DIOGO EMPIS DE ANDRADE E SOUSA
Para o Diogo a vida era infinita.
A vida era para viver, o melhor que conseguíssemos, o melhor que soubéssemos, e por isso nunca parou quieto.
Desde o externato do Parque, passando pelos Salesianos, depois pelo Maria Amália, ou pelo ISCTE. Nunca se dedicou demasiado aos estudos, porque estava demasiado ocupado a viver, a estar com amigos, a passear, a jogar rugby, a dançar, a festejar. Apesar disso, tudo lhe saía com a maior facilidade. Fazia umas directas no final de cada semestre, e lá resolvia todas as cadeiras. Era demasiado esperto e demasiado rápido para perder tempo a mais a estudar… preferia viver a vida.
Passou um ano em Florença, onde fez ainda mais amigos, e onde aprendeu a falar italiano, há quem diga, melhor que os próprios italianos. Aproveitava a vida com alegria e chegava a sair às ruas de Florença descalço e com um copo de vinho na mão. Passou anos nas Equipas de Jovens, onde ao longo de todas as peregrinações que fez, ajudava sempre os que ficavam para trás.
Passava Verões na Praia Grande, entre família e amigos. Era difícil alguém não ficar cativado pelo Diogo. A sua presença era demasiado intensa e demasiado alegre. Tinha mais histórias do que tempo para contá-las.
São inesquecíveis as suas peripécias e esquemas para conseguir chegar onde queria. O Diogo conseguia convencer qualquer pessoa do que quisesse. E fazia-o sempre com a maior naturalidade.
A forma do Diogo andar, destemida e de olhar confiante, mostrava como encarava a vida: com todo o entusiasmo e com toda a força.
O Diogo deu a volta ao mundo. Passou por mais de 60 países sempre com vontade de conhecer mais, de ver novas pessoas, de explorar novos mundos. Sempre com um desejo que nada nem ninguém conseguia completar. Não se conformava com nenhuma experiência e desejava sempre mais.
O Diogo tinha um coração grande. Não deixava ninguém indiferente. Nem deixava ninguém sem ajuda. A sua presença era uma força contagiante e generosa.
Só o Diogo para ir ser arquitecto a fazer um resort de luxo nas Caraíbas… Passou os últimos anos longe, mas perto do coração. Bastava 1 segundo com ele para acender-se de novo aquela alegria de tê-lo por perto, tão cheio de vida e de intensidade. Toda a gente sentia que era especial para o Diogo. Ele conseguia fazer que qualquer pessoa se sentisse única. Cada pessoa tem uma história com o Diogo que mais ninguém tem. O Diogo marcou cada pessoa – quem o conhece há muito ou pouco tempo – porque a sua generosidade fazia com que se entregasse inteiro a cada momento e a cada pessoa.
Parece que tanto fica por viver e fazer, e o muito que tivémos com o Diogo sabe-nos a pouco. Fazem já falta as coisas que íamos viver. Os jantares por combinar, as viagens por fazer, os passeios prometidos, as piadas por inventar, as conversas que adiámos. Tudo o que vemos nos parece faltar.
Ficamos cheios de tristeza e cheios de saudades, de ver o nosso querido Diogo partir assim tão cedo. Depois disto, nenhum de nós voltará a ser o mesmo. Não podemos voltar ao que éramos, porque o Diogo abriu o nosso olhar para novos sítios e abriu o nosso coração até onde não achávamos possível. O Diogo foi e sempre será um enorme dom de Deus para as nossas vidas.
Fica muito por dizer. As palavras não são nem nunca serão suficientes para uma pessoa tão brilhante como o Diogo. Demasiado brilhante para este mundo.
O Diogo descrevia a chegada ao Céu como ver Deus de braços abertos e com um sorriso na cara. E que esse abraço era irresistível. Confiamos assim que Deus o recebe, e que o fará tão feliz como ele sempre quis ser.
E que para quem desejava uma vida infinita, vai agora começar a melhor parte.
27 de Agosto 2014
Texto escrito pelo João Andrade e Sousa Valentim
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