quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

A doença do Papa Francisco e a devoção ao Papado

A 22 de Fevereiro, após alguns dias de internamento no Hospital Gemelli, o Papa Francisco sofreu um agravamento do seu estado de saúde. Era o dia da festa da Cátedra de São Pedro, uma tradição muito antiga, atestada em Roma desde o século IV, na qual se dá graças a Deus pela missão confiada por Cristo ao apóstolo Pedro e aos seus sucessores de apascentar, guiar e governar o seu rebanho universal.
Na abside da Basílica de São Pedro, Gian Lorenzo Bernini realizou um monumento à Cátedra do Apóstolo sob a forma de um grande trono de bronze, sustentado pelas estátuas de quatro Doutores da Igreja, dois do Ocidente, Santo Agostinho e Santo Ambrósio, e dois do Oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio.
Um outro grande Doutor da Igreja, São Jerónimo, escreve: «Decidi consultar a cátedra de Pedro, onde se encontra aquela fé que a boca de um Apóstolo exaltou; venho agora pedir um alimento para a minha alma ali, onde outrora recebi a veste de Cristo. Não sigo outro primado senão o de Cristo; por isso, ponho-me em comunhão com a vossa beatitude, isto é, com a cátedra de Pedro. Sei que sobre esta pedra está edificada a Igreja» (As Cartas I, 15, 1-2).
Nesta passagem, que remonta ao final do século IV, São Jerónimo não só proclama a doutrina do Primado de Pedro, que será definida como regra de fé pelo Concílio de Florença, pelo Concílio de Trento e sobretudo pelo Concílio Vaticano I, com a constituição Pastor aeternus, mas afirma também a necessidade da devoção ao Papa, como elemento fundamental da espiritualidade católica. A devoção ao Papa, como a devoção a Nossa Senhora, é um pilar da espiritualidade católica. Esta devoção não se dirige a um princípio abstracto, mas a um homem que encarna um princípio e que, na sua precariedade humana, é também o Vigário de Cristo.
O Papa como homem é fraco e falível. A sua fragilidade é física, psicológica, moral. Como pessoa privada, o Papa pode ser imoral, ambicioso, até mesmo herético ou sacrílego. Como pessoa pública, o Papa, embora não seja infalível no governo da Igreja, pode ser infalível no seu ensinamento. Para o ser, deve respeitar determinadas condições, que foram clarificadas pela constituição Pastor aeternus de 18 de Julho de 1870. O Papa deve falar como pessoa pública, ex cathedra, com a intenção de definir uma verdade de fé e de moral e de a impor como obrigatória de acreditar a todos os fiéis. Infelizmente, isto aconteceu muito raramente no último século.
A doença do Papa, a morte do Papa, de cada Papa, recorda-nos a existência deste contraste entre a pessoa privada do Papa, que pode ser fraca e vacilante, e a pública, que exprime a infalibilidade da Igreja.
Há uma diferença entre a morte de um Papa e a morte de um soberano temporal. O Rei deriva a sua legitimidade do sangue, ou seja, do laço biológico que o liga aos seus antepassados. Quando morre, ele sobrevive no seu herdeiro, a quem o liga o mesmo sangue. O Papa, pelo contrário, é completamente alheio a esta fisicalidade biológica. O Papa não sobrevive noutros homens, porque o Papa não tem herdeiros biológicos. Morreu o Rei, viva o Rei, diz-se no momento em que o monarca exala o último suspiro. Isto não acontece com o Papa, porque a eleição do seu sucessor não ocorre um instante após a sua morte, mas só depois de um conclave, que pode até ser longo e controverso. Poder-se-á dizer, quando muito, morreu o Papa, viva a Igreja, porque antes do Papa há a Igreja, que o precede e que lhe sobrevive, sempre viva e sempre vitoriosa.
As monarquias e os impérios terrenos, como os organismos humanos, nascem e morrem. As civilizações são mortais. A Igreja, nascida do sangue do Calvário, é, pelo contrário, imortal e indefectível: durará até ao fim do mundo.

