quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Cardeal Ratzinger: "Quem rejeita a Missa Tradicional rejeita o passado da Igreja"

Hoje é posto numa lista negra quem defende a continuação dessa liturgia (tradicional) ou participa directamente numa celebração desta natureza. Existe tolerância para tudo, excepto para esse assunto. Na história da Igreja nunca aconteceu nada deste género; assim é desprezado todo o passado da Igreja. Como podemos confiar no seu presente se as coisas estão assim?
 
Não entendo também, para ser franco, por quê tanta passividade, da parte de muitos irmãos Bispos, diante desta intolerância. Isso parece ser uma homenagem necessária ao espírito dos tempos, que parece contrastar, sem um motivo compreensível, com o processo da necessária reconciliação dentro da Igreja.
 
Hoje o latim na Missa parece-nos quase um pecado. Se nem sequer nas grandes liturgias romanas se pode cantar o 'Kyrie' e o 'Sanctus', e se ninguém sabe sequer o que significa o 'Gloria', verifica-se um empobrecimento cultural e a perda de elementos comuns.
 
Cardeal Joseph Ratzinger in 'Deus e o mundo' (Ed. San Paolo, 2001, p. 380)
Tradução: Senza Pagare


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Quem foi São Raimundo Nonato?

Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. O seus pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida dela. 

Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com isso queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida religiosa. Porém as coisas aconteceram exactamente ao contrário.

Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais a sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês, fundada pelo seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos mouros e eram por eles feitos escravos. 

Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento do pai e, finalmente, em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote e os seus dotes de missionário vieram à tona, dedicando-se a nessa missão de coração e alma. Por isso foi mandado em missão à Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos. Conseguiu libertar cento e cinquenta escravos e devolvê-los às suas famílias.

Quando se ofereceu como refém sofreu no cativeiro verdadeiras torturas e humilhações. Mas mesmo assim não abandonou o seu trabalho. Levava o conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do que ele e já estavam prestes a renunciar à Fé em Jesus. Muitas foram as pessoas convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados muçulmanos, os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem cadeados, para que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina de Cristo.

Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até ser libertado, mas com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na Catalunha, em 1239, logo foi nomeado cardeal pelo Papa Gregório IX, que o chamou para ser seu conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano seguinte, mas não conseguiu concluí-la. Próximo de Barcelona, na cidade de Cardona, já com a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro, Raimundo Nonato foi acometido de forte febre e acabou morrendo, a 31 de Agosto de 1240, quando tinha, apenas, quarenta anos de idade.

Raimundo Nonato foi sepultado naquela cidade e o seu túmulo tornou-se local de peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar os seus restos mortais. O seu culto propagou-se pela Europa, sendo confirmado por Roma em 1681. 

São Raimundo foi canonizado em 1657, em Roma, pelo Papa Alexandre VII. Devido à condição difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras.

in Pale Ideas


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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Não se fartam os olhos de ver, nem o ouvido de ouvir

Lembra-te frequentemente daquele provérbio: «Não se fartam os olhos de ver, nem o ouvido de ouvir.» Procura pois desapegar o teu coração das coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis; porque os que seguem a sensualidade mancham a consciência e perdem a graça de Deus.
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(Imitação de Cristo, Livro 1, Cap.1)


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Santa Rosa de Lima, padroeira da América Latina

Rosa viveu uma infância serena e economicamente privilegiada. Mas, de repente, a família sofreu um revés financeiro. Arregaçou, então, as mangas, ajudando a família em todo género de actividades, desde trabalhos domésticos ao cultivo de uma horta e ao bordado, como forma de ganhar a vida. 

Desde pequena aspirou a consagrar-se a Deus na vida do claustro, mas o Senhor fez-lhe conhecer a Sua vontade, de que permanecesse virgem no mundo. Leu a vida de Santa Catarina de Sena, que se tornou o seu modelo de vida, aprendendo dela o amor por Cristo, pela Sua Igreja e pelo próximo, sobretudo os irmãos índios. Como a Santa de Sena, vestiu o hábito da Ordem Terceira Regular dos Pregadores. Tinha vinte anos de idade. 

Com a permissão da família, organizou numa sala da casa materna um tipo de abrigo para os necessitados, onde dava assistência a crianças e anciãos abandonados, em particular aos de origem índia. Ainda como Santa Catarina, foi tornada digna de sofrer a Paixão do Seu divino Esposo, mas também provou o sofrimento da "noite escura", que durou uns bons 15 anos. Recebeu também o extraordinário dom das núpcias místicas. Foi enriquecida também com outros carismas, como o de fazer milagres, da profecia e da bi-locação. 

A partir de 1609, encerrou-se em uma cela de apenas dois metros quadrados, construída no jardim da casa materna, fria no Inverno e quente e cheia de mosquitos no Verão para melhor rezar em união com o Senhor. Da cela saia apenas para a função religiosa, onde passava grande parte do seus dias de joelhos, a rezar e em estreita união com o Senhor e das suas visões místicas, que começaram a ocorrer com uma impressionante regularidade, todas as semanas, de Quinta-feira ao Sábado. À oração, Rosa juntava a auto-flagelação, vigílias e jejuns, e a sua vida ascética era cheia de visões, mas também de assédios demoníacos. 

Já em vida era grande a sua fama de santidade. O episódio mais marcante da sua existência terrena no-la apresenta abraçada ao Tabernáculo para defendê-lo dos calvinistas holandeses levados ao assalto da cidade de Lima pela frota do pirata Jorge Spitzberg. A inesperada libertação da cidade, por causa da repentina morte do comandante holandês, foi atribuída à sua intercessão. Em 1615, na “Ciudad de Los Reyes” (Lima), Rosa encabeçou uma "rogativa" (oração pública) numa igreja, diante do possível desembarque de piratas holandeses que já haviam assaltado o vizinho porto de El Callao. Sem prévio aviso, uma grande tormenta impediu que as embarcações se aproximassem à terra e a cidade ficou a salvo. 

Rosa, pressentindo a chegada da morte, confidenciou: "Este é o dia de minhas núpcias eternas". Era o dia 24 de agosto de 1617, festa de São Bartolomeu. Tinha trinta e um anos de idade. 

