segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Cardeal Ratzinger denunciou a ideologia que quer fazer das mulheres homens

É falso querer medir homens e mulheres pela mesma bitola e dizer que essa diminuta diferença biológica não significa absolutamente nada. Nos dia de hoje essa é a tendência predominante.

Pessoalmente continuo a estremecer ao ver que se pretende converter as mulheres em soldados lado a lado com os homens; que elas, que sempre foram as guardiãs da paz, em quem sempre vimos um antídoto ao desejo masculino de lutar e guerrear, saiam agora por aí empunhando metralhadoras, demonstrando que também elas podem ser ferozes guerreiras. 

Ou que as mulheres também tenham o «direito» de recolher o lixo e de descer às minas – coisas a que deveriam ser poupadas por respeito à sua própria dignidade, à sua grandeza, à sua profunda diferença –, um direito que agora se lhes impõe em nome da igualdade. 

Quanto a mim, esta é uma ideologia hostil ao corpo e maniqueísta. 

Cardeal Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI) in 'Deus e o mundo' (Ed. Tenacitas, p. 75)


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Missa em tempo de guerra




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sábado, 26 de fevereiro de 2022

15 novos sub-diáconos para a Fraternidade de São Pedro

No seminário da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) em Wigratzbad, o Arcebispo de Vaduz, Mons. Wolfgang Haas ordenou 10 sub-diáconos: 5 franceses, dois alemães, dois austríacos e um suíço. 

No seminário da FSSP em Denton, Nebraska (Estados Unidos da América), foram ordenados 5 sub-diáconos: 2 norte-americanos, 1 australiano, 1 canadiano e 1 polaco. 

 Deo gratias!











Fotografias: fsspwigratzbad.blogspot.com


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Surge, propera amica mea

Levanta-te, minha amada; vem, formosa minha. 
Eis que o Inverno passou: cessaram e desapareceram as chuvas.
Apareceram as flores na nossa terra, voltou o tempo das canções.
Nas nossas terras já se ouve a voz da rola.
A figueira já começa a dar os seus figos, e a vinha em flor exala o seu perfume.
Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem.

Francisco Guerrero - Surge, propera amica mea


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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Inveja, a tristeza por causa do bem do outro

A Inveja é entristecer-se com o bem do alheio e lamentar a felicidade dos outros. 

Inveja dos que são melhores porque o invejoso não se consegue equiparar a eles. Inveja dos piores porque se consideram iguais a ele. Inveja dos iguais porque competem com ele.

Foi assim que Saúl teve inveja de David (1Re 18) e foi assim que os fariseus tiveram inveja de Cristo, de tal maneira que o mataram. Porque a besta é de tal maneira raivosa que não perdoa essa pessoa.

Este pecado no seu género é mortal porque atenta directamente contra a caridade, assim como o ódio.

Frei Luís de Granada in "De los vicios y de sus remedios: remedios contra la envidia'


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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Sacerdote Tradicional ordenado no Brasil

O Padre Thiago de Oliveira Pino, do Instituto do Bom Pastor, foi ordenado no passado dia 19 de Fevereiro pelo D. Fernando Guimarães, Arcebispo Militar do Brasil. A ordenação sacerdotal foi feita segundo a Liturgia Romana Tradicional, na Capela Nossa Senhora das Dores em Brasília.








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Dia de São Matias, o Apóstolo escolhido à "sorte"

Os Actos dos Apóstolos referem que São Matias foi eleito pelos Apóstolos para substituir o traidor Judas Iscariotes, e esta eleição se fez nos dias depois da gloriosa Ascensão de Jesus Cristo e antes da vinda do Espírito Santo.

Da vida anterior do Apóstolo, do seu lugar de origem, nada sabemos. Os martirológios gregos afirmam que Matias pregou o Evangelho na Judeia, em Jerusalém, depois na Etiópia, onde fundou um bispado e terminou a vida na cruz. Outras fontes históricas confirmam a comunicação do martirológio grego e acrescentam que Matias morreu em Sebastópolis, onde foi sepultado perto do templo do sol.

Há outros historiadores que discordam radicalmente das fontes citadas, nada dizendo do martírio do Apóstolo, mas afirmam que Matias morreu em Jerusalém e lá foi sepultado. Há ainda uma outra versão, segundo a qual Matias teria sido apedrejado pelos Judeus e decapitado.

A História deixa-nos, portanto, por completo, na ignorância relativamente ao tempo e ao lugar da morte ou Martírio de São Matias.

A mãe de Constantino, o Grande, Santa Helena, trouxe as relíquias de São Matias para Roma. Uma parte destas relíquias é venerada na Igreja antiquíssima de São Matias em Tréves (Alemanha) e outra na Basílica de Santa Maria Maggiore em Roma. 

Reflexões:

É muito eficaz invocar São Matias nos momentos de sérias contendas, discussões acaloradas, ou agressões mútuas que possam culminar em séria discórdia ou tragédia. Nestes momentos, ele intercede mesmo, dissipando em segundos a ira e restabelecendo a paz.

São Clemente de Alexandria afirma que São Matias recomendava aos neófitos as práticas da mortificação: “Quem quer ser discípulo de Cristo, deve mortificar-se, castigar o corpo, levar a cruz e resistir aos apetites da carne...”.

Nos nossos dias, inventam-se inúmeras desculpas que nos tentam afastar da prática da mortificação. Há muitas pessoas que se sacrificam e mortificam-se com os fardos que o dia-a-dia impõe, mas passam a vida inteira em murmúrios e lamentações.

Saibamos, portanto, aproveitar todas as nossas dores, desde as mais subtis até as provações mais pesadas, oferecendo-as como sacrifícios pessoais em honra à Santíssima Trindade, em desagravo dos pecados cometidos pela Humanidade, pelas almas do Purgatório e por tantas outras intenções! Fazendo assim, caminhamos no Mundo honrando e glorificando a Deus, bem como aliviando e libertando muitas almas do cárcere purgativo.

