo a Igreja generalizado a festa em 1696.

A 1 de Agosto de 1223, São Pedro Nolasco foi agraciado com uma Aparição de Nossa Senhora, a qual lhe indicou os meios para libertar os cristãos das mãos dos mouros. Investiu toda a sua fortuna, e arrecadou somas avultadas com pessoas caridosas, a fim de resgatar cristãos escravos que tiveram a infelicidade de cair em poder dos muçulmanos.

Maria Santíssima, mostrando grande satisfação pelo bem que fizera aos cristãos, deu-lhe a ordem de fundar uma congregação como fim determinado da Redenção dos cativos. Pedro comunicou isso a São Raimundo de Peñafort, seu confessor e ao Rei Jaime, e grande surpresa teve, quando deles soube, que ambos, na mesma noite, haviam tido a mesma aparição. foi criada a Ordem de Nossa Senhora das Mercês, e Pedro foi nomeado o grão-mestre da Ordem, sendo depois canonizado com o nome de São Pedro Nolasco. Foi elaborada a constituição da regra da nova Ordem, que teve gratíssimo acolhimento do povo e dos nobres. Já em 1235, uma nova regra obteve aprovação da Santa Sé. Deste modo, a devoção à Virgem das Mercês foi-se espalhando por toda a Europa.  

A devoção chegou a Portugal, onde se difundiu de Alenquer para Santarém e para Lisboa, e foi levada pelos frades mercedários para o Brasil, onde floresceram diversas confrarias, formadas principalmente por escravos, os quais consideravam Nossa Senhora das Mercês padroeira da sua libertação.

in Pale Ideas 


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sábado, 23 de setembro de 2023

Imagens raras da vida de Padre Pio

Há 55 anos, no dia 23 de Setembro de 1968, morria São Pio de Pietrelcina, um dos maiores místicos da Igreja.







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Padre Pio de Pietrelcina

Hoje é dia de São Pio de Pietrelcina, mais conhecido por 'Padre Pio'. O Padre Pio foi frade num convento franciscano em San Giovanni Rotondo (Foggia). Este santo ficou conhecido pelas horas seguidas que passava no confessionário, pelas muitas conversões que conseguiu com isso e pelos muitos milagres que fez ainda em vida. 

Padre Pio, à semelhança de São Francisco de Assis, recebeu também os estigmas. As feridas nas suas mãos sangravam constantemente. Deixamos aqui uma pequena meditação deste grande Padre Pio sobre a agonia de Nosso Senhor:

Espírito Divino iluminai a minha inteligência, inflamai o meu coração, enquanto medito na Paixão de Jesus. Ajudai-me a penetrar nesse mistério de amor e sofrimento do meu Deus, que, feito homem sofre, agoniza, morre por mim.

Ó Eterno, ó Imortal, descei até nós para sofrer um martírio inaudito, a morte infame sobre a cruz no meio dos insultos, de impropérios e ignomínias, a fim de salvar a criatura que o ultrajou e continua a atolar-se na lama do pecado. O homem saboreia o pecado e, por causa do pecado, Deus está mortalmente triste; os tormentos duma agonia cruel fazem-no suar sangue!... Não, não posso penetrar neste oceano de amor e de dor sem a ajuda da vossa graça, ó meu Deus.

Abri-me o acesso à mais íntima profundidade do coração de Jesus, para que eu possa participar da amargura que o conduziu ao Jardim das Oliveiras, até às portas da morte — para que me seja dado consolá-lo no seu extremo abandono. Ah! Pudesse eu unir-me a Cristo, abandonado pelo Pai e por Si próprio, a fim de expirar com Ele!''

in 'A Agonia de Jesus'' - 'Padre Pio da Pietrelcina Meditazioni' (Edizioni Casa Sollievo della Sofferenza San Giovanni Rotondo Foggia, 1991)


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quinta-feira, 21 de setembro de 2023

O Casamento é indissolúvel: até que a morte os separe



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Dia São Mateus: Apóstolo e Evangelista

Banhada pelas águas do lago Genesaré, cortada pelas principais estradas do país, sede das casas comerciais as mais importantes, assim era Cafarnaum,  uma das cidades mais florescentes da Palestina. No tempo de Jesus Cristo a Palestina era uma província romana, e onerosos eram os impostos e direitos aduaneiros que pesavam sobre os judeus.  A cobrança destas contribuições obrigatórias era feita geralmente por rendeiros públicos, homens especuladores, verdadeiros esfoladores e sanguessugas do povo, e por isto mal vistos e odiados. Já o nome de Publicano, isto é, pecador público, excomungado, que se lhes dava, não deixava dúvida sobre a má fama de que tais homens gozavam.

Vivia em Cafarnaum Levi, filho de Alfeu, que mais tarde mudou o nome em Mateus, dom de Deus. Cafarnaum era a cidade pela qual Jesus Cristo mostrava grande simpatia, tanto que os santos Evangelhos chamam-na a Sua cidade. Na sinagoga ou na praia do lago, doutrinou frequentemente e curou muitos doentes.

Foi numa dessas ocasiões que Jesus, tendo pregado na praia, passou perto do telónio de Levi, parou e disse: "Segue-me". Levi levantou-se imediatamente, abandonou o rendoso negócio, mudou de nome e de vida. Não é provável que esta mudança tão radical tenha sido fruto de um entusiasmo espontâneo. É antes, de se supor, que Levi tenha tomado essa resolução devido ao que vira e ouvira, de modo que o convite positivo do divino Mestre lhe tenha pôsto têrmo às últimas dúvidas sobre a orientação da sua vida futura. Diz São Jerónimo que Levi,  vendo Nosso Senhor, ficou atraído pela divina majestade que fulgurava nos olhos de Jesus Cristo. Converteu-se Levi, diz Beda o Venerável,  porque Aquele que o chamou pela palavra, lhe dispôs o coração pela graça divina.

Mateus deu em seguida um grande banquete de despedida aos amigos e colegas, e convidou também Jesus e os discípulos. Os fariseus e escribas que, com olhos de lince observavam todos os gestos do Mestre, vendo que este aceitara o convite, acusaram-no dizendo: "Este homem anda com publicanos e pecadores e banqueteia-se com eles!". Também os discípulos de Jesus tiveram de ouvir repreensões: "Como é que o vosso Mestre se senta à mesa com os pecadores?".  Jesus, porém, respondeu-lhes:  "Não são os sãos, mas sim os doentes, que necessitam do médico. Não vim para chamar os justos, senão os pecadores".  Daí em diante Mateus foi um dos discípulos mais dedicados ao divino Mestre, e seguiu-o por toda a parte. 