Foi beatificada em 1668 pelo Papa Clemente IX, e dois anos depois foi proclamada Patrona Principal das Américas, das Filipinas e das Índias Ocidentais, pelo Papa Clemente X. Tratava-se de um reconhecimento singular uma vez que um decreto do Papa Urbano VIII, de 1630, estabelecia que não poderiam ser dados como protectores de reinos e cidades pessoas que não haviam sido canonizadas. De qualquer forma, foi canonizada em 12 de Abril de 1671, pelo Papa Clemente X. Também é a padroeira dos jardineiros e dos floristas. É invocada em caso de feridas, contra as erupções vulcânicas e em caso de lutas na família. 

in farfalline.blogspot.pt

Fontes: 

http://www.santiebeati.it/dettaglio/28950 - Santi e Beati. Autor: Francesco Patruno (em italiano). 
https://it.wikipedia.org/wiki/Rosa_da_Lima - Wikipédia (em italiano). 
http://migre.me/qVDhx - Facebook. Com os relatos da invasão calvinista e um desenho dos navios holandeses (em espanhol).


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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Carta de Bispo Strickland reafirma a Fé Católica e deixa aviso sobre o Sínodo de Outubro

Meus queridos filhos e filhas em Cristo: Que o amor e a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo estejam sempre convosco!

Neste tempo de grande turbulência na Igreja e no mundo, devo falar-vos com coração de pai para vos advertir dos males que nos ameaçam e para vos assegurar a alegria e a esperança que temos sempre em Nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem má e falsa que invadiu a Igreja, Esposa de Cristo, é que Jesus é apenas um entre muitos, e que não é necessário que a Sua mensagem seja partilhada com toda a Humanidade. Esta ideia deve ser rejeitada e refutada. Temos de partilhar a alegre boa nova de que Jesus é o nosso único Senhor e que Ele deseja que toda a Humanidade, para todo o sempre, possa abraçar a vida eterna n'Ele.

Quando compreendermos que Jesus Cristo, o Filho Divino de Deus, é a plenitude da revelação e o cumprimento do plano de salvação do Pai para toda a Humanidade e para todos os tempos, e O abraçarmos de todo o coração, então poderemos abordar os outros erros que assolam a nossa Igreja e o nosso mundo e que foram provocados por um afastamento da Verdade.

Na carta de S. Paulo aos Gálatas, ele escreve: "Admira-me que tão depressa abandoneis Aquele que vos chamou pela graça (de Cristo) por um evangelho diferente (não que haja outro). Mas há alguns que vos estão a perturbar e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas mesmo que nós ou um Anjo do Céu vos pregasse um evangelho diferente daquele que vos pregamos, que esse seja amaldiçoado! Como já dissemos, e agora repito, se alguém vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja anátema!" (Gal 1, 6-9)

Como vosso pai espiritual sinto que é importante reiterar as seguintes verdades básicas que sempre foram defendidas pela Igreja, desde tempos imemoriais, e sublinhar que a Igreja não existe para redefinir questões de Fé, mas sim para salvaguardar o Depósito da Fé tal como nos foi transmitido pelo próprio Nosso Senhor através dos apóstolos, dos santos e dos mártires. Mais uma vez, recordando o aviso de S. Paulo aos Gálatas, quaisquer tentativas de perverter a verdadeira mensagem do Evangelho devem ser categoricamente rejeitadas como prejudiciais à Noiva de Cristo e aos seus membros individuais.

1. Cristo estabeleceu uma Igreja - a Igreja Católica - e, portanto, só a Igreja Católica fornece a plenitude da verdade de Cristo e o caminho autêntico para a Sua salvação para todos nós. 

2. A Eucaristia e todos os sacramentos são divinamente instituídos, não desenvolvidos pelo Homem. A Eucaristia é verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Cristo, a Alma e a Divindade, e recebê-Lo na Comunhão indignamente (isto é, num estado de pecado grave e impenitente) é um sacrilégio devastador para o indivíduo e para a Igreja. (1 Cor 11, 27-29)

3. O sacramento do Matrimónio foi instituído por Deus. Através da Lei Natural, Deus estabeleceu o matrimónio como sendo entre um homem e uma mulher fiéis um ao outro para toda a vida e abertos a ter filhos. A Humanidade não tem o direito ou a verdadeira capacidade de redefinir o matrimónio.

4. Cada pessoa humana é criada à imagem de Deus, homem ou mulher, e todas as pessoas devem ser ajudadas a descobrir as suas verdadeiras identidades como filhos de Deus, e não apoiadas numa tentativa desordenada de rejeitar a sua inegável identidade biológica e dada por Deus.

5. A actividade sexual fora do casamento é sempre gravemente pecaminosa e não pode ser tolerada, abençoada ou considerada permissível por qualquer autoridade dentro da Igreja.

6. A ideia de que todos os homens e mulheres serão salvos independentemente da forma como vivem as suas vidas (um conceito comummente designado por universalismo) é falsa e perigosa, pois contradiz o que Jesus nos diz repetidamente no Evangelho.  Jesus diz que devemos "negar-nos a nós próprios, tomar a nossa cruz e segui-Lo" (Mt 16, 24). Ele deu-nos o caminho, através da Sua graça, para a vitória sobre o pecado e a morte através do arrependimento e da confissão sacramental. É essencial abraçarmos a alegria e a esperança, bem como a liberdade, que advêm do arrependimento e da confissão humilde dos nossos pecados. Através do arrependimento e da confissão sacramental, cada batalha contra a tentação e o pecado pode ser uma pequena vitória que nos leva a abraçar a grande vitória que Cristo conquistou para nós.

