Recentemente visitei os escritórios principais da ONU em Manhattan, Nova Iorque. Numa visita guiada aprendemos sobre a história da ONU e as suas várias missões no mundo e visitámos algumas das salas principais de conferências, com lugares específicos para cada país membro. É impressionante visitar uma instituição tão famosa e com um factor tão grande de decisão no mundo de hoje como esta.
Infelizmente, muitas das missões que a ONU tem não correspondem àquilo que as pessoas esperam dela. Muitas incluem a promoção da ideologia de género ou propaganda de planeamento familiar com imposição dos métodos contraceptivos em países subdesenvolvidos. Claro que isto não anula o bem que a ONU traz às relações diplomáticas entre os países, mas não deixa de ser assustador.
Nos largos corredores das salas de assembleia, onde poucos visitantes costumam ir, há obras de arte relacionadas com as missões da ONU. Há obras sobre a paz e a união dos povos, mas também sobre as várias religiões. Há até uma réplica de um grande templo budista com relíquias do próprio Buda lá dentro. Surpreendentemente, quase não há símbolos cristãos nestes corredores. O que encontrámos foi uma imagem de uma grande mulher Cristã, mas não estava lá pelas razões que esperávamos.
Uma das partes estava dedicada à explosão das bombas atómicas no final da II Guerra Mundial e pretendia mostrar o efeito destruidor das armas de destruição maciça. Era precisamente neste sítio que se encontrava uma imagem de pedra de Santa Inês, uma das mártires mais importantes na história do Cristianismo. Mas a estátua não estava lá por ser uma imagem de uma Santa, mas por ser um exemplar que sobreviveu à explosão de Nagasaki.
As imagens de Nagasaki depois da explosão mostram que a explosão foi total - nenhuma parede ficou de pé. No entanto, a imagem de Santa. Inês permaneceu intacta, ficando apenas com as costas danificadas.
A placa da estátua diz que "esta estátua de pedra de Santa Inês foi encontrada virada para baixo nas ruínas de Urakami Tenshudo, uma Catedral Católica que foi totalmente destruída quando a bomba atómica explodiu em Nagasaki, no Japão. A carbonização e manchas na parte de trás da estátua foram causadas pelo intenso calor e radiação. A catedral localizava-se a meio quilómetro do epicentro da explosão a 9 de Agosto de 1945."
Quando perguntei ao guia porque é que a estátua estava ali em exposição ele disse que era para mostrar os efeitos da explosão. Eu disse que era impressionante a estátua ter-se mantido incólume quando tudo se tinha destruído. Mas ele respondeu que não era assim tão impressionante, dado que a catedral tinha sido toda destruída. E continuámos a visita.
Nuno CB
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