O contraste entre a caducidade física da pessoa e a imortalidade da instituição era expresso outrora por um rito que foi celebrado até 1963. O Papa, após a sua eleição, aparecia na basílica de São Pedro, em toda a sua majestade, na sede gestatória, rodeado pelos guardas suíços e pelos guardas nobres, enquanto dois camareiros secretos, de capa vermelha com arminho branco, seguravam os flabelos. A certo ponto do percurso, um cerimonialista, ajoelhando-se três vezes diante do Pontífice, acendia tufos de estopa enfiados numa haste de prata e, enquanto a chama ardia, cantava lentamente: «Pater Sancte, sic transit gloria mundi!» "Padre Santo, assim passa a glória do mundo".
Ao homem que naquele dia recebia a coroa destinada à mais alta autoridade sobre a terra, as palavras Sic transit gloria mundi advertiam: não te vanglories pela glória que hoje te envolve, lembra-te de que és um homem frágil, destinado a adoecer e a morrer.
Esta cerimónia ocorreu pela última vez no adro de São Pedro a 30 de Junho de 1963, por ocasião da coroação de Paulo VI. Quando o Papa, após a Missa Pontifical, depôs a mitra e assumiu a tiara, ressoou, pela última vez depois de muitos séculos, a fórmula solene: «Recebe a tiara adornada com três coroas, e sabe que és o pai dos príncipes e dos reis, o governador do mundo, o Vigário na terra do Nosso Salvador Jesus Cristo, a quem seja honra e glória pelos séculos dos séculos».
Entre as primeiras decisões do novo Pontífice esteve precisamente a de abolir a cerimónia da coroação Pontifical, que era anterior ao século IX, como resulta do Ordo Romanus IX da época de Leão III.
A partir do gesto de Paulo VI, iniciava-se aquela confusão entre o homem e a instituição, que estava destinada a dissolver a autêntica devoção ao Papado: uma devoção que não é o culto do homem que ocupa a Cátedra de Pedro, mas é o amor e a veneração pela missão pública que Jesus Cristo confiou a Pedro e aos seus sucessores. Esta missão pode ser desempenhada por um homem fraco, inadequado à sua tarefa, que permanece, no entanto, o legítimo sucessor de Pedro e que deve ser amado e seguido também na sua fragilidade, no seu sofrimento e na sua morte.

Por isso, o professor Plínio Corrêa de Oliveira escreveu, há muitos anos, com palavras extraordinariamente actuais: «Na gloriosa cadeia constituída pela Santíssima Trindade, por Nossa Senhora e pelo Papado, este último constitui o elo menos forte: porque mais terreno, mais humano e, em certo sentido, envolto por aspectos que o podem desacreditar. Costuma dizer-se que o valor de uma cadeia se mede exactamente pelo seu elo mais frágil.

Assim, o modo mais excelente de amar esta extraordinária cadeia é beijar o seu elo menos forte: o Papado. É consagrar à Cátedra de Pedro, para a qual faltam tantas fidelidades, a nossa fidelidade inteira!».

Professor Roberto de Mattei in Corrispondenza Romana



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A guarda do coração

Guardar o coração significa amar com pureza e paixão aqueles a quem devemos amor, e excluir ao mesmo tempo os ciúmes, as invejas e inquietações, que são causas certas de desordem no amor. A guarda do coração significa sempre a ordem no amor. A guarda do coração ensina o cristão a penetrar na profundidade de alma, para decobrir os seus movimentos e tendências.

Salvatore Canals in Ascética Meditada


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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Quarta-Feira, dia dedicado a São José

Oração a São José pela pureza

Ó glorioso São José, Pai e protector das Virgens, a cuja fiel protecção foram confiados Jesus Cristo, a própria inocência, e Maria, Virgem das Virgens; em nome de Jesus e de Maria, desse duplo tesouro que Vos foi tão caro, Vos suplico que me conserveis isento de toda impureza, para que, com espírito puro e corpo casto, sempre sirva fielmente a Jesus e a Maria.
Amén.


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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

O que é o Culto?

CULTO RELIGIOSO é o acto pelo qual manifestamos a Deus, aos seus Anjos e aos seus Santos a devida honra e reverência. A Deus, e só a Deus, nas três Pessoas divinas como na sagrada Eucaristia, é devido culto de Latria (adoração).

Culto de Dulia é a honra devida aos Santos, em atenção às virtudes sobrenaturais que praticaram e à glória que gozam junto de Deus. Culto de Hiperdulia é a honra devida à Virgem Maria por ser Mãe de Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem. 

O culto pode ser: a) Interior, se não passa da mente ou do coração; bExterno, se é manifestado por atos do corpo; c) Individual, se é praticado por alguma pessoa; d) Social, se é praticado socialmente ou em comum; e) Absoluto, se a honra é dirigida imediatamente a Deus ou aos Santos; f) Relativo, se é dirigido imediatamente às imagens e às relíquias dos Santos; g) Público, se é praticado em nome da Igreja e por pessoas pela Igreja a isso consagradas; h) de outro modo é culto Privado.

O fim do culto é o homem dar glória a Deus e imitar os seus Santos. Não se diminua, porém, o culto de Deus por causa do culto dos Santos, cujas imagens se vêem. Os Santos têm culto público e universal. Os Beatos têm culto público segundo a concessão feita pelo Romano Pontífice, limitada a alguma Ordem Religiosa ou a algum lugar. 

