domingo, 31 de dezembro de 2023

Te Deum de acção de graças por 2023

Te Deum laudámus: te Dóminum confitémur. Te ætérnum Patrem, omnis terra venerátur.Tibi omnes ángeli, tibi cæli et univérsæ potestátes: tibi chérubim et séraphim incessábili voce proclámant: Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dòminus Deus Sábaoth. Pleni sunt cæli et terra maiestátis glóriæ tuæ.

Te gloriósus apostolórum chorus, te prophetárum laudábilis númerus, te mártyrum candidátus laudat exércitus. Te per orbem terrarum sancta confitétur Ecclésia, Patrem imménsæ maiestátis; venerándum tuum verum et únicum Filium; Sanctum quoque Paráclitum Spíritum.

Tu rex glòriæ, Christe. Tu Patris sempitérnus es Filius. Tu, ad liberándum susceptúrus hóminem, non horrúisti Virginis úterum. Tu, devícto mortis acúleo, aperuísti credéntibus regna cælórum. Tu ad déxteram Dei sedes, in glória Patris. Iudex créderis esse ventúrus.


Te ergo quǽsumus, tuis famulis súbveni, quos pretiòso sanguine redemísti. Ætérna fac curo sanctis tuis in glória numerári. Salvum fac pópulum tuum, Dómine, et bénedic hereditáti tuæ. Et rege eos, et extólle illos usque in ætérnum. Per síngulos dies benedícimus te; et laudámus nomen tuum in sǽculum, et in sǽculum sǽculi.



Dignáre, Dómine, die isto sine peccáto nos custodíre. Miserére nostri, Dómine, miserére nostri. Fiat misericórdia tua, Dómine, super nos, quemádmodum sperávimus in te. In te, Dómine, sperávi: non confúndar in ætérnum.
Nós Vos louvamos, ó Deus, nós Vos bendizemos, Senhor. Toda a terra Vos adora, Pai eterno e omnipotente. Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, os Querubins e os Serafins Vos aclamam sem cessar: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo, o céu e a terra proclamam a vossa glória.


O coro glorioso dos Apóstolos, a falange venerável dos Profetas, o exército resplandecente dos Mártires cantam os vossos louvores. A santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso nome: Deus de infinita majestade, Pai, Filho e Espírito Santo.


Senhor Jesus Cristo, Rei da glória, Filho do Eterno Pai, para salvar o homem, tomastes a condição humana no seio da Virgem Maria. Vós despedaçastes as cadeias da morte e abristes as portas do céu. Vós estais sentado à direita de Deus, na glória do Pai, e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos.

Socorrei os vossos servos, Senhor, que remistes com vosso Sangue precioso; e recebei-os na luz da glória, na assembleia dos vossos Santos. Salvai o vosso povo, Senhor, e abençoai a vossa herança; sede o seu pastor e guia através dos tempos e conduzi-o às fontes da vida eterna. Nós Vos bendiremos todos os dias da nossa vida e louvaremos para sempre o vosso nome.

Dignai-Vos, Senhor, neste dia, livrar-nos do pecado. Tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós. Desça sobre nós a vossa misericórdia, Porque em Vós esperamos. Em Vós espero, meu Deus, não serei confundido eternamente.



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Benedictus XVI: In Memoriam

No primeiro aniversário da morte do Papa Bento XVI (31.XII.2022) é tempo de fazer um balanço. A principal marca do seu pontificado talvez tenha sido uma tentativa de regresso à normalidade. A Igreja que faz o seu caminho sem rupturas, sem revoluções, sempre fiel aos seus princípios. Como escreveu na carta aos Bispos que acompanhava o Summorum Pontificum:

«Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial. Faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar.»

Este conceito é diametralmente oposta aos que, mesmo dentro da Igreja, nos tentam convencer que todo o passado da Igreja é uma série de erros e pecados sem desculpa possível; e que a Igreja tem de negar tudo o que foi para que se possa adaptar aos “novos tempos”. Bento XVI sabia muito bem que novos tempos sempre houve e que a Igreja se tinha mantido fiel ao Evangelho em todos eles, ainda que nenhum dos membros da sua hierarquia tivesse sido impecável.

A ideia de que podemos – e devemos – fazer o que fizeram sucessivas gerações de católicos antes de nós foi, de algum modo, uma lufada de ar fresco num mundo em mudança constante, em que a verdade muda com o tempo e os que vieram antes de nós são descartados por serem considerados inúteis e um estorvo ao “avanço da Humanidade”. 

O Papa Bento estava convencido – com razão – que a sociedade que olha para o passado com desdém tentando fazer tudo de novo não terá um grande futuro. Ainda mais numa sociedade cuja essência passa pela tradição, como é o caso da Igreja Católica. Isto levou a muitas conversões e a que muitos fiéis levassem mais a fé católica para a sua vida. Surgiu uma nova geração que não tem medo de ser católica. Parece-me ser esse o legado do Papa Bento XVI.