Logo depois da Ascensão de Jesus Cristo e da vinda do Espírito Santo, Mateus, junto com os outros Apóstolos, pregou o Santo Evangelho nas províncias da Palestina e, com os demais Apóstolos, julgou-se feliz em poder sofrer injúria por amor de Jesus. Foi São Mateus, de entre os Apóstolos, o primeiro que escreveu um relatório da vida e morte de Jesus Cristo, dando a este livro o título de "Evangelho", que significa: "boa nova". Este Evangelho foi escrito em sírio-caldaico, para o uso dos primeiros cristãos da Palestina. São Bartolomeu levou consigo uma cópia para as Índias.

Quando os Apóstolos se espalharam por todo o mundo, São Mateus dirigiu-se para a Arábia e Pérsia, onde sofreu cruéis perseguições pelos sacerdotes indígenas. São Clemente de Alexandria diz que São Mateus era homem de mortificação e penitência, e alimentava-se só de ervas, raízes e frutas. Sofreu maus tratos na cidade de Mirmene.

Os pagãos arrancaram-lhe os olhos e, preso com algemas, esperou no cárcere o dia em que devia ser sacrificado aos deuses, por ocasião da grande festa idólatra. Deus, porém,  não abandonou o seu servo;  mandou-lhe um Anjo que lhe curou a vista e o libertou da prisão. São Mateus seguiu então para a Etiópia. Também lá o demónio quis tolher-lhe os passos.  Dois feiticeiros de grande fama opuseram-se-lhe,  mas São Mateus venceu-os pela força esmagadora dos argumentos e pelos milagres que fazia, em nome de Jesus Cristo.  Removido este obstáculo,  o povo aceitou a religião de Deus humanado.

Foi por intermédio do eunuco da rainha Candace, o mesmo que São Filipe baptizou, que São Mateus obteve entrada no palácio real. Lá havia grande luto pela morte do jovem príncipe herdeiro Eufranon. São Mateus, tendo sido chamado ao palácio, fez o defunto ressurgir, milagre este que encheu a todos de admiração.  O Rei, em sinal de alegria e gratidão, mandou arautos por todo o país deitarem pregão da seguinte ordem: "Súbditos! Vinde todos à capital ver um deus, que apareceu entre nós, em forma humana!"

Afluíram aos milhares os súbditos de todas as partes do reino, trazendo perfumes e incenso, para serem oferecidos ao deus que tinha aparecido. Mateus, porém, esclareceu-os dizendo:"Eu não sou Deus, como julgais que seja, mas servo de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo;  foi em Seu Nome que fiz o filho do vosso Rei ressuscitar; foi Ele que me enviou a vós, para vos pregar a Sua doutrina e vos trazer a Sua graça e salvação".  Essas palavras tiveram bom acolhimento e a maior parte do povo converteu-se à religião de Jesus Cristo.  A Igreja da Etiópia chegou a ser uma das mais florescentes dos tempos apostólicos. O rei Egipto e família eram cristãos fervorosíssimos, tanto que Efigénia, a filha mais velha, fez voto de castidade perpétua e a seu exemplo, muitas filhas das famílias mais ilustres consagraram-se a Deus, numa vida de perfeição cristã.

Com a morte do Rei subiu ao trono o seu sobrinho Hírtaco, o qual, para estabelecer o governo sobre bases mais sólidas, pediu Efigénia em casamento. Esta recusou, alegando o voto feito a Deus. Hírtaco, não se conformando com esta resposta, exigiu que São Mateus fizesse valer a autoridade de Bispo, para que se realizasse o enlace desejado. São Mateus declarou ao Príncipe não ter competência Para envolver-se no caso. 

Vendo-se assim profundamente contrariado nos seus planos, Hírtaco deu ordem aos soldados de fazer desaparecer o Apóstolo. Esta ordem foi executada na igreja onde São Mateus celebrava a Missa. Pondo de lado o respeito devido ao lugar e à pessoa do santo Apóstolo, os sicários do Rei mataram-no no próprio altar. 

O corpo do Santo Mártir foi durante muito tempo objecto de grata veneração do povo cristão da capital. No ano de 930, foi transportado para Salerno (Itália) onde São Mateus até hoje é festejado como padroeiro da cidade.      

in Página do Oriente


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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Papa Francisco aceita resignação do Bispo que se recusou a participar no Sínodo

O Papa aceitou a resignação de Mons. Wolfgang Haas, Arcebispo de Vaduz (Liechtenstein). Em 1988 havia sido escolhido como Bispo da Diocese de Coira, na Suíça. Mas diante dos ferozes ataques da comunicação social, o Papa João Paulo II criou a arquidiocese de Vaduz e transferiu-o para lá.

Desde aí, Vaduz tem sido um refúgio para sacerdotes tradicionais. Ao contrário do resto da Europa, é uma diocese que não tem falta de vocações, muito pelo contrário. Vaduz é a única diocese do Mundo onde a Missa Crismal - Quinta-Feira Santa de manhã - é celebrada pelo Bispo em Rito Tradicional Romano.

Mons. Haas também informou a Santa Sé que a sua diocese não iria participar no "processo Sinodal". 

Tendo celebrado o 75º aniversário, no passado dia 7 de Agosto, pôs o seu lugar à disposição do Papa, como fazem todos os Bispos depois do Vaticano II. Normalmente o Papa dá mais 2 ou 3 anos ao Bispo para que se despeça da sua diocese. Neste caso foi 1 mês.


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Começa hoje a Novena a São Miguel Arcanjo

Rezar diariamente durante 9 dias (de 20 a 28 de Setembro) estas orações: 

Glorioso São Miguel Arcanjo, o primeiro entre os Anjos de Deus, guarda e protector da Igreja Católica, lembrando de que Nosso Senhor vos confiou a missão de velar pelo seu povo, em marcha para a vida eterna, mas rodeado de tantos perigos e ciladas do dragão infernal, eis-me prostrado a vossos pés para implorar confiadamente o vosso auxílio, pois não há necessidade alguma em que não possais valer. Sabeis a angústia por que passa a minha alma. Ide junto a Maria, nossa Mãe muito amada, ide a Jesus e dizei-lhe uma palavra em meu favor, pois sei que Eles nada vos podem recusar. Intercedei pela salvação da minha alma e, também agora, por aquilo que tanto me preocupa:

(Fazer o pedido)

E se o que peço não é para glória de Deus e o bem da minha alma, obtende-me paciência e que eu me conforme com a Vontade Divina, pois sabeis o que é mais do agrado de Nosso Senhor e Pai.  Em nome de Jesus, Maria e José, atendei-me. Ámen.