Os Servos de Deus, isto é aqueles que morreram com fama de santidade, assim como os Veneráveis, isto é, aqueles de cujas virtudes heróicas já existe um Decreto canónico, não podem ter culto público. Não é proibido, porém, prestar-lhes culto privado, rezando-lhes, tendo as suas imagens, mesmo nas paredes da igreja, mas sem auréola.

Padre José Lourenço in Dicionário da Doutrina Católica



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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Ser capaz de amar os inimigos

Algum de vós dirá: «Não sou capaz de amar os meus inimigos.» Deus não cessa de te dizer nas Escrituras que és capaz, e tu respondes-Lhe dizendo que não és? Reflecte comigo: em quem devemos acreditar, em Deus ou em ti? Uma vez que Aquele que é a própria Verdade não pode mentir, que a fraqueza humana abandone desde agora as suas desculpas fúteis. Aquele que é justo não pode ordenar coisas impossíveis, nem Aquele que é misericordioso condenará um homem por algo que este não era capaz de evitar. 

Nesse caso, a que se devem as nossas hesitações? Ninguém sabe melhor aquilo de que somos capazes do que Aquele que nos tornou capazes. Há tantos homens, tantas mulheres e crianças, tantas jovens delicadas que por amor de Cristo suportaram as chamas, o fogo, o gládio e os animais selvagens de forma imperturbável, e nós dizemos que não somos capazes de suportar insultos de gente estúpida?

Com efeito, se só tivéssemos de amar os bons, que haveríamos de dizer do comportamento do nosso Deus, sobre quem está escrito: «De tal modo amou Deus o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito»? (Jo 3,16) Pois que bem tinha o mundo feito para que Deus assim o amasse? Cristo nosso Senhor veio encontrar todos os homens, não somente maus, mas mortos por causa do pecado original; e contudo, «amou-nos e entregou-Se a Si mesmo por nós» (Ef 5,2). 

Deste modo, amou também aqueles que não O amavam, como observa o apóstolo Paulo: «Cristo morreu pelos culpados» (Rm 5,6); e, na sua misericórdia inexprimível, deu este exemplo a todo o género humano, dizendo: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29).

S. Cesário de Arles in Sermões ao povo, n° 37; SC 243 


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domingo, 23 de fevereiro de 2025

Cardeal Sarah: Sem uma Liturgia decente não há Igreja

Na Terceira Reunião Internacional das Fraternidades do Clero Católico, realizada em Roma de 13 a 17 de Janeiro, o Cardeal Robert Sarah proferiu uma palestra sobre a beleza e a missão do sacerdote. O GaudiumPress.org fez um resumo da intervenção:

- Os livros litúrgicos "necessitam urgentemente" de continuidade com a tradição litúrgica, "não de uma ruptura com o passado [como é o caso hoje]".

- O Rito Romano Tradicional produziu "frutos evidentes" nas últimas décadas, e através dele surgiu na Igreja uma nova geração de jovens com famílias jovens.

- Isto mostra que o Rito Romano Tradicional tem futuro porque tem um passado, uma história de santidade e beleza que não pode ser apagada ou abolida de um dia para o outro.

- O Cardeal citou Bento XVI: "É do interesse de todos preservar os tesouros que cresceram através da fé e da oração da Igreja [= Rito Romano] e dar-lhes o lugar que merecem" (Carta aos Bispos, 7 de Julho de 2007).

- O cuidado com a beleza da liturgia é essencialmente uma actividade pastoral.

- O primeiro dever dos sacerdotes é tornarem-se homo liturgicus, cuja vida e missão começam no altar.

- Devemos edificar o nosso povo através da nossa profunda contemplação da Sagrada Liturgia.

- Outras actividades pastorais surgem precisamente do nosso culto a Deus, mas não devem desviar-se dele.

- O silêncio antes da celebração formará os outros e dará algum descanso às almas sacerdotais ocupadas.

- A música sacra é parte integrante da ars celebrandi (Bento XVI: "Não podemos dizer que todos os tipos de música são apropriados para a liturgia").

- Durante as "concelebrações" os sacerdotes comportam-se frequentemente de forma inadequada, como se estivessem ali por acaso, vestidos com vestes sacerdotais, mas não concentrados na Eucaristia.

- A causa mais profunda da crise é que Deus não é a primeira prioridade na liturgia.

- Na consciência de muitos, as coisas de Deus e da liturgia "não parecem urgentes".

- O que o Cardeal Sarah chama de "falta de compreensão da reforma litúrgica" está generalizada na Igreja e levou a uma ênfase no ensino pessoal, na actividade e na "criatividade".

