quinta-feira, 8 de julho de 2021

14º aniversário do Motu Proprio Summorum Pontificum

Há 14 anos, no dia 7 de Julho de 2007, o Papa Bento XVI emitia um dos documentos que mais marcaram o seu Pontificado: Motu Proprio Summorum Pontificum.

Em 2007, Jean Madiran, escritor católico francês, dizia: "Durante trinta e sete anos, uma geração inteira de católicos militantes, religiosos ou leigos pertencentes à Igreja Militante (uma geração dos 7 aos 97 anos de idade), sofreu, sem ceder, desafiando abertamente o interdito arbitrário à Missa Tradicional. Lembramo-nos dos nossos mortos: Cardeal Ottaviani, Padre Calmel, Padre Raymond Dulac, Monsenhor Renato Pozzi, Monsenhor Lefebvre, Padre Guérard. E, dentre os leigos: Cristina Campo, Luce Quenette, Loius Salleron, Eric de Savanthem. A boa-vontade pontifical é para eles como que uma leve brisa, que docemente lhes traz paz aos seus túmulos. Onde quer que estejam agora, não mais precisam dela. Mas é a sua memória entre nós que é apaziguada e elevada."

Escrevia, em 1997, o então Cardeal Ratzinger: "Eu sou da opinião, para dizer a verdade, que o rito antigo devia ser providenciado muito mais generosamente a todos aqueles que o desejam. É impossível ver o que poderia ser perigoso ou inaceitável. Uma comunidade está a colocar o seu próprio ser em questão quando subitamente declara que aquilo que até um momento foi o seu maior e mais santo bem é estritamente proibido e quando torna o desejo disso parecer francamente indecente."

10 anos mais tarde, emitiu, enquanto Papa Bento XVI, o Motu Proprio Summorum Pontificum. Este documento contém doze artigos da lei universal da Igreja que reconhecem factos e direitos, estabelecem direitos que são novos ou não estavam claros sob a lei anterior, e criam novas obrigações. Isto é extremamente importante: os doze artigos são a lei. Não a introdução aos artigos, nem a carta anexada do Papa aos Bispos. E muito menos podem estes ser invocados para contrariar a lei.

Felizmente os artigos do Motu Proprio são muito claros. Mas, em caso de dúvida a autoridade interpretativa reside na Pontifícia Comissão Ecclesia Dei. O Supremo Legislador desejou criar uma estrutura liturgica para padres e fieis - particularmente para os padres. Trata-se duma "Constituição", não como outro documento teológico, mas no sentido legal de que é uma lei fundacional, uma lei acima das outras leis: isto é muito claro, por exemplo, nos extremamente importantes artigos 2, 4 e 9§3, que são o encorpar da liberalidade.

Como tal, queridos Padres de todo o Mundo, estimem e façam bom e completo uso deste documento: não é propriedade de minorias separadas; não é do domínio de clérigos nostálgicos; pertence a todos vós, é o vosso livre-transito para a liberdade liturgica. 

Nos Estados-Unidos, o número de Missas tradicionais aumentou de 20 em 1988, para 220 em 2006 e para mais de 500 hoje. Isto apesar do vigilância desobediente de eclesiásticos que, nas palavras de Peter Kwasniewski (especialista em liturgia), "deram a si mesmos o trabalho de policiar e proteger a Igreja mainstream dos 'perigos', dos 'erros' e das 'más atitudes' dos católicos amantes da tradição."

Em França prevê-se que em 2038 o número de padres a celebrar exclusivamente a Missa antiga suplante o número de padres diocesanos que celebram regularmente a Missa nova.

O blog Senza agradece ao Papa Bento XVI pelo Summorum Pontificum, que nos libertou das trevas da proibição arbitrária daquilo que para tantas gerações de católicos foi tido como sagrado. Da Missa que tantos santos fez. Do mais santo acto de religião.

Caminhemos para a paz litúrgica!
Deo gratias!

PF


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