terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Origens e significado da Missa do Galo

A Missa do Galo é a que se celebra à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro. O nome 'Missa do Galo' deriva da tradição segundo a qual à meia-noite de 24 para 25 de Dezembro um galo cantou como nunca se tinha ouvido de outro animal semelhante, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.
 
Um costume da província de Toledo, na Espanha, consistia em que, antes de baterem as 12 badaladas da meia-noite de 24 de Dezembro, cada lavrador matava um galo em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim o seu Natal melhorado.
 
Era costume, em algumas aldeias espanholas e portuguesas, levar o galo para a igreja, a fim de que este cantasse durante a missa, significando um prenúncio de boas colheitas.
 
A Missa do Galo foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 d.C.), começando a ser celebrada na basílica do monte Esquilino, erigida pelo o Papa Sisto III em honra de Nossa Senhora. Trata-se da famosíssima Basílica de Santa Maria Maggiore. O galo foi escolhido como símbolo desta celebração porque representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão.
 
Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se na igreja e passavam a noite rezando e cantando. A igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e tochas. Para iluminar a Missa havia círios e tochas junto ao altar, enquanto as paredes eram revestidas de panos e tapetes. O templo era perfumado com alecrim, rosmaninho e murta. Em alguns locais mais frios, era costume deitar palha no chão para aquecer o ambiente.
 
Dada a sua importância, pois anuncia o nascimento do Deus vivo – eis que o verbo se fez carne (Jo, 1, 14) –, o próprio Papa, bispo de Roma, conduzia a celebração pessoalmente, pois ele é sucessor de Pedro, o apóstolo que Jesus mesmo designou como Príncipe dos Apóstolos (Mt 16, 18).

A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam oscular o Menino. Em algumas igrejas, o presépio estava velado até à altura do cântico.
 
Hoje, tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para as suas casas, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio, cantam hinos e orações em memória do Messias, Filho de Deus. Segue-se a confraternização partilha da Ceia de Natal, com eventual distribuição de presentes.


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1 comentário:

Anónimo disse...

Bela explicação; estamos sempre a aprender!