Lembremo-nos, de oferecer todos os sacrifícios diários a cada manhã, certos que proporcionaremos ao Céu e ao Purgatório muitas alegrias com as nossas amarguras presentes.

in Pagina Oriente


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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Entrevista ao Sacerdote da Fraternidade de São Pedro que se encontrou com o Papa

O Pe. Benoît Paul-Joseph, Superior do distrito da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) em França, foi um dos dois sacerdotes que recentemente se reuniu com o Papa Francisco para falar sobre as consequências do motu proprio Traditionis Custodes nas comunidades tradicionais que pertenciam à Ecclesia Dei.

- Sr. Padre, qual é a história do seu recente encontro com o Santo Padre?

- O Pe. Ribeton, Reitor do seminário europeu da nossa Fraternidade, e eu escrevemos directamente ao Papa no dia 28 de Dezembro para expressar a nossa consternação e nossa incompreensão pela publicação do Traditionis Custodes e da Responsa. Apelámos confiantes na sua solicitude. Respondeu-nos pessoalmente no dia seguinte (foi por scan, mas a carta tinha sido escrita à mão), tranquilizando-nos e convidando-nos a ir ao seu encontro para conversarmos. Então, entrámos em contacto com o secretária do Papa e foi marcada a data de 4 de Fevereiro de 2022; esse é o dia em que o Pe. Ribeton e eu viajámos para Roma.

Fomos recebidos na Casa de Santa Marta durante, quase, uma hora. O Papa foi muito gentil durante toda a conversa, mostrou uma preocupação verdadeira. Confirmou oralmente o que tinha insinuado por escrito, a saber, que distinguia realmente a nossa situação da dos sacerdotes que não são membros das ex-comunidades Ecclesia Dei e que, no nosso caso particular, uma vez que o nosso Instituto tem a especificidade de utilizar os livros litúrgicos antigo, este documento não se destinava a nós.

- Então as vossas preocupações esvaneceram-se?

- Sim, de facto. O Papa indicou-nos que no motu proprio, onde se fala dos antigos institutos Ecclesia Dei, diz que estarão doravante sob a jurisdição de um novo dicastério: Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, e que foi intencional não termos sido mencionados directamente neste documento, pois estaríamos sob uma nova jurisdição. "Vocês não são afetados por essas restrições", disse-nos, "porque vocês mantêm o vosso direito próprio, concedido na fundação em 1988." O Papa ficou muito emocionado com a história de nossa Fraternidade, com a ida de nossos fundadores ao Santo Padre, em 1988, para expressar sua consternação, como fizemos desta vez. O Santo Padre considera que é um acto de fé que merece ser honrado e encorajado. Garantiu-nos que manteríamos o uso de todos os livros litúrgicos, inclusive o pontifical para as ordenações.

- Agora têm todas as garantias?

Com respeito, perguntámos-lhe se isso poderia ser formalmente colocado por escrito. Recebemos o documento no Sábado, dia 19 de fevereiro, razão pela qual não quisemos falar sobre ele publicamente até então. Este decreto repete o decreto da Comissão Ecclesia Dei, de Setembro de 1988, confirmando o uso dos livros litúrgicos de 1962 para nossa Fraternidade, mas desta vez é assinado pelo Papa (o decreto de 1988 foi assinado pela Comissão Ecclesia Dei).

- A vossa posição está então confirmada diante dos Bispos?

Os Bispos continuam livres para nos aceitar ou não nas suas dioceses, mas, a partir do momento em que exercemos um apostolado numa diocese, não nos pode ser pedido, em razão da obediência ao Sucessor de Pedro ou ao documento anterior, que usemos o livros litúrgicos actuais, pois nosso direito próprio é preservado através de uma isenção.

E as ordenações?

Ainda há uma pequena área cinzenta: nenhum Bispo é membro da Sociedade de São Pedro. Recentemente, foi adito que os Bispos já não têm o direito de usar o antigo pontifical, e isso pode gerar hesitação em alguns deles. Mas o Papa ficou feliz por nos ouvir falar sobre as nossas futuras ordenações, e a posição dele é clara em relação a isso.

Sabem se outros Institutos receberão o mesmo tratamento que a Fraternidade, ou esse assunto não foi abordado nesta visita?

Oralmente, durante a audiência, o Papa usou o plural para falar de "Institutos", ou seja, os antigos institutos Ecclesia Dei. Não posso ser mais específico, mas foi isso que foi dito na conversa.



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Tratado para acabar com a Sodomia entre o Clero escrito por S. Pedro Damião

Quando o humilde monge e futuro santo, Pedro Damião, apresentou a sua carta 31 - o Livro de Gomorra - ao Papa Leão IX, no ano 1049, deixou claro que a sua preocupação primeira e primordial era a salvação das almas. Embora o trabalho fosse dedicado especificamente ao Santo Padre, a sua distribuição foi destinada à Igreja Universal, especialmente aos Bispos do clero secular e aos superiores das ordens religiosas.

Na introdução, o santo escritor deixa claro que a vocação divina da Sé Apostólica faz com que a sua consideração principal seja “o bem das almas”. Portanto, ele exorta o Santo Padre a tomar medidas contra “um certo vício abominável e assaz vergonhoso”, o qual identifica abertamente como “o cancro corruptor da sodomia”, que assola tanto as almas do clero e o rebanho de Cristo na sua região, antes que Deus descarregue a Sua justa ira contra o povo. 

Reconhecendo o quão nauseante a própria menção da palavra sodomia deve ser ao Papa, ele no entanto pergunta com franqueza brusca: “...se um médico ficar horrorizado com o contágio da praga, quem é que vai manejar o cautério? Se ele fica enjoado quando está prestes a aplicar o remédio, quem vai restaurar a saúde aos corações feridos?”