7. Para seguir Jesus Cristo, temos de escolher voluntariamente tomar a nossa cruz em vez de tentar evitar a cruz e o sofrimento que Nosso Senhor oferece a cada um de nós individualmente na nossa vida quotidiana.  O mistério do sofrimento redentor - ou seja, o sofrimento que Nosso Senhor permite que experimentemos e aceitemos neste mundo e que depois Lhe devolvamos em união com o Seu sofrimento - humilha-nos, purifica-nos e leva-nos mais profundamente à alegria de uma vida vivida em Cristo. Isto não quer dizer que devamos gostar ou procurar o sofrimento, mas se estivermos unidos a Cristo, ao experimentarmos os nossos sofrimentos quotidianos, podemos encontrar a esperança e a alegria que existem no meio do sofrimento e perseverar até ao fim em todo o nosso sofrimento. (cf. 2 Tim 4, 6-8)

Nas próximas semanas e meses, muitas destas verdades serão examinadas no âmbito do Sínodo sobre a Sinodalidade. Devemos agarrar-nos a estas verdades e desconfiar de todas as tentativas de apresentar uma alternativa ao Evangelho de Jesus Cristo, ou de promover uma fé que fala de diálogo e de fraternidade, ao mesmo tempo que tenta eliminar a paternidade de Deus. Quando procuramos inovar sobre o que Deus, na sua grande misericórdia, nos deu, encontramo-nos em terreno traiçoeiro. A base mais segura que podemos encontrar é mantermo-nos firmes nos ensinamentos perenes da fé.

Lamentavelmente, é possível que alguns classifiquem como cismáticos aqueles que discordam das mudanças que estão a ser propostas. No entanto, pode ter a certeza de que ninguém que permaneça firmemente na linha de prumo da nossa Fé Católica é um cismático. Devemos permanecer sem pudor e verdadeiramente Católicos, independentemente do que possa ser apresentado. Devemos também estar conscientes de que não é abandonando a Igreja que nos mantemos firmes contra estas mudanças propostas. Como disse S. Pedro: "Senhor, a quem iremos nós?  Tu tens as palavras da vida eterna". (Jo 6,68) Por isso, mantermo-nos firmes não significa que estamos a tentar deixar a Igreja. Pelo contrário, aqueles que propõem mudanças naquilo que não pode ser mudado procuram apoderar-se da Igreja de Cristo, e são de facto os verdadeiros cismáticos.

Exorto-vos, meus filhos e filhas em Cristo, que agora é o momento de vos certificardes de que estais firmemente apoiados na fé católica dos tempos. Todos nós fomos criados para procurar o Caminho, a Verdade e a Vida, e nesta era moderna de confusão, o verdadeiro caminho é aquele que é iluminado pela luz de Jesus Cristo, pois a Verdade tem um rosto e, de facto, é o Seu rosto. Ficai certos de que Ele não abandonará a Sua Esposa.

Continuo a ser o vosso humilde pai e servo,
Reverendíssimo Joseph E. Strickland, Bispo de Tyler


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São João Baptista preferiu perder a vida do que perder a alma

Hoje é dia do Martírio de São João Baptista, um homem que não teve medo de ser assassinado por dizer a verdade.

Foi um homem viril, e exactamente o contrário do "politicamente correcto", do "que será que eles vão pensar de mim?" e do "é melhor ficar calado para não sofrer consequências".

João Baptista preferiu perder a vida do que perder a alma. Escolheu a melhor parte.


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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Amor meus pondus meum - O meu amor é o meu peso

O corpo, devido ao peso, tende para o lugar que lhe é próprio, porque o peso não só tende para baixo, mas também para o lugar que lhe é próprio. Assim o fogo encaminha-se para cima, e a pedra para baixo. O azeite derramado sobre a água aflora à superfície; a água vertida sobre o azeite submerge-se debaixo deste: movem-se segundo o seu peso e dirigem-se para o lugar que lhes compete. As coisas que não estão no próprio lugar agitam-se, mas quando o encontram, ordenam-se e repousam.

O meu amor é o meu peso. Para qualquer parte que vá, é ele quem me leva. O vosso Dom inflama-nos e arrebata-nos para o alto. Ardemos e partimos. Fazemos canções no coração e cantamos o "cântico dos degraus". É o vosso fogo, o vosso fogo benfazejo que nos consome enquanto vamos e subimos para a paz da Jerusalém celeste. "Regozijei-me com aquilo que me disseram: Iremos para a casa do Senhor". Lá nos colocará a "boa vontade", para que nada mais desejemos se não permanecer ali eternamente." 

Santo Agostinho in Confissões


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Seminaristas jogam Voleibol (Cidade do Vaticano, 1949)



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domingo, 27 de agosto de 2023

O 'crime' pelo qual o Papa Francisco pediu perdão nunca existiu

Há pouco mais de um ano, o Papa visitou o Canadá para pedir desculpas às comunidades indígenas por um alegado “crime” cometido por instituições católicas, um crime que levou a uma onda de incêndios em igrejas mas que, por fim, se revelou falso.

Em Julho do ano passado, Francisco foi ao Canadá pedir perdão. O assunto tinha vindo a público pouco antes, quando algumas fileiras de terra escavadas junto a igrejas e escolas católicas com quase um século de existência levantaram suspeitas a um grupo de activistas, que por sua vez alertaram os investigadores. Estes detectaram com um sonar a presença no subsolo de formações diferentes do resto da terreno.

A partir daí a história foi criada: essas ‘formações’ eram, sem dúvida, cadáveres de crianças indígenas enterradas sem nome ou registo pelos malvados católicos. As fileiras nada mais eram do que valas comuns. Quem sabe como todas aquelas crianças teriam morrido!

A notícia tornou-se a história oficial, desencadeando uma onda de incêndios em igrejas e ataques a instituições cristãs que o primeiro-ministro “católico” Justin Trudeau condenou, mas “compreendeu” a raiva dos povos indígenas e exigiu que Roma pedisse perdão publicamente.

E o Papa fê-lo. “Deram-me uma bofetada no Canadá, mas tive que fazer cara de culpado pelos erros cometidos pela Igreja”, disse Francisco. "Estou desolado. Peço desculpas, em particular, pela forma como muitos membros da Igreja e das comunidades religiosas colaboraram, mesmo com indiferença, nestes projectos de destruição cultural e assimilação forçada pelos governos da época”.