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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

O Menino escondido

Quando era jovem - uma doença que se cura com o tempo -, já lá vão muitos e muitos anos, tinha um grupo de amigos que nos intervalos dos seus jogos de basquete e das corridas de motas se reunia num café-pastelaria. Este bando de gente amiga era muito diversificado, havia católicos praticantes e fervorosos, mas também não praticantes, outros que se foram aproximando da Fé e da Igreja; uns eram agnósticos, outros ateus, e também havia os indiferentes. Claro que estas diferenças suscitavam conversas e mesmo discussões, embora cordiais. Apesar de ao longo dos anos nos encontrarmos esporadicamente, normalmente em jantaradas, a amizade nunca se quebrou.

Ora, neste grupo havia um, aliás excelente pessoa, que nunca tinha tido catequese nem formação religiosa adequadas. Mas ouvindo-nos falar e discutir, um dia resolveu, por curiosidade, entrar na Igreja paroquial de S. João de Brito que encimava o largo onde nos reuníamos. Sucede que estava a ser celebrada a Santa Missa, e quando entrou os Fiéis concluíam o Prefácio da oração Eucarística, louvando a Deus, com o “Santo, Santo, Santo, é o Senhor”, etc. Não se deteve nem mais um segundo e saiu imediatamente com gargalhando, pois cuidou, como mais tarde nos disse, que os católicos não passavam de uns alienados porque aclamavam o Sacerdote celebrante chamando-lhe santo...

 

Há um conto de Sherlock Holmes, cujo nome não recordo, que narra, simplificando, a existência de um crime homicida, relatado pelos jornais, com toda a informação que a polícia local dispôs, no qual dão por culpada certa pessoa. Ora o famoso detective, partindo dos mesmos indícios e das mesmíssimas informações conclui que aquela condenação é injusta, provando com as suas investigações que o culpado era outro. A sua inteligência superior capacitava-o para ver coisas que todos os outros não percebiam, embora a realidade fosse a mesma.

 

Mutatis mutandis (mudando o que há a mudar): Um ateu, um pagão, um ignorante, etc., veem na Hóstia Consagrada um bocado de pão. Pelo contrário, um católico, não porque seja mais inteligente que os outros, mas porque, é iluminado pela Fé, um conhecimento infinitamente superior que não contradiz a razão, mas que a supera e a ilumina, vê, com os olhos da Fé, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, ali presente, realmente, verdadeiramente e substancialmente.

 

S. Francisco Marto adorava e procurava consolar o Jesus escondido nas espécies eucarísticas, e, por isso, passava horas junto a Ele no Sacrário.

 

Onde está o Menino Jesus? Está no Sacrário, esperando, de braços e Coração aberto a nossa visita e adoração, como sucedeu com os pastores e os magos vindos do oriente, para nos consolar e salvar.

 

À honra de Cristo. Ámen.


Padre Nuno Serras Pereira



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Nasceu Jesus Cristo, Luz do Mundo




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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Como deve um Bispo reagir às bênçãos de uniões entre pessoas do mesmo sexo?


Entrevista de D. Athanasius Schneider ao Centro Dom Bosco.


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Dia dos Santos Inocentes

Um trágico episódio de sangue é narrado apenas pelo evangelista São Mateus, que se dirige principalmente aos leitores provenientes do judaísmo com a intenção de demonstrar que em Jesus se cumpriram as antigas profecias, até aquela do grito de dor de Raquel chorando os próprios filhos.

Os meninos de Belém e dos arredores, que o suspeitoso e sanguinário Herodes mandou matar, com a esperança de suprimir o Messias-rei, são as primícias dos redimidos e santificados pelo Salvador Jesus, segundo a sua própria promessa: "Aquele que tiver perdido a sua vida por minha causa encontra-la-á".

A festividade dos santos Inocentes aparece já no calendário cartaginês do século IV, e pouco depois no Sacramentário Leonino. O poeta Prudêncio apelida-os de "Flores martyrum", as primeiras flores germinadas em torno do berço do Redentor, quais "comites Christi" (a comitiva ou séquito de Cristo; isto é, os mais próximos de Cristo no seu percurso terreno e os primeiros a dar testemunho d'Ele através martírio).

A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade o tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras: 

Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, “encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes – ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o Menino e a sua mãe e foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar’. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e a sua mãe, e retirou-se para o Egipto. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: ‘Do Egipto chamarei o meu filho’. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predicto pelo profeta Jeremias: ‘Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem’” (Mt 2,11-20). 

 

Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14 mil; os Sírios 64 mil; o Martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144 mil. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.

Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a Festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de Dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um “bispo”, os cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cónegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do MagnificatDerrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o “derrubado” oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimónia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.

A festa de hoje também é um convite a reflectirmos sobre a situação actual desses milhões de “pequenos inocentes”: crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus.

