sábado, 7 de setembro de 2024

Bispo suíço: A Missa em latim tem orações profundas, exprime melhor a centralidade de Cristo

Monsenhor Marian Eleganti, antigo bispo auxiliar de Chur, na Suíça, deu uma entrevista ao Kath.ch, o portal dos meios de comunicação social dos bispos suíços. Pontos principais.

- Sou muito crítico em relação ao processo sinodal. Vejo o perigo de que certas agendas, já estabelecidas, o determinem e controlem desde o início. Isto não é uma verdadeira escuta.

- Creio que em tais processos, os editores que formulam os documentos finais são o fator decisivo - não necessariamente o Espírito Santo.

- Hoje, a chamada ‘realidade da vida’ é usada como outra ‘fonte de revelação’.

- Embora o Papa Francisco tenha escrito sinodalidade na sua bandeira, ele tem um estilo de liderança muito autoritário.

- Intervém no processo sinodal e dirige-o, por exemplo, retirando questões importantes da assembleia plenária e delegando-as em comissões que trabalham de forma autónoma.

- Muitos vêem as acções do Papa como contraditórias.

- Quando era acólito, vim a conhecer a Missa Tridentina e, depois do Concílio, fui treinado no Novus Ordo. Por tal, o rito antigo não me é estranho. Quando era miúdo, aprendi todas as orações em latim e estava sempre nervoso para não cometer erros. Celebro a Missa em Novus Ordo”.

- A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro (FSSP) aproximou-se de mim. O Padre Martin Ramm, de Thalwil, que eu respeito muito, procurava um bispo para administrar o Crisma em Rito Antigo. Aprendi de novo este rito. É por isso que agora estão a chegar mais pedidos. Porque é que os hei-de recusar?

- A liturgia tridentina não é um 'workshop' e exprime muito mais a centralidade de Deus e de Jesus Cristo. Tem orações muito profundas que eu gosto muito de rezar em termos de conteúdo. Gosto muito das orações que acompanham sacerdote enquanto reza.

- Não percebo porque é que as orações foram abandonadas na reforma litúrgica, porque ajudam o padre a sintonizar-se com este mistério, a entrar nele e a celebrá-lo.

in gloria.tv


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Fiéis de joelhos ao passar o Santíssimo Sacramento levado a casa de um doente por um Sacerdote

Eslováquia. Anos 60.


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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

São Macário derrotou o Demónio através da Humildade

Certo dia, São Macário regressava à sua cela, trazendo consigo umas folhas de palmeira. Pelo caminho, o demónio veio ao seu encontro com uma foice de ceifeiro, e tentou atacá-lo, mas não conseguiu. 

Disse-lhe então o demónio: «Macário, sofro muitos tormentos por tua causa, porque não consigo vencer-te. Contudo, faço tudo o que tu fazes: tu jejuas, e eu não como; tu velas, e eu não durmo. Há só um aspecto em que me vences.» «Qual?» «A tua humildade. É ela que me impede de te vencer.» 

in 'Sentenças dos Padres do Deserto'


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quinta-feira, 5 de setembro de 2024

'Cappella dei Principi' - Basílica de São Lourenço, Florença




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D. Fernando Rifan celebra Missa Pontifical na Catedral de Montes Catedral

A convite do Bispo local, D. Fernando Rifan, Superior da Administração Apostólica São João Maria Vianney, deslocou-se até à diocese de Montes Claros para uma Missa Pontifical na Catedral. O objectivo foi celebrar o 12º aniversário do apostolado de Missa Tradicional naquela diocese, organizado pela Sociedade da Santíssima Virgem Maria.








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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Santuário de Fátima organiza um encontro com a controversa teóloga espanhola Cristina Inogés

A polémica e heterodoxa teóloga espanhola Cristina Inogés, formada numa faculdade protestante, é a próxima convidada dos 'Encontros da Basílica' organizados pelo Santuário de Fátima em Portugal.

“Através da palavra, da música ou de ambas, os Encontros da Basílica são uma oportunidade de aprendizagem e um convite à introspeção. A próxima sessão não será diferente e terá lugar no dia 8 de Setembro, tendo como oradora a teóloga Cristina Inogés Sanz. “Fizeste-mo a mim (Mt 25,40): imperativos da dignidade do outro“ é o tema da palestra que começa às 15h30, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima”, lê-se no site do santuário mariano português.

Como se não houvesse bons teólogos católicos, o Santuário de Fátima escolheu convidar e promover Cristina Inogés Sanz que “propõe uma reflexão sobre o imperativo moral cristão de respeitar a dignidade e os direitos dos outros. Muitas vezes aliviamos a nossa consciência acreditando que basta pertencer à Igreja, mas não é assim. Para dizer que pertencemos à Igreja, temos, antes de mais, de ser Igreja na nossa vida quotidiana. Não é por respeito, mas para não pôr em risco a dignidade de ninguém”, diz a nota que acompanha o anúncio do encontro.

Quem é Cristina Inogésé conhecida pelas suas posições heréticas em muitos domínios. Esta teóloga, formada numa universidade protestante, expressou repetidamente o seu desejo de que a Igreja aceitasse e abençoasse a homossexualidade e deixasse de considerar os seus actos como pecaminosos. A “mãe” sinodal nomeada pelo Papa Francisco para participar no Sínodo também deseja que, no futuro, as mulheres se vistam como padres.

