quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Quem são os 37 Doutores da Igreja?

O que é um Doutor da Igreja?

Doutor da Igreja é um cristão que se distinguiu por notório saber teológico numa época da História. Os Doutores da Igreja são homens e mulheres ilustres que, pela sua santidade, pela ortodoxia da sua fé, e pelo eminente sa­ber teológico, atestado por escritos vários, foram honrados com tal título por desígnio da Igreja.

Qual é a diferença entre Doutor e Padre da Igreja?

Padres da Igreja são aqueles cristãos (Bispos, presbíteros, diáconos ou leigos) que contribuíram eficazmente para a recta formulação das ver­dades da fé (SS. Trindade, Encarnação do Verbo, Igreja, Sacramentos. ..) nos tempos dos grandes debates e heresias. O seu acaba em 604 (com a morte de S. Gregório Magno) no Ocidente e em 749 (com a morte de S. João Damasceno) no Oriente. 

Para que alguém seja considerado Padre da Igreja, requer-se antiguidade (até os séculos VII/VIII), ao passo que isto não ocorre com um Doutor. Para os Padres da Igreja, basta o reconhecimento concreto, não explicitado, da Igreja, ao passo que para os Doutores se requer uma proclamação explícita feita por um Papa ou por um Concílio. Para os Padres, não se requer um saber extraordinário, ao passo que para um Doutor se exige um saber de grande vulto. 

Por conseguinte, o que caracteriza um Padre da Igreja é princi­palmente a sua antiguidade; ao contrário, o Doutor se identifica, principalmente, pelo seu saber notório. No entanto, isto também não impede que haja Padres da Igreja que também sejam Doutores, como é o caso de S. Ambrósio, S. Agostinho, S. Jerónimo, S. Gregório Magno, entre outros.

A Igreja conta com 36 santos declarados doutores, sendo o último nomeado o monge Gregório de Narek, em Setembro de 2015. Vale a pena conhece-los e estudar mais sobre a vida e obra deles:

(Nome, função, ano de falecimento, país de origem e principais obras):

1) Hilário de Poitiers, Bispo, 367, França (A Trindade; Comentário aos Salmos; Comentário a S. Mateus);

2) Atanásio, Bispo, 373, Egipto (A Encarnação do Verbo; Apologia Contra os Arianos);

3) Efrém, Diácono, 378, Síria (Comentários a Bíblia, Poemas de Nísibe);

4) Basílio, Bispo, 379, Turquia (Tratado do Espírito Santo);

5) Cirilo, Bispo, 386, Palestina (Catequeses; Jerusalém);

6) Gregório Nazianzeno, Bispo, 390, Turquia (Homilias; Cartas, Versos);

7) Ambrósio, Bispo, 397, Itália (Comentário do Evangelho de Lucas; Tratado da Virgindade);

8) João Crisóstomo, Bispo, 407, Turquia (O Sacerdócio; Homilias, Cartas);

9) Jerónimo, Monge, 419, Jugoslávia (Vulgata);

10) Agostinho, Bispo, 430, Argélia (Confissões; Cidade de Deus; A Trindade; Cartas);

11) Cirilo de Alexandria, Bispo, 444, Egipto (Comentário de S. João; Contra Nestório);

12) Pedro Crisólogo, Bispo, 450, Itália (Homilias);

13) Leão Magno, Papa, 461, Itália (Homilias; Cartas);

14) Gregório Magno, Papa, 604, Itália (Moral; Diálogos);

15) Isidoro de Sevilha, Bispo, 636, Espanha (Etimologias);

16) Beda, o Venerável, Monge, 735, Inglaterra (História Eclesiástica dos Anglos);

17) João Damasceno, Monge, 749, Síria (Contra os Iconoclastas);

18) Pedro Damião, Cardeal, 1072, Itália (O Livro de Sodoma; Vida de S. Romualdo; Sermões);

19) Anselmo, Bispo, 1109, Inglaterra (Monologion; Proslogion; A Verdade; Cartas);

20) Bernardo, Abade, 1153, França (A Graça; Para Eugénio III; Sermões sobre o Cântico dos Cânticos);

21) António de Lisboa, Frade, 1231, Portugal (Sermões);

22) Tomás de Aquino, Frade, 1274, Itália (Suma Teológica; Contra Gentiles; Com. de Pedro Lombardo);

23) Boaventura, Cardeal, 1274 Itália (Apologia dos Pobres; Itinerário do Espírito a Deus);

24) Alberto Magno, Bispo, 1280, Alemanha. (38 vol.s sobre Ciência, Teologia, Filosofia, Bíblia);

25) Catarina de Sena, Religiosa, 1380, Itália (Diálogo, Cartas);

26) Teresa de Ávila, Monja, 1582, Espanha (Autobiografia; Caminho da Perfeição; Castelo Interior ou As Moradas);

27) João da Cruz, Frade, 1591, Espanha (Cântico Espiritual; Subida do Carmelo; Noite Obscura);

28) Pedro Canísio, Padre, 1597, Alemanha (Catecismo);

29) Lourenço de Brindisi, Frade, 1619, Itália (Comentário do Gênesis; Sermões);

30) Roberto Belarmino, Cardeal, 1621, Itália (Controvérsias);

31) Francisco De Sales, Bispo, 1622, França (Introdução à vida devota; Tratado do Amor de Deus);

32) Afonso Maria de Ligório, Bispo, 1787, Itália (Prática de amar a Jesus Cristo; A oração);

33) Teresa de Lisieux, Monja, 1897, França (Autobiografia);

34) João de Ávila, Presbítero, 1569, Espanha (Audi, filia; Epistolário Espiritual para todos os Estados; O Conhecimento de Si Mesmo; Tratado sobre o Sacerdócio);

35) Santa Hildegarda de Bingen, 1179, Alemanha (Trilogia Liber scivias Domini, Liber Vitae Meritorum, Liber Divinorum Operum);

36) Gregório de Narek, Monge, 1005, Arménia (O Livro das Lamentações ou Narek);

37) Irineu de Lião, 202, Adversus Haereses.

in Cleofas


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1 comentário:

Anónimo disse...

Só é pena que presentemente sejam tão ignorados, dando- se especial relevo a tantos que de Santos têm muito pouco.
E pelo que me é dado entender, quantos apareceram em períodos difíceis na Igreja, e por Vontade de Deus, para iluminar possíveis confusões ou reavivar princípios de vida, fundamentais à prática do Evangelho como Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Santa Catarina de Sena...e muitos mais.
Tal e qual como precisamos atualmente, apesar de acreditar que hoje seja muito mais complicado, porque o Mal está infiltrado no coração de certa hierarquia, que a tudo vai resistindo, até que Deus venha em nosso socorro, mas agora, de forma direta e avassaladora.