Só que então, como agora, nenhum cadáver foi encontrado. Nada. Os dados detectados no subsolo falavam de formações não identificadas, que poderiam ser qualquer coisa e que, de facto, quando finalmente foram efectuadas as devidas escavações, revelaram ser formações rochosas. Nem uma única criança morta nas supostas valas comuns.

In Infovaticana (traduzido por Quas primas)


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sábado, 26 de agosto de 2023

45 anos da eleição do Papa João Paulo I

No dia 26 de Agosto de 1978 os Cardeais escolheram Albino Luciano como próximo Papa. O Sumo Pontífice adoptou o nome de João Paulo I. O seu Pontificado durou apenas 33 dias.


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Cardeal Wojtyla (futuro Papa João Paulo II) celebrando a Missa Tradicional?




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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Cardeal Sarah: O Corpo de Jesus para todos, sem discernimento

Alguns padres hoje tratam a Eucaristia com perfeito desdém. Eles vêem a Missa como um banquete tagarela onde os cristãos que são fiéis aos ensinamentos de Jesus, os divorciados e recasados, homens e mulheres em situação de adultério e turistas não-baptizados a participar em celebrações Eucarísticas de grandes multidões anónimas têm todos acesso ao Corpo e Sangue de Cristo, sem distinção.

A Igreja tem de examinar urgentemente a adequação eclesial e pastoral destas celebrações Eucarísticas enormes com milhares e milhares de participantes. Há aqui um grande perigo de tornar a Eucaristia, "o grande Mistério da Fé", numa festa vulgar e de profanar o Corpo e o precioso Sangue de Cristo. Os padres que distribuem as sagradas espécies sem conhecer ninguém, e que dão o Corpo de Jesus para todos, sem discernimento entre cristãos e não-cristãos, participam na profanação do Santo Sacrifício da Eucaristia. 

Aqueles que exercem autoridade na Igreja tornam-se culpados, sob forma duma cumplicidade voluntária, de permitir sacrilégio e profanação do Corpo de Cristo que acontece nestas enormes e ridículas celebrações de si próprios, em que uma pessoa dificilmente percebe que "anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha." (1Cor 11, 26).

Padres infiéis à "memória" de Jesus insistem no aspecto festivo e na dimensão fraternal da Missa ao invés do Sacrifício de Cristo na Cruz. A importancia das disposições interiores e a necessidade de nos reconciliarmos com Deus permitindo-nos ser purificados pelo sacramento da Confissão já não estão hoje "na moda". 

Mais a mais, obscurecemos o aviso de S. Paulo aos Coríntios: "Assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Portanto, examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba deste vinho; pois aquele que come e bebe, sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação. Por isso, há entre vós muitos débeis e enfermos e muitos morrem" (cf. 1 Cor 11, 27-30)

Cardeal Robert Sarah in 'La force du silence. Contre la dictature du bruit'


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São Luís IX, Rei de França e Confessor

Hoje a Igreja celebra a festa do Rei São Luís da França. Luís IX nasceu no dia 25 de Abril de 1215, no castelo real de Poissy.

Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogénito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos que Luís IX se tornou um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja.  

Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade, a piedade e a humildade, e que o fizeram o modelo de rei católico cristão.  

No período da sua adolescência, enquanto a sua mãe governava, foi educado e conduzido na Fé cristã e na arte de governar por São Tomás de Aquino. O santo doutor da Igreja conduziu com perfeição o processo de educação daquele que viria a ser o Rei de toda a França.  

Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com frequência a Sagrada Escritura e as obras dos Santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte.  

Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. E o resultado dessa firme educação cristão foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade.  

Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris.  

Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Tunis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.  

Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do Rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados.  

Assim, em 1297, o papa Bonifácio VIII proclamou a santidade da vida de Luís IX, Rei da França, mantendo o culto já existente no dia da sua morte.

in Pale Ideas


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quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Fulton Sheen descreve a luta mais importante da nossa vida



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São Bartolomeu, Apóstolo

São Bartolomeu foi um dos doze discípulos de Jesus Cristo. O seu nome vem da língua aramaica e faz uma referência ao nome do seu pai: Bartolomeu vem de “Bar Talmay” e significa “filho de Talmay”.
São Bartolomeu é Natanael
As narrações bíblicas não dão um enfoque especial a Bartolomeu. A não ser numa passagem do Evangelho de João, as passagens bíblicas limitam-se a citar o seu nome entre os doze escolhidos por Jesus. Sabe-se, porém, através dos Evangelhos, que Bartolomeu é a mesma pessoa que o apóstolo Natanael, citado noutros trechos evangélicos. 

Desdenha Nazaré

Natanael é um nome que quer dizer "Deus deu". Este nome ganha um novo sentido se observarmos que Natanael veio de Caná da Galileia. Lá, ele presenciou o primeiro milagre de Jesus, nas famosas “Bodas de Caná” (Jo 2, 1-11). Como São João evangelista nos conta, o discípulo Filipe contou a Natanael (ou Bartolomeu) que tinha acabado de encontrar o Messias. E disse-lhe ainda que o salvador vinha de Nazaré. Natanael imediatamente respondeu conforme o conhecimento da época: "Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?" (Jo 1, 46). 
Esta pergunta de São Bartolomeu mostra claramente que o Messias, ou o Salvador, era esperado como um grande general, vindo de lugares importantes de Israel, e não de um vilarejo perdido na Galileia chamado Nazaré.

O Encontro pessoal com Jesus

Quando São Bartolomeu se encontrou com Jesus, aquele “Messias vindo de Nazaré”, recebeu do Mestre um elogio inesperado. Jesus disse a ele "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1, 47). São Bartolomeu, surpreso, respondeu: "De onde me conheces?" Jesus respondeu revelando-lhe a sua messianidade: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira".
Jesus mencionou um momento importante na vida de Bartolomeu. Sentindo o olhar do Mestre, Bartolomeu percebe que aquele Mestre realmente o conhecia. Depois desse momento, Bartolomeu decide seguir o Mestre e faz a sua profissão de fé em Jesus: "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel".