Num exercício de omnipotência, chegou mesmo a dizer que a Igreja deveria rever a teologia de todos os sacramentos.

in infovaticana


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terça-feira, 3 de setembro de 2024

São Pio X denuncia os inimigos da Igreja

Nestes últimos tempos cresceu sobremaneira o número dos inimigos da Cruz de Cristo, os quais, com artifícios de todo ardilosos, se esforçam por baldar a virtude vivificante da Igreja e solapar pelos alicerces, se dado lhes fosse, o mesmo reino de Jesus Cristo. Por isto já não Nos é lícito calar para não parecer faltarmos ao Nosso santíssimo dever, e para que se Nos não acuse de descuido de nossa obrigação, a benignidade de que, na esperança de melhores disposições, até agora usamos.

E o que exige que sem demora falemos, é antes de tudo que os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos.

Aludimos, Veneráveis Irmãos, a muitos membros do laicato católico e também, coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, vangloriam-se, postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de um puro e simples homem.

Pasmem, embora homens de tal casta, que Nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja; não poderá porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que  meneiam eles o machado.

Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias:  porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. 

Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação. Na verdade, por algum tempo esperamos reconduzi-los a melhores sentimentos e, para este fim, a princípio os tratamos com brandura, em seguida com severidade e, finalmente, bem a contragosto, servimo-nos de penas públicas.

Papa São Pio X in Carta Encíclia 'Pascendi dominici gregis'


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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Alguém sabe o que é a Fé?

A palavra "Fé" surge muitas vezes no que dizemos, ouvimos e lemos mas nem sempre é simples precisar o que é realmente a "Fé". Deixamos aqui a definição que ensina a Igreja, que é muito conveniente saber de cor para poder explicar às outras pessoas. 

§ 2º - Da Fé  

860)  Que é a Fé?  
A  Fé e uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o que Ele revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer.  

861)  Como conhecemos as verdades reveladas por Deus?  
Conhecemos as verdades reveladas por Deus, por meio da Santa Igreja que é infalível, isto é, por meio do Papa, sucessor de São Pedro, e por meio dos Bispos que, em união com o Papa, são sucessores dos Apóstolos, os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo.  

862)  Temos nós a certeza de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina?  
Sim, temos a certeza absoluta de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, que a Igreja nunca se enganaria.  

863)  Com que pecado se perde a Fé?  
A  Fé perde-se negando ou duvidando voluntariamente, ainda que seja de um só artigo que nos é proposto para crer.  

864)  Como recuperamos a Fé?  
Recuperamos a Fé perdida, arrependendo-nos do pecado cometido e crendo de novo tudo o que crê a Santa Igreja.    

§ 3º - Dos mistérios  

865)  Podemos compreender todas as verdades da Fé?  
Não; não podemos compreender  todas as verdades da Fé, porque algumas destas verdades são mistérios. 

866)  Que são os mistérios?  
Os mistérios são verdades superiores à razão, as quais devemos crer, ainda que não as possamos compreender.  

867)  Por que devemos crer os mistérios?  
Devemos crer os mistérios, porque os revelou Deus, que, sendo Verdade e Bondade infinitas, não pode enganar-Se, nem enganar-nos.  

868)  São porventura os mistérios contrários à razão?  
Os mistérios são superiores, porém não contrários à razão; e até a própria razão nos persuade a admiti-los.  

869)  Por que os mistérios não podem ser contrários à razão?  
Os mistérios não podem ser contrários à razão, porque é o mesmo Deus quem nos deu  a luz  da razão, e quem  revelou os mistérios, e Ele não pode contradizer-Se a Si mesmo. 

in Catecismo de São Pio X


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A morte do justo


"Ninguém no seu leito de morte se arrependeu de ter sido católico."
São Thomas More


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domingo, 1 de setembro de 2024

Cardeal preside a Eucaristias com toda a gente sentada





O Cardeal Sebastian Francis, da Malásia, participou numa “Conferência Episcopal Regional sobre Comunicações Sociais” no Centro 'Laudato Si' em Sibu, Sarawak, de 10 a 14 de Junho.

O encontro reuniu 35 responsáveis pelas comunicações sociais das nove dioceses católicas da Malásia e do Brunei.

As Eucaristias foram celebradas em mesas de reunião em forma de U. O Cardeal Francis presidiu ou co-presidiu a estas eucaristias. Todo o clero estava sentada, incluindo durante a consagração.

Não foi necessário um missal para a Missa celebrada pelo Cardeal. Telefones, brochuras e garrafas de água estavam sobre as mesas.

Para a comunhão, foi distribuído um cálice com hóstias para cada um se servir e passar de mão em mão. O abuso litúrgico foi denunciado por “Veritate Fideles” numa rede social (29 de Agosto).

in gloria.tv


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quinta-feira, 29 de agosto de 2024

O martírio de São João Baptista e a perseguição dos justos

Hoje a Igreja celebra o martírio de São João Baptista. Herodes errou, julgando-se obrigado a cumprir o juramento. Se jurar é tomar a Deus por testemunha da verdade do que se diz ou do que se promete, claro está que, um juramento falso é um grande pecado, como pecado é também prometer, sob juramento, praticar uma acção má. O juramento, em si é bom e santo, por ser um acto de religião. Pelo juramento apela-se a Deus, que é a Verdade suprema. 

São três as condições que justificam o juramento: A verdade, a justiça e o motivo justo. Afirmar, com juramento, uma inverdade, é um gravíssimo pecado chamado perjúrio. "Não abusarás do nome do Senhor teu Deus; o Senhor não deixará impune a profanação de seu nome. Não farás juramento falso em meu nome e não profanarás o nome do teu Deus, pois eu sou o Senhor", prescrevem as Escrituras. 