Santos Inocentes, rogai por nós! 

in Pale Ideas


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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Beijo ao Menino Jesus depois da Missa do Galo










Paróquia Trinità dei Pellegrini, FSSP Roma


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São João, Apóstolo e Evangelista

Dia de São João, conhecido como "discípulo amado" por ser o preferido de Nosso Senhor. Foi São João que se reclinou no Seu peito durante a Última Ceia. Era o único dos 12 apóstolos que não era casado, por ser o mais novo, daí que frequentemente seja representado sem barba; o apóstolo virgem.

Foi o único a ficar aos pés da cruz, enquanto todos os outros fugiram com medo. Foi a Ele que Nosso Senhor, antes de morrer, confiou a Sua Mãe.

Foi o único dos 12 apóstolos a não morrer mártir. Ainda assim sofreu vários atentados contra a sua vida, nomeadamente na Porta Latina (cuja festa litúrgica é a 6 de Maio) e quando lhe deram a beber um cálice envenenado, daí ser representado muitas vezes com um cálice na mão.

O animal que o representa é a águia porque o seu evangelho foi escrito como alguém que vê as coisas do alto. Esse texto inspirado por Deus tem no seu início (o prólogo) as suas mais belas e importantes linhas, de tal maneira que é lido no final de todas as Missas em Rito Tradicional. Aqui fica:

No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Este estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram por Ele criadas, e nada daquilo que foi criado teria sido criado sem Ele. N’Ele havia vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas a não receberam.

Apareceu um homem, mandado por Deus, e o seu nome era João, o qual veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que por ele todos acreditassem. Ele não era a luz, mas aquele que havia de dar testemunho da luz. Existia a luz verdadeira, a luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Ele estava no mundo, e o mundo, embora houvesse sido criado por Ele, O não conheceu.

Veio ao que era seu, e os seus O não receberam. Porém, Ele a todos quantos O receberam e aos que acreditaram no seu nome deu o poder de serem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem do desejo da carne, mas somente da vontade de Deus. E o Verbo fez-se carne (genuflecte-se) e habitou entre nós; e contemplamos a sua glória, como era própria do Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.


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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Santo Estêvão, protomártir

Nesta obra de Juan de Juanes (mais João seria difícil), Santo Estêvão acaba de descrever a História da Salvação, desde Abraão até Jesus Cristo, filho de Deus feito Homem. Não suportando ouvir a verdade das verdades, os judeus que estavam presentes “soltaram um grande grito e taparam os ouvidos; depois, atiraram-se a ele e, arrastando-o para fora da cidade, começaram a apedrejá-lo” (At 7, 56).

Assim morreu Estêvão, um dos 7 primeiros diáconos, o protomártir. Foi o primeiro, de inúmeros, a dar o seu sangue e a vida por Jesus Cristo, filho de Deus que Se fez carne e nasceu como um Menino igual a todos os outros meninos.

Quem diz a verdade, sem concessões, num mundo que odeia a verdade arrisca-se a perder a vida. Mas arrisca-se a ganhar a vida eterna, que é incomparavelmente melhor.

Santo Estêvão, rogai por nós.


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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A noite de Natal descrita pelo venerável Fulton Sheen

Uma noite sobressaiu na quietude da brisa da noite, por cima daqueles montes calcários de Belém, o choro de um bebé recém-nascido. O Verbo Se fez carne e habitou entre nós. 

A Terra não ouviu o choro, porque a Terra dormia; os homens não ouviram o choro, pois não sabiam que um Menino podia ser maior do que um homem; os reis não ouviram o choro, pois não sabiam que um Rei poderia nascer num estábulo; os impérios não ouviram o choro, pois os impérios não sabiam que um Infante poderia segurar as rédeas que dirigem sóis e mundos nos seus percursos. 

Mas os pastores e os filósofos ouviram o choro, pois só os muito simples e os muito instruídos sabem que o coração de um Deus pode gritar no choro de uma Criança. E eles vieram com presentes - e adoraram, e tão grande era a majestade sentada na testa do Menino, tão grande era a dignidade do bebé, tão poderosa era a luz daqueles olhos que brilhavam como sóis celestiais, que eles não podiam deixar de  gritar: Emanuel, Deus está connosco.

Arcebispo Fulton Sheen in 'The Life of All Living'


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No Natal festejamos um triplo nascimento

No Natal festejamos um triplo nascimento. O primeiro e mais sublime nascimento é o do Filho único, gerado pelo Pai celeste na essência divina, na distinção de Pessoas. O segundo nascimento foi o que aconteceu de uma mãe que, na sua fecundidade, manteve a pureza absoluta da sua castidade virginal. O terceiro é aquele pelo qual, todos os dias e a toda a hora, Deus nasce em verdade, espiritualmente, pela graça do amor, numa alma boa.