- A causa mais profunda da crise que está a abalar a Igreja é a falta de clareza sobre a prioridade de Deus na liturgia.

- Uma renovação genuína da liturgia é uma condição fundamental para a renovação da Igreja.

in gloria.tv


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sábado, 22 de fevereiro de 2025

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Carta de Santa Catarina de Sena a um homem em pecado mortal

Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no Seu precioso sangue, desejosa de vos ver repudiando o pecado mortal.

É que, de outro modo, não podereis receber a graça divina em vossa alma. Mas nem vós, nem qualquer outra pessoa alcançará a graça sem a iluminação divina (da fé), que dê a conhecer a relevância do pecado e o valor da virtude. Ninguém ama o que desconhece.

Assim, é impossível conhecer e amar algo digno de amor ou repudiar algo digno de repúdio, sem a fé. Portanto, precisamos da luz da fé, que é a pupila da nossa inteligência, supondo que o amor-próprio não a tenha obscurecido. Havendo egoismo na alma, cumpre eliminá-lo, para que nosso olhar interior não seja impedido. Através do amor santo, é preciso afastar o perverso amor da sensualidade, que abafa a graça divina na alma e corrompe toda a actividade. Acontece como numa árvore contaminada, cujos frutos são podres. 

A pessoa cheia de amor sensual perde o sentido da gravidade do pecado mortal. Toda a sua actividade se corrompe, desaparece a sua luz interior. Nas trevas, a alma deixa de ver a verdade. Mais ainda, a sensibilidade espiritual e a tendência da alma são prejudicadas, de modo que as coisas boas lhe parecem más e as más parecem boas. Quem foge do amor a Deus e ao próximo, põe a felicidade nos prazeres e orgias deste mundo. E, quando ama alguém, não o faz por causa de Deus, mas para a própria utilidade. Ao contrário, quem eliminou todo o amor sensual ama o Criador acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Mas, para chegar a tal amor, é preciso que a inteligência, iluminada (por Deus), reconheça antes o próprio nada, sua dependência de Deus quanto ao ser e a todo o mais que possui.

Apenas então a pessoa se conhece a si mesma, a própria imperfeição, e como Deus é bom. Também condena a própria imperfeição e a sua fonte, que é o egoísmo. Passa a amar a vida virtuosa por amor do Criador, dispõe-se a sofrer toda dificuldade para não ofender a Deus e não prejudicar a vida na virtude. Enfim, orienta todas as suas actividades espirituais e materiais a Deus. Em qualquer estado de vida se encontre, ama e teme o Criador. Assim, se possui riquezas, alta posição social, filhos, parentes e amigos, tudo considera emprestado, não como coisa sua. E tudo usa disciplinadamente, sem abusos.

Vivendo no matrimónio, comporta-se segundo as normas do sacramento e as leis da santa Igreja. Tendo de conviver com outras pessoas e servi-las, age sem interesses pessoais, sem fingimento, livre e comprometida somente com Deus. Ele regulamenta as faculdades da alma e os sentidos corporais: orienta a memória para recordar-se dos benefícios divinos; a inteligência para conhecer qual é a vontade de Deus, que apenas quer a nossa santificação; a vontade, para amar o Criador acima de toda outra coisa. Assim reguladas as faculdades da alma, põe ordem nos sentidos.

É o que vos peço fazer, caríssimo irmão. Organizai vossa vida, procurai compreender a gravidade do pecado e a imensidão da bondade divina. Se o fizerdes, sereis do agrado divino em todas as condições em que vos encontrardes. Sereis uma árvore frutífera de santas e autêntica virtudes. Já neste mundo começareis a gozar as garantias da vida eterna. 

Julgando eu que de nenhum modo poderemos alcançar a paz, a quietude e a graça (divina) sem a iluminação da fé – que nos permite conhecer a nós mesmos, a gravidade do pecado mortal, a bondade divina e o tesouro das virtudes – afirmei que desejava vos ver repudiando o pecado mortal. Espero que assim façais.

Nada mais acrescendo. Permanecei no santo e doce amor de Deus.

Jesus Doce, Jesus amor.


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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Santa Jacinta Marto

Há 105 anos, no dia 20 de Fevereiro de 1920, foi para o Céu Jacinta Marto, a mais nova dos Pastorinhos de Fátima:

“Gosto tanto de dizer a Jesus que O amo. Quando Lho digo muitas vezes, parece que tenho um lume no peito, mas não me queimo.

Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro no peito a queimar-me e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria.”

Santa Jacinta Marto (Memórias da Irmã Lúcia)


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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

São Teotónio, o primeiro santo português

18 de Fevereiro é dia de São Teotónio, o santo que ajudou a fundar Portugal. São Teotónio nasceu em Valença, em 1082, tendo sido criado pelo seu tio-avô e Bispo de Coimbra, D. Crescónio. Formado em Teologia e Filosofia em Coimbra e Viseu, tornar-se-ia Prior da Sé desta cidade em 1112.