A vida seria insuportável se não tivéssemos certeza absoluta da justiça de Deus, que põe tudo nos devidos termos, isto é, que dá à virtude a recompensa que merece e, ao pecado o justo castigo. Se assim não fosse, o martírio de São João Baptista e tantas e tantas injustiças e atrocidades clamorosas, não teriam solução. 

O que se observou sempre e até hoje se observa é que os justos sofrem, enquanto os maus gozam. Os justos são perseguidos e desprezados, enquanto os maus são estimados e festejados. Vemos nessa circunstância, aparentemente monstruosa, a actuação da justiça divina. Não há homem que não seja pecador e pelos pecados não provoque a justiça divina, como também não existe alguma criatura humana que não tenha boas qualidades, merecimentos naturais. 

O pecado deve ser punido onde quer que seja encontrado – também o pecado do justo reclama castigo. Eis por que os justos já sofrem aqui na Terra para não lhes ser comprometida a felicidade no Céu. A virtude, as boas obras, devem ser recompensadas, onde quer que se apresentem – também a boa obra do pecador reclama galardão. Não podendo ser compensada no Céu, recebe a paga na Terra, o que é de inteira justiça. Não é mau sinal, pois, se a vida parece uma corrente contínua de sofrimentos. 

"A quem Deus ama, castiga" – é observação feita em todos os tempos. Louvemos, pois, a justiça de Deus e não nos deixemos arrastar para a crítica, murmuração e desespero. A verdade está na palavra de Nosso Senhor, que na parábola do mau rico faz Abraão dizer-lhe: "Meu filho, lembra-te que recebeste o teu quinhão de bens durante a vida, ao passo que Lázaro só teve males; agora ele está aqui e tu sofres". 

in farfalline.blogspot.pt


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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Fora da Igreja é possível tudo excepto a salvação

Fora da Igreja é possível tudo excepto a salvação. É possível ter honras, é possível ter Sacramentos, é possível cantar Alelulias, é possível responder Ámen, é possível possuir o Evangelho, é possível ter Fé no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é possível pregar; mas em nenhum lugar, senão na Igreja Católica, é possível encontrar a salvação. 

Santo Agostinho (referindo-se aos Donatistas) in 'Sermo ad Caesariensis Ecclesia plebem'


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Santo Agostinho de Hipona, Doutor da Igreja

Origens

O seu nome era Aurélio Agostinho. Nasceu em Tagaste, uma cidade do Norte da África dominada pelos romanos (na região onde hoje fica a Argélia) no dia 13 de Novembro do ano 354. Filho primogénito, o seu pai, Patrício, era pagão e pequeno proprietário de terras. A sua mãe, pelo contrário, era cristã fervorosa, tanto que se tornou santa. Santa Mónica sempre tentou educar o filho na fé cristã. Agostinho, porém, por causa do exemplo do pai, não se importava com a fé.

Infância

Santa Mónica queria que seu filho se tornasse cristão, mas percebia que a hora de Deus ainda não tinha chegado. Tanto que adiou o seu baptismo, com receio de que ele profanasse o Sacramento. Aos 11 anos, Agostinho foi enviado para estudar em Madauro, perto de Tagaste. Lá, estudou literatura latina e algo que o distanciaria da fé cristã: as práticas e crenças do paganismo local e romano.
Juventude conturbada

Com 17 anos foi para Cartago estudar retórica. Embora tenha recebido formação cristã passou a seguir a doutrina maniqueísta, negada veementemente pelos cristãos. Além disso, tornou-se hedonista, ou seja, seguidor da filosofia que tem o prazer como fim absoluto da vida. Dois anos depois, passou a viver com uma mulher cartaginense, com a qual teve um filho chamado Adeodato. O relacionamento dos dois durou 13 anos. Durante todo esse tempo, Santa Mónica rezava pela conversão do filho.

Passagem por várias doutrinas

Agostinho tornou-se um professor de retórica reconhecido. Chegou a abrir uma escola em Roma e conseguiu o posto de professor na corte imperial situada em Milão. Decepcionado com as incoerências do maniqueísmo, aproximou-se do cepticismo. A sua mãe mudou-se para Milão e exerceu certa influência sobre o seu comportamento. Nesse tempo, também decepcionado com o cepticismo, Agostinho aproximou-se do Bispo de Milão (Santo Ambrósio). A princípio, queria apenas ouvir a retórica excelente do Bispo. Antes de se converter, Agostinho separou-se da sua companheira e ainda se envolveu com outras mulheres. Depois, foi-se convencendo da verdade sobre Jesus Cristo pelas pregações de Santo Ambrósio. A sua mãe, ao mesmo tempo, não cessava de orar por ele.

Conversão

Depois das buscas incessantes pela verdade e de vários casos amorosos, Agostinho finalmente rendeu-se à coerência da mensagem de Jesus Cristo. Encontrou em Jesus o que não encontrara em nenhuma outra filosofia, em nenhum outro mestre. Assim, ele e seu filho Adeodato, então com 15 anos, foram baptizados em Milão por Santo Ambrósio, durante uma vigília Pascal. A partir de então, passou a escrever contra o maniqueísmo, que ele conhecia muito bem. Escreveu obras tão importantes que fizeram com que fosse declarado Doutor da Igreja.