Rezar, depois, 9 Glória-ao-Pai em acção de graças por todos os dons concedidos por Deus a São Miguel e aos Nove coros de Anjos:

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Assim como era no princípio, agora e sempre, e por todos os séculos dos séculos. Ámen.

Invocação a São Miguel Arcanjo (pequeno Exorcismo):

São Miguel Arcanjo, defendei-nos neste combate, sede o nosso auxílio contra as maldades e as ciladas do demónio. Instante e humildemente vos pedimos que Deus sobre ele impere. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas. Ámen.


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terça-feira, 19 de setembro de 2023

D. Athanasius Schneider publica um Credo contra a apostasia dos nossos tempos

Hoje, dia 19 de Setembro, a editora católica Sophia Institute Press publicou o livro "CREDO, Compêndio da Fé Católica" (daqui em diante: Compêndio), de D. Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Santa Maria em Astana, no Cazaquistão.

Escrito para os pequenos e para os simples, numa linguagem acessível e compreensível para pessoas não versadas em questões teológicas, sendo ao mesmo tempo exacto e fiel à doutrina da Igreja, este Compêndio apresenta a verdade da Fé e da Tradição católicas perante a complexidade do tempo em que vivemos.

É dever e responsabilidade de cada Bispo católico, assim como de Mons. Schneider, em virtude da sua consagração episcopal, transmitir a totalidade da fé, da moral e da sagrada liturgia estabelecidas pela Igreja. Tanto o Vigário de Cristo como os bispos não são donos do Depositum Fidei e da Sagrada Liturgia, nem podem dispor deles a seu bel-prazer, nem têm o poder de propor novas formas de expressão da doutrina católica, exceto no mesmo sentido e na mesma frase. A este respeito, o comentário de S. Vicente de Lerins no Commonitorium 8 é muito interessante:

«A autoridade do Apóstolo manifestou-se então com a sua maior severidade: 'Se nós mesmos ou um Anjo do Céu vos anunciar um Evangelho diferente daquele que vos anunciámos, seja anátema." (Gal 1, 8)

E porque é que S. Paulo diz "ainda que nós mesmos" e não "ainda que eu mesmo"? Porque quer dizer que, mesmo que Pedro, ou André, ou João, ou todo o colégio dos Apóstolos, proclamassem um Evangelho diferente daquele que vos anunciamos, é anátema. Um rigor tremendo, com o qual, para afirmar a fidelidade à fé primitiva, ele não se exclui nem a si mesmo nem aos outros Apóstolos.»

Nunca como hoje tanto do Magistério esteve à disposição do povo católico. E nunca se perdeu tanto a Fé como hoje. Trata-se de uma aparente contradição. A queda vertiginosa, no Ocidente depois do Concílio Vaticano II, da assistência à Santa Missa, dos baptismos, dos casamentos católicos, das primeiras comunhões, dos crismas, das vocações sacerdotais e consagradas, a perda da autoridade moral dos bispos em todos os países, o enorme abandono do ministério sacerdotal e dos votos religiosos, tudo isto aconteceu por motivos graves. Alguns atribuem uma situação tão dramática ao Concílio Vaticano II, outros ao chamado "espírito do Concílio", outros à situação atual do mundo, outros a uma combinação destes factores, mas o facto real está aí. Reconhecê-lo em toda a sua amplitude, profundidade e dramatismo, quer no seio da Igreja, quer no estado caótico do mundo actual (ambos concatenados), é o ponto de partida para procurar uma saída sobrenatural e natural para a atual crise que sofremos (segundo alguns, a maior da história da Igreja).

Por outro lado, ninguém pode negar que, perante a grave cisão da Cristandade provocada pela obra e desgraça de Martinho Lutero, nos seus vários aspectos religiosos, políticos, sociais e culturais, o Concílio de Trento e o movimento de "contra-reforma" a que deu origem, ao contrário do Vaticano II, tiveram o poder de enfrentar esta heresia e salvaguardar a Fé Católica na sua totalidade no seio da Igreja e reconquistar muitos países de raiz católica.

O Compêndio de Mons. Schneider, na sua exposição clara da Fé, da moral e da liturgia católicas, trata de muitos temas complexos da actualidade, nos quais reina uma grande confusão. Ele aborda-os sem medo de ninguém, excepto de Deus - a quem todos devemos prestar contas - sem os condicionamentos mentais e comportamentais impostos pelo compromisso com o mundo civil e eclesiástico - o que muitas vezes resulta num silêncio retumbante. Hoje temos o precioso testemunho da verdade do bispo de Tyler (Texas), D. Joseph Strickland, que todos devemos acompanhar com a oração.

Assim, o Compêndio, com mais de 400 páginas e 607 citações de documentos da Igreja, trata, entre outras coisas, de: +Transhumanismo, +Pentecostalismo, +O significado da perseguição à missa tradicional milenar e o problema da "obediência" que ela gera, +O culto da Mãe Terra, +Métodos asiáticos de meditação, +O sacerdócio ou diaconato feminino, +A utilização das redes sociais, +A ciência e a evolução, +A guerra justa, +A pena de morte, +A ideologia de género, +A modéstia, +As vacinas e os mandatos sanitários, +As religiões do mundo, +A verdadeira oração, +A complexa questão da liberdade religiosa e da liberdade de expressão, +Os escândalos na Igreja, +A infalibilidade, os graus de magistério e o erro, +A pornografia e a educação sexual, +O trabalho dominical e a forma como Deus deve ser adorado, +O comunismo e a maçonaria, +O globalismo, +O movimento carismático, +A maconha e o consumo de drogas, +O significado de uma autêntica renovação da Igreja, e muito mais.

Seria necessário um outro Credo ou Compêndio da Fé Católica, tendo em conta a existência do Catecismo da Igreja Católica, recentemente publicado, e do seu correspondente Compêndio? No Magistério posterior ao último XXI Concílio Ecuménico, o Concílio Vaticano II, a preponderância de citações e referências corresponde ao próprio Concílio Vaticano II - que é designado com a sugestiva expressão "O Concílio" (como indicando um ponto de viragem na vida da Igreja) - bem como citações auto-referenciais de documentos papais a partir de João XXIII. 

