segunda-feira, 8 de abril de 2019

Diocese do Porto aprova a comunhão dos "recasados"

O Bispo do Porto, D. Manuel Linda, foi o último de uma série de Bispos portugueses que aprovaram a comunhão de “recasados” nas suas dioceses. Esta permissão vai directamente contra a Lei da Igreja, contra dois mil anos de doutrina defendida por Papas e Santos e contra a Lei de Deus. Um Bispo não tem o poder para modificar a Lei Divina. É o Bispo que está ao serviço de Deus, não Deus que está ao serviço do Bispo.

Infelizmente D. Manuel Linda emite um documento no qual se faz superior aos mandamentos divinos, e emana uma série de procedimentos para que o sacrilégio possa ser “legalizado” na sua diocese. O primeiro ofendido é obviamente Nosso Senhor. Mas as primeiras vítimas são as pessoas que irão receber os sacramentos - com o aval do Bispo - sem que se encontrem em condições para os receber. 

Ninguém vai para o Céu por decreto; nem ninguém vai para o Inferno por decreto. Se a pessoa está em estado de graça quando morre irá para o Céu, ou para o Purgatório. Se não estiver em estado de graça vai para o Inferno, e ninguém pode fazer nada em relação a isso.

Quando alguém se une em matrimónio promete, com toda a sua liberdade, estar casado com aquela pessoa até que a morte os separe. E é isso mesmo que acontece, Deus cria um vínculo entre aquelas duas pessoas até que a morte os separe, mesmo mudem de ideias 1 ano, 2 anos, 5 anos, 10 anos ou 20 anos depois do casamento. Não é essa mudança de vontade que destrói o vínculo porque nada nem ninguém o pode destruir. Nem sequer o Papa. 

Quando alguma dessas pessoas vive como marido e mulher com outra pessoa está a ser infiel à pessoa com quem se casou, está a cometer adultério. Isto acontece mesmo com o consentimento dessa pessoa, porque o adultério não depende da permissão mas sim do acto de ter uma relação extra-conjugal.

Documentos como este do Bispo do Porto desprezam toda a doutrina católica sobre o matrimónio. O casamento verdadeiro não é o que foi ratificado por Deus mas sim o casamento que a pessoa acha que é verdadeiro, o que lhe é mais conveniente hoje. Amanhã pode ser outro. O casamento deixa de ser “até que a morte os separe” e passa a ser “até quando der” ou “enquanto se conseguirem aturar”.

O texto conta com dezenas de citações da Amoris Laetitia, a Exortação Apostólica do Papa Francisco, que foi um dos documentos mais polémicos da História da Igreja. Mas conta apenas com uma citação da Familiaris Consortio e outra da Sacramentum Caritatis, ambas Exortações Apostólicas dos Papas João Paulo II e Bento XVI, respectivamente. Certamente porque estes dois documentos negam com toda a clareza que a comunhão possa ser distribuída a quem vive como marido e mulher com alguém que não é seu marido ou sua mulher. 

Como seria de esperar, a palavra “misericórdia” percorre todo o texto. Sublinha-se a ideia de não fechar portas a ninguém, que todos têm direito a ter tudo e mais alguma coisa. No entanto, criando uma comissão para estudar cada um dos casais, forçosamente chegar-se-á à conclusão que apenas alguns cumprem os requisitos criados por D. Manuel Linda para poderem ter acesso aos sacramentos. Isto quer dizer que muitos casais serão “excluídos”, “discriminados”, “não acolhidos” porque lhes vão ser “negados” os sacramentos. Onde fica a “misericórdia” em todos esses casos? Primeiro cria-se a ideia de que todos têm direito a receber os sacramentos, façam o que fizerem, porque caso contrário seriam discriminados. Depois, cria-se um processo para perceber quem pode ou não receber os sacramentos. Não deixa de ser irónico.

É preciso dizer que não está em causa a dignidade de nenhuma dessas pessoas nem qualquer julgamento em relação a elas. Mas é o seu estado de vida, público e notório, que contradiz directamente a Lei de Deus, e, portanto, não permite que possam comungar. Aliás, comungar não ajudaria em nada à salvação da sua alma, muito pelo contrário.

Deus quis o casamento como uma união perpétua. Não fomos nós que quisemos, foi Ele, na Sua infinita Sabedoria e Bondade. Quem somos nós para nos julgarmos mais do que Deus?

João Silveira


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8 comentários:

Jorge disse...

Agradeçam ao Chiquinho!

Anónimo disse...

Juro que ando baralhada!!!!0

vasco disse...

Quem é este Sr. João Silveira????
Acha mesmo que Nosso Senhor se vai sentir ofendido por se aproximarem dEle quem de coração O procura? Logo Ele que salvou a adúltera, deixou que a pecadora lhe lavasse os pés, q dialogou com a Samaritana e jantou vom Zaqueu.
Ter cuidado é com aqueles que se acham sem mancha nem pecado. Desconfiar é de quem produz um texto como este senhor acabou de escrever. E não. Não sou divorciado .

João Silveira disse...

Caro Vasco, não é o Sr. João Silveira que diz estas coisas, mas sim 2000 anos de Papas e Santos. E a Sagrada Escritura não foi escrita nem descoberta agora, essa gente toda conhecia-a muito bem. Muito melhor do que qualquer um de nós.

Vitor Carvalho disse...

Daqui pode concluir-se que para estes senhores Deus ama mais as leis da igreja que os homens e os tempos em que estes vivem...

Jorge disse...

Para quem acha que os tempos em que vivem valem alguma coisa:

"Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão."
Marcos 13:31
Mateus 24:35
Lucas 21:33

Adelino Marques disse...

Saúdo efusivamente o Senhor João Silveira, insigne teólogo e canonista!
adelinomarques2@gmail.com

Isabel Sousa disse...

De Bispo para Bispo-
Cada um tire as conclusões que quiser.
https://www.youtube.com/watch?v=Z2IyKvA-K-g&feature=share