Sofrimentos

Agostinho dedicava grande atenção a Adeodato formando-o na fé e nas ciências humanas. De repente, porém, o seu filho veio a falecer. Foi um grande choque. Por causa disso, decidiu voltar para Tagaste. No caminho de volta a sua mãe também faleceu. Agostinho menciona nas suas “Confissões” a maravilha e o alimento espiritual que eram os diálogos que ele tinha com sua a mãe sobre a pessoa de Jesus Cristo e a beleza da fé cristã. Esses diálogos foram decisivos para a sua formação. 

De volta à terra natal

Depois de sepultar a sua mãe continuou decidido a voltar para a terra natal. Ele chegou a Tagaste no ano 288. Lá, optou pela vida religiosa. Junto com alguns amigos na fé, deu início a uma comunidade monástica cujas regras foram escritas por ele mesmo. Deste embrião nasceram várias ordens e congregações religiosas masculinas e femininas, todas seguindo as regras e a inspiração “Agostiniana”.

Não se coloca uma lâmpada debaixo da mesa

O Bispo de Hipona, ao perceber a forte inspiração que Deus colocara na alma de Agostinho, convidou-o para ir juntamente com ele nas missões e pregações. O Bispo, já idoso e enfraquecido, vendo confirmada a sabedoria de Agostinho, ordenou-o como sacerdote, o que foi aceite com grande alegria pelos fiéis. E, depois, em 397, logo após a morte do bispo, o povo, em uma só voz, aclamou Santo Agostinho como Bispo de Hipona. Ele ocupou o cargo durante 34 anos, derramando toda a sua sabedoria nas pregações, nos livros, na caridade para com os pobres, na espiritualidade profunda. Combateu heresias, tornou-se um dos mais importantes teólogos e filósofos da Igreja, influenciando pensadores até o presente. Foi aclamado Doutor da Igreja e um dos “Padres da Igreja” por causa do seu ministério iluminador. Entre os livros de maior destaque nas suas obras, estão “Confissões” e “Cidade de Deus”.

Morte

Santo Agostinho faleceu feliz pela força da Igreja de Hipona, mas, ao mesmo tempo, triste, por causa da invasão bárbara em Hipona, motivo de grandes perseguições contra os fiéis. A sua morte ocorreu a 28 de Agosto do ano 430. Mais tarde, no ano 725, os seus restos mortais foram exumados e trasladados para a cidade de Pavia, em Itália, onde são venerados na igreja de São Pedro do Céu de Ouro. A igreja fica perto do local onde ocorreu a sua conversão.

Oração a Santo Agostinho

Gloriosíssimo Pai Santo Agostinho, que por divina providência fostes chamado das trevas da gentilidade e dos caminhos do erro e da culpa a admirável luz do Evangelho e aos rectíssimos caminhos da graça e da justificação para ser ante os homens vaso de predilecção divina e brilhar em dias calamitosos para a Igreja, como estrela da manhã entre as trevas da noite: alcançai-nos do Deus de toda consolação e misericórdia o sermos chamados e predestinados, como Vós o fostes, a vida da graça e a graça da eterna vida, onde juntamente convosco cantemos as misericórdias do Senhor e gozemos a sorte dos eleitos pelos séculos dos séculos. Amém.

in cruzterrasanta.com.br


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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Sobre o suposto número exagerado de relíquias da Cruz na qual Jesus foi crucificado

O herético Calvino, em tom de gozo, afirmou que as relíquias da Santa Cruz que são veneradas nas igrejas de todo o mundo são tantas que com elas se poderia construir um navio.
 
No entanto, de acordo com os cálculos feitos no século XIX por Charles Rohault de Fleury, depois de ter estudado os 'ligna crucis' conhecidos, cálculos que foram confirmados no século XX por Michael Hesemann, a Cruz original teria um volume de 36.000 cm³, enquanto as peças documentadas com mais de um centímetro mal chegariam a 4.000.
 
Isto quer dizer que as relíquias da Santa Cruz, veneradas em todo o mundo, são pouco mais de 10% do volume original da Cruz.

Bruno de la Inmaculada in Adelante la Fe


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domingo, 25 de agosto de 2024

Papa Bento explica a necessidade de se ajoelhar na Liturgia

Existem ambientes, não pouco influentes, que tentam convencer-nos de que não há necessidade de ajoelhar-se. Dizem que é um gesto que não se adapta à nossa cultura (mas, a qual se adapta então?); que não é conveniente para o homem maduro, que vai ao encontro de Deus e se apresenta erguido. 

Pode ser que a cultura moderna não compreenda o gesto de ajoelhar-se, na medida em que é uma cultura que se afastou da Fé e já não conhece Aquele diante de quem ajoelhar-se é o único gesto adequado, e, mais ainda, um gesto interiormente necessário. Quem aprende a crer também aprende a ajoelhar-se.

Uma Fé ou uma liturgia que não conhecessem o acto de pôr-se de joelhos estariam doentes num ponto central. 

Cardeal Joseph Ratzinger in 'Introdução ao Espírito da Liturgia'


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sábado, 24 de agosto de 2024

O Sudário de Turim corresponde a um pedaço de linho de 55-74 d.C.

Investigadores italianos utilizaram uma nova técnica de raios X para estudar o Sudário de Turim. Os resultados foram publicados na revista Heritage. Os cientistas do Instituto de Cristalografia do Conselho Nacional de Investigação estudaram oito amostras de tecido do Sudário.

Utilizando uma técnica chamada dispersão de raios X a grande ângulo (WAXS), analisaram a celulose do linho - longas cadeias de moléculas de açúcar que se degradam lentamente com o tempo.