São Bartolomeu, discípulo e apóstolo

São Bartolomeu seguiu a Jesus nos três anos da Sua vida pública. Testemunhou os ensinamentos, as acções, os milagres, a morte e a ressurreição de Jesus. Esteve no Pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre todos e todos se tornaram missionários corajosos da Boa Nova pelo mundo.
Bartolomeu conheceu pessoalmente Nossa Senhora, e dela certamente aprendeu mais sobre os ensinamentos do Mestre. Assim, cheio do Espírito de Deus, depois de ter sido discípulo de Jesus, ele passou a ser Apóstolo, palavra grega que quer dizer “Enviado”. Ele foi enviado, Apóstolo, em nome de Jesus. E fez maravilhas pelo Reino de Deus em terras longínquas.

Missão de São Bartolomeu

A Tradição da Igreja e fontes históricas dizem que São Bartolomeu foi anunciar Reino de Deus até ao distante país da Índia. Há outra tradição que afirma que São Bartolomeu foi pregar o Evangelho onde é hoje a Europa Oriental. Lá, terá realizado uma maravilhosa missão acompanhada de conversões sinceras que confirmavam a pregação da Palavra de Deus.

Martírio

Depois dessa frutuosa missão em que muitos se converteram a Jesus Cristo e onde várias comunidades cristãs foram criadas, São Bartolomeu foi martirizado, vítima de esfolagem de toda a sua pele. Foi na cidade de Albanópolis, hoje Derbent, na região russa do Daguestão, às margens do mar Cáucaso. Foi morto por ordem do governador local, que não aceitou a pregação do cristianismo nas suas terras.

Iconografia (representação artística)

Essa tradição é tão forte que São Bartolomeu foi pintado na Capela Sistina segurando a pele de seu corpo na sua mão esquerda e, na mão direita, uma adaga, tipo de uma espada afiada, instrumento do martírio que ele sofreu. Séculos depois, as relíquias de São Bartolomeu foram transportadas para Roma e estão hoje na igreja a ele dedicada.

Devoção a São Bartolomeu

A festa litúrgica de São Bartolomeu é celebrada no dia 24 de Agosto, provável dia da sua morte. As igrejas da Europa oriental devem a sua fé, em última instância, à pregação corajosa de São Bartolomeu, cujos frutos permanecem até hoje.
in cruzterrasanta.com.br


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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Cardeal Burke: O Sínodo alemão vai inundar a Igreja

"Sinodalidade" e "sinodal" tornaram-se slogans que escondem "uma revolução", escreveu o Cardeal Raymond Burke no prefácio de um livro intitulado "O processo sinodal é uma caixa de Pandora", de Julio Loredo e José Ureta.

Esta revolução tem como objetivo mudar radicalmente a auto-compreensão da Igreja, de acordo com uma ideologia que nega a maior parte dos ensinamentos da Igreja.

Burke considera a situação da Igreja "muito grave", porque esta ideologia perniciosa já foi posta em prática na Igreja alemã há muitos anos e espalhou amplamente a confusão e o erro. Burke identifica os seus frutos como "divisão e "cisma", que prejudicam muitas almas.

Ele avisa que a mesma confusão, erro e divisão se abaterão sobre a Igreja Universal. Isto "já começou a acontecer através da preparação do Sínodo a nível local".

in gloria.tv


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Cruz feita por drones nos céus de Budapeste, capital da Hungria, no dia do santo patrono: Santo Estêvão



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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Oração em honra do Imaculado Coração de Maria

Amabilíssimo Coração de Maria:
Que ardeis continuamente em vivas chamas de amor divino; por Ele vos suplico, Mãe minha amorosíssima, que abraseis o meu tíbio coração nesse divino fogo em que estais toda inflamada.
(Avé Maria e Glória)

Puríssimo Coração de Maria:
De quem brota a linda açucena de virginal pureza.
Por ela vos peço, Mãe minha imaculada, que purifiqueis o meu impuro coração, infundindo nele a pureza e castidade.
(Avé Maria e Glória)

Afligidíssimo Coração de Maria:
Trespassado com a espada de dor pela paixão e morte de vosso querido Filho Jesus, e pelas ofensas que continuamente se fazem à sua Divina Majestade;
Dignai-vos, Mãe minha dolorosa, penetrar no meu duro coração com uma viva dor dos meus pecados e com o mais amargo sentimento dos ultrajes e injúrias que está a receber dos pecadores o Divino Coração do meu adorável Redentor.
(Avé Maria e Glória)

Oh doce Coração de Maria, sede a minha salvação.


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Festa do Imaculado Coração de Maria

Esta festa do Imaculado Coração de Maria é uma memória mariana de origem devocional, instituída por Pio XII, que nos convida a meditar sobre o Mistério de Cristo e da Virgem em intimidade e profundidade. Maria, que guarda as palavras e os episódios da vida do Senhor, meditando-os em seu coração (Lc. 2,19), é a morada do Espírito Santo, a Sede da Sabedoria (Lc. 1,35), a imagem e o modelo da Igreja, que ouve e testemunha a mensagem do Senhor (cfr. Lc. 11,28). (Miss. Rom.)

A devoção ao Imaculado Coração de Maria consiste na veneração do Coração de Maria, Mãe de Jesus, e ganhou grande destaque com as Aparições de Fátima. Mas a origem deste culto pode ser encontrada nas palavras do Evangelista Lucas, onde o Coração de Maria aparece como uma arca de tesouros (Lc. 2,19) que guarda as mais santas lembranças. 

Depois, aumenta na Era Patrística, tendo-se desenvolvido, na Idade Média e nos tempos modernos, por obra de grandes Santos como São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes (1601-1680), que foi um grande promotor da festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria e que, já em 1643, começou a celebrá-la com os religiosos de sua congregação. Em 1648, consegue do Bispo de Autun (França) a concessão da festa. 

Em 1668, a festa e os textos litúrgicos são aprovados pelo Cardeal delegado de toda a França, enquanto Roma se negava, por diversas vezes, a confirmar a festa. Foi apenas após a introdução da festa do Sagrado Coração de Jesus, em 1765, que foi concedida, aqui e ali, a faculdade de celebrar a festa do Coração de Maria. Tanto que o Missal Romano de 1814 a elenca ainda entre as festas “pro aliquibus locis”. São João Eudes, em seus escritos, nunca separou os dois Corações de Jesus e de Maria, e enfatiza a união profunda da Mãe com o Filho de Deus encarnado, cuja vida pulsou durante 9 meses ritmicamente com aquela do Coração de Maria.