Para este terceiro nascimento, não deve haver em nós senão uma procura simples e pura de Deus, sem mais nenhum desejo de ter como próprio seja o que for, com a vontade única de Lhe pertencer, de Lhe dar lugar da forma mais elevada e mais íntima, para que Ele possa realizar a Sua obra e nascer em nós sem Lhe colocarmos qualquer obstáculo. É por isso que Santo Agostinho nos diz: «Esvazia-te para que possas ser preenchido; sai para que possas entrar» e ainda: «Alma nobre, nobre criatura, porque procuras fora de ti o que está em ti todo inteiro, da maneira mais verdadeira e mais manifesta? E, uma vez que és participante da natureza divina, que te importam as coisas criadas e que fazes tu com elas?» 

Se o homem preparasse assim um lugar dentro de si mesmo, Deus ver-Se-ia, sem qualquer dúvida, obrigado a preenchê-lo completamente; se não, o céu romper-se-ia se fosse preciso para preencher esse vazio. Deus não pode deixar as coisas vazias; seria contrário à Sua natureza, à Sua justiça. 

É por isso que te deves calar; então o Verbo desse nascimento, a Palavra de Deus, poderá ser pronunciada em ti e tu poderás ouvi-la. Mas tens de compreender que, se tu queres falar, Ele tem de Se calar. A melhor maneira de servir o Verbo é calar e ouvir. Se, portanto, saíres completamente de ti mesmo, Deus entrará por inteiro em ti; na medida em que saíres, Ele entrará, nem mais nem menos.

Jean Tauler in Sermão para o Natal


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domingo, 24 de dezembro de 2023

Há 109 anos: Noite de tréguas na Primeira Guerra Mundial

A esperança que é dada à Humanidade pelo nascimento de Jesus, o amor familiar que Ele nos pede para dar, a humildade e partilha que durante a Sua vida exemplificou, são as razões para esse preenchimento de alma que a todos cativa. É pena que não se consigam perpetuar estes sentimentos de paz e união ao longo de todo o ano.

Certa noite, em plena guerra, separados por apenas algumas dezenas de metros, encontravam-se guardas britânicos e guardas alemães. Protegidos pelas suas respectivas trincheiras, os militares mantinham-se bem protegidos, e ao mínimo sinal, disparavam para matar a quem do lado inimigo se expusesse.

A lua cheia dessa noite clareava a cor escura do céu e deixava visível o campo que existia entre eles, destruído pelas explosões de até então e onde se encontravam os corpos dos soldados abatidos de ambos os lados. O silêncio imperava. Não se ouviam tiros nem nenhum soldado gritava de dores. O frio do Inverno era rigoroso.

Foi então que dentre o silêncio alguns militares alemães começaram a cantar a música “Stille Nacht, Heilige Nacht”. Os militares ingleses duplicaram a sua atenção e ficaram à escuta. A melodia não deixava dúvidas. Era da música “Silent Night”. Terminada a cantoria, o silêncio voltava a envolver o campo de batalha.

Passados uns segundos, um soldado inglês entusiasmado grita na sua própria língua “Boa alemães!” obtendo do outro lado a resposta “Feliz Natal ingleses! Nós não disparamos e vocês não disparam”.

Os ingleses, sem estarem certos da última parte da mensagem, voltaram a reforçar a atenção. Do outro lado, um militar alemão desarmado sai da sua trincheira e caminha em direcção às trincheiras inglesas. O lado inglês retribui enviando um soldado nas mesmas condições. Depois de algumas conversas, acordaram um período de tréguas.
Estamos na noite 24 de Dezembro. Durante aquela noite, as forças alemãs e forças inglesas enterraram os seus compatriotas e confraternizam. Ajudaram-se mutuamente a escavar sepulturas e conversaram sobre as suas terras e famílias. Trocaram cigarros e alimentos, riram-se das piadas que iam dirigindo uns aos outros… A língua não era impedimento. O recurso gestual era permanentemente utilizado e todos se entendiam.

No dia seguinte, dia de Natal, um sacerdote inglês celebrou a Missa ajudado por um ex seminarista alemão, que traduzia as orações. Todos rezaram o salmo 23 com que o sacerdote começou a missa: “O Senhor é o meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados e conduz-me às águas refrescantes. Reconforta a minha alma e guia-me por caminhos rectos, por amor do seu nome. Ainda que atravesse vales tenebrosos, de nenhum mal terei medo porque Tu estás comigo.” Dedicaram a missa aos seus colegas defuntos.

Depois, juntos, cozinharam o almoço e fizeram, dentro das possibilidades de um local de guerra, um banquete. Trocaram brasões da unidade e botões de uniforme como lembranças.

As forças inglesas, habituadas a ouvir e a ler nos jornais que os alemães eram bárbaros e sem escrúpulos, descobriram que estes eram em tudo idênticos a eles, com sentimentos e anseios, com famílias e amores, com esperanças e desejos de paz.