O estudo baseou-se nas condições em que o Sudário foi conservado: Presume-se que tenha sido mantido a uma temperatura de cerca de 22,5 graus Celsius e a uma humidade relativa de cerca de 55% durante 13 séculos, antes de ser levado para Chambery, em França, na década de 1350.

Os perfis de dados eram totalmente compatíveis com medições análogas efectuadas numa amostra de linho de 55-74 d.C. de Masada, na região do Mar Morto. As amostras foram também comparadas com linhos semelhantes dos séculos XIII e XIV, mas nenhuma coincidia.

O Dr. Liberato De Caro, um dos cientistas envolvidos no estudo, rejeitou um teste de 1988 que concluiu que o sudário era “provavelmente uma falsificação medieval”. Argumenta que estes testes podem ter sido afectados por contaminação e que a datação por carbono-14 utilizada em 1988 “não era fiável”.

O estudo, o segundo em 2024, concluiu que o sudário data do tempo de Cristo. Este é o quarto estudo a chegar a esta conclusão em pouco mais de uma década.

Outro estudo de 2024 foi um teste de isótopos que mostrou que o linho usado para fazer o linho foi cultivado no Médio Oriente.

in gloria.tv


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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

A devoção ao Imaculado Coração de Maria

Hoje a Igreja celebra o dia do Imaculado Coração de Maria. A devoção ao Imaculado Coração de Maria consiste na veneração do Coração de Maria, Mãe de Jesus, e ganhou grande destaque com as Aparições de Fátima. Mas a origem deste culto pode ser encontrada nas palavras do Evangelista Lucas, onde o Coração de Maria aparece como uma arca de tesouros (Lc 2, 19) que guarda as mais santas lembranças. 
 
Entretanto foi aumentando, tendo-se desenvolvido por obra de grandes Santos como São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes (1601-1680), que foi um grande promotor da festa litúrgica do Imaculado Coração de Maria e que, já em 1643, começou a celebrá-la com os religiosos de sua congregação. Em 1648, consegue do Bispo de Autun (França) a concessão da festa. Em 1668, a festa e os textos litúrgicos são aprovados pelo Cardeal delegado de toda a França, enquanto Roma se negava, por diversas vezes, a confirmar a festa. 
 
Foi apenas após a introdução da festa do Sagrado Coração de Jesus, em 1765, que será concedida, aqui e ali, a faculdade de celebrar a festa do Coração de Maria, tanto que o Missal Romano de 1814 a elenca ainda entre as festas “pro aliquibus locis”. São João Eudes, nos seus escritos, nunca separou os dois Corações de Jesus e de Maria, e enfatiza a união profunda da Mãe com o Filho de Deus encarnado, cuja vida pulsou por nove meses ritmicamente com aquela do Coração de Maria.
 
A festa foi instituída oficialmente em 1805, pelo Papa Pio VII. Cinquenta anos mais tarde, Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios. O Papa Pio XII estendeu, em 1944, a toda a Igreja, em perene memória da Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, realizada por ele em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Em 1948, o Papa Pio XII convida a todos os Católicos a se consagrarem ao Imaculado Coração de Maria através da Encíclica Auspicia Quaedam, onde diz: 
 
“E como o nosso predecessor de imortal memória Leão XIII, nos albores do século XX, quis consagrar todo o género humano ao Sacratíssimo Coração de Jesus, também nós, como que representando a família humana por ele redimida, quisemos solenemente consagrá-la ao coração imaculado de Maria virgem. Desejamos que todos façam o mesmo, sempre que a oportunidade o aconselhar; e não só em cada diocese e cada paróquia, mas também em cada família. Assim esperamos que desta consagração particular e pública nasçam abundantes benefícios e favores celestiais. Seja presságio desses favores celestes e penhor de nossa benevolência paterna a bênção apostólica que damos com efusão de coração a cada um de vós, veneráveis irmãos, a todos aqueles que de boa mente corresponderem a esta nossa carta de exortação, e de um modo particular as caríssimas crianças.” (1 de Maio de 1948).
 
O culto do Imaculado Coração de Maria recebeu um forte impulso após as Aparições de Fátima, em 1917. Os Pastorinhos viram que Nossa Senhora tinha sobre a palma da mão direita um Coração cercado de espinhos que penetravam nele, fazendo-o sangrar horrivelmente. Era o Coração Imaculado de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, a pedir reparação...
 
A Irmã Lúcia, nas suas memórias, conta que depois da visão do inferno (13 de Julho de 1917), Nossa Senhora disse:
 
“(…) para salvar as almas (...) Deus quer estabelecer no mundo a Devoção ao Meu Imaculado Coração”. 
 
Deus escolheu o Imaculado Coração de Maria, sem mancha e sem pecado, para que, assim como a salvação do mundo veio por Ela na pessoa de Jesus Cristo, também é por meio d'Ela que nós haveremos de ser salvos. Nossa Senhora afirma: “Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão a paz”.
 
A Liturgia da festa ressalta a intensa actividade espiritual do Coração da primeira discípula de Cristo, e apresenta Maria propensa, no íntimo do seu coração, à escuta e ao aprofundamento da palavra de Deus. Maria meditou no seu Coração os eventos em que foi envolvida juntamente com Jesus, enquanto procurava penetrar o mistério de tudo aquilo: guardar e meditar no seu Coração todas as coisas, fez com que descobrisse a vontade do Senhor. 
 
Com este seu modo de agir, Maria ensina-nos a viver em profunda união com o Verbo de Deus, a viver saciando-nos e abeirando-nos d'Ele, e também a encontrar Deus na meditação, na oração e no silêncio. Maria ensina-nos a reflectir sobre os acontecimentos da nossa vida quotidiana e a descobrir neles Deus que se revela, inserindo-Se na nossa história.
 