Peregrinou por duas vezes à Terra Santa. Quando regressou da primeira, foi-lhe oferecido o Bispado de Viseu, que recusou. Ao voltar da segunda, em 1131, fundou com outros dez homens de grande virtude o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, tornando-se o seu primeiro prior, revelando-se um membro eminente e muito admirado, nomeadamente por São Bernardo de Claraval.

Em 1153 o Papa Adriano IV quis fazer de São Teotónio Bispo de Coimbra, seguindo o legado do seu tio-avô, mas o santo recusou.

São Teotónio assumir-se-ia desde cedo como um fervoroso apoiante da independência portuguesa, inclusive como conselheiro de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal. Tido como homem muito respeitado e de grande valor, terá sido ele a convencer o Rei a libertar milhares de moçárabes que tinham sido feitos cativos na sequência da guerra de Reconquista realizada pelas tropas portuguesas.

São Teotónio foi um importante participante no processo político-religioso que culminaria com o reconhecimento da independência de Portugal pelo Papa Alexandre III em 1179, com a bula “Manifestis Probatum”.

Falecido a 18 de Fevereiro de 1162, não chegaria a assistir a tal momento marcante da História portuguesa, tendo sido sepultado numa capela do Mosteiro de Santa Cruz, junto do túmulo de D. Afonso Henriques.

Em 1163, um ano após a sua morte, o Papa Alexandre III canonizou-o, fazendo de São Teotónio o primeiro santo português. O seu culto foi espalhado pelos agostinianos um pouco por todo o mundo, sendo até aos dias de hoje o santo padroeiro da cidade de Viseu e da respectiva diocese. É ainda padroeiro da sua terra natal, Valença.

No concelho de Odemira, uma extensa freguesia foi também baptizada com o nome do santo, que é também seu padroeiro. A Igreja Católica celebra-o no dia da sua morte, 18 de Fevereiro.

Miguel Louro in 'Nova Portugalidade'


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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

10 coisas que irá perder se for à Missa Tradicional

1. Acólitas 

Pode procurar quanto quiser, não as vai encontrar. A justificação para esta inovação moderna vem do Código de Direito Canónico de 1983, e de uma clarificação vinda de Roma em 1994. No Rito Tradicional – que usa as normas e a liturgia de 1962 – a existência de “acólitas” não é permitida.

2. Leigos leitores 

Apenas o padre – na Missa Rezada – ou o Diácono e Subdiácono – na Missa Solene - podem ler as Leituras e o Evangelho uma vez que, obviamente, esta é uma função litúrgica. De facto, antes da sua supressão pelo Papa Paulo VI em 1972, as ordens menores incluíam a ordem de “Leitor” para este mesmo propósito. Faziam parte do caminho para o sacerdócio.

3. Ministros Extraordinários da Comunhão

Ou, como são erradamente chamados por vezes: Ministros da Eucaristia. No Rito Romano Tradicional não irá encontrar em parte alguma. Verdadeiros exércitos de leigos – muitas vezes mulheres – tomando de assalto o Presbitério, com trajes seculares, para ajudar na distribuição da Sagrada Comunhão. Quando alguém assiste à Missa Tradicional é garantido que apenas receberá Comunhão distribuída pelas mãos consagradas de um sacerdote.

4. Comunhão na mão

Na Missa Tradicional os fiéis recebem a Comunhão tal como todos os Católicos Ocidentais receberam desde o Primeiro Milénio: ajoelhados e na língua. Isto é, claro, um meio através do qual a Igreja demonstra reverência pela Eucaristia e a nossa certeza firme na Presença Real de Nosso Senhor na Eucaristia. É uma forma de proteger a Sagrada Comunhão de ser profanada.

5. Missa rezada de frente para o povo – versus populum

Não acontece na Missa Tradicional. Tal como o piloto de um avião ou o condutor dum carro, o Padre olha na mesma direcção que os fiéis durante a Missa – ad orientem (para Oriente). É importante relembrar que o Santo Sacrifício da Missa é uma acção direccionada a Deus, e não simplesmente uma cerimónia ou uma conversa entre amigos.

6. Má música

Na Missa Tradicional, não vai encontrar “adaptações” de músicas protestantes nem vai ver autênticos “bailes” dentro da Igreja. No Rito Tradicional vai ficar-se pelo silêncio sagrado da Missa Rezada ou, então, vai ouvir os Próprios cantados, Canto Gregoriano ou, até, Palestrina, Mozart e Bach numa Missa Solene.