Evitando qualquer dubiedade, Damião distingue entre as várias formas de sodomia e as fases de corrupção sodomita, começando pela masturbação solitária e mútua e terminando na estimulação interfemoral (entre as coxas) e coito anal. Destaca que há uma tendência entre os prelados de tratar os primeiros três graus do vício com uma “leniência imprópria”, preferindo reservar a expulsão do estado clerical somente àqueles homens que comprovadamente se envolveram com penetração anal. 

O resultado, diz Damião, é que um homem, culpado do vício em graus “menores”, aceita as suas penitências mais suaves, mas permanece livre para poluir outros sem o menor receio de perder a sua posição. O resultado previsível da leniência do superior, diz Damião, é que o vício se espalha. O culpado fica mais ousado em seus actos ilícitos pois sabe que não irá sofrer qualquer perda do seu estado clerical, perde todo o temor a Deus e o seu último estado é pior do que o primeiro.

Damião condena a audácia de homens que estão “habituados à porcaria desta doença purulenta”, e ainda assim ousam apresentar-se para o sacerdócio ou, se já ordenados, permanecer em seus cargos. Não foi em razão de tais crimes que Deus Todo-Poderoso destruiu Sodoma e Gomorra, e matou Onan por deliberadamente derramar a sua semente no chão?, pergunta. Citando a epístola de São Paulo aos Efésios (Ef 5, 5), ele continua, “...se um homem impuro não tem absolutamente nenhuma herança no Céu, como pode ser ele tão arrogante de assumir uma posição de honra na Igreja, que é certamente o reino de Deus?”

O santo monge assemelha os sodomitas que buscam o sacerdócio aos cidadãos de Sodoma que ameaçaram “usar de violência contra o justo Lot” e estavam já quase arrombando a porta quando foram feridos com cegueira por dois anjos e não conseguiram mais encontrá-la. Tais homens, ele diz, foram feridos com uma cegueira semelhante, e “pela justa decisão de Deus caíram em treva interior.” Se fossem humildes seriam capazes de achar a porta que é Cristo, mas estão cegos por sua “arrogância e vaidade”, e “perdem Cristo por causa do seu apego ao pecado”, nunca encontrando, lamenta Damião, “o portão que leva à habitação celeste dos santos”.

Não poupando os eclesiásticos que conscientemente permitem que sodomitas ingressem no sacerdócio ou permaneçam em posições clericais maculando o seu cargo, o santo monge ataca os “superiores de clérigos e padres que nada fazem”, lembrando-os de que eles deveriam tremer por eles mesmos se terem tornado “parceiros na culpa de outros”, ao permitirem que “a praga destruidora” da sodomia continuasse nas suas fileiras.”

Randy Engel in 'St. Peter Damian's Book of Gomorrah: A Moral Blueprint for Our Times'


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Vigiai e Orai




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Dia da Cátedra de São Pedro em Antioquia

"Em Antioquía, a Cadeira [Cátedra] de São Pedro Apóstolo, onde os Discípulos se começaram a chamar Christãos." (Martirológio Romano)

Festejar a Cadeira de São Pedro é festejar a Primazia do Príncipe dos Apóstolos como cabeça da Igreja Universal. Existem duas festas da Cadeira de São Pedro: a de hoje, que é anterior, ocorre muitas vezes durante a Quaresma, pelo que se começou, muito cedo, a celebrar também no dia 18 de Janeiro. A de 22 de Fevereiro comemora a Cátedra de São Pedro em Antioquia e a de dia 18 de Janeiro a Cátedra de Roma.

A festa da Cátedra de São Pedro é uma celebração bastante antiga na História da Igreja, datando, pelo menos, de 354 d.C., quando esse festejo foi elencado na Chronographia Romana, um calendário antigo de observâncias civis e religiosas. Enquanto inicialmente a festa celebrava o início do Episcopado de São Pedro, com foco no Primado do Papa, ao longo dos séculos a festa passou a focar o serviço do Papa como chefe da Igreja unificada.

Sabemos pela Tradição da Igreja que o Apóstolo Pedro residiu durante algum tempo em Antioquia, a cidade onde os Discípulos começaram a chamar-se Cristãos. Nela, pregou o Evangelho e, de seguida, voltou a Jerusalém, onde algum tempo depois se desencadeou uma sangrenta perseguição: o rei Herodes mandou degolar São Tiago e, vendo que isso agradava aos Judeus, mandou também prender São Pedro.

Libertado por intervenção de um Anjo, Pedro abandonou a Palestina, indo para outro lugar. Os Actos dos Apóstolos não nos dizem para onde foi, mas sabemos pela Tradição que se dirigiu para a Roma, a Cidade Eterna.

São Jerónimo afirma que Pedro chegou a Roma no segundo ano do reinado de Cláudio – que corresponde ao ano 43 d.C. – e que ali permaneceu durante vinte e cinco anos, até a morte. Alguns falam de duas viagens a Roma: a primeira, depois de partir de Jerusalém; a segunda, por volta do ano 49, data em que participou do Concílio de Jerusalém para logo depois retornar a Roma e empreender algumas viagens missionárias.

São Pedro chegou a Roma, centro do mundo naquele tempo, "para que a luz da verdade, revelada para a salvação de todas as nações, se derramasse mais eficazmente da cabeça para todo o corpo do mundo", afirma São Leão Magno. "Pois, de que raça não havia então homens naquela cidade? Ou que povos podiam ignorar o que Roma ensinasse? Era o lugar apropriado para refutar as teorias da falsa filosofia, para desfazer as loucuras da sabedoria terrena, para destruir a impiedade dos sacrifícios; ali, com suma diligência, tinha-se ido reunindo tudo o que os diferentes erros tinham inventado".

O pescador da Galileia converteu-se, assim, em alicerce e rocha da Igreja e estabeleceu a sua sede na Cidade Eterna. Dali, anunciou o seu Mestre, como tinha feito na Judeia e na Samaria, na Galileia e em Antioquia. Da Cátedra de Roma governou toda a Igreja, instruiu todos os Cristãos e, para confirmar a sua pregação, derramou o seu sangue a exemplo do Mestre.