O objecto primário da festa do Coração Imaculado de Maria é a Sua pessoa. O objecto secundário é o Coração simbólico, isto é, o coração físico da Virgem, por ser o símbolo do seu amor e de toda sua vida íntima. Sendo a expressão de todos os seus sentimentos, afectos, e da sua ardentíssima caridade para com Deus, para com o Seu Filho e para com todos os homens, que lhe foram confiados solenemente por Jesus agonizante na Cruz.
 
Esta Festa do Imaculado Coração de Maria sugere o louvor e acção de graças ao Senhor por nos haver dado uma Mãe tão poderosa e misericordiosa, à qual nos podemos dirigir confiadamente em qualquer necessidade. Inspira também que conduzamos uma vida segundo o Coração de Deus, e que peçamos à Virgem Santa a chama de uma ardente caridade.
 
adaptado de 'Pale Ideas'


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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Canadá: Paróquias de Missa em latim “a rebentar pelas costuras”

Um relatório de investigação de 2022 da Cardus (“The Shifting Landscape of Faith in Canada”) concluiu que, em geral, os indicadores religiosos entre as pessoas que se identificam como católicas diminuíram desde 2017.

Esses indicadores incluíam acreditar em Deus, ler a Sagrada Escritura regularmente, ter uma relação com Deus na vida, rezar e ir à Missa regularmente.

No entanto, o relatório encontrou uma excepção entre os católicos mais jovens. Estes têm duas vezes mais probabilidades do que os seus congéneres mais velhos de ir à Missa pelo menos uma vez por mês. Para além disso, 81% dos jovens católicos expressaram a sua crença na vida após a morte, sendo que 91% das mulheres com menos de 35 anos têm essa crença, em comparação com 60% das suas congéneres mais velhas.

O site BcCatholic.ca cita o Diácono Andrew Bennett, director do Programa de Comunidades de Fé do Cardus, que fala de “um renascimento no seio da Igreja” num “provavelmente um dos países mais secularistas do mundo”.

Segundo ele, quanto mais secularizado se torna o regime canadiano, mais o catolicismo se torna uma opção atraente para os jovens adultos (dos 18-34 anos). Os jovens procuram integridade, autenticidade e algo com um verdadeiro poder de permanência: “A fé católica tem uma verdade objectiva e universal, que não é uma filosofia que muda ao sabor do vento”.

A geração mais jovem “está a começar a desejar uma vida mais tradicionalmente católica”, disse o Diácono Bennett. “Se olharmos para qualquer igreja onde se ofereça a Missa tradicional em latim, não só estão a crescer, como estão a rebentar pelas costuras.”

Uma paróquia com muitos jovens adultos é a Paróquia da Sagrada Família em Vancouver.

Kent Grealy, vigário paroquial da Sagrada Família, observa que o crescimento de jovens e famílias levou ao aumento de, em média, um novo paroquiano todos os Domingos durante quase seis meses. 

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domingo, 18 de agosto de 2024

A santificação do Domingo e a obrigação da Santa Missa

O 3º Mandamento da Lei de Deus consiste em: Santificar os Domingos e festas de guarda. A Santificação do Domingo, o dia em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, faz-se dedicando esse dia de modo especial a Deus, agradecendo-Lhe o amor com que nos criou e nos salvou.

Dedicar este dia a Deus implica não trabalhar. Deus descansou depois de ter terminado a criação e abençoou e santificou esse dia (Gn 2, 3). 

Santificar este dia implica ir à Missa, o maior acto de culto que o homem pode oferecer a Deus. A Missa é a renovação incruenta do sacrifício da cruz, através do qual Jesus Cristo nos salvou, nos resgatou do pecado e da submissão ao diabo.

Ir à Missa aos Domingos e dias santos de guarda é um dos 5 preceitos da Igreja; os mínimos necessários para que nos possamos assumir como católicos.

E se não há Missa? Uma das prudentes máximas que a Igreja sempre usou é que ninguém é obrigado ao impossível. A maioria dos canonistas defende que um fiel está obrigado a ir à Missa se existe uma Missa católica a menos de 1 hora de carro do local onde se encontra. Caso exista a 3 horas ou 4 horas é uma coisa óptima e uma grande prova de amor que aquele fiel faça esse sacrifício para ir à Missa. Mas não está obrigado a isso, isto é, não peca se não o fizer.

No entanto, mesmo que não lhe seja possível ir à Missa, continua obrigado a santificar o Domingo: não trabalhando e rezando mais do que nos outros dias; especialmente durante o tempo que tinha guardado para ir à Missa. Ainda que nada possa substituir por inteiro o assistir à Santa Missa, quando o Céu que desce à Terra. É também um dia que deve ser dedicado à família, se possível também com tempos de oração em família.

A Deus é devido todo o nosso louvor e todo o arrependimento dos nossos pecados e das nossas misérias. Como disse o profeta David no Salmo 50: "Não desprezareis, Senhor, um coração humilhado e contrito."


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sábado, 17 de agosto de 2024

Morreu a Irmã Agnes Sasagawa, a quem Nossa Senhora apareceu em Akita (Japão)

A irmã Agnes Sasagawa morreu na Festa da Assunção de Nossa Senhora com a idade de 93 anos. As visões que teve de Nossa Senhora tiveram lugar em 1973.