A festa foi instituída oficialmente em 1805, pelo Papa Pio VII. Cinquenta anos mais tarde, Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios. Papa Pio XII[1], em 1944, estendeu a festa a toda a Igreja, em perene memória da Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, realizada por ele em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1948, o Papa Pio XII convida a todos os Católicos a fazerem a consagração ao Imaculado Coração de Maria através da Encíclica Auspicia Quaedam, onde diz: 

«E como o nosso predecessor de imortal memória Leão XIII, nos albores do século XX, quis consagrar todo o género humano ao Sacratíssimo Coração de Jesus, também nós, como que representando a família humana por ele redimida, quisemos solenemente consagrá-la ao Coração Imaculado de Maria virgem. Desejamos que todos façam o mesmo, sempre que a oportunidade o aconselhar; e não só em cada diocese e cada paróquia, mas também em cada família. Assim esperamos que desta consagração particular e pública nasçam abundantes benefícios e favores celestiais. Seja presságio desses favores celestes e penhor de nossa benevolência paterna a bênção apostólica que damos com efusão de coração a cada um de vós, veneráveis irmãos, a todos aqueles que de boa mente corresponderem a esta nossa carta de exortação, e de um modo particular as caríssimas crianças.» (1 de Maio de 1948).

Em 1952, o Papa Pio XII consagra a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, através da Carta Apostólica Sacro Vergente Anno[2].

O culto do Imaculado Coração de Maria recebeu um forte impulso após as Aparições de Fátima, em 1917. Os pastorinhos viram que Nossa Senhora tinha sobre a palma da mão direita um Coração cercado de espinhos que penetravam nele, fazendo-o sangrar horrivelmente. Era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da Humanidade, a pedir reparação...

De acordo com o legado dos pastorinhos de Fátima, foi Nossa Senhora quem, em 1917, depois de mostrar a visão do Inferno a Lúcia, Jacinta e Francisco, lhes revelou o “Segredo”. Contava a Irmã Lúcia que: 

“(…) para salvar as almas (...) Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Imaculado Coração” (13 de Junho de 1917, in Memórias, da Irmã Lúcia).

Deus escolheu o Imaculado Coração de Maria, sem mancha e sem pecado, para que, assim como a salvação do mundo veio por Ela na pessoa de Jesus Cristo, também é por meio d'Ela que nós haveremos de ser salvos. Nossa Senhora afirma: “Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão a paz” (in Memórias, da Irmã Lúcia).

A Liturgia da festa ressalta a intensa actividade espiritual do Coração da primeira discípula de Cristo, e apresenta Maria propensa, no íntimo de seu coração, à escuta e ao aprofundamento da palavra de Deus. Maria medita em seu Coração os eventos em que é envolvida junto com Jesus, procurando penetrar o mistério que está vivendo: guardar e meditar em seu Coração todas as coisas, a faz descobrir a vontade do Senhor, como um pão que a nutre no íntimo, como uma água que brota em um terreno fecundo. Com este seu modo de agir, Maria nos ensina a nos alimentarmos em profundidade do Verbo de Deus, a viver saciando-nos e abeirar-nos d'Ele, e, sobretudo, a encontrar Deus na meditação, na oração e no silêncio. Maria, enfim, nos ensina a reflectir sobre os acontecimentos de nossa vida cotidiana e a descobrir neles Deus que se revela, inserindo-se em nossa História.

O objecto primário da festa do Coração Imaculado de Maria é a Sua pessoa. O objecto secundário é o Coração simbólico, isto é, o coração físico da Virgem, por ser o símbolo do seu amor e de toda a sua vida íntima, sendo a expressão de todos os seus sentimentos, afectos, e, sobretudo, de sua ardentíssima caridade para com Deus, para com seu Filho e para com todos os homens, que lhe foram confiados solenemente por Jesus agonizante.

A festa sugere o louvor e acção de graças ao Senhor por nos haver dado uma Mãe tão poderosa e misericordiosa, à qual nós podemos nos dirigir confiadamente, em qualquer necessidade. Inspira também que conduzamos uma vida segundo o Coração de Deus, e que peçamos à Virgem Santa a chama de uma ardente caridade.

in Pale Ideas


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segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Padre Vera, martirizado por celebrar a Santa Missa


México, início do séc. XX. Durante a guerra civil que opôs o Movimento Cristero ao Partido Revolucionário Institucional do México muitos católicos foram martirizados. Um deles foi o Padre Francisco Vera, fuzilado pelos comunistas mexicanos por ter sido apanhado a celebrar Missa. A serenidade do sacerdote, prestes a ser assassinado, revela bem a paz de quem entregou a sua vida e confia plenamente em Deus.


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Desconfiar dos falsos amigos com as suas ideias falsas



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domingo, 20 de agosto de 2023

A Comunhão de joelhos e na boca não pode ser negada a ninguém



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São Bernardo aconselha: Em caso de dificuldade invoca Maria

E o nome da Virgem era Maria (Lc. 1, 27). Falemos um pouco deste nome que significa, segundo se diz, Estrela do Mar, e que convém maravilhosamente à Virgem Mãe. .... Ela é verdadeiramente esta esplêndida estrela que devia se levantar sobre a imensidade do mar, toda brilhante por seus méritos, radiante por seus exemplos.

Ó tu, quem quer que sejas, que te sentes longe da terra firme, arrastado pelas ondas deste mundo, no meio das borrascas e tempestades, se não queres soçobrar, não tires os olhos da luz desta estrela.

Se o vento das tentações se levanta, se o escolho das tribulações se interpõe em teu caminho, olha a estrela, invoca Maria.

Se és balouçado pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência, da inveja, olha a estrela, invoca Maria.

Se a cólera, a avareza, os desejos impuros sacodem a frágil embarcação de tua alma, levanta os olhos para Maria.

Se, perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do Juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, a despenhar no abismo do desespero, pensa em Maria.

Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.

Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro da intercessão d'Ela, não negligencies os exemplos de sua vida.

Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando n'Ela, evitarás todo erro.

Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.

E assim verificarás, por tua própria experiência, com quanta razão foi dito: "E o nome da Virgem era Maria."

São Bernardo de Claraval in 'Louvores da Virgem Maria' - Super missus, 2ª homilia


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sábado, 19 de agosto de 2023

A aparição de Nossa Senhora de Fátima no dia 19 de Agosto

Nas aparições de Nossa Senhora em Fátima, o mês de Agosto foi diferente dos outros porque no dia 13 os Pastorinhos foram feitos prisioneiros. Mas a Mãe de Deus não se deixou intimidar pelos políticos anti-clericais e apareceu mesmo, uns dias depois de dia 13. A data mais provável é o dia 19 de Agosto, que foi o primeiro Domingo depois do dia 13. O local também mudou, desta feita a aparição deu-se nos Valinhos. Eis a descrição feita pela Irmã Lúcia nas suas Memórias:

Andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão João que a fosse a chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois vinténs e lá foi a correr. 

Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

 – Que é que Vossemecê me quer? 
– Quero que continueis a ir à Cova de Iria no dia 13, que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem. 
– Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria? 

– Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão-de mandar fazer. 
– Queria pedir-Lhe a cura dalguns doentes. – Sim; alguns curarei durante o ano. E tomando um aspecto mais triste:

– Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios por os pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas. E, como de costume, começou a elevar-se em direcção ao nascente. 


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São João Eudes, precursor da devoção aos Sagrados Corações

Fundador de duas congregações religiosas e de seis seminários, foi grande pregador popular, realizando mais de cem missões. Deixou escritas inúmeras obras ascéticas e místicas.

São João Eudes nasceu na pequena cidade de Ry (diocese de Séez, na Baixa-Normandia, França), no dia 13 de Novembro de 1601. O seu pai, Isaac, havia tentado a carreira sacerdotal, mas fora obrigado a abandoná-la devido à morte de quase toda a família, vítima da peste. Dedicou-se então à agricultura, exercendo também as funções de médico rural. Rezava diariamente o breviário e rivalizava em virtude com a esposa, Marta. O primogénito dos sete filhos que tiveram, João Eudes, foi mais “fruto da oração que da natureza”. Por isso ofereceram-no a Nossa Senhora do Socorro, em acção de graças pelo seu nascimento.

O menino correspondeu ao desvelo dos pais, e aos 14 anos fez o voto de perpétua virgindade. Nessa época, foi enviado ao colégio dos padres jesuítas de Caen, onde estudou com brilho humanidades, retórica e filosofia. Desde muito pequeno, por inspiração do Divino Espírito Santo, João Eudes tinha profunda devoção aos Corações de Jesus e Maria. Em 1618 entrou para a Congregação Mariana do colégio, para incrementar ainda mais a sua devoção a Nossa Senhora. Recebeu então da Mãe de Deus inúmeras graças.

Em 1623, desejando tornar-se sacerdote, entrou para a Sociedade do Oratório de Jesus, fundada pouco antes pelo famoso Cardeal de Bérulle. O fundador concebeu por João Eudes uma estima tal, que o fazia pregar em público antes mesmo de sua ordenação sacerdotal. Esta deu-se em 1625. Apenas ordenado, foi cuidar de pessoas infectadas pela peste. Passou depois para o Oratório de Caen, tendo em vista preparar-se para a sua carreira missionária.

Recolhimento forçado por dois anos

Desde os 22 anos de idade, trabalhou incansavelmente no campo das missões populares. Pregador nato, tornou-se famoso como missionário. Dizia-se que, desde São Vicente Ferrer, a França não tivera um maior do que ele. Maravilhosamente bem dotado para a eloquência popular, entusiasmava as multidões e lograva copiosíssimos frutos de penitência. Impugnava com vigor todos os vícios, cortava na raiz os escândalos, e a todos pregava a verdade salvadora. A ardente caridade que manifestava no confessionário atraía os penitentes, porque ele, ao fulminar os vícios, sabia apiedar-se do pecador.

No ano de 1641, São João Eudes cumpria 40 anos de idade. Foi então atacado subitamente por grave enfermidade, que o levou a um repouso forçado, absoluto, durante dois anos. A Providência Divina queria que ele se preparasse no recolhimento para nova fase da sua vida, talvez a mais proveitosa: “Deus deu-me estes dois anos para empregá-los no retiro, para vagar na oração, na leitura de livros de piedade e em outros exercícios espirituais, a fim de preparar-me melhor para as missões.”

Ao recuperar a saúde, lançou-se novamente à vida missionária com novo fruto. Entretanto, afligia-se ao ver os resultados pouco duradouros das missões. Atribuía isso à falta de pastores cultos e piedosos que continuassem a acção dos missionários, mantendo aceso o fervor adquirido durante as missões. Para isso faltavam seminários nos quais os seminaristas recebessem, a par das virtudes próprias do seu sagrado estado, preparação para exercer os ofícios do seu ministério missionário. Se não havia seminários, por que não fundá-los? Muitos aconselhavam-no nesse sentido. Mas, devido às oposições, ele titubeava diante de tamanha responsabilidade.

Por outro lado, nas missões ele havia convertido um bom número de mulheres perdidas. Tocadas pela graça, elas queriam expiar, numa existência consagrada, a sua má vida. O missionário reuniu-as numa casa que alugara. Mas era difícil dirigi-las sem estarem ligadas por votos religiosos. O que fazer?

O encontro com Maria des Vallées

Foi então que, em meados de 1643, quando pregava na cidade de Coutances, recebeu um dos maiores favores da sua vida, como ele mesmo declara, ao encontrar-se com Maria des Vallées, uma virgem favorecida por fama de santidade. Filha de pobres agricultores, atraía os olhares de todos quando tratavam com ela das coisas da religião. Inteligente, bela, recusou diversas propostas de casamento, pois escolhera a Jesus Cristo como seu único Esposo. Ela havia se oferecido como vítima expiatória pelos pecados do mundo.

