segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Aquele véu sobre o seu rosto...


Era a última vez que via o seu rosto...

Sim, é verdade, depois voltaria a vê-lo milhares de outras vezes, a todas as horas, todos os dias. Voltaria a vê-lo com os olhos do coração, da memória. Tal como continuaria a sentir a sua presença, se bem que de uma maneira diferente daquela a que estava habituado.

Mas aquela era a última vez que via o seu rosto, quero dizer, fisicamente. Humanamente. A última vez que via aquele que para mim tinha sido um pai e um mestre. A última vez que via o seu corpo, as suas mãos, mas sobretudo que via o seu rosto. E o rosto recordava-me o seu olhar, porque nele estava o olhar que imediatamente nos atingia.

E por isso queria que aquele momento nunca acabasse. Fazia tudo lentamente, para prolongar o tempo, até ao infinito.

Até que, num determinado momento, sinto o olhar pousado sobre mim. E então percebi. Deveria...

Peguei no véu branco e coloquei-o, docemente, sobre o seu rosto. Quase tive medo de o magoar, como se aquele pedaço de seda lhe fosse pesado, pudesse incomodá-lo...

Felizmente, chegaram aquelas palavras para me ajudar:" Oh, Senhor que o seu rosto veja agora o Teu rosto paterno, que o seu rosto subtraído à nossa vista contemple a Tua beleza."
Ele já estava na casa do Pai, podia finalmente olhar a sua face. A sua aventura terrena chegara ao seu destino.

Também eu comecei a seguir as palavras daquela oração. E, orando, comecei a recordar, a reviver os quarenta anos que, pequeno homem tocado pelo "mistério", percorri junto dele, de Karol Wojtyla." (in "Uma vida com Karol" do Cardeal Syanislao Dsiwisz)



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12 comentários:

Duarte 16 disse...

lindo!

João Silveira disse...

lá isso é!

João Silveira disse...

obrigado mmaria

Senzhugo disse...

estás gago?

joaquim disse...

Lindo, tocante, quase que nos coloca lá também no momento...

Abraço amigo em Cristo

Pipos disse...

quem compra e dps empresta-me?

João Silveira disse...

vou experar que o caldeirada passe o livro à mão

João Silveira disse...

experar?

inésia disse...

experar é o contrário de perar, i.e., tornar-se pêra?!?!

João Silveira disse...

pêra não sei, mas estou a pensar em deixar crescer o bigode...motivem-me!!

Pipos disse...

deves ficar mesmo bem, continua!

qd se rapa cabelo?

João Silveira disse...

é so marcar, e lá estarei presente!

quem facilita casa?