Após o almoço, surgiram duas equipas de futebol e, improvisando uma bola com trapos, defrontou-se um jogo. Os alemães venceram por três bolas a duas.
Paralelamente decorreu uma luta de boxe entre lutadores das duas nacionalidades. Bastante acesa, a disputa foi terminada com a separação dos lutadores, para que nenhum se aleijasse mais que o suposto. Seguido disto e de comum acordo geral, manteve-se o cessar-fogo por mais alguns dias. Fizeram-se amizades e partilharam-se experiências.

É hora de regressar. De despedidas feitas, cada nação regressou às suas trincheiras. Foram disparados vários tiros, de um lado e de outro, para o ar, como forma de aviso de que tudo estava de volta. A guerra era retomada. A Alemanha queria vencer e conquistar o espaço Inglês e a Inglaterra queria defendê-lo.

Muitas daquelas amizades, feitas uns minutos, umas horas, uns dias antes, terminaram com a morte. Morreram uns milhares de soldados. A guerra só terminou 4 anos depois, com a Alemanha derrotada.

Este foi o Natal, não oficializado, daqueles homens, em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, que ficou conhecida como a Trégua de Natal e que ocorreu numa linha de 43 km que ligava Ypres até ao Canal de La Bassée.

Tiago Rodrigues


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Missa do Galo



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sábado, 23 de dezembro de 2023

Mostrar quem manda




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Jesus nasceu mesmo no dia 25 Dezembro: Maria e a Tradição

Perguntem a qualquer Mãe sobre o nascimento dos seus filhos. Ela vai dizer-vos não só a data do nascimento, mas também será capaz de recitar a hora, o local, o tempo, o peso do bébé, o comprimento do bébé e um número de outros detalhes. Eu sou pai de seis filhos abençoados e enquanto que eu algumas vezes me esqueço destes detalhes (mea maxima culpa), a minha mulher não. 

Iria a Santíssima Virgem Maria alguma vez esquecer-se do nascimento do seu Filho Jesus Cristo, que foi concebido sem semente humana, anunciado pelo Anjo Gabriel, nascido de uma forma milagrosa e visitado por Magos? Ela sabia desde o momento da Sua Divina Encarnação no seu ventre que Ele era o Filho de Deus e Messias. Iria ela alguma vez esquecer este dia?

Estariam os Apóstolos interessados em ouvir Maria contar esta história? Claro! Pensam que o santo Apóstolo que escreveu "E o Verbo fez-se carne" não estaria interessado nos detalhes minuciosos do Seu nascimento? Portanto o aniversário exacto (25 de Dezembro) e a hora (meia-noite) deveriam ser conhecidos já no primeiro século. 

Os Padres da Igreja testemunham o 25 de Dezembro

Testemunhos seguintes revelam que os Católicos afirmavam 25 de Dezembro como o Nascimento de Cristo antes da conversão de Constantino e do Império Romano.

O Papa S. Telésforo (reinou de 126 e 137) instituiu a tradição da Missa à Meia-noite na Véspera de Natal. Apesar do Liber Pontificalis não nos dar a data do Natal, este assume que o Natal já era celebrado pelo Papa e que tinha sido acrescentada uma Missa à meia-noite. 

Cerca de 70 anos mais tarde, S. Hipólito escreve de passagem que o nascimento de Cristo ocorreu numa Quarta-Feira dia 25 de Dezembro. Santo Hipólito escreveu algures entre 200 e 211! Eis a citação:
"O Primeiro Advento [vinda] de nosso Senhor na carne ocorreu quando Ele nasceu em Belém, era 25 de Dezembro, uma Quarta-Feira, quando Augustus estava no seu quadragésimo segundo ano, que é cinco mil e quinhentos anos desde Adão. Ele sofreu no trigésimo terceiro ano, dia 25 de Março, Sexta-Feira, do décimo oitavo ano de Tiberius Caesar, enquanto Rufus e Roubellion eram Cônsules."
Santo Hipólito de Roma, Comentário a Daniel
Reparem também na citação acima no significado especial de 25 de Março, que marca a morte de Cristo (25 de Março era visto como o correspondente ao mês hebraico Nisan 14 - a data tradicional da crucifixão).**

Acreditava-se que Cristo, como homem perfeito, tinha sido concebido e morto no mesmo dia (25 de Março). No seu Chronicon, Santo Hipólito diz que a terra foi criada no dia 25 de Março, 5500 a.C. Então, 25 de Março era identificado pelos Padres da Igreja como:

  • a data da Criação do Mundo
  • a data da Anunciação e Encarnação de Cristo
  • a data da Morte de Cristo nosso Salvador
Na Igreja Síria 25 de Março ou a festa da Anunciação era vista como uma das festas mais importantes do ano inteiro. Indicava o dia em que Deus assumiu a sua morada no ventre da Virgem. De facto, a Anunciação e a Sexta-Feira Santa apareciam em conflito no calendário, a Anunciação superava-a - tão importante que era na tradição síria! Isto sem dizer que a Igreja Síria preservou algumas das mais antigas tradições cristãs e tinha um profunda e doce devoção por Maria e a Encarnação de Cristo!