7. Estar de pé quando é suposto ajoelhar

Ainda que se mantenha de pé em algumas partes da Missa há, no entanto, três ocasiões distintas nas quais irá ajoelhar-se, em vez de estar de pé: durante o Credo – “E encarnou pelo Espírito Santo…”, para receber a Sagrada Comunhão e, também, para a bênção no final da Missa – depois do “Ite, Missa est”.

8. Improviso 

Na Missa Tradicional, não estará sujeito à personalidade do celebrante, tentativas de humor, ou preferências pessoais do sacerdote. As rubricas do Rito Antigo são muito precisas – alguns dirão “rígidas” – e são assim por um bom motivo: o Rito exige obediência e fidelidade. De facto, foi-nos dado – ao padre e também aos fiéis – e, assim, forma-nos em vez de ser formado por nós.

9. Paz de Cristo

No Rito Antigo, não há interrupção da Missa para conhecer ou cumprimentar o sujeito – e, talvez, a sua família - que se senta no banco atrás do seu. Portanto, não haverá nada, neste momento, que vá desviar a sua atenção do Altar. Estamos todos a percorrer a Liturgia, apenas focados em Nosso Senhor na Sagrada Eucaristia.

10. A língua vernácula 

Este ponto deveria ser óbvio, mas é, ainda assim, importante referi-lo. A língua litúrgica do Rito Romano – o Latim – vai ser ouvido na Missa celebrada na Forma Tradicional do Rito, tal como tem acontecido desde o século III. Porém, e obviamente, a homilia – ou sermão – será proferida na língua vernácula.

Brian Williams in liturgyguy.com


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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Septuagésima: um tempo perdido pela maior parte dos Católicos

O tempo de Septuagésima, que começa hoje, inclui os Domingos (e as semanas) da Septuagésima, Sexagésima e Quinquagésima, e é um tempo de preparação para a Quaresma. Durante este tempo, embora as regras Quaresma não se apliquem, a cor litúrgica é o roxo (penitência), e não é rezado nem Aleluia nem o Glória in Excelsis, que são sinais de alegria (1). Além disso, os textos deste tempo expressam o seu carácter penitencial.

Já no tempo de São Gregório Magno (+604) existia um período de preparação anterior à Quaresma, que, no séc. VI, começava no Domingo da Septuagésima, e, mais tarde, foi estendido para toda a semana da Septuagésima (2). As Leituras do Evangelho são, especialmente, destinadas a preparar os fiéis para a Quaresma e Tempo de Páscoa (3). 

A importância dos três Domingos percebe-se pelas igrejas escolhidas para a Missa Papal naqueles dias, os três basílicas localizadas fora das antigas muralhas de Roma: São Lourenço, São Paulo e São Pedro, respectivamente. O Ofício [Divino], na Septuagesima, começa com a leitura do livro de Génesis, que, por sua vez, continuará nos Domingos da Quaresma. 

O nome destes três Domingos indicam o tempo que decorre até ao primeiro Domingo da Quaresma, dito Quadragésimo. “Septuagésima” lembra os anos 70 anos de exílio na Babilónia, como sublinhou Amalário de Metz, comentador litúrgico medieval (4). 

Os Ritos Orientais contemplam também um tempo antes da Quaresma, que é de grande antiguidade. O "Domingo da Carne" introduz a abstinência da carne. O "Domingo do Queijo" inaugura a abstinência de ovos e lacticínios.

O tempo de Septuagésima está também indicado no 'Book of Common Prayer' anglicano e faz parte da prática histórica em muitas "igrejas" luteranas.

A Constituição Sacrosanctum Concilium, do Concílio Vaticano II, comenta o ano eclesiástico deste modo: “Reveja-se o ano litúrgico de tal modo que, conservando-se ou reintegrando-se os costumes tradicionais dos tempos litúrgicos, segundo o permitirem as circunstâncias de hoje, mantenha o seu carácter original para, com a celebração dos mistérios da Redenção cristã, sobretudo do mistério pascal.” (5)

É surpreendente, por tanto, que o Consilium (NT: comissão encarregue pela Reforma Litúrgica), após o Concílio, tenha decidido abolir o tempo de Septuagésima, ainda para mais fazendo este parte da preparação para a Páscoa. O Arcebispo Bugnini recorda a discussão sobre este tema: 

"Houve desacordo sobre a supressão do tempo da Septuagésima. Alguns viam essas semanas como uma preparação para a Páscoa. Em dada ocasião, Paulo VI comparou o conjunto composto pela Septuagésima, Quaresma, Semana Santa e Tríduo com os sinos que chamam os fiéis para a Missa de Domingo: esses assinalam quando falta uma hora, depois meia-hora, depois um quarto de hora e por fim cinco minutos para a Missa, o que tem um importante efeito psicológico e prepara os fiéis, material e espiritualmente, para a celebração da liturgia. Naquela época, no entanto, a opinião predominante era que deveria haver uma simplificação: a Quaresma não poderia ser restaurada na sua plenitude importância sem sacrificar a Septuagésima, que é uma extensão da Quaresma." (6)

Fœderatio Internationalis Una Voce - Positio nº 20

(1) O Aleluia é substituído, como na Quaresma, por um Tracto.