Um dos seus pretendentes recorreu à bruxaria para fazê-la mudar de ideias, e lançou sobre a jovem um malefício obtido de uma bruxa. Imediatamente Maria des Vallées foi possuída pelo demónio. O príncipe das trevas teve assim poder sobre o seu corpo, mas não podia penetrar na sua vontade. Frades e bispos exorcizaram-na sem sucesso.

Maria des Vallées aceitou com docilidade o facto, submetendo-se resignadamente à vontade de Deus. Assim, mesmo no meio das piores crises provocadas pelo pai da mentira, ela não perdia a sua admirável calma e fé invencível. Nos momentos em que o demónio a deixava, ela rezava, trabalhava e fazia penitência pela conversão dos pecadores.

Apesar das crises e das tentações, ela passou por quase todos os fenômenos da vida mística, inclusive o da troca de vontades com o supremo Senhor do Céu e da Terra. Durante dois anos sofreu em espírito os suplícios do inferno, e durante doze participou dos tormentos de Cristo.

Culto aos Sagrados Corações de Jesus e Maria

São João Eudes ficou sumamente cativado pela virtude dessa mulher heróica. Escutava-a com admiração e respeito, recebia os seus conselhos com avidez, e seguia-os escrupulosamente. Durante 15 anos, Maria des Vallées ofereceu-lhe a sua preciosa ajuda e poderoso apoio, tornando-se por vezes para o santo uma divina conselheira e inspiradora.

Foi ela quem incentivou São João Eudes a fundar uma ordem religiosa destinada à formação do clero nos seminários, e uma congregação de religiosas cuja missão seria a regeneração das mulheres arrependidas: “O projecto é sumamente agradável a Deus, e foi o próprio Deus Quem o inspirou”, disse-lhe, depois de muito rezar.

Assim incentivado, São João Eudes desligou-se da Congregação do Oratório e dedicou-se às novas fundações. Compôs um ofício em honra do Sagrado Coração de Maria, e começou a propagar o culto aos Sagrados Corações. Note-se que a sua pregação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus deu-se antes mesmo das revelações deste Coração divino a Santa Margarida Maria Alacoque.

Assim nasceram as Congregação de Jesus e Maria, ou dos Padres Eudistas, e a de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, ou Irmãs do Bom Pastor. O Instituto dos Padres Eudistas era secular, como o do Oratório, e tinha como fim principal a formação de sacerdotes zelosos, por meio de seminários e exercícios espirituais. Só após concluírem essa obra primordial, podiam seus membros pregar missões nas paróquias.

São João Eudes fundou também, para leigos que desejavam viver uma vida de perfeição, a Sociedade do Coração da Mãe Mais Admirável, que se assemelha às Ordens Terceiras de São Francisco e São Domingos, e dedicou as capelas dos seus seminários de Caen e Coutances aos Sagrados Corações. Neles estabeleceu confrarias em honra desses Sagrados Corações.

Persuadido de que não havia melhor modo de inspirar sólida piedade e de manter fervor durável do que a devoção aos Sagrados Corações, pregava por toda parte essa dupla devoção, que conhecia melhor do que ninguém. No fim das missões, ele estabelecia uma confraria, a do Santíssimo Coração de Maria.

São João Eudes fez celebrar a festa do Santíssimo Coração de Maria, pela primeira vez, em 1648. E mais tarde, em 1672, podia afirmar que essa comemoração se celebrava em toda a França. Nesse mesmo ano ele ordenou que, em todas as casas do seu Instituto, se celebrasse no dia 20 de Outubro a festa do Sagrado Coração de Jesus. O Ofício próprio e a Missa para essas solenidades foram compostos por ele, antecipando-se a Santa Margarida Maria no culto ao Sagrado Coração de Jesus. Com efeito, esta santa teve as suas revelações sobre o Sagrado Coração de Jesus em 1674, época na qual tal festa já se celebrava publicamente na família religiosa do Pe. Eudes, com os ofícios aprovados pelos bispos locais. Por isso, o Papa Leão XIII, ao proclamar em 1903 a heroicidade das suas virtudes, denominou-o “Autor do Culto Litúrgico do Sagrado Coração de Jesus e do Santo Coração de Maria”. 

São João Eudes pode ser considerado o doutor desses cultos, por ter exposto seu fundamento teológico, apresentado as fórmulas precisas de sua inovação, determinado o seu sentido prático e litúrgico, obtendo assim a aprovação da Hierarquia e os breves apostólicos destinados a propagar e perpetuar essa devoção.

Perseguido por inimigos internos

São João Eudes foi um inimigo declarado da heresia jansenista, essa espécie de protestantismo, que levava as pessoas a afastarem-se dos Sacramentos sob pretexto de indignidade. Os adeptos dessa heresia foram os que mais combateram as devoções pregadas pelo Santo. Se bem que não fosse partidário de disputas públicas e violentas, refutava esses inimigos disfarçados da Igreja, apoiando-se na doutrina tradicional católica e nas constituições pontifícias.

No ocaso de sua vida, São João Eudes teve que suportar muitas e pesadas cruzes, como enfermidades e lutos por amigos e benfeitores; murmurações e calúnias, não só da parte dos jansenistas, mas também de pessoas consagradas a Deus, que o acusavam de zelo indiscreto; manobras que visavam desacreditá-lo ante o Papa e o rei da França; e também a publicação de um libelo difamatório. Tudo isso perseguiu-o até o túmulo. 

Já no ano de 1680, tinha ele renunciado ao cargo de superior geral da sua congregação. Preparando-se com todos os tesouros espirituais que a Igreja possui para a última hora, rendeu o seu espírito no dia 19 de Agosto de 1680, aos 79 anos de idade.

Plinio Maria Solimeo in catolicismo.com.br

Obras utilizadas:

– Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, Bloud et Barral, Paris, 1882, tomo XV, pp. 542 e ss.
– Fr. Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madri, 1945, tomo III, pp. 381 e ss.
– Edelvives, El Santo de Cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1948, tomo IV, pp. 503 e ss.
– Charles Lebrun, Saint John Eudes, The Catholic Encyclopedia, tomo V, online edition,www.NewAdvent.org


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