O túmulo do Príncipe dos Apóstolos situa-se debaixo do altar da Confissão, na Basílica Vaticana – conforme afirma unanimemente a Tradição, ratificada pelas descobertas arqueológicas, dando assim a entender, também de um modo material e visível, que Simão Pedro é, por expressa vontade divina, a rocha firme, segura e inamovível, que sustém o edifício da Igreja através dos séculos. No seu magistério e no dos seus Sucessores, ressoa de modo infalível a voz de Cristo.

Como símbolo de que Pedro tinha estabelecido a sua sede em Roma, o povo romano tinha grande apreço por uma verdadeira cadeira de madeira, portátil, onde, conforme uma Tradição imemorial, o Príncipe dos Apóstolos se tinha sentado.

São Dâmaso, no Séc. IV, mandou colocá-la no baptistério do Vaticano, construído por ele. Durante muitos séculos esteve bem visível e foi venerada pelos peregrinos de toda a Cristandade que iam a Roma. Quando se construiu a actual Basílica de São Pedro, foi guardada como relíquia. 

Hoje, pode ser vista no fundo da abside, como imagem principal, a chamada "glória de Bernini", um grande relicário onde se conserva a cadeira do Apóstolo coberta de bronze e ouro; sobre ela, irradia o Espírito Santo irradia a sua assistência. Como muitos relicários medievais, a escultura de Bernini toma a forma da coisa que ele encerra. 

in Pale Ideas


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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

500 mil pessoas em San Francisco para rezar o Terço (ano 1961)




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Traditionis Custodes não se aplica aos Institutos Ecclesia Dei, disse o Papa Francisco

A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) divulgou hoje um comunicado no qual informa que o Superior do Distrito de França, Abbé Benoît Paul-Joseph, e o Reitor do Seminário do Seminário em Wigratzbad, Abbé Vincent Ribeton, se reuniram com o Papa Francisco no dia 4 de Fevereiro.

Perante algumas incertezas sobre o futuro da FSSP, o Papa disse-lhes que o motu proprio Traditionis Custodes, que infligiu sérias restrições à Missa Tradicional, não se aplica aos Institutos Ecclesia Dei.

O Papa decidiu ainda assinar um decreto dirigido à FSSP, escrito em latim e em espanhol, cuja tradução para português aqui publicamos:

O Santo Padre Francisco, a todos e cada um dos membros do Instituto de Vida Apostólica, "Fraternitas Sancti Petri", fundado a 18 de Julho de 1988 e reconhecido pela Santa Sé com o estatuto jurídico de "direito pontifício", concede permissão para celebrar o sacrifício da Missa, o ritual dos sacramentos e outros ritos sagrados, bem como para recitar o Ofício Divino, de acordo com as edições típicas dos livros litúrgicos em vigor em 1962, a saber, o Missal, o Ritual, o Pontifical e o Breviário Romano.

Podem usar esta faculdade nas suas próprias igrejas ou oratórios; porém, noutros locais apenas com o consentimento do Ordinário local, excepto para a celebração privada da Missa.

Não obstante o acima exposto, o Santo Padre sugere que, na medida do possível, as disposições do motu proprio Traditionis Custodes devam também ser reflectidas.

Dado em Roma, em São Pedro, a 11 de Fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes, no ano de 2022, nono do meu Pontificado.

Francisco


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domingo, 20 de fevereiro de 2022

Para Ronald Reagan os Pastorinhos de Fátima são mais poderosos do que o exercito americano



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Dia de São Francisco e Santa Jacinta Marto, Pastorinhos de Fátima

Apesar de bastante novos, os Pastorinhos tinham muita Fé - acreditavam verdadeiramente em Deus e em tudo o que Ele revelou - e tinham também bastantes virtudes, entre elas a coragem. Imaginem crianças que são presas injustamente e ameaçadas de serem postas num caldeirão de azeite a ferver; no entanto, vivem essa experiência desta maneira:

«Quando, passado algum tempo, estivemos presos, a Jacinta, o que mais Ihe custava era o abandono dos pais; e dizia, com as lágrimas a correrem-lhe pelas faces:
– Nem os teus pais nem os meus nos vieram ver. Não se importaram mais de nós!
– Não chores-lhe disse o Francisco.
– Oferecemos a Jesus, pelos pecadores.

E levantando os olhos e mãozinhas ao Céu, fez ele o oferecimento:
– Ó meu Jesus, é por Vosso amor e pela conversão dos pecadores.

A Jacinta acrescentou:
 
– É também pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria.
 
Quando, depois de nos terem separado, voltaram a juntar-nos em uma sala da cadeia, dizendo que dentro em pouco nos vinham buscar para nos fritar, a Jacinta afastou-se para junto duma janela que dava para a feira do gado. Julguei, a princípio, que se estaria a distrair com as vistas; mas não tardei a reconhecer que chorava. Fui buscá-la para junto de mim e perguntei-Ihe por que chorava:

– Porque – respondeu – vamos morrer sem tornar a ver nem os nossos pais, nem as nossas mães! E com as lágrimas as correr-lhe pelas faces: – Eu queria sequer, ver a minha mãe!
– Então tu não queres oferecer este sacrifício pela conversão dos pecadores?
– Quero, quero. E com as lágrimas a banhar-lhe as faces, as mãos e os olhos levantados ao Céu, faz o oferecimento:

– Ó meu Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Os presos que presenciaram esta cena quiseram consolar-nos:

– Mas vocês – diziam eles – digam ao Senhor Administrador lá esse segredo. Que Ihes importa que essa Senhora não queira?
– Isso não! – respondeu a Jacinta com vivacidade. – Antes quero morrer.