25 de Março era consagrado na mais antiga tradição Cristã e a partir desta é fácil descobrir a data do nascimento de Cristo. 25 de Março (Cristo concebido pelo Espírito Santo) mais nove meses leva-nos a 25 de Dezembro (o nascimento de Cristo em Belém).

Santo Agostinho confirma esta tradição de 25 de Março como a concepção messiânica e 25 de Dezembro como o Seu Nascimento:
“Porque se acredita que Cristo foi concebido a 25 de Março, dia em que também sofreu; portanto o ventre da Virgem, onde Ele foi concebido, onde nenhum mortal foi gerado, corresponde ao novo sepulcro onde ele foi sepultado, onde nenhum homem alguma vez esteve nem antes nem desde então. Mas ele nasceu, de acordo com a tradição, a 25 de Dezembro.” 
Santo Agostinho, De trinitate, Livro IV, 5 
Por volta do ano 400, Santo Agostinho também notou como os donatistas cismáticos se recusavam a celebrar a Epifania a 6 de Janeiro, visto que viam a Epifania como uma nova festa sem base na Tradição Apostólica. O cisma donatista começou em 311, o que pode indicar que a Igreja Latina estava a celebrar o Natal a 25 de Dezembro (mas não uma Epifania a 6 de Janeiro) antes disso.

Taylor Marshall


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Missas Rorate 2023










Fotografias: New Liturgical Movement


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sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Abstinência todas as Sextas-Feiras do ano

Abstinência consiste em não comer carne nem caldo de carne em alguns dias determinados pela Igreja. 

São dias de abstinência; a) todas as sextas-feiras do ano; b) quarta-feira de Cinzas e das Quatro Têmporas; c) sábados da Quaresma e das Quatro Têmporas; d) vigílias do Natal, do Pentecostes, da Assunção e de Todos os Santos, salvo os privilégios da Bula e do Indulto pelo qual só são dias de abstinência a) Sextas-Feiras do Advento, da Quaresma e das Quatro Têmporas b) vigílias do Pentecostes, Assunção de Nossa Senhora, Todos os Santos e Natal.

Por lei da Igreja são obrigados à abstinência todos os cristãos que completem sete anos de idade e que não estejam legitimamente dispensados. A abstinência é recomendada pelo Apóstolo São Paulo, quando diz: «Bom é não comer carne nem beber vinho, nem coisa em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou enfraqueça» (na fé). Ep. Rom. XIV, 21. 

A Igreja impõe este preceito para que façamos penitência dos pecados passados, evitemos os futuros, mortificando a gula e paixões e santifiquemos as principais épocas e festas do ano. O uso de qualquer comida só constitui pecado por ser proibido pela lei da Igreja, ou por ser prejudicial à saúde, pois, se não é coisa má comer carne ou beber vinho, é coisa má transgredir a lei da Igreja ou prejudicar a saúde. 

Padre José Lourenço in 'Dicionário da Doutrina Católica'

Nota: O Código de Direito Canónico de 1983 manteve a obrigatoriedade da abstinência da carne em todas as Sextas-feiras do ano.

Cân. 1251 — Guarde-se a abstinência de carne ou de outro alimento segundo 
as determinações da Conferência episcopal, todas as Sextas-Feiras do ano, a não 
ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; a abstinência 
e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na Sexta-Feira da Paixão e Morte de Nosso 
Senhor Jesus Cristo.

Cân. 1252 — Estão obrigados à lei da abstinência os que completaram catorze 
anos de idade; à lei do jejum estão sujeitos todos os maiores de idade até terem 
começado os sessenta anos. Todavia os pastores de almas e os pais procurem que, 
mesmo aqueles que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da penitência.

Cân. 1253 — A Conferência episcopal pode determinar mais pormenorizadamente a observância do jejum e da abstinência, e bem assim substituir outras 
formas de penitência, sobretudo obras de caridade e exercícios de piedade, no todo 
ou em parte, pela abstinência ou jejum.

A quem for impossível cumprir esta obrigação, as conferências episcopais explicam que pode compensar cumprindo outra obra de oração e penitência.


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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

'Veni, veni Emmanuel' cantado por seminaristas do Instituto Bom Pastor

Veni, veni, Emmanuel
Captivum solve Israel
Qui gemit in exsilio
Privatus Dei Filio

Gaude! Gaude! Emmanuel
Nascetur pro te Israel!

Veni, veni O Oriens
Solare nos adveniens
Noctis depelle nebulas
Dirasque mortis tenebras


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Dia do Apóstolo São Tomé: Será racional acreditar sem ver?

São Tomé duvidou que Jesus tivesse ressuscitado e aparecido aos apóstolos. Quando Jesus voltou a aparecer, desta vez estando presente Tomé, repreende a sua falta de fé: "Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto".