Em contrapartida, lendo o Compêndio de Mons. Schneider, vemos, pela primeira vez nos últimos 60 anos, uma exposição da fé, da moral e da liturgia católicas que contém numerosas citações do riquíssimo Magistério anterior ao Vaticano II, bem como do novo Magistério. Vemos aqui boas passagens do Vaticano II, por exemplo, da Sacrosanctum Concilium e, ao mesmo tempo, da Mediator Dei de Pio XII, da Quanta Cura de Pio IX, da Libertas Praestantissimus de Leão XIII, etc. A Igreja não começou em 1962: isto é muito notável e digno de registo.

O Compêndio de D. Athanasius Schneider também aborda, implicitamente, a questão acima discutida das causas da crise actual, descobrindo ambiguidades no próprio Vaticano II e em documentos posteriores, incluindo o Catecismo da Igreja Católica, bem como citando as contribuições do Magistério atual quando este está em continuidade com a fé e a Tradição da Igreja. Estas ambiguidades são surpreendentes porque, nas leituras frequentes destes documentos, escapam-nos muitas vezes afirmações que, numa análise mais atenta e no seu real significado, ou não são compatíveis ou diluem quase impercetivelmente a doutrina da Igreja. Neste texto não entrarei em pormenores sobre esta delicada questão, mas mais tarde, com o favor de Deus, espero trazê-la à luz.

Agradeço a Mons. Schneider o seu distinto trabalho e encorajo os leitores a adquirirem o Compêndio, já disponível para pré-venda no Sophia Institute Press ou na Amazon, em inglês. Esperemos que em breve o tenhamos em outras línguas. Rezemos para que a pureza da doutrina, da moral e da liturgia da Igreja volte a brilhar em breve, para que possamos distinguir sem dúvida o trigo do joio, para maior glória de Deus e salvação das almas.

Termino estas linhas citando o final do prólogo do autor do Compêndio:

«Que os santos Apóstolos, Padres e Doutores da Igreja intercedam por todos os que se servirem deste Compêndio, para que dele recebam muitos benefícios espirituais. A Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa terna Mãe, dignamente invocada na Igreja como Destruidora de todas as heresias e Trono da Sabedoria, nos proteja com o seu manto materno e rogue por nós, para que sejamos dignos das promessas do seu divino Filho, o Verbo feito carne, que é cheio de verdade e, estando no seio do Pai, nos revelou toda a verdade (cf. Jo 1, 14.18).»

Schola Veritatis in InfoCatólica


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O que é o milagre de São Januário e qual a sua importância?

O milagre consiste na liquefação do sangue de São Januário, que se encontra durante o resto do ano em estado sólido. Este milagre, que ocorre na igreja dedicado ao santo em Nápoles, acontece 3 vezes por ano:

- 19 de Setembro, dia de S. Januário;
- 16 de Dezembro, porque nesse dia, em 1631, foi feita uma procissão com as relíquias de S. Januário que impediu a iminente erupção do vulcão Vesúvio;
- no Sábado que antecede o primeiro Domingo de Maio, dia da primeira trasladação do corpo do santo.

As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.

As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. iniciam-se preces colectivas. Se o milagre tarda, os fiéis convencem-se de que a demora se deve aos seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo “Miserere".

Quando o milagre ocorre, o Clero entoa um solene Te Deum, a multidão irrompe em vivas. os sinos repicam e toda a cidade rejubila.

Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.

O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior; na menor, encontra-se disperso em fragmentos.

A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Varia o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.

Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.

Há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso. Em Janeiro de 1991, o Professor G. Sperindeo fazendo uso, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa e é absolutamente inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.

A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crónica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil!

São Januário, rogai por nós.

adaptado de sangennaro.org.br


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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

A Liturgia é sobre Deus




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São José de Cupertino, o santo que voava

No dia 17 de Junho de 1603, nasceu, no reino de Nápoles, na aldeia de Cupertino, um menino de nome José. Era o filho mais novo da família Desa, cujo Pai, um pobre carpinteiro, mal conseguia sustentar a Família. Ele veio ao mundo num pequeno estábulo, onde permaneceu nos primeiros meses de vida, porque o Pai, endividado, teve de vender o pouco que possuíam.

Apesar de pobre e iletrado, o menino foi criado no rigor dos ensinamentos de Cristo, pois sua família era muito religiosa. Assim foi a infância de José. Os únicos talentos por ele manifestados foram de ordem espiritual: o da oração e o da caridade para com os mais necessitados, que sofriam as agruras da miséria, como ele.

Quando completou 17 anos, estava determinado a tornar-se frade. Mas até os capuchinhos que o haviam aceitado como irmão leigo fizeram-no devolver o hábito, por causa da sua grande confusão mental. Isso causou a José um sofrimento muito grande. Mas não desistiu. Finalmente, foi aceite no Convento de Grotella pelos Frades Menores, que o acolheram e lhe deram uma tarefa simples: cuidar de uma mula.

Mesmo assim, estava determinado a ser Sacerdote. Foi então que as graças divinas começaram a intervir na sua vida. Apesar da dificuldade que tinha em estudar, milagrosamente saía-se muito bem nas provas. Desde então, começaram a aparecer sinais de predilecção divina e fenómenos que atestavam a sua santidade interior, presenciados pela comunidade de fiéis e irmãos da Ordem. Eram manifestações extraordinárias, como, por exemplo, curas totalmente milagrosas de doentes de todos os tipos de enfermidades. E ainda êxtases de oração, caminhava pela igreja sem colocar os pés no chão e, sem tomar nenhum cuidado com o corpo, exalava um fino e delicado odor. Por tudo isso, já era venerado em vida como santo.

Outro facto relevante na vida de José de Cupertino é que, apesar de quase não ter nenhum estudo teológico, tinha o dom da ciência e era consultado por teólogos a respeito de questões delicadas. Espantosamente, tinha sempre respostas sábias e claras. Com isso, José conquistou a glória máxima e, mesmo sendo considerado o frade mais ignorante de toda a Ordem franciscana, a sua fama de bom cristão, o seu comportamento peculiar e os seus milagres chegaram a Roma. O Papa Urbano VIII convocou-o e recebeu-o com as honras de que era merecedor.

Em 1628, foi ordenado Sacerdote. José de Cupertino mergulhou tão profundamente nas coisas de Deus que acabou por tornar-se um conselheiro de padres, bispos, cardeais, chefes de Estado e religiosos em geral. Todos o procuravam. E ele atendia-os com paciência, humildade e sabedoria, indicando-lhes a luz de que necessitavam. 