(2) Lauren Pristas, “Parachuted into Lent”, em Usus Antiquior, vol. 1, n. 2, 2010, pp. 95-109, onde cita Camille Callewaert e São Gregório Magno (p. 96). Cfr. Homiliae in evangelia XIX.1, e Callewaert L'oeuvre liturgique de Saint Grégoire: la septuagésime et l’allelluia (Louvain, Université Catholique de Louvain, 1937), p. 648 e n. 46.

(3) As leituras do Evangelho dos três Domingos são, respectivamente, a parábola do
trabalhadores da vinha (Mt 20, 1-16), a parábola do semeador (Mt 13, 1-23) e Jesus a caminho de
Jerusalém, com a cura de Bartimeu (Lc 18, 31-43).

(4) Amalarius, De ecclesiasticis officiis, I.1, PL 105.993 ss.

(5) Concílio Vaticano II, Constituição Sacrosanctum Concilium (1963), n. 107.

(6) Bugnini, A., A Reforma do Liturgia. 1948-1975 (trad. Inglês, Collegeville MN, The Liturgical
Imprensa, 1990), p. 307, n. 6. No texto principal, falando sobre o decisões do Consilium em 1965, escreve que “na sua maioria os textos presentes permanecerão inalterados". No entanto, embora isso tenha sido apoiado por consultores cuja opinião havia sido solicitada, revelou-se impossível. O plano de uma série contínua dos Domingos do “tempo comum” antes e depois da Quaresma e do tempo Pascal, significava que um Domingo cai, em determinado ano, imediatamente antes da Quaresma, enquanto noutro ano cai depois do Pentecostes, ou várias semanas antes da Quaresma. Tendo decidido suprimir a Septuagésima como tempo litúrgico separado, os formulários da Missa já não puderam ser retidos no lugar apropriado e, assim, perderam-se. O processo de discussão e o seu resultado são analisados
em detalhes por Pristas, “Parachuted into Lente”, cit.


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sábado, 15 de fevereiro de 2025

Hoje é Sábado de Enterro do Aleluia

Aleluia (do hebr. = Louvai a Deus) é uma aclamação de júbilo, frequentemente usada nos salmos, e adoptada, desde os tempos primitivos do cristianismo, na Liturgia. No Rito romano é suprimido o Aleluia nos Ofícios pelos defuntos e desde a Septuagésima até ao Sábado Santo, o "Sábado de Aleluia".

Existem vários costumes relacionados com a supressão do Aleluia da Liturgia no Domingo da Septuagésima. Nos livros litúrgicos romanos, isso é feito da maneira mais simples possível: no final do Ofício das Vésperas do sábado anterior ao Domingo da Septuagésima, o “Alleluia” é acrescentado duas vezes ao final do “Benedicamus Domino” e “Deo gratias”, que são cantados em tom pascal, sendo substituído pelo Laus tibi Domine, rex aeternae gloriae, no início das horas canónicas. A palavra é então abandonada completamente na Liturgia até a Vigília Pascal.

Em alguns usos medievais, entretanto, o Aleluia foi acrescentado ao fim de cada antífona destas Vésperas. E nos tempos em que a participação do povo na Liturgia era mais intensa, fazia-se, em alguns países, o “enterro” do Aleluia com certa solenidade (antífona e oração próprias) ou até com cerimónias especiais, por exemplo, imitando um enterro cristão. Assim vários costumes, alguns formalmente incluídos na liturgia e outros não, cresceram em torno dessa despedida do Aleluia.

Um dos costumes mais populares é o enterro do Aleluia. Para isso, costuma-se proceder do seguinte modo:

1. Escreve-se a palavra “Alleluia” num grande pedaço de pergaminho e depois das Vésperas enterravam-no no adro da igreja, para que possa ser desenterrado novamente no Domingo de Páscoa.

2. Coloca-se o pergaminho “Alleluia” numa caixa (caixão). Caso contrário, nalgum plástico para garantir que não se estrague.

3. Enterra-se o caixão do Alleluia no chão.

E pode ainda acrescentar-se uma cruz de madeira sobre o túmulo de Aleluia e escreve-se: “Aqui jaz o Alleluia”. Desenterra-se o Aleluia no Domingo de Páscoa!