Determinámos, então, rezar o nosso Terço. A Jacinta tira uma medalha que tinha ao pescoço, pede a um preso que Ihe pendure em um prego que havia na parede e, de joelhos diante dessa medalha, começamos a rezar. Os presos rezaram connosco, se é que sabiam rezar; pelo menos estiveram de joelhos.
Terminado o Terço, a Jacinta voltou para junto da janela a chorar.

– Jacinta, então tu não queres oferecer este sacrifício a Nosso Senhor? – Ihe perguntei.
– Quero; mas lembro-me de minha mãe e choro sem querer.

Então, como a Santíssima Virgem nos tinha dito que oferecêssemos também as nossas orações e sacrifícios para reparar os pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria, quisemos combinar a oferecer cada um pela sua intenção. Oferecia um pelos pecadores, outro pelo Santo Padre e outro em reparação pelos pecados contra o Imaculado Coração de Maria. Feita a combinação, disse à Jacinta que escolhesse qual a intenção por que queria oferecer.

– Eu ofereço por todas, porque gosto muito de todas.


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sábado, 19 de fevereiro de 2022

A ignorância é pecado? São Tomás de Aquino responde

A ignorância difere da nesciência em que significa a simples negação da ciência. Por isso, pode-se dizer daquele a quem falta a ciência de alguma coisa, que não a conhece. Desse modo Dionísio afirma haver nesciência nos anjos. 

A ignorância implica uma privação de ciência, a saber, quando a alguém falta a ciência daquelas coisas que naturalmente deveria saber. Entre essas coisas há as que se é obrigado a saber, isto é, aquelas sem o conhecimento das quais não se pode fazer corretamente o que é devido. Assim, todos são obrigados a saber, em geral, as verdades da fé e os preceitos universais da lei. 

E cada um em particular, o que diz respeito ao seu estado e sua função. Ao contrário, há coisas que não se é obrigado a saber, se bem que seja natural sabe-las, por exemplo, os teoremas da geometria, e excepto em certos casos, os acontecimentos contingentes.

Evidentemente todo aquele que negligencia ter ou fazer o que é obrigado ter ou fazer, peca por omissão. Portanto, por causa de uma negligência, a ignorância das coisas que se devia saber é um pecado. Mas não se pode imputar a alguém como negligência o não saber o que não se pode saber. 

Por isso, essa ignorância é chamada invencível, porque nenhum estudo a pode vencer. Como tal ignorância não é voluntária, porque não está em nosso poder rechaçá-la, por isso ela não é um pecado. Por aí se vê que a ignorância invencível nunca é um pecado. Mas a ignorância vencível é, se ela se refere ao que se deve saber. Mas, ela não o é, se se refere ao que não se é obrigado a saber. 

Suma Teológica I-II, q.76, a.2


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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Miguel Ayuso explica os erros do Liberalismo



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Missa Tradicional celebrada no topo do Monte Kilimanjaro

O Padre Corwin Low, frei dominicano de Portland, decidiu fazer uma expedição ao Kilimanjaro, o ponto mais alto do continente africano e um dos mais altos do Mundo. O Padre Low foi acompanhado por um grupo de estudantes e celebrou a Santa Missa em cada dia necessário para a subida do Monte. Esta fotografia foi tirada depois da Missa já no topo do Kilimanjaro, como explica o sacerdote:

«Não apenas cheguei ao topo do Kilimanjaro (5895 metros de altura) mas celebrei aqui uma Missa Votiva de Cristo Rei, que me pareceu a mais apropriada. Agradeço a Deus ter-me concedido esta graça especial.»

Para acompanhar esta aventura: https://cantateop.org


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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Os efeitos nefastos das vacinas Covid nos militares americanos

Numa declaração sob juramento, os médicos militares dos EUA - Samuel Sigoloff, Peter Chambers e Theresa Long - revelaram dados sobre o estado de saúde do exército desde o início das vacinações contra a Covid.

Daniel Horowitz (TheBlaze.com) publicou os números no período entre Janeiro e Outubro de 2021:

• Aumento de 300% dos abortos em relação à média dos últimos 5 anos: de 1499 para 4182. O número de abortos registrados em 2020 – antes da vacinação – estava ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos.

• Aumento de quase 300% no número de cancros: de 38700 para 114645.

• Aumento de 1000% nos problemas neurológicos: de uma média de 82000 para 863000.

• Aumento de 269% no número de enfartes do miocárdio

• Aumento de 291% na paralisia de Bell

• Aumento de 156% nas malformações congénitas em filhos de militares

• Aumento de 471% na infertilidade feminina

• Aumento de 467% em embolias pulmonares

Os médicos comentaram também o facto de terem sido confrontados com jovens soldados saudáveis ​​que apresentavam doenças extremamente incomuns, como cancro metastático repentino, doenças auto-imunes, distúrbios cardíacos e circulatórios desde o início das vacinações.



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Precisamos de mais Hospitais Católicos




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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos...mas não com os Católicos ligados à Tradição?

 
Para esta carta, usamos o título que demos à nossa carta 729, publicada em 15 de Janeiro de 2020, e que se mostra muito actual, como o confirma um artigo do “La Croix” sobre o qual iremos falar aqui. A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foi criada por iniciativa do Padre Paul Couturier (1881-1953), sacerdote de Lyon, em Janeiro de 1933, tendo em vista a unidade de todos os cristãos batizados, e assim, de católicos, ortodoxos, anglicanos e reformados.

Depois do Concílio, a Semana assistiu à organização de orações comuns e, por vezes, até mesmo de cerimónias comuns. Realiza-se de 18 de Janeiro, data da antiga festa da Cátedra de São Pedro em Roma, até 25 de Janeiro, festa da Conversão de São Paulo, e, hoje, é preparada conjuntamente pelo Conselho Mundial das Igrejas (Genebra) e pelo Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos.

