quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre o documentário “Pecado na Igreja” da RTP

Depois de contratar o maior mentiroso do País como comentador, a RTP provou hoje mais uma vez que está a seguir o caminho do jornalismo sensacionalista e rasca. O documentário feito pela jornalista Mafalda Gameiro não podia ser mais tendencioso e enganador. Os entrevistados foram escolhidos a dedo, e as respostas dos que não alinhavam totalmente com o que a jornalista defendia foram cortadas no ‘momento certo’.

Apresentar as 4000 denúncias de pedofilia que aconteceram nos últimos 10 anos na diocese de Boston (sic) sem dizer que os casos se passaram há décadas atrás e não são recentes é no mínimo pouco honesto. O mesmo, e ainda mais grave, quando se tenta associar a pedofilia ao celibato dos Padres.

Um dos “especialistas” entrevistados foi um brasileiro gay, que, por ser católico, se recusou a envolver com um padre, mas que ganha a vida como prostituto, e, segundo diz, tem clientes padres (tudo faz sentido). Outra “especialista”, com largo tempo de antena, foi uma trabalhadora do sexo (sic) que diz que a Igreja defende uma “falsa pureza”, para de seguida afirmar que no sexo não existe falta de pureza (não estivesse a própria interessada no negócio). Ambos falaram de padres como se fossem os seus clientes quase exclusivos, mas dada a incoerência dos seus discursos, e o propósito da entrevista a que foram sujeitos, a sua credibilidade fica um pouco abalada.

A ideia que se quis fazer passar é que TODOS os padres são infiéis ao celibato a que se sujeitaram livremente, o que lança uma sombra de suspeita sobre muitas pessoas que deram a vida por nós. Isto para não falar dos que são nossos amigos.

Aos (poucos) padres que se envolvem frequentemente com mulheres, com homens, com prostitutas, com prostitutos, com adolescentes ou com crianças, digo isto: o inferno é para sempre. E para sempre é muito tempo!


João Silveira


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4 comentários:

Anónimo disse...


E é tudo com o dinheiro dos nosso impostos!

Albertino

Anónimo disse...

"Quem nunca pecou que atire a primeira pedra" dito por alguém infinitamente grande na sua sabedoria.

Sim, a reportagem é um fracasso porque obriga-se a chegar a certas conclusões e a artificialidade com que lá chega descredibiliza a mensagem final.

Mas o facto é que o que se passou em Boston (como por todo o mundo) ter sido agora ou há 30 anos, ou há 100, é irrelevante. O que se passou é pecado e foi cometido por membros do clero. Tal como há padres que lidam bem com o celibato, outros há, e alguns conheço, que vivem diariamente a pedir perdão por momentos de fraqueza da carne.

A igreja peca, e muito!, porque é feita de homens e mulheres. Já João Paulo II pediu desculpa pelo papel na Igreja em atrocidades do passado e em 2001 chegou mesmo a pedir desculpa pelos crimes de abuso sexual na igreja. Um qualquer fervoroso estudioso de todas as coisas católicas que tenha inteligência e clareza de mente, deve saber que o celibato surge muito depois da morte de Jesus e dos apóstolos, começando a delinear-se em 306 no Concilio de Elvira em Espanha quando se estipulou que os padres casados que se deitassem com suas mulheres na véspera de missa seriam "despedidos". O celibato foi imposto por homens de uma época, num determinado contexto histórico e no seio de uma igreja que lutava por afirmar e manter o seu poder sobre o mundo civilizado. Não é necessariamente a vontade de Deus que quem siga a via religiosa tenha de ser celibatário, tal como é verdade que não tendo o "peso" de mulher e filhos, um padre pode melhor dedicar-se à vida de serviço.

O celibato é uma escolha sim mas feita há mais de 1500 anos e que ao longo da história certamente teve as suas consequências porque o celibato não é voluntário ou natural mas sim uma obrigação imposta por doutrina. E ser privado de algo que está no código genético da especie (não me refiro a depravação sexual)isso claramente tem consequências no comportamento do ser humano e conduz a frustações que se reflectem de multiplas maneiras, algumas bastantes graves. De certa forma, e merece atenta investigação, a Igreja ao impôr o celibato está também por um lado a tornar possível que os seus membros descarreguem frustação com desvios de comportamento e para mim, é motivo suficiente para lançar o debate sobre a posição da Igreja quanto à matéria

Portanto não tentemos ser mais papistas que o Papa. Claro que a reportagem podia ter sido diferente e quanto a mim é um tema que dispensa artificios porque a Igreja é até muito aberta em relação ao seus pecados.

Mas não tenho qualquer dúvida: o debate se fosse sério teria sido um programa do maior interesse e esclarecimento.

Um abraço,

Jorge Mendonça

Anónimo disse...

"As coisas do Espírito so podem ser entendidas e interpretadas correctamente por aquele a quem o Espírito habita". Deixem o diabo falar á vontade....... abrç em Cristo

Maria disse...

Tira-me do sério. Não podemos admitir isto. Não podemos aceitar isto. Não podemos permitir isto. É indecente e vem sempre do mesmo sítio: o pai da mentira. são os mesmos que agora andam a falar de prostituição como se fosse "trabalho". Não podemos deixar. Não podemos consentir. A prostituição não é um trabalho. Dizer isso é negar a dignidade do ser humano e pôr esta gente desgraçada (prostitutos) num nível abaixo dos animais. Nunca se deve falar de prostituição com o substantivo trabalho. Isso é indecente e é o primeiro patamar para a sua legalização. Aqui está o que penso deste tema: http://fashionstatement-mulherescomestilo.blogspot.pt/2013/01/prostituicao.html