José de Cupertino morreu aos 60 anos de idade, no dia 18 de Setembro de 1663, no Convento de Osímo (Itália). O local, que se tornara um ponto de peregrinação com ele ainda vivo, tornou-se, imediatamente, um santuário a ele dedicado. Festejado liturgicamente no dia de sua morte, este singular frade franciscano é considerado pelos estudiosos como "o santo mais simpático da hagiografia católica".

Os frequentes êxtases espirituais, que lhe permitiam "voar" literalmente pela igreja, fizeram de São José de Cupertino o padroeiro dos aviadores e pára-quedistas. Também, devido à sua determinação diante das numerosas dificuldades encontradas nos estudos e exames é considerado o santo padroeiro dos estudantes que têm de fazer exames. 

in Paulinas


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domingo, 17 de setembro de 2023

A Beleza da Tradição Católica



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Os Estigmas de São Francisco

São Francisco de Assis foi a primeira pessoa a receber os estigmas, isto é as chagas de Nosso Senhor na própria pele. Deixamos aqui a descrição da cena:

E como continuasse neste propósito, um Anjo lhe apareceu em grande glória, trazendo um cálice na mão esquerda e uma flecha na mão direita. Enquanto Francisco se admirava com esta visão, o anjo atravessou o cálice uma vez com sua flecha, e imediatamente Francisco ouviu uma melodia tão doce que sua alma se encheu de encantamento, o que fez que ele ficasse insensível a toda sensação do corpo. 

Como posteriormente contou a seus companheiros, caso o Anjo passasse novamente a flecha pelo cálice, tinha dúvidas se a sua alma não teria deixado seu corpo por causa da doçura intolerável. 

in Segunda Consideração dos Sagrados Estigmas


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sábado, 16 de setembro de 2023

Índios canibais no Brasil

O combate ao vício de comer carne humana principiou muito antes da catequese própriamente dita. Na Bahia, em 1549, os padres liderados por Manuel da Nóbrega, chegaram a arrancar, em pleno terreiro, das mãos das velhas antropofagas, dispostas já a cozinha-lo para um banquete, o corpo morto de um índio. Tal audácia ia-lhes custando a vida. 

Com a ajuda de Tomé de Sousa saíram ilesos. E, com método e com a cooperação de Mem de Sá, que impôs sanções legais contra esse terrível costume, a antropofagia desapareceu em breve entre os índios que se punham em contacto com os Portugueses. Foi uma das primeiras conquistas morais dos Jesuítas. Entres os Tupis, o ritual antropofágico não existia sem a guerra movida por honra e vingança. Então, acabar com as guerras intertribais seria condição para impor-lhes a religião oficial do império português.

O ano de 1558 foi um marco da guerra à antropofagia, com a chegada de Mem de Sá ao Brasil. O terceiro governador-geral foi o principal responsável pelo combate ao costume indígena de comer carne humana, que tanto abominava aos jesuítas e dificultava a catequização. 

Simão de Vasconcellos conta que o alvoroço foi grande. Colonos portugueses, e indígenas chegaram a acusar o padre Manoel da Nóbrega de ser o responsável pelas medidas para eliminar os “antigos costumes”. Mas o governador Mem de Sá prosseguiu com a missão dada pelo Rei e, assim, “os bárbaros [da Bahia]” foram reduzidos “a quatro poderosas aldeas, de S. Paulo, de Santiago, S. João, e Espirito Santo.

Serafim Leite in Páginas de História do Brasil


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São Cornélio e São Cipriano, Mártires

A Igreja celebra hoje, 16 de Setembro, São Cornélio e São Cipriano, que por amor a Deus e zelo pela fé em Jesus Cristo sofreram o martírio no século III. Os testemunhos dos dois santos ajudam na compreensão de que o cristão, quando está firme no amor esponsal por Cristo e a Sua Igreja, não rejeita a fé, ainda que padeça duras incompreensões, até ao martírio de sangue.

São Cornélio, Papa e Mártir

Cornélio nasceu em Roma. Foi eleito para o pontificado depois de um período vago na cátedra de São Pedro, devido à violenta perseguição imposta pelo imperador Décio. O Papa Cornélio foi eleito quase por unanimidade, menos por Novaciano, que esperava ser o novo Papa. Novaciano consagrou-se Bispo e proclamou-se Papa, isto é, antipapa. Com isso criou-se o primeiro cisma da Igreja.

A Igreja debatia, internamente, para tentar uma solução definitiva quanto à conduta a ser adoptada em relação a um dos seus maiores problemas da época: os “lapsi”, nome dado aos sacerdotes e fiéis que tinham renegado a fé, separando-se da Igreja durante as perseguições por parte dos Imperadores romanos, mas que depois queriam voltar à Igreja.

Segundo os partidários de Novaciano, Cornélio teria adoptado um discurso e uma postura muito indulgente, boa e compreensiva para com os desertores da fé católica. Atitudes que lhe valeram grandes atribulações e incompreensões. Mas contou sempre com o apoio incondicional e fiel do bispo Cipriano de Cartago, Argélia, norte da África.

Entretanto o imperador Décio morreu em combate, sendo sucedido por Galo, que voltou com as perseguições. Assim, o Papa Cornélio acabou preso e exilado para um lugar que hoje se chama Civitavecchia, perto Roma.

No exílio, o Papa Cornélio passou os últimos dias da sua vida. Encontrava um pouco de alegria nas cartas que recebia do Bispo Cipriano, seu admirador e amigo, muito preocupado em mandar-lhe algumas palavras de consolo.

Morreu em Junho de 253, sendo sentenciado ao martírio por ordem do Imperador, por não aceitar prestar culto aos deuses pagãos. Foi sepultado no Cemitério de São Calixto.

São Cipriano, Bispo e Mártir

Cipriano de Cartago, Bispo e Mártir, não deve ser confundido com outro Santo de mesmo nome que foi feiticeiro e é festejado com Santa Justina. 

Thascius Cecilianus Cyprianus nasceu em África em torno do ano de 200. Sendo pagão tornou-se advogado, professor e muito conhecido pela sua eloquência em defender os seus pontos de vista nos tribunais. Foi convertido para o cristianismo no ano 246 por Caecilius, um velho sacerdote, e tronou-se um renomado especialista em textos bíblicos.

Em 248, Cipriano tornou-se bispo de Cartago, hoje moderna Tunísia, mas teve que fugir logo depois para escapar a perseguição aos cristãos. Cipriano conseguiu reunir um Concílio em Cartago em 251, para discutir a questão dos "lapsi", e aí foi lido o seu grande trabalho chamado “De Catholicae Ecclesiase Unitate”.