Em 2020, levantávamos esta questão bem simples: aqueles que são fiéis à celebração da liturgia tradicional – pelas sólidas razões por eles tantas vezes enunciadas –, serão ainda católicos? Se já não são católicos, por causa da mudança de paradigma, como se diz, efectuada no Vaticano II, ou, pelo menos, se já o não são inteiramente, isto é, se estão em “comunhão imperfeita”, segundo a nova terminologia, eles serão, então, cristãos separados, da mesma forma que os ortodoxos, os anglicanos, etc... 

E, nesse caso, os mesmos princípios de um diálogo compreensivo e caritativo, acompanhados do generoso empréstimo de edifícios de culto, devem ser aplicados à pastoral que lhes diz respeito. Mas se ainda são católicos, mais ainda devem ser tratados com caridade e respeito, como são os católicos de ritos orientais ou duma língua diferente da que se fala num dado país, que têm direito à liberdade total e a todos os meios para celebrar o culto divino da maneira a que estão habituados.

Coerência dos partidários do ecumenismo!

Regozijamo-nos, por isso, em ver quatro personalidades católicas francesas, Dom Jean Pateau, abade de Notre-Dame de Fontgombault, o Padre Pierre Amar, sacerdote diocesano, Christophe Geffroy, director do “La Nef”, e Gérard Leclerc, escritor, a servirem-se desta mesma argumentação num artigo publicado no “La Croix” de 19 de Janeiro passado, com o título: “Guerra litúrgica: ‘Em vez de nos acusarmos mutuamente de preconceitos ideológicos, não seria melhor se nos ouvíssemos uns aos outros?’”. Mais abaixo, reproduziremos por completo o texto do artigo.

Pode talvez achar-se o tom deste texto um pouco sentimental, ou mesmo demasiado irénico, neste momento em que bem conhecemos a violência desencadeada e empregue hoje em Roma contra os partidários da liturgia tradicional. Isto não tolhe, porém, que o apelo desse artigo ao diálogo, à compreensão, à fraternidade, possa ser visto antes de mais um apelo à coerência dirigido aos partidários do ecumenismo: «a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, levanta em primeiro lugar uma questão interna à Igreja Católica. O processo sinodal agora aberto convida-nos a ir além da verticalidade, do autoritarismo severo e do legalismo mesquinho, que só criam situações insuportáveis ​​e ressentimentos duradouros.»

Se alguém for, portanto, um fervoroso defensor do ecumenismo ad extra, com maior razão deverá sê-lo ad intra e tratar os irmãos não separados mas diferentes «com fraterna reverência e amor», como exige o decreto conciliar Unitatis redintegratio.

É certo que o artigo de Dom Pateau, Padre Pierre Amar, Christophe Geffroy e Gérard Leclerc, se dirige tanto a ecumenistas como a tradicionalistas, e evoca a reciprocidade que esta atitude deve assumir. Parece, pelo menos, ter razão no que respeita ao ponto de vista da caridade, que nunca deve ser esquecida em situação alguma. No entanto, pela nossa parte, diríamos, ainda assim, que não devemos deixar de distinguir a situação do cordeiro da do lobo que o quer devorar: é primeiro ao lobo que devemos pregar a caridade!

E a coerência dos tradicionalistas…

E, sobretudo, cumpre que os defensores da liturgia tradicional sejam eles próprios coerentes. Sucede muitas vezes que critiquem a forma como o processo ecumênico é concebido. Assim, Christophe Geffroy, num editorial do “La Nef”, em Dezembro de 2016, pedia que o ecumenismo fosse um «diálogo ... na verdade».

Ele reflectia então sobre a viagem do Papa Francisco à Suécia, a fim de aí abrir o ano comemorativo do 500º aniversário da Reforma Protestante, desde que Lutero afixou as suas 95 Teses em Wittenberg a 31 de Outubro de 1517.

Christophe Geffroy evocava aquilo a que se chama «diálogo da vida», mediante o qual se postula o seguinte: «já que a doutrina nos separa, deixemo-la de lado e vejamos o que nos une». E continuava: «O processo pode ser aceitável desde que aqueles que se envolvem nele estejam cientes da realidade das diferenças doutrinárias, o que nos permite concentrarmo-nos nas coisas concretas da vida que nos unem». É assim que, dizia concretizando, «devemos ler a “declaração conjunta” de 31 de Outubro de 2016, em Lund, do Papa Francisco e do bispo luterano Munib Younan. É realmente significativo que não aborde nenhuma questão fundamental (excepto uma breve passagem sobre intercomunhão, em que apenas se afirma a vontade de «progredir»), permanecendo ao invés no mero plano das generalidades».

O director do “La Nef” afirmava ainda: «o diálogo ecuménico é necessário, mas deve ser feito na verdade.» Para isso, deve evitar-se com cautela a «recusa da realidade [que] só pode levar à desilusão e, em última análise, a sabotar o que se afirma construir – construindo na areia e não na rocha…»

Não podemos deixar de subscrever e aplicar o diálogo “ecuménico” que Christophe Geffroy defende às relações entre católicos favoráveis à nova liturgia e católicos ligados à liturgia tradicional. Eles devem estar cientes, e dizer-se entre si, com toda a sinceridade, com toda a verdade e, claro, com toda a caridade, o que separa as suas práticas litúrgicas. Os tradicionalistas já o explicaram mil vezes, mas um diálogo pacífico tornaria possível fazê-lo mais uma vez. Dirão, pois, que não é por motivos sentimentais que eles se apegam à Missa Tridentina, mas por motivos doutrinais sérios. 

Ouvirão, então, com boa vontade, os seus “parceiros” deste diálogo litúrgico, quando estes lhes tentarem explicar que a nova liturgia é mais participativa. Ao que eles responderão que a liturgia tradicional prevê a participação dos fiéis, mas que a participação excessiva à qual a nova liturgia cede corrói o significado do sacerdócio hierárquico. Explicar-lhes-ão ainda que, quanto a eles, a nova missa, que pretendeu substituir a missa tradicional, procedeu a consideráveis ​​enfraquecimentos na teologia do sacrifício eucarístico, da presença real, do sacerdócio hierárquico, etc., etc..

