quarta-feira, 11 de maio de 2022

Cardeal que foi preso hoje em Hong Kong: "Quem gosta da Missa Antiga deve ter acesso a ela"

Que lugar tem a liturgia na vida de Vossa Eminência?

Cardeal Zen: É o momento mais importante do meu dia. Eu sou religioso [salesiano] e, enquanto tal, dou grande valor à nossa oração comunitária. A nossa comunidade dispõe, além disso, de belas instalações para a liturgia.

Vossa Eminência foi um dos primeiros sacerdotes chineses a celebrar o Novus Ordo, como sinal de unidade com Roma. Desde então, o Papa Bento XVI permitiu que a missa tradicional se celebrasse novamente, o que Vossa Eminência fez com grande agrado, nomeadamente em Hong-Kong…

Cardeal Zen: Pessoalmente, vi com muito bons olhos a direcção indicada pelo Papa Bento XVI, agora emérito. Teve toda a razão em dizer que a missa tradicional jamais havia sido abolida. E se os fiéis a acham mais propícia para alimentar a sua devoção, devemos dar-lhes a possibilidade de a ela terem acesso. Coube-me introduzir entre os seminaristas chineses a missa do pós-concílio [de 1989 a 1996, o Cardeal Zen ensinou nos Seminários chineses, que até então estavam vedados aos sacerdotes romanos, NDR], e poder fazê-lo foi uma felicidade. Mas já nessa altura, lhes lembrava que não havia qualquer mal em celebrar a liturgia antiga. A nossa fé, a nossa vocação, os nossos santos, tudo nos vem dessa liturgia, dessa maneira de rezar.

Tem apreço pelo latim?

Cardeal Zen: Muito. Estimo muito os cânticos gregorianos e sei vários de cor. Recito-os durante as minhas orações privadas e acho-os admiráveis! Gostaria de ver mais vezes a forma ordinária celebrada em latim, como o desejava o concílio.

Na Europa, os opositores das missa tradicional dizem que ela só é querida por um pequeno número de pessoas: que comentário lhe merece essa observação?

Cardeal Zen: Não vejo onde esteja o problema. Também em Hong-Kong, há um pequeno grupo. Quem gosta da Missa Antiga deve poder ter acesso a ela. É um direito que lhes assiste. Não é preciso obrigar os fiéis a agruparem-se de modo artificial: é suficiente um pequeno grupo.

E a Missa Antiga não ameaça a unidade da Igreja?

Cardeal Zen: Não, de todo. Por que motivo o deveria fazer? Na Igreja, há muitas liturgias, nomeadamente as das igrejas do Oriente. A diversidade dos ritos não é um problema.

in Paix Liturgique


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4 comentários:

Teresa Martins disse...

Boa tarde Senhor João Silveira

Peço desculpa incomodá-lo com uma coisa que me tem incomodado nas imagens que tem postado de Missas Tradicionais e que parece estar a fazer moda.

Não há nada de bem que justifique que se agarre e/ou levante alguma coisa das roupas de quem celebra a Missa.

Suponho mesmo, que essas roupas foram pensadas para desvalorizar o que anda pelas costas. Parece-me que o traidor com o seu humor sarcástico anda a abusar da boa fé de meninos e graúdos e da tendência humana para fazer como os outros, confiando sem pensar no que vem do grupo ou de pessoas com autoridade. Mas o inimigo está nos detalhes e é intrometido.

Anónimo disse...

Já a mim não me incomoda nada uma tradição de mais de 1500 anos. Mas incomodam-me as baterias na Missa, a música festivaleira, as senhoras no altar a fazer de conta que são acólitos, as três ou quatro homilias durante a Missa; incomoda-me que a Missa se tenha tornado igual à dos protestantes, incomoda-me que tenham destruído os altares e e os tabernáculos e tenham colocado no seu lugar tronos para os homens de sentarem; incomoda-me que o padre tenha o de sercentro das atenções enquanto Nosso Senhor está a ser crucificado mais uma vez; incomoda-me que os padres preguem doutrinas a partir do altar que noutros tempos dariam justo direito a excomunhão; incomoda-me que os padres tenham vergonha de se vestirem de padres; incomoda-me que tenham tirado os concessionários das igrejas, e que mesmo quando os há não haja padres a confessar ,e mesmo quando confessam só dizem disparates; incomoda-me que os seminários estejam vazios e os rapazes que querem seguir Jesus tenham de ir para o estrangeiro estudar porque em Portugal só estudam comunismo e Karla Fagner; incomoda-me que os fiéis queiram assistir à Missa de são Pio V e os bispos não deixem, mesmo depois do Papa mandar fazê-lo; incomoda-me que os padres maio de 68 tenham mandado para o lixo livros preciosos só porque sim e se tenha perdido um património cultural incalculável; incomoda-me que as pessoas não se incomodem de encontrar na Missa ao Domingo a mesma realidade que encontram no mundo; incomoda-me que se matem crianças no ventre das mães e os padres não digam nada e os bispos fiquem calados; incomoda-me basicamente quase tudo dessa Missa onde ninguém levanta a "roupa" de quem celebra a Missa. E mais do que isso ainda me incomoda que haja católicos que entendam já tão pouco da sua fé que escrevem comentários destes sem ter consciência do que estão a falar.

Anónimo disse...

Deveria ser a missa de sempre 🙏

Maria José Martins disse...


Eu também cresci com a "modernidade", sem nunca ter refletido sobre o verdadeiro motivo que possa estar po trás de tanta mudança, acreditando e batendo palmas a tudo que era novidade.
Hoje, porém, ao refletir sobre as consequências, começo a entender o porquê de muitos não a terem aceitado de ânimo leve, dado os abusos que, presentemente, podemos verificar, por esse mundo afora e, então, podermos concluir, que se PERDEU muito do SAGRADO, da Reverência para com Deus...e cujo objetivo, talvez, tenha sido esse mesmo, dado que tudo começou numa época, em que o Humanismo atacava em força a Igreja! E não o tivesse denunciado Nossa Senhora em Fátima, quando profetizou o abandono da Oração pelos Seus Sacerdotes, o que provocaria o Secularismo e, consequentemente, a falta de Vocações Religiosas.
Por tudo isto, acho que é tempo de tentarmos mudar o rumo das coisas, porque ainda estamos, como diz Jesus a Santa Faustina, NO TEMPO DA MISERICÓRDIA, porque, a seguir, VEM O TEMPO DA JUSTIÇA!