A Irmã Agnes, japonesa, nascida em 1931, foi catequista numa igreja em Kyushu durante muitos anos, antes de ficar incuravelmente surda em 1973. A deficiência levou-a para o convento de Akita, para a Congregação das Servas do Sagrado Coração de Jesus na Sagrada Eucaristia. Em 1982, reclamou uma cura.

Recebeu três mensagens principais que avisam essencialmente que Deus está a preparar um terrível castigo para a Humanidade (“cairá fogo do céu e uma grande parte da Humanidade morrerá”).

E: “Satanás infiltrar-se-á na Igreja. Os bispos opor-se-ão a outros bispos, os cardeais insurgir-se-ão contra outros cardeais, os padres que veneram Maria serão perseguidos pelos seus irmãos. Os altares e as igrejas serão saqueados e as igrejas encher-se-ão de compromissos com o mundo. Muitos padres desistirão do seu sacerdócio perante as tentações de Satanás.”

Diz-se que a famosa estátua de madeira de Nossa Senhora de Akita chorou mais de 100 vezes em 1981, algo que foi visto por mais de 500 testemunhas, tanto católicas como pagãs. A estátua também exalou bons odores em várias ocasiões. A estátua da Virgem Maria a chorar foi transmitida pela televisão estatal japonesa.

Após uma investigação de 11 anos, o Bispo John Shorjiro Ito de Nilgata (1909-1993) aprovou os milagres e as mensagens em 1984.

Em 1990, o Arcebispo Peter Shirayagani (1928-2009) e a Conferência dos Bispos Católicos do Japão rejeitaram a mensagem da aparição. Afirmaram que os acontecimentos podiam ser considerados revelações privadas, mas não tinham o estatuto de aparições aprovadas, como Lourdes ou Fátima.

in gloria.tv


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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Foi Assumpta ao Céu a Virgem Santa Maria!

Foi em 1950, que o Papa Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Nossa Senhora em corpo e alma aos Céus. Para tal, na sua Bula Munificentissimus Deus, o Santo Padre deixou-nos alguns fundamentos para afirmar a Assunção da nossa Mãe do Céu:

14. Os fiéis, guiados e instruídos pelos pastores, souberam por meio da Sagrada Escritura que a virgem Maria, durante a sua peregrinação terrestre, levou uma vida cheia de cuidados, angústias e sofrimentos; e que, segundo a profecia do santo velho Simeão, uma espada de dor lhe traspassou o coração, junto da cruz do seu divino Filho e nosso Redentor. E do mesmo modo, não tiveram dificuldade em admitir que, à semelhança do seu unigénito Filho, também a excelsa Mãe de Deus morreu. Mas essa persuasão não os impediu de crer expressa e firmemente que o seu sagrado corpo não sofreu a corrupção do sepulcro, nem foi reduzido à podridão e cinzas aquele tabernáculo do Verbo divino. Pelo contrário, os fiéis iluminados pela graça e abrasados de amor para com aquela que é Mãe de Deus e nossa Mãe dulcíssima, compreenderam cada vez com maior clareza a maravilhosa harmonia existente entre os privilégios concedidos por Deus àquela que o mesmo Deus quis associar ao nosso Redentor. Esses privilégios elevaram-na a uma altura tão grande, que não foi atingida por nenhum ser criado, exceptuada somente a natureza humana de Cristo.

16. De modo ainda mais universal e esplendoroso se manifesta esta fé dos pastores e dos fiéis, com a festa litúrgica da assunção celebrada desde tempos antiquíssimos no Oriente e no Ocidente. Nunca os santos padres e doutores da Igreja deixaram de haurir luz nesta solenidade, pois, como todos sabem, a sagrada liturgia, "sendo também profissão das verdades católicas, e estando sujeita ao supremo magistério da Igreja, pode fornecer argumentos e testemunhos de não pequeno valor para determinar algum ponto da doutrina cristã".[1]

20. A Liturgia da Igreja não cria a fé católica, mas supõe-na; e é dessa fé que brotam os ritos sagrados, como da árvore os frutos. Por isso os santos Padres e doutores nas homilias e sermões que nesse dia fizeram ao povo, não foram buscar essa doutrina à liturgia, como a fonte primária; mas falaram dela aos fiéis como de coisa sabida e admitida por todos. Declararam-na melhor, explicaram o seu significado e o fato com razões mais profundas, destacando e amplificando aquilo a que muitas vezes os livros litúrgicos apenas aludiam em poucas palavras, a saber, que com esta festa não se comemora somente a incorrupção do corpo morto da santíssima Virgem, mas principalmente o triunfo por ela alcançado sobre a morte e a sua celeste glorificação à semelhança do seu Filho unigénito, Jesus Cristo.

21. S. João Damasceno, que entre todos se distingue como pregoeiro dessa tradição, ao comparar a assunção gloriosa da Mãe de Deus com as suas outras prerrogativas e privilégios, exclama com veemente eloquência: "Convinha que aquela que no parto manteve ilibada virgindade conservasse o corpo incorrupto mesmo depois da morte. Convinha que aquela que trouxe no seio o Criador encarnado, habitasse entre os divinos tabernáculos. Convinha que morasse no tálamo celestial aquela que o Eterno Pai desposara. Convinha que aquela que viu o seu Filho na cruz, com o coração traspassado por uma espada de dor de que tinha sido imune no parto, contemplasse assentada à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que era do Filho, e que fosse venerada por todas as criaturas como Mãe e Serva do mesmo Deus".[2]