E, de seguida, pedirão enfim, caridosamente, afectuosamente até, para que, ecumenicamente, os deixem rezar de acordo com a liturgia tradicional da Igreja de Roma.

Artigo do “La Croix” de 19 de Janeiro de 2022 – “Guerra litúrgica: ‘Em vez de nos acusarmos mutuamente de pressupostos ideológicos, não seria melhor se nos ouvíssemos uns aos outros?’”.

Por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, quatro personalidades católicas apelam à «mútua estima» entre os católicos ligados à antiga forma da liturgia e os demais. Convidam-nos a «tomarmos em mãos» a fraternidade à qual todos os cristãos são chamados.

«Promover a restauração da unidade entre todos os cristãos é um dos principais propósitos do sagrado Concílio» (1). Estas foram as primeiras palavras do decreto sobre o ecumenismo do Concílio Vaticano II. Desde então, foi-nos sendo explicado o método que lhe devia corresponder: dialogar, ouvir o outro, valorizar o outro; aceitar por vezes as suas diferenças, sem as negar; rezar juntos com frequência. Foi-nos dito que o ecumenismo é afectivo antes de ser dogmático ou legal. Também pudemos compreender que a unidade dos cristãos é vital para a própria credibilidade do Evangelho. «Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).

Talvez Bento XVI tivesse isso em mente quando pretendeu pôr termo à divisão interna dos católicos suscitada a propósito da liturgia nascida do Concílio. Em vez de argumentos jurídicos ou dogmáticos, ele propôs um diálogo. Teríamos de “enriquecer-nos mutuamente”. Isto supunha pôr fim à guerra litúrgica fratricida que tanto dividia as comunidades cristãs. A partir de agora, ele pedia que nos ouvíssemos uns aos outros, que dialogássemos. Mas foi isso o que fizemos? Certamente não o suficiente. Aconteceu, por vezes, vivermos lado a lado como estranhos, substituindo o enriquecimento fraterno pela mútua ignorância. Hoje, estamos a pagar o preço disso.

Uma espécie de guerra interna

Será então que temos de renunciar à busca da paz litúrgica? Estaremos reduzidos à uniformidade litúrgica como único meio de unidade? A questão é mais séria do que parece. Porque também abre uma espécie de guerra interna. É essencial estar em paz com o seu passado para seguir em frente. Se não podemos viver em paz com a forma anterior da liturgia, então instalamos a guerra no centro do que deveria ser o sacramento da unidade dos homens com Deus e de uns com os outros.

Assim, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, levanta em primeiro lugar uma questão interna à Igreja Católica. O processo sinodal agora aberto convida-nos a ir além da verticalidade, do autoritarismo severo e do legalismo mesquinho, que só criam situações insuportáveis ​​e ressentimentos duradouros.

Preconceitos ideológicos

Se dialogamos? Em vez de nos acusarmos reciprocamente de preconceitos ideológicos, em vez de atribuir ao outro intenções que ele não disse ter, ou prendê-lo à sua história e ao seu historial, não seria melhor se nos ouvíssemos? Descobriríamos emoções feridas, corações humilhados de ambos os lados. Sim, as décadas de 1960 e 1970 foram por vezes atravessadas por uma politização e uma radicalização das posições eclesiais (nomeadamente litúrgicas), que foram criando crispações. Sim, tanto uns como outros, todos recebemos a herança de atitudes culturais e sociológicas que precisam de ser purificadas à luz do Evangelho. Mas como fazê-lo? Lançando anátemas reciprocamente: «Modernistas!», «Integristas!», «Maurrassianos!», «Progressistas!»? Prestar-se-á assim um bom serviço à verdade? Proibindo por regulamento a publicação dos horários das Missas? Desde quando contribuiu um tal método para a caridade e a unidade?

Pelo contrário, a multiplicação das interdições cria o fascínio e o desejo da transgressão junto das gerações mais jovens tanto de clérigos como de leigos. Não se esqueça que as condenações romanas de Lubac e Congar contribuíram para que fossem lidos nos seminários, e não conseguiram fortalecer a confiança na autoridade romana. A mais disso, ao multiplicar as medidas vexatórias relativas a pormenores contra a antiga liturgia, corre-se o risco de passar ao lado do essencial da reforma litúrgica desejada pelo Concílio, encerrando-a num novo rubricismo jurídico e autoritário, em vez de a abrir à participação do povo de Deus.

Rezemos uns pelos outros

E se ousássemos rezar uns com os outros? Certamente, todos devem dar um passo. Mas então, esses passos seriam dados por amor e não por coacção. O ecumenismo não é um trabalho de diplomacia e habilidade. É antes de mais uma atitude espiritual. Abramos então as portas. Os adeptos da liturgia antiga, quando o puderem, por amor e não por obrigação legal, abram as portas a ousar experimentar a concelebração, a bela riqueza bíblica dos lecionários do Novus Ordo.

Os que seguem a liturgia renovada após o Concílio, abram as portas a deixarem-se sentir tocados com alegria por estas comunidades que celebram o Vetus Ordo e que geram tão belos frutos de missão. Haverá por acaso alguma obrigação de estarmos em concorrência? Não será possível viver em fraternidade? Quem sabe até se as nossas paróquias não beneficiariam de se celebrar de vez em quando voltados para Oriente ou de se usar o antigo texto do ofertório?

Um coração benevolente

Visitemo-nos uns aos outros! Porque não ir passar um domingo, cheios de benevolência, com quem celebra o mesmo Senhor com ritos diferentes dos nossos? Talvez nos fira esta ou aquela maneira de fazer as coisas. Mas se o nosso coração for um coração benevolente, descobriremos ali sementes do Verbo que nós mesmos poderemos ter esquecido.

A paz litúrgica na Igreja não pode ser alcançada enquanto um lado continuar a lançar a suspeita sobre a Missa do outro lado.