Muitos prosélitos do anti-cristianismo, citam habitualmente esta frase como prova que o 'Jesus dos evangelhos' pede que os homens abdiquem da sua racionalidade, e do seu sentido crítico. Neste caso, Tomé é visto como o verdadeiro homem racional, já que exige ver para acreditar.

Mas pensando um bocado melhor sobre este caso, lembramo-nos que, sendo Tomé um dos 12 apóstolos, tinha seguido Jesus, e testemunhado muitos dos episódios presentes nos evangelhos. Jesus profetizou o Seu próprio "destino" e disse por várias vezes que o Messias teria que morrer e ressuscitar. Ainda que os apóstolos não percebessem o que Ele estava a dizer, alguma coisa deste estranho discurso deve ter ficado na memória.

Por outro lado, Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos todos, com a excepção de Tomé, que andava a passear. Eles contaram-lhe o que aconteceu. Os seus amigos, os seus melhores amigos, com quem passou a parte mais importante da sua vida, com quem partilhava tudo, asseguram-lhe que estiveram com o Mestre ressuscitado, mas Tomé exige ver para crer.

Esta exigência é racional? Não, muito pelo contrário. A razão é a faculdade que nos permite entender a realidade, saber a verdade, mas Tomé, assim como tanta gente, quer reduzir a razão à verificação na primeira pessoa - exige ver - quer estreitar a razão conforme as suas exigências. Neste caso, assim como em tantos, não é racional desprezar os testemunhos de pessoas credíveis, é antes uma exigência de honestidade connosco próprios que levemos a sério o que pessoas sérias nos dizem. 

Ainda mais, ele sabia bem que Jesus não era um homem igual aos outros, apesar de o ser fisicamente. Ele tinha visto os milagres, sabia bem que Pedro tinha feito a profissão de Fé dos apóstolos, dizendo: "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo". Se Tomé estivesse atento à realidade, com o máximo amor que essa atenção exige, quando lhe contaram que estiveram com Jesus ressuscitado, tudo deveria ter feito sentido para ele, tudo se deveria ter encaixado como um puzzle, mas escolheu ficar agarrado à sua incerteza, à sua falta de confiança, quando a razão exigia que confiasse.

A razão não é castradora, não elimina partes da realidade que não dão jeito serem tidas em conta. É antes uma visão alargada, que abarca toda a realidade. Tomé não fez uso da sua razão, o que, por um lado, foi uma coisa boa porque nos ensinou uma das maiores profissões de Fé da história da Igreja, dirigindo-se a Jesus como: "Meu Senhor e Meu Deus".


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Pai perdoa o homem que matou a sua filha



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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

D. Tomash Peta e D. Athanasius Schneider recusam bênçãos de uniões pecaminosas

Comunicado da Arquidiocese de Santa Maria em Astana sobre a Declaração "Fiducia supplians", publicada pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa Francisco a 18 de Dezembro de 2023

O objetivo declarado do referido documento da Santa Sé é dar “a possibilidade de abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo”. Ao mesmo tempo, o documento assegura que tais bênçãos far-se-ão “sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de qualquer forma o ensinamento perene da Igreja sobre o Matrimónio”.

O facto de o documento não permitir o “matrimónio” de casais do mesmo sexo não deve cegar pastores e fiéis para o grande engano e mal contidos na permissão para abençoar casais em situação irregular e do mesmo sexo. Tal bênção contradiz direta e seriamente a Revelação Divina e a doutrina, e prática, ininterrupta e bimilenária da Igreja Católica. Abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo é um grave abuso do santíssimo Nome de Deus, uma vez que este Nome é invocado sobre uma união objetivamente pecaminosa de adultério ou actividade homossexual.

Portanto, nem mesmo as mais belas afirmações da citada Declaração da Santa Sé podem minimizar as consequências destrutivas e de longo alcance que derivam deste tipo de bênçãos legitimadas. Com tais bênçãos, a Igreja Católica torna-se, senão em teoria pelo menos na prática, uma propagandista da globalista e ímpia “ideologia de género”.

Como sucessores dos Apóstolos e fiéis ao nosso juramento solene, na consagração episcopal, de “preservar o depósito da fé na pureza e na integridade, segundo a tradição sempre e em toda parte observada na Igreja desde o tempo dos Apóstolos”, exortamos e proibimos os sacerdotes e fiéis da Arquidiocese de Santa Maria de Astana de receber ou praticar qualquer forma de bênção de casais em situação irregular e de casais do mesmo sexo. É supérfluo dizer que todo o pecador sinceramente arrependido com a firme intenção de não pecar novamente e de pôr fim à sua situação pecaminosa pública (como, por exemplo, coabitação fora de um casamento canonicamente válido, união entre pessoas do mesmo sexo) pode receber uma bênção.