Quando Cartago foi atingida pela praga, em 252, Cipriano trabalhou para ajudar as vítimas mas ele e os cristãos foram culpados pela epidemia e odiados pela população. Cipriano escreveu “De Mortalite” para consolar os cristãos naquele tempo de duros reveses. Pouco tempo depois, opôs-se à política de não necessidade de baptismo dos hereges defendida pelo Papa Estêvão I (254-257).

Entretanto, um decreto do Imperador Valeriano (253-260), proibindo aos cristãos de se reunirem, deu início a mais uma perseguição. Cipriano foi preso e foi-lhe dito que participasse das cerimonias religiosas pagãs oficias do Estado. Como se recusasse foi exilado numa cidade a 75 km de Cartago.

Em 258, Cipriano foi julgado por Calerius Maximus, um procônsul que ordenou que ele fosse decapitado no dia 14 de Setembro. Os ‘Actos do Martírio” não têm todos os detalhes da execução.

Ele foi pioneiro da literatura latino-cristã e teve um papel importante na Igreja Católica ocidental. Os seus escritos apresentam um zelo pastoral muito lúcido e contém inteligentes decisões. O seus tratados incluem “De Catholicae Ecclesiase Unitate”, sobre a natureza da unidade da Igreja , o “De Lapsis” sobre as condições em que esses cristãos poderiam retornar a Igreja e á fé, e “Ad Quirinam” uma compilação de textos bíblicos.

Uma das suas máximas era: “Não pode ter Deus por pai quem não tem a Igreja por mãe”.

São Cipriano, assim como São Cornélio são mencionados e invocados no Cânone Romano. Na arte litúrgica da Igreja aparece como um Bispo que segura uma palma e uma espada.


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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Stabat Mater Dolorosa



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Dia de Nossa Senhora das Dores

Para fazer companhia à nossa querida Mãe é tradição rezar um Pai-Nosso e sete Avé-Marias por cada uma das 'dores' de Maria:

1. A profecia de Simeão (Lc 2, 34-35)
2. A fuga para o Egipto (Mt 2, 13)
3. O Menino Jesus perdido e encontrado no Templo (Lc 2, 43-45)
4. Maria encontra Jesus a caminho do Calvário (Lc 23, 26)
5. Jesus morre na Cruz (Jo 19, 25)
6. Maria recebe o corpo de Jesus nos braços (Mt 27, 57-59)
7. O corpo de Jesus é colocado no Sepulcro (Jo 19, 40-42)


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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

D. Athanasius: Os futuros Papas agradecerão ao Bispo Strickland a sua fidelidade à Igreja Católica

Louvado seja Jesus Cristo! Vossa Excelência, Bispo Strickland, querido e estimado irmão no episcopado!

É para mim um privilégio e uma alegria exprimir-vos toda a minha gratidão e apreço pela vossa intrépida dedicação em manter, transmitir e defender intransigentemente a Fé Católica, que os Apóstolos entregaram à Igreja e com a qual todas as gerações de Católicos, especialmente os nossos antepassados, os nossos pais e mães, os nossos sacerdotes e religiosas catequistas, foram educados. Na verdade, podemos aplicar a V. Exa., caro Bispo Strickland, o que São Basílio afirmou no seu tempo: «A única acusação que agora é segura de garantir punição severa é a guarda cuidadosa das tradições dos Padres.» (Ep. 243)

Permitam-me que partilhe convosco as seguintes palavras, muito oportunas, do mesmo grande e santo Bispo:

«As doutrinas da verdadeira religião estão derrubadas. As leis da Igreja estão em confusão. A ambição dos homens, que não têm temor de Deus, precipita-se para os altos cargos da Igreja, e os cargos elevados são agora publicamente conhecidos como o prémio da impiedade. O resultado é que quanto mais um homem blasfema, mais apto o povo o considera para ser um Bispo. A dignidade clerical é uma coisa do passado. Há uma completa falta de homens que pastoreiem o rebanho do Senhor com conhecimento. Os eclesiásticos com autoridade têm medo de falar, porque aqueles que alcançaram o poder por interesse humano são escravos daqueles a quem devem a sua promoção. A fé é incerta; as almas estão encharcadas de ignorância porque os adulteradores da palavra imitam a verdade. As bocas dos verdadeiros crentes estão mudas, enquanto toda a língua blasfema se agita livremente; as coisas santas são pisadas.» (Ep. 92)

Vivemos, de facto, numa época como a descrita por São Basílio, com uma semelhança impressionante. As palavras de São Basílio na sua Carta ao Papa São Dâmaso, na qual pedia a ajuda e a intervenção eficaz do Papa, são plenamente aplicáveis à nossa situação actual:

«A sabedoria deste mundo ganha os maiores prémios na Igreja e rejeitou a glória da cruz. Os pastores foram expulsos e, em seu lugar, foram introduzidos lobos cruéis que apressam o rebanho de Cristo. As casas de oração não têm quem se reúna nelas; os lugares desertos estão cheios de multidões que se lamentam. Os mais velhos lamentam quando comparam o presente com o passado. Os mais jovens são ainda mais dignos de compaixão, pois não sabem do que foram privados.» (Ep. 90)

Caro Bispo Strickland, ao contrário de São Basílio, que se dirigiu ao Papa Dâmaso, infelizmente, V. Exa. não tem a oportunidade real de se dirigir ao Papa Francisco para o ajudar a manter zelosamente as santas tradições do passado. Pelo contrário, a Santa Sé colocou-o agora sob escrutínio e ameaça-o com intimidações e com a privação do cuidado episcopal do seu rebanho em Tyler, basicamente apenas pela única razão de que V. Exa., como São Basílio, Santo Atanásio e muitos outros bispos-confessores, está a manter as tradições dos Padres; apenas porque não está a silenciar a verdade, apenas porque não se está a comportar como não poucos dos bispos dos nossos dias, que - usando as palavras de São Gregório de Nazianzo - não estão a manter as tradições dos Padres. São Gregório de Nazianzo - «estão ao serviço dos tempos e das exigências das massas, deixando o seu barco ao sabor do vento que sopra no momento, e, como camaleões, sabem dar muitas cores à sua palavra.» (De vita sua Carmina 2, 11)

No entanto, caro Bispo Strickland, tem a felicidade de saber que todos os Papas do passado, todos os corajosos confessores-bispos do passado, todos os mártires católicos, que, nas palavras de Santa Teresa de Ávila, estavam «decididos a sofrer mil mortes por qualquer artigo do Credo» (A Vida de Teresa de Jesus, 25:12), o apoiam e encorajam. Além disso, os pequeninos da Igreja rezam por si e apoiam-no; são um exército cada vez maior, mas pequeno, de fiéis leigos - nos Estados Unidos e em todo o mundo - que foram colocados na periferia pelas altas esferas eclesiásticas, mesmo no Vaticano, cujas principais preocupações parecem ser agradar ao mundo e promover a sua agenda naturalista e a aprovação do pecado da actividade homossexual sob o pretexto de acolhimento e inclusão.