Pois que o Papa no-lo pede, cabe a todos, bispos, sacerdotes e leigos, tomarmos em mãos esta fraternidade a partir da base, ao invés de esperar por decretos que a regulem. O risco da unidade é-nos assim confiado pelo Papa. E se ousássemos tomá-lo em mãos? Se ousássemos estender as mãos ao outro?

[1] Vaticano II, decreto Unitatis redintegratio, 1.



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As 3 armadilhas de Satanás para roubar a Alegria e a Paz

Estas são as 3 armadilhas de Satanás para nos roubar a Alegria e a Paz:

- Mágoa e rancor pelo passado;

- Medo e ansiedade pelo futuro;

- Ingratidão pelo presente.

(Santo Antão, Padre do Deserto)


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terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Mons. Viganò envia mensagem aos que defendem a liberdade no Canadá

Queridos irmãos e irmãs, camionistas do Canadá,

O golpe global que, nestes dois anos de farsa psicopandémica, foi elaborado pela elite globalista surge mais claro se não nos limitarmos a considerar o que aconteceu em nações individuais, mas ampliarmos o nosso olhar para o que aconteceu em todo o lado.

O vosso protesto protesto, queridos amigos camionistas, une-se a um coro mundial que quer opôr-se à Nova Ordem Mundial que quer surgir sobre os escombros dos estados-nação através do Grande Reset desejado pelo Fórum Económico Mundial e pelas Nações Unidas sob o nome de “Agenda 2030.”

E sabemos que muitos chefes de governo participaram da Escola para Jovens Líderes de Klaus Schwab – os chamados Líderes Globais do Amanhã – começando com Justin Trudeau e Emmanuel Macron, Jacinta Ardern e Boris Johnson e, antes disso, Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e Tony Blair.

Parece que o Canadá é (juntamente com a Austrália, Itália, Áustria e França) uma das nações mais infiltradas pelos globalistas. E, neste projecto infernal, devemos considerar não apenas a farsa psicopandémica, mas também o ataque às tradições e à identidade cristã – aliás, mais precisamente, à identidade católica desses países.

Vós entendestes isso instintivamente e o vosso anseio por liberdade foi demonstrado através da harmonia coordenada em direcção à capital, Ottawa. Caros camionistas, vós estais enfrentando grandes dificuldades - não apenas porque tivestes de deixar o vosso trabalho por causa da manifestação, mas também pelas condições climáticas adversas, longas noites passadas ao frio.

Mas, juntamente com essas dificuldades, também experimentastes a proximidade de muitos dos vossos concidadãos que, como vós, compreenderam a ameaça iminente e querem apoiar-vos no vosso protesto contra o regime. Permitam-me também manifestar-vos o meu apoio e a minha proximidade espiritual, aos quais junto a oração para que o vosso evento seja coroado de êxito e se estenda também a outros países.

Nestes dias, vemos cair as máscaras de tiranos de todo o mundo mas, infelizmente, também vemos tanto conformismo, tanto medo, tanta cobardia nas pessoas que até ontem considerávamos amigos, mesmo entre os membros da nossa família.

No entanto, precisamente por esta situação extrema, descobrimos com espanto gestos de humanidade feitos por estranhos, sinais de solidariedade e fraternidade por parte daqueles que se sentem próximos de nós nesta luta comum. Descobrimos tanta generosidade e tanta vontade de nos libertar deste estupor. Descobrimos que já não estamos dispostos a sofrer passivamente a destruição do nosso mundo – imposta por uma cabala de criminosos, sem escrúpulos, sedentos de poder e dinheiro.

Neste ataque implacável ao mundo tradicional, não só foram afectados o vosso modo de vida e a vossa identidade, mas também os vossos bens, as vossas actividades e o vosso trabalho. Este é o Great Reset, este é o futuro prometido por slogans como “Build Back Better”, este é o futuro de muitos milhões de pessoas sendo controladas em cada movimento, em todas as suas transações, em cada compra, cada prática burocrática, cada actividade. Autómatos sem alma nem vontade, privados de identidade, reduzidos a ter uma renda universal que lhes permita sobreviver, comprar apenas o que outros já decidiram colocar à venda, transformados em doentes crónicos por um soro genético.

Hoje, mais do que nunca, é essencial que as pessoas percebam que já não é possível assistir passivamente. É preciso posicionar-se, lutar pela liberdade, exigir o respeito às liberdades naturais. Mas, mais ainda, queridos irmãos do Canadá, é preciso compreender que esta distopia serve para instaurar a ditadura da Nova Ordem Mundial e apagar totalmente todos os vestígios de Nosso Senhor Jesus Cristo da sociedade, da História e das tradições dos povos.

Demonstrai os vossos direitos, mas que esses direitos não se limitem a uma simples reivindicação para poder entrar em supermercados ou não ser vacinado. Que seja também uma orgulhosa e corajosa reivindicação ao vosso sacrossanto direito de ser homens livres. O vosso protesto deve ser de verdadeira liberdade, lembrando o que é a Verdade – isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo – porque apenas Ele pode garantir a liberdade. A Verdade liberta.

Rezemos para que Cristo volte para reinar na sociedade, nos corações e nas famílias. Pegai na arma espiritual do Santo Rosário e rezai à Santíssima Virgem, a Santa Ana, a São Jorge e aos Santos Mártires Canadianos para proteger a vossa pátria.

Gostaria de concluir o meu apelo pedindo-vos que rezeis comigo com as palavras que Nosso Senhor nos ensinou – sejam elas o selo deste despertar, desta libertação nacional. Rezemos todos juntos, em voz alta, para que a nossa oração suba ao Céu, mas também para que ressoe poderosamente nestas praças, nestas ruas, até aos palácios dos poderosos:

Pai Nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dais hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação mas livrai-nos do mal. Ámen.

Que Deus vos abençoe a todos,

+ Carlo Maria Viganò, Arcebispo


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