domingo, 8 de fevereiro de 2015

Não há um declínio da população católica mas da vida católica

O Padre George Rutler é o administrador da igreja dos Santos Inocentes e da igreja de São Miguel, em Nova York, que também lhe foi entregue a propósito do plano de reorganização. Autor do livro Principalities and Powers: Spiritual Combat 1942-1943 e de outras obras.

Obviamente, o encerramento de paróquias não é um fenómeno novo, mas, do seu ponto de vista, quais são alguns dos factores que levaram a uma situação como esta?

Entre os factores está o declínio da vida católica. Foram-me dadas a conhecer recentemente as estatísticas que mostram que a população católica da cidade de Nova York é quase igual à que era há 70 anos atrás. Não há um declínio na população católica; há um declínio na vida católica, e existem várias razões para isso. 

Eu acho que existe uma grande desonestidade e negação da parte de algumas pessoas que aderiram à fantasia de que estávamos a entrar numa nova Primavera da Fé. O aggiornamento do Vaticano II era suposto trazer para a Igreja mais toneladas de pessoas; fez exactamente o oposto. Enquanto as pessoas se recusarem a admitir que foram feitos erros há uma geração atrás – no catecismo, na liturgia, no lidar com os problemas reais do secularismo – nunca irão fazer verdadeiramente reforma alguma. 

Também tivemos um grande êxodo da cidade para os subúrbios, e nos concelhos a norte existe a necessidade de novas paróquias. Ao mesmo tempo, aqui em baixo, temos... paróquias redundantes. Outra razão para estes encerramentos é que as igrejas foram organizadas mais por razões étnicas do que por razões evangélicas. Assumiu-se culturalmente que a Igreja era uma casa para os imigrantes, e que estes pertenceriam a paróquias não só pela Fé mas também, legitimamente, por razões sociais, pela comunidade, escolas e em diante. Assim, em Manhattan, temos uma velha paróquia alemã, uma paróquia italiana, etc., e são próximas umas das outras. Já não há necessidade disso.

O factor primário é que a maioria dos católicos não estão a praticar a Fé. A participação na Missa em Nova York ronda os 12%. Foi uma queda de cerca de 50% desde o Concílio Vaticano II. Ninguém vai lidar com isso. Reconhecerão o facto, mas não irão lidar com o facto de que existiram erros sérios cometidos na geração passada.

Daria um bom estudo, o por quê da cidade de Nova York, que é tão vibrante culturalmente – atormentada e perversa de muitas maneiras, mas vibrante – ter uma grande letargia espiritual.

in Aleteia


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