29. Entre os escritores sagrados que naquele tempo com vários textos, comparações e analogias tiradas das divinas Letras, ilustraram e confirmaram a doutrina da assunção em que piamente acreditavam, ocupa lugar primordial o doutor evangélico S. António de Pádua. Na festa da assunção, ao comentar aquelas palavras de Isaías: "glorificarei o lugar dos meus pés" (Is 60,13), afirmou com segurança que o divino Redentor glorificou de modo mais perfeito a sua Mãe amantíssima, da qual tomara carne humana. "Daqui, vê-se claramente", diz, "que o corpo da santíssima Virgem foi assunto ao céu, pois era o lugar dos pés do Senhor". Pelo que, escreve o Salmista: "Erguei-vos, Senhor, para o vosso repouso, vós e a Arca da vossa santificação" (Sl 131, 8). E assim como, acrescenta ainda, Jesus Cristo ressuscitou triunfante da morte e subiu para a direita do Pai, assim também "ressuscitou a Arca da sua santificação, quando neste dia a virgem Mãe foi assunta ao tálamo celestial".[3]

34. [...] Seguindo o comum sentir dos cristãos, recebido dos tempos antigos S. Roberto Belarmino exclamava: "Quem há, pergunto, que possa pensar que a arca da santidade, o domicílio do Verbo, o templo do Espírito Santo tenha caído em ruínas? Horroriza-se o espírito só com pensar que aquela carne que gerou, deu a luz, alimentou e transportou a Deus, se tivesse convertido em cinza ou fosse alimento dos vermes".[4]

35. De igual forma S. Francisco de Sales afirma que não se pode duvidar que Jesus Cristo cumpriu do modo mais perfeito o divino mandamento que obriga os filhos a honrar os pais. E a seguir faz esta pergunta: "Que filho haveria, que, se pudesse, não ressuscitava a sua mãe e não a levava para o céu?"[5] E S. Afonso escreve por sua vez: "Jesus não quis que o corpo de Maria se corrompesse depois da morte, pois redundaria em seu desdouro que se transformasse em podridão aquela carne virginal de que ele mesmo tomara a própria carne".[6]

38. Todos esses argumentos e razões dos santos Padres e teólogos apoiam-se, em último fundamento, na Sagrada Escritura. Esta nos apresenta a Mãe de Deus extremamente unida ao seu Filho, e sempre participante da sua sorte. Pelo que parece quase que impossível contemplar aquela que concebeu, deu à luz, alimentou com o seu leite, a Cristo, e o teve nos braços e apertou contra o peito, estivesse agora, depois da vida terrestre, separada dele, se não quanto à alma, ao menos quanto ao corpo.

40. Deste modo, a augustíssima Mãe de Deus, associada a Jesus Cristo de modo insondável desde toda a eternidade "com um único decreto" [7] de predestinação, imaculada na sua concepção, sempre virgem, na sua maternidade divina, generosa companheira do divino Redentor que obteve triunfo completo sobre o pecado e suas consequências, alcançou por fim, como suprema coroa dos seus privilégios, que fosse preservada da corrupção do sepulcro, e que, à semelhança do seu divino Filho, vencida a morte, fosse levada em corpo e alma ao céu, onde refulge como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17).


44. "Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus omnipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial".

45. Pelo que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.

47. A ninguém, pois, seja lícito infringir esta nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de Deus omnipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no ano do jubileu maior, de 1950, no dia 1° de Novembro, festa de todos os santos, no ano XII do nosso pontificado.

Neste dia tão especial, recorramos à nossa Mãe, ela que é a Medianeira de todas as graças, com confiança, sabendo as palavras do Papa Leão XIII, no ponto 12 da sua Carta Encíclica Octobri Mense:

Por consequência, pode-se com toda a verdade e rigor afirmar que, por divina disposição, nada nos pode ser comunicado, do imenso tesouro da graça de Cristo - sabe-se que "a glória e a verdade vieram de Jesus Cristo" (Jo 1, 17), - senão por meio de Maria. De modo que, assim como ninguém pode achegar-se ao Pai Supremo senão por meio do Filho, assim também, ordinariamente, ninguém pode achegar-se a Cristo senão por meio de sua Mãe.

Honremos, então, a Santíssima Virgem, cantando-lhe o que ela mesma cantou:

Em Latim:

Magnificat anima mea Dominum
Et exultavit spiritus meus in Deo salutari meo.
Quia respexit humilitatem ancillæ suæ: ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.
Quia fecit mihi magna qui potens est, et sanctum nomen eius.
Et misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum.
Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui.
Deposuit potentes de sede et exaltavit humiles.
Esurientes implevit bonis et divites dimisit inanes,
Suscepit Israel puerum suum recordatus misericordiæ suæ,
Sicut locutus est ad patres nostros, Abraham et semini eius in sæcula.

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto
Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum.
Amen.

Em Português:

A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: de hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo
Como era no princípio, agora e sempre.

Amén.

Regina in caelum assumpta, ora pro nobis!

PF

Notas:

[1] Pio XII, Carta Enc. Mediator Dei
[2] S. João Damasceno, Encomium in Dormitionem Dei Genetricis semperque Virginis Mariae, hom. II, 14
[3] S. António de Padua, Sermones dominicales et in solemnitatibus. In Assumptione S. Mariae Virginis Sermo
[4] S. Roberto Belarmino, Conciones habitae Lovanii, concio 40: De Assumptione B. Mariae Virginis
[5] S. Francisco de Sales, Sermon autographe pour la fête de l'Assomption
[6] S. Afonso Maria de Ligório, As glórias de Maria, parte II, disc. 1
[7] Pio IX, Bula Ineffabilis Deus


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