Ontem já na cama, enquanto esperava que o sono viesse, pensava em mil coisas, e uma delas era que nunca tinha morrido nenhum amigo meu, daqueles com quem tivesse coisas para recordar e com quem falasse frequentemente.
Hoje de madrugada morreu o Luís. Além da notícia me ter apanhado de surpresa, antes de um exame, foi especialmente chocante por ter acontecido a alguém tão novo, cheio de vida. Imediatamente rezei e rezei.
O Luís era apaixonado por Jesus, e isso via-se na alegria com que vivia o dia-a-dia e especialmente o seu trabalho de professor. Lembro-me que uma vez foi convidado para um jantar de um grupo que se costuma reunir às vezes, e ele, mesmo sendo um outsider, lá foi. No princípio estava um bocado reservado porque naquele jantar conhecia poucos bem, alguns mal e outros nem sequer conhecia. Mas a meio já estavam todos à sua volta enquanto contava as histórias de chorar a rir sobre os seus queridos alunos.
Recordo especialmente as muitas batalhas juntos que lutámos pela vida, contra o aborto, a favor da Família, onde ele mostrava toda a sua generosidade. E também dos muitos coros onde cantámos (ele bem e eu mal), e da sua boa-disposição constante.
Tenho a sensação de ter convivido com um santo. O Luís era melhor do que eu em muitas coisas e, além da sua amizade, fica-me esse exemplo a seguir.
O evangelho da Missa a que fui hoje, que mandei rezar por ele, acabava com: “Vigiai, portanto; porque não sabemos o dia nem a hora.” Fica-me este alerta, não sei o dia nem a hora. Hoje foi o dia dele, qualquer dia será o meu; é melhor que esteja preparado para o que vem a seguir.
Quem puder reze pelo Luís.
João Silveira
João Silveira
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