Há 106 anos, Nossa Senhora
apareceu na Cova da Iria, como tinha prometido aos Pastorinhos. No entanto,
o Governo Republicano tinha sufocado a Igreja com um conjunto de leis injustas
e não permitia qualquer manifestação pública da Fé católica que não tivesse
sido aprovada. O Administrador de Ourém mandou aprisionar os Pastorinhos nesse
dia 13 de Agosto e fez-lhes todo o tipo de ameaças cruéis. Eis como a Irmã
Lúcia descreveu a situação, nas suas Memórias:
Quando, passado algum
tempo, estivemos presos, a Jacinta, o que mais Ihe custava era o abandono dos
pais; e dizia, com as lágrimas a correrem-lhe pelas faces:
– Nem os teus pais nem os
meus nos vieram ver. Não se importaram mais de nós!
– Não chores – Ihe disse o Francisco.
– Oferecemos a Jesus, pelos pecadores.
E levantando os olhos e mãozinhas ao Céu, fez ele o
oferecimento:
– Ó meu Jesus, é por Vosso amor e pela conversão dos
pecadores.
A Jacinta acrescentou:
– É também pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos
contra o Imaculado Coração de Maria.
Quando, depois de nos terem separado, voltaram a juntar-nos em
uma sala da cadeia, dizendo que dentro em pouco nos vinham buscar para nos
fritar, a Jacinta afastou-se para junto duma janela que dava para a feira do
gado. Julguei, a princípio, que se estaria a distrair com as vistas; mas não
tardei a reconhecer que chorava. Fui buscá-la para junto de mim e perguntei-Ihe
por que chorava:
– Porque – respondeu – vamos morrer sem tornar a ver nem os
nossos pais, nem as nossas mães! E com as lágrimas as correr-lhe pelas faces: –
Eu queria sequer, ver a minha mãe!
– Então tu não queres oferecer este sacrifício pela conversão
dos pecadores?
– Quero, quero. E com as lágrimas a banhar-lhe as faces, as mãos
e os olhos levantados ao Céu, faz o oferecimento:
– Ó meu Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Os presos que presenciaram esta cena quiseram consolar-nos:
– Ó meu Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores, pelo Santo Padre e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria. Os presos que presenciaram esta cena quiseram consolar-nos:
– Mas vocês – diziam eles – digam ao Senhor Administrador lá
esse segredo. Que Ihes importa que essa Senhora não queira?
– Isso não! – respondeu a Jacinta com vivacidade. – Antes quero
morrer.
Determinámos, então, rezar o nosso Terço. A Jacinta tira uma
medalha que tinha ao pescoço, pede a um preso que Ihe pendure em um prego que
havia na parede e, de joelhos diante dessa medalha, começamos a rezar. Os
presos rezaram connosco, se é que sabiam rezar; pelo menos estiveram de
joelhos.
Terminado o Terço, a Jacinta voltou para junto da janela a
chorar.
– Jacinta, então tu não queres oferecer este sacrifício a Nosso
Senhor? – Ihe perguntei.
– Quero; mas lembro-me de minha mãe e choro sem querer.
Então, como a Santíssima Virgem nos tinha dito que oferecêssemos
também as nossas orações e sacrifícios para reparar os pecados cometidos contra
o Imaculado Coração de Maria, quisemos combinar a oferecer cada um pela sua
intenção. Oferecia um pelos pecadores, outro pelo Santo Padre e outro em
reparação pelos pecados contra o Imaculado Coração de Maria. Feita a
combinação, disse à Jacinta que escolhesse qual a intenção por que queria
oferecer.
– Eu ofereço por todas, porque gosto muito de todas.
4 comentários:
Como pode alguém ficar indiferente, perante este relato?
Como pode alguém duvidar, ainda, da veracidade dos testemunhos, destas simples crianças?
E, sobretudo, da sua seriedade e determinação, não demonstrando qualquer tipo de medo, aquando das tentativas de dissuasão!
Realmente, só de pensar que, por causa das cabeças de "certos iluminados", o mundo e a Igreja estão como estão...pois muito de mau se poderia ter evitado...quase nem me apetece rezar para que Deus lhes perdoe!
"OBRIGADO PAI, POR REVELARES ESTAS COISAS AOS PEQUENINOS E AS NEGARES AOS "SÁBIOS"!
"... e, fez-lhes todo o tipo de ameaças cruéis" - Peço desculpa mas, esta é uma "fórmula incorrecta" de demonstrar como "supostamente" se desemvolveram os acontecimentos, segundo a (DCF em PDF on line), em circunstância alguma as crianças foram "mal tratadas" pelo Administrador de Ourém, que pressionado pelo poder central, queria "entender" o fenómeno que se desenvolvia na sua área administrativa. As crianças foram pressionadas para revelar o segredo " parece-me que, obviamente sim!". Mas utilizar a frase supra-citada é senão uma inverdade, pelo menos atitude intelectualmente, pouco honesta.
Pressioná-las com ameaças de morte--dizer-lhes que seriam fritas em azeite a ferver--não é ser cruel? Ao mesmo tempo que as iam convencendo, de que o anterior já estava frito!
Lembremo-nos de que estamos a tratar de crianças inocentes! O simples facto de as afastar dos pais, com a ameaça de que nunca mais os veriam é uma enorme uma tortura!
Isto é TERROR!
Deus era a sua força e o Espirito santo estava com elas
, crianças de Deus.
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