Caro Bispo Strickland, obrigado por estar decidido a "servir o Senhor, e não o tempo", como Santo Atanásio uma vez admoestou os bispos (Ep. ad Dracontium). Rezo para que mais bispos dos nossos dias possam, como vós, erguer a voz em defesa da Fé católica, proporcionando assim o alimento espiritual e a consolação a muitos católicos, que se sentem muitas vezes abandonados como órfãos.

Certamente, os futuros Papas agradecer-vos-ão pela vossa intrépida fidelidade à Fé Católica e às suas santas tradições, com a qual contribuístes para a honra da Sé Apostólica, em parte obscurecida e manchada pelo nosso tempo desfavorável.

São José, vosso patrono, o "servo bom e fiel", esteja sempre do vosso lado e a Bem-aventurada Virgem Maria, nossa doce Mãe celeste, destruidora de todas as heresias, seja a vossa força e refúgio.

Com profunda estima, unidos na santa batalha pela Fé e nas orações,
+ D. Athanasius Schneider


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A história da Exaltação da Santa Cruz

O dia 14 de Setembro, dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, comemora a gloriosa reconquista da Santa Cruz das mãos dos Persas.

Chosroes II, Rei da Pérsia, pegara em armas contra o império oriental romano (610), sob o pretexto de querer vingar as crueldades que o imperador Phocas tinha praticado contra o imperador Maurício. Phocas desapareceu e teve por sucessor Heráclio, governador da África. Este fez uma proposta de paz a Chosroes que este rejeitou. Uma cidade após outra caiu em poder dos Persas, sem que Heráclio lhes pudesse tolher os passos. Senhor de Jerusalém, Chosroes praticou as maiores atrocidades contra sacerdotes e religiosos, reduziu à cinza as igrejas, e entre outras preciosidades, levou também a parte do Santo Lenho, que Santa Helena tinha deixado na cidade Santa.

Heráclio pela segunda vez pediu a paz. O rei bárbaro respondeu-lhe com arrogância e orgulho: "Os Romanos não terão paz, enquanto não adorarem o sol, em vez de um homem crucificado". Vendo assim frustrados todos os esforços, Heráclio pôs toda confiança em Deus e em 622 marchou contra a Pérsia. Vitorioso no primeiro encontro, na Arménia, no ano seguinte o exército cristão conquistou Gaza, queimou o templo, junto com a estátua de Chosroes, que nele se achava. Chosroes foi assassinado pelo próprio filho, com o qual Heráclio celebrou a paz. Uma das primeiras condições desta paz foi a restituição do Santo Lenho, o qual Heráclio levou em triunfo para Constantinopla.

Uma vez livre do jugo dos Persas, Heráclio resolveu fazer a solene trasladação do Santo Lenho para Jerusalém. Na Primavera do ano de 629, com uma grande comitiva, foi à Cidade Santa, levando consigo a preciosa relíquia. Festas extraordinárias prepararam-se na Palestina. Em procissão soleníssima foi levada a Santa Cruz, para ser depositada na igreja do Santo Sepulcro, no monte Calvário. O Imperador tinha reservado para si a honra de a carregar. 

Chegada a procissão à porta da cidade que conduz ao Gólgota, Heráclio, como retido por forças invisíveis, não pôde dar mais um passo adiante. O patriarca Zacarias, que se achava ao lado do Imperador, levantou os olhos ao Céu e como por inspiração divina, disse-lhe: "Senhor! Lembrai-vos de que Jesus Cristo era pobre, enquanto vós andais vestido de púrpura; Jesus Cristo levava uma coroa de espinhos, quando na vossa cabeça vejo brilhar uma coroa preciosíssima; Jesus Cristo andava descalço, quando vós usais calçado finíssimo". 

Heráclio com humildade aceitou o aviso do patriarca. Sem demora tirou a coroa, trocou o manto imperial por uma túnica pobre, substituindo o rico calçado por sandálias e, tomando de novo o Santo Lenho, sem dificuldade alguma o levou até a última estação. Lá chegado, todo o povo se acercou da grande relíquia, venerando-a com muita fé. Muitos doentes recuperaram a saúde.

Para todos, o dia 14 de Setembro de 629 foi um dia de triunfo e da mais pura alegria. Deus ainda glorificou-o com muitos milagres.

Pe. João Batista Lehmann in 'Na Luz Perpétua' (Editora Lar Católico, 1950)


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quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Papa Francisco encontra-se com o Núncio dos EUA para discutir a demissão do Bispo Strickland

O Papa Francisco encontrou-se no dia 9 de Setembro com o Núncio dos EUA, Arcebispo Christophe Pierre, e o Prefeito dos Bispos, Arcebispo Robert Prevost, ambos neo-Cardeais, para discutir a demissão do Bispo Joseph Strickland, 64 anos, da diocese de Tyler, Texas. O site PillarCatholic.com informa que a demissão de Strickland era "a ordem do dia".

Os dois prelados apresentaram a Francisco os resultados de uma Visita Apostólica em Junho e algumas das acções públicas de Strickland que criticam o Papa Francisco e o seu Sínodo. A expectativa é que Francisco peça a demissão de Strickland.

O site PillarCatholic.com acrescenta que, dependendo da reação de Strickland, a força do incentivo à demissão poderá aumentar, referindo-se ao estranho caso do Bispo Richard Stika.

Já durante a visita, o Clero foi questionado sobre possíveis sucessores ao seu Bispo.

in gloria.tv


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Aparição de Nossa Senhora de Fátima a 13 de Setembro

A Irmã Lúcia, nas suas Memórias, descreve do seguinte modo a aparição de Nossa Senhora a 13 de Setembro de 1917:

Ao aproximar-se a hora, lá fui, com a Jacinta e o Francisco, entre numerosas pessoas que a custo nos deixavam andar. As estradas estavam apinhadas de gente. Todos nos queriam ver e falar. Ali não havia respeito humano.

