quarta-feira, 8 de junho de 2022

Morreu Paula Rego, artista que contribuiu para a legalização do aborto em Portugal

Quando, em 1998, o 'Não ao Aborto' venceu o referendo, a artista Paula Rego ficou furiosa (palavras da própria) com o "atraso civilizacional" manifestado pelos portugueses. Paula Rego vivia desde os anos 60 em Inglaterra, que legalizou o aborto em 1967. Para ela o aborto envolvia apenas a mulher - enquanto o bebé seria como um tumor maligno que poderia ser extirpado à vontade - e a segurança do procedimento "médico".

Ainda em 1998, Paula Rego começou a pintar uma série de quadros conhecidos como 'Pastéis do Aborto' ou 'Abortion Series', nos quais retratar mulheres em situação de aborto clandestino, mas tendo o cuidado de nunca mostrar sangue, porque, segundo a própria, não queria chocar quem via os quadros. Ainda segundo a artista, a pose daquelas mulheres não é de vergonha porque não há que ter vergonha em abortar; é sim uma pose de mulheres confiantes e seguras de si.

Terminou de pintar essa série de oito quadros em seis meses e depressa foram exaltados pela comunicação social, que não parou de exigir outro referendo ao aborto até que este fosse legalizado. Os quadros percorreram Portugal de Norte a Sul para tentar "sensibilizar" as pessoas para a necessidade de tornar o aborto legal. E, de facto, aquelas obras e toda a mediatização que as rodeou foi considerada essencial na derrota do 'Não ao Aborto', no referendo feito em 2007, e consequente liberalização da matança de bebés.

Esses oito quadros, considerados históricos, foram a leilão, em Londres, no dia 24 de Março de 2002, com base de licitação em 24 mil euros. Receberam zero licitações! Foi um enorme fracasso. Ninguém quis comprar os quadros que, tendo ocultado o sangue no seu exterior, o tinham entranhado no seu interior, assim como as mãos de quem os pintou, pelo contributo na legalização do homicídio de bebés inocentes.

Recentemente, Paula Rego veio manifestar a sua preocupação com o "retrocesso" das leis sobre o aborto e disse considerar grotesco o movimento anti-aborto.


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1 comentário:

Maria José Martins disse...


Que Deus tenha misericórdia, e dê Paz à sua alma!
Realmente, é pena que Portugal nem sempre seja reconhecido por aquilo que O engrandece...
Não conhecia o episódio da série de quadros sobre o aborto, mas fico feliz pelo FRACASSO da sua Exposição, que me fez recordar, quando a Joana de Vasconcelos também foi censurada em França, sendo obrigada a retirar o seu "lustre", feito com preservativos, de uma Exposição no Palácio de Versalhes...Tanto querem dar nas vistas, que perdem o Bom Senso e a Postura, tornando-se ridículas, banalizando lugares onde a NOBREZA ainda impera! E fico feliz que isso tenha acontecido em Londres e em França, respetivamente, porque se fosse em Portugal, os pseudo-intelectuais...mostrariam logo as garras!