Com sincera caridade fraterna dirigimo-nos com o devido respeito ao Papa Francisco, que - ao permitir a bênção dos casais em situação irregular e dos casais do mesmo sexo - "não caminha rectamente segundo a verdade do Evangelho" (cf. Gal 2, 14), usando as palavras com que o apóstolo São Paulo advertiu publicamente o primeiro Papa em Antioquia. Portanto, no espírito da colegialidade episcopal, pedimos ao Papa Francisco que revogue a permissão para abençoar casais em situação irregular e casais do mesmo sexo, para que a Igreja Católica possa brilhar inequivocamente como “coluna e fundamento da verdade” (1Tim 3,15) para todos aqueles que procuram sinceramente conhecer a vontade de Deus e, cumprindo-a, alcançar a vida eterna.

Astana, 19 de Dezembro de 2023

+ Tomash Peta, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Santa Maria de Astana
+ Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria de Astana


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A freira pirata que converteu um "homossexual" pela televisão

Paul era um "homossexual" americano com uma vida comodista. Como modelo internacional, fazia parte do elenco de uma das mais importantes agências. Morava com o seu companheiro numa bela casa em São Francisco, com uma vista incrível para o bosque. A sua vida resumia-se ao trabalho, ao ginásio, às discotecas e a saunas frequentadas por pessoas com atracção por pessoas do mesmo sexo. Até ao dia em que uma freira com uma pala apareceu no ecrã da sua televisão.

“É uma freira pirata! Limpe o convés”, disse ele, gozando e soltando gargalhadas, ao ver aquela figura que lhe pareceu tão estranha (tratava-se da sensacional Madre Angélica, Clarissa fundadora do canal televisivo EWTN). Mas antes de mudar de canal, Paul percebeu que aquela mulher dizia coisas inteligentes e verdadeiras. E desde então, o ateu obstinado passou a ser telespectador assíduo daquele programa, o que o levou, pouco tempo depois, a procurar Jesus Cristo na Igreja Católica.

Hoje, Paul dá testemunho da sua conversão. Se antes a sua alegria alcançava o ápice nas festas cheias de celebridades em Nova Iorque, agora ele encontra a sua satisfação na amizade com Cristo, em especial, na graça de receber o Seu Corpo e Sangue na Santa Missa.

O filme “Desejo das Colinas Eternas” (Desire of the Everlasting Hills), com duração de uma hora, traz a história de Paul, Rilene e Dan, três católicos que experimentam a graça de viver a castidade. Eles sentem atracção por pessoas do mesmo sexo, mas isso não os impede de caminhar na fé, com o coração cheio de paz.

Para ver o documentário, que está disponível com legendas em português, basta seguir este link.


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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Bênção a "casais" do mesmo sexo?

Na declaração ‘Fiducia supplicans’, o Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé (CDF), em nome do Papa Francisco, diz que a partir de hoje um sacerdote pode abençoar uma união de pessoas do mesmo sexo.

Curiosamente, em 2021, a mesma CDF publicou uma declaração a dizer que “a Igreja não dispõe do poder de abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo”. O que é que mudou? Mudou o Prefeito da CDF. Há 2 anos era o Cardeal Ladaria, agora é o Cardeal ‘Tucho’ Fernandez, até há poucos anos investigado pelo Vaticano por suspeita de heresia. Se tenho a fama mais vale ter o proveito, pensou Tucho, e desde que chegou ao Vaticano conseguiu aumentar ainda mais a confusão doutrinal.

O ponto 31 do documento hoje publicado sublinha que o objectivo não é equiparar estas uniões a casamentos (era o que faltava), mas sim que “tudo o que é verdadeiro, bom e humanamente válido nas suas vidas e relações seja investido, curado e elevado pela presença do Espírito Santo”.

Acontece que o problema na relação daquelas pessoas é exactamente a relação, que é contra a vontade de Deus. Por isso nada nela pode ser abençoada por Ele. Deus não pode abençoar o pecado. Sabendo isto, jamais se pode abençoar em conjunto, muito menos publicamente, duas pessoas numa união pecaminosa (ainda para mais sendo contra a natureza humana).

A bênção pode ser dada a cada um deles, em privado, a pedir que Deus lhe dê as graças actuais para que acabe com aquela união e abandone os comportamentos que só trazem infelicidade; neste mundo e muito mais ainda na vida eterna, que é a que realmente interessa.

É por amor a cada uma daquelas pessoas que a Igreja lhes tem de dizer claramente que nunca serão felizes indo contra os mandamentos de Deus. Nenhuma criatura, nem sequer a mais perfeita, pode compensar o que se perde quando se perde o amor de Deus. É trocar o infinito pelo finito, o eterno pelo instante.

Resumindo, nenhuma bênção é válida quando se trata de algo que Deus não quer. “E como é que sei que Deus não quer?” Basta ver o que a Igreja ensinou durante dois mil anos, que está em perfeito acordo com a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição, que, juntas, constituem a Revelação de Deus aos homens.


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