Numerosas pessoas, e até senhoras e cavalheiros, conseguindo romper por entre a multidão que à nossa volta se apinhava, vinham prostrar-se, de joelhos, diante de nós, pedindo que apresentássemos a Nossa Senhora as suas necessidades. Outros, não conseguindo chegar junto de nós, chamavam de longe:

– Pelo amor de Deus! peçam a Nossa Senhora que me cure meu filho, que é aleijadinho!
Outro:
– Que me cure o meu, que é cego!
Outro:
– O meu, que é surdo!
– Que me traga meu marido...
– ... meu filho, que anda na guerra!
– Que me converta um pecador!
– Que me dê saúde, que estou tuberculoso!
Etc., etc.

Ali apareciam todas (as) misérias da pobre humanidade. E alguns gritavam até do cimo das árvores e paredes, para onde subiam, com o fim de nos ver passar. Dizendo a uns que sim, dando a mão a outros para os ajudar a levantar do pó da terra, lá fomos andando, graças a alguns cavalheiros que nos iam abrindo passagem por entre a multidão.

Quando agora leio, no Novo Testamento, essas cenas tão encantadoras da passagem de Nosso Senhor pela Palestina, recordo estas que, tão criança ainda, Nosso Senhor me fez presenciar, nesses pobres caminhos e estradas de Aljustrel a Fátima e à Cova de Iria, e dou graças a Deus, oferecendo-Lhe a fé do nosso bom Povo português. E penso: se esta gente se abate assim diante de três pobres crianças, só porque a elas é concebida misericordiosamente a graça de falar com (a) Mãe de Deus, que não fariam, se vissem diante de si o próprio Jesus Cristo?

Bem; mas isto não era nada chamado para aqui. Foi mais uma distracção da pena que me escapou para onde eu não queria. Paciência! Mais uma coisa inútil; não na tiro, para não inutilizar o caderno. Chegámos, por fim, à Cova de Iria, junto da carrasqueira e começamos a rezar o terço com o povo.

Pouco depois, vimos o reflexo da luz e a seguir Nossa Senhora sobre a azinheira.

 – Continuem a rezar o terço, para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, S. José com o Menino Jesus para abençoarem o Mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia.

– Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, dum surdo-mudo.
– Sim, alguns curarei; outros não. Em Outubro farei o milagre, para que todos acreditem. E começando a elevar-se, desapareceu como de costume.


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terça-feira, 12 de setembro de 2023

Salve Regina solene cantado por seminaristas em 'tom alto'



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Festa do Santíssimo Nome de Maria

Veneramos o nome de Maria porque pertence àquela que é a Mãe de Deus, a mais santa das criaturas, a Rainha do Céu e da Terra, a Mãe da Misericórdia.

O objecto da festa é a Santa Virgem que traz o nome de Mirjam (Maria). A festa comemora todos os privilégios dados a Maria por Deus e todas as graças que temos recebido através da sua intercessão e mediação. 

História da Festa

A festa foi instituída em 1513, em Cuenca (Espanha), e estabelecida no dia 15 de Setembro com Ofício próprio, o dia da oitava da Natividade de Maria. Depois da reforma do Breviário de São Pio V, por um decreto de Sixto V (16 de Janeiro de 1587), foi transferida para 17 de Setembro. Em 1622, foi estendida para a Arquidiocese de Toledo pelo Papa Gregório XV. 

Depois de 1625, a Congregação dos Ritos hesitou durante algum tempo antes de autorizar que se estendesse mais (cf. os sete decretos "Analecta Juris Pontificii", LVIII, decr. 716 sqq.). Mas era celebrada pelos trinitarianos espanhóis em 1640 (Ordo Hispan., 1640). A 15 de Novembro de 1658, a festa foi concedida ao oratório do Cardeal Berulle sob o título: Solemnitas Gloriosae Virginis, dupl. cum. oct., em 17 de Setembro. Trazendo o título original, "SS. Nominis B.M.V.", a festa concedida a toda a Espanha e ao Reino de Nápoles em 26 de Janeiro de 1671.

Após o cerco de Viena e a gloriosa vitória do Rei João III Sobieski da Polónia [e da República das duas Nações] sobre os Turcos (12 de Setembro de 1683), a festa foi estendida para a Igreja Universal por Inocêncio XI, e marcada para o Domingo depois da Natividade de Maria por um decreto de 25 de Novembro de 1683 (duplex majus). 

A festa foi concedida à Áustria como duplex II classis a 1 de Agosto de 1654. Segundo um Decreto de 8 de Julho de 1908, sempre que esta festa não puder ser celebrada no próprio Domingo, por causa da ocorrência de alguma festa de maior grau, deve-se mantê-la a 12 de Setembro, o dia em que a vitória de Sobieski é comemorada no Martirológio Romano. O calendário das Irmãs da Adoração Perpétura, O.S.B., em França, do ano de 1827, possui a festa com um Ofício especial a 25 de Setembro. 

A Festa do Santíssimo Nome de Maria é a festa patronal dos Cônegos Regulares das Escolas Pios (padres escolápios) e da Sociedade de Maria (Maristas), em ambos os casos com um ofício próprio. No ano 1666, os Carmelitas Descalços receberam a faculdade de recitar o Ofício do Nome de Maria quatro vezes por ano (duplex). Em Roma, uma das igrejas gémeas no Fórum de Trajano é dedicada ao Nome de Maria. No Calendário Ambrosiano de Milão, a festa está marcada para o dia 11 de Setembro. 

É interessante como a Santíssima Virgem é honrada de forma especial no aniversário de duas batalhas entre cristãos e maometanos, nas quais saímos vencedores: 
07/10 - Nossa Senhora do Rosário - Batalha de Lepanto, 1571
12/09 - Santíssimo Nome de Maria - Batalha de Viena, 1683

Que a Bem-aventurada Sempre Virgem Maria, chamada por Pio XII de "vencedora de todas as grandes batalhas de Deus", abençoe a Cristandade e toda a Humanidade nestes tempos em que a paz é duramente ameaçada e a perseguição aos cristãos pelos muçulmanos está cada dia mais feroz e incessante.

A festa de hoje é ocasião de recordarmos que ao Nome de Maria, como ao Nome de Jesus, durante as celebrações litúrgicas, faz-se inclinação de cabeça. Pela inclinação manifesta-se a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. 

Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo. Faz-se inclinação de cabeça, quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao Nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa. É uma prática exterior que deve ser motivada pelo interior reconhecimento da grandeza da Serva do Senhor.

in O Segredo do Rosário


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