As vocações estão em crise no nosso meio, mas florescem noutras latitudes. É o caso de África. A Igreja africana sabe o que é sofrer, oprimida por ditaduras, fustigada por guerras e perseguida por terroristas… Mas a fé cristã e as vocações crescem! Enquanto isso, nós, na Europa, por vezes, vamos vivendo um cristianismo medíocre, em vez de nos concentrarmos no essencial.
É precisamente o que assinalam as recentes declarações do Cardeal John Onaiyekan, Arcebispos de Abuja, na Nigéria. À rádio pública austríaca ORF, disse que está admirado com o facto de a Igreja da Europa estar tão obcecada em dar a comunhão aos divorciados recasados, em vez de se preocupar com as suas igrejas que «estão cada vez mais vazias» (ao contrário das da Nigéria) e «muitas pessoas já não vêm».
Também o Cardeal Robert Sarah (natural da Guiné Conacri), no seu livro “Deus ou nada” (ed. Lucerna, Cascais 2016, pág. 333 a 336) diz que a questão dos recasados «não é um desafio urgente para as Igrejas de África ou da Ásia», mas «trata-se de uma obsessão de certas Igrejas ocidentais»; e que a Igreja de África se compromete «a manter inalterado o ensinamento de Deus e da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimónio».
É assim que Igreja africana permanece fiel à doutrina e fiel à verdade do matrimónio indissolúvel, enquanto nós andamos aqui perdidos em discussões estéreis e confusas. Não vemos os nossos irmãos africanos preocupados com estas questões: estão mais preocupados em manter a fé viva. Aliás, é a fé, constantemente provada pelo fogo, que os mantém firmes nas adversidades. Vozes proféticas dizem que África «é a grande esperança de Igreja».
Pe. Orlando Henriques in 'O Amigo do Povo'
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