O enterro é feito com uma procissão da igreja até ao seu adro, onde é feito o enterro. O espírito de tal cerimónia é realmente o de despedida. Quem reza o Breviário vai à Missa Tradicional percebe e sente a falta dessa manifestação de alegria e júbilo na Liturgia, pois a supressão do Aleluia marca o início de várias outras supressões e mudanças na Liturgia até o Tríduo Pascal.







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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A Irmã Lúcia e o Cônsul português em Espanha

20 anos da morte da Irmã Lúcia, a mais velha dos pastorinhos. Vale a pena conhecer este episódio da sua vida - A Irmã Lúcia e o Cônsul português em Espanha

O contexto é: 1945, a Irmã Lúcia ainda era irmã doroteia em Tuy. É sobre um cônsul português em Espanha que, contrariado, acompanha a Embaixatriz Brasileira, numa visita ao convento. Durante esta visita foi mudando de opinião e passado alguns dias volta com a mulher.

Passaram toda a tarde sentados, à sombra, no jardim. O Senhor Cônsul contou à Irmã Lúcia, em síntese, o percurso da sua vida. De ideias comunistas e depois de ter exercido a diplomacia por vários países, onde essas ideias se tinham tornado mais arraigadas, tinha sido enviado para a Espanha, onde não se encontrava muito a seu gosto. Lúcia descreve-nos o tema da conversa:

- Exercendo a sua carreira, percorreu várias Nações; para esclarecer as suas ideias comunistas, fez algumas viagens à Rússia, e agora, dizia lamentando-se: «tive a infelicidade de ser enviado para uma nação onde o comunismo não é compreendido», e continuava lamentando a situação dos pobres, sujeitos a ser criados dos ricos, sem possibilidades para se elevar na sociedade igualando-se, etc. Depois de ter ouvido, interrompi e perguntei:

- Está o Sr. Cônsul disposto a distribuir todos os seus bens pelos pobres para que se elevem e se lhe igualem?

Depois de um momento de silêncio respondeu:

- Irmã, não é bem isso.

- Não é bem isso? Porque então acabámos nós de assistir em Espanha à morte violenta de tantos capitalistas, dizendo que era para distribuírem esses bens pelos pobres e nunca em Espanha se viu tanta miséria! Onde estão esses capitais?

- Vejo que a Irmã é uma adversária!

- Sim , Sr. Cônsul e não vale a pena discutir.

Aproveitando o momento, sem perder tempo, sempre com os olhos fitos no bem de quem dela se aproximava, perguntou ao Sr. Cônsul se tinha fé. Ele confessou não a ter perdido de todo, mas que já tinha esquecido tudo o que aprendera para a Primeira Comunhão. Por ser de Braga tinha muito devoção a Nossa Senhora do Sameiro – era a sua Madrinha.

Com a permissão da Superiora, a Irmã Dores foi buscar um catecismo que ofereceu ao seu ilustre visitante, pedindo que recordasse o Pai Nosso e a Avé Maria, enquanto ela faria dois terços, para ele e a esposa poderem rezar, e pediu a promessa de o fazerem. Então ouviu com surpresa que, às vezes, escutavam a transmissão das cerimónias de Fátima, e ele confessou que se comovia, ao ouvir aquela multidão a rezar.

Passados uns cinco meses do primeiro encontro, tiveram uma grande surpresa. Deixemos que a Pastorinha nos diga essa grande alegria. Foi no dia 8 de Abril de 1946.

Indo neste dia ao Consulado, por motivo de certa documentação, como de costume o Sr. Cônsul recebe-nos com singular satisfação e conduz-nos à sala de trabalho, aí disse:

- Sabe Irmã, estamos resolvidos a confessar-nos e a comungar, mas com a condição que a Irmã nos arranje um confessor português.

- Isso não é nada difícil. Aqui mesmo em Carvalhinho está um sacerdote português que costuma vir a Tuy com certa frequência. É franciscano, Fr. Luís, vou ver se ele poderá para o próximo dia 13, aniversário do seu casamento, não acha que seria uma linda maneira de festejar esse dia?

- Ó! E como foi a Irmã lembrar-se dessa data?

E notei que se comovia.

De volta a casa, contactou o Sacerdote que se disponibilizou não só a confessar o casal, mas a fazer-lhes uma boa preparação, durante três dias para recomeçarem a sua vida cristã. E no dia 13 de manhã, a Irmã Dores teve a consolação de os ver à Mesa da Comunhão, depois de se terem confessado na capela da casa de Tuy. Que alegria para o seu coração poder ajudar a reencaminhar estas almas a Deus!

in 'Um caminho sob o olhar de Maria', cap. 14, p.288


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