Archibasilica Sanctissimi Salvatoris et Sanctorum Iohannes Baptista et Evangelista in Laterano, chamada geralmente apenas de São João de Latrão ou Basílica de Latrão, é a Catedral da Diocese de Roma e a Sé Episcopal oficial do Bispo de Roma, o Papa. É a mais antiga e a primeira entre as cinco basílicas papais do Mundo.
Quando o imperador romano Constantino se converteu ao Cristianismo, por volta do ano 312 dC, doou ao Papa Melquíades o Palácio do Latrão, que ele havia mandado construir, na colina chamada Celio, para a sua mulher, Fausta. Pelo ano 320 dC, foi aí construída uma igreja, a Igreja do Latrão, a primeira de todas as igrejas do Ocidente, por data e por dignidade. É tida como a mãe de todas as igrejas da cidade de Roma e do Mundo. Foi consagrada pelo Papa Silvestre, no dia 9 de Novembro do ano 324, com o nome de Basílica do Santo Salvador, foi a primeira igreja publicamente consagrada.
A Arquibasílica foi dedicada duas vezes. Primeiro, o Papa Sérgio III dedicou-a a São João Baptista, no século X, em homenagem ao recém-consagrado baptistério da Arquibasílica. Depois, o Papa Lúcio II dedicou-a a São João Evangelista, no século XII. Por isso, os dois são considerados co-patronos, mas, como indica a inscrição na fachada, continua tendo como patrono principal Cristo Salvador.
Durante mais de dez séculos, os Papas tiveram a sua residência nas suas proximidades, e entre os seus muros realizaram-se 5 concílios ecuménicos:
1. Primeiro Concílio de Latrão — de 18 de Março a 6 de Abril de 1123, sob Papa Calisto II — o 9º concílio ecuménico debateu a questão das investiduras, a independência da Igreja perante o poder temporal, ponto fulcral da reforma gregoriana.
2. Segundo Concílio de Latrão — em Abril de 1139, sob Papa Inocêncio II — o 10º concílio ecuménico estabeleceu que apenas os celibatários poderiam receber as ordens sagradas na Igreja Ocidental e pôs fim ao cisma do antipapa Anacleto II.
3. Terceiro Concílio de Latrão — em Março de 1179, sob Papa Alexandre III — o 11º concílio ecuménico estabeleceu as normas para a eleição do Papa (maioria de 2/3) e da nomeação de bispos (idade mínima de 30 anos). Também houve a excomunhão dos barões franceses que apoiavam os Cátaros.
4. Quarto Concílio de Latrão — de 11 de Novembro a 30 de Novembro de 1215, sob o Papa Inocêncio III — o 12º concílio ecuménico determinou que qualquer cristão chegado ao uso da razão é obrigado a receber os sacramentos da Confissão e Eucaristia na Páscoa. Há a condenação dos Albigenses, Maniqueístas e Valdenses. E também há a definição de Transubstanciação.
5. Quinto Concílio de Latrão — 10 de Maio de 1512 a 16 de Março de 1517 sob Papa Júlio II e Papa Leão X — foi o 18º concílio ecuménico, o último antes da Reforma Protestante e no qual houve a Condenação do concílio cismático de Pisa (1409-1411) e do Conciliarismo. Reforma da Igreja.
Semidestruída por incêndios, por guerras e pelo abandono, foi reconstruída sob o pontificado de Papa Bento XIII e foi de novo consagrada no ano de 1726.
Arquibasílica e Catedral de Roma, a primeira de todas as igrejas do mundo, ela é o primeiro sinal exterior e sensível da vitória da Fé cristã sobre o paganismo ocidental. Durante a era das perseguições, que se estendeu pelos primeiros três séculos da História da Igreja, qualquer manifestação de Fé se revelava perigosa, e por isso os cristãos não podiam celebrar o seu Deus abertamente. Para todos os cristãos saídos das catacumbas, a Basílica do Latrão foi o lugar no qual podiam finalmente adorar e celebrar publicamente Cristo Salvador. Aquele edifício de pedras, construído para honrar o Salvador do Mundo, era símbolo da vitória, até então escondida, do testemunho dos numerosos mártires. Sinal tangível do templo espiritual que está no coração do cristão, é um convite a agradecer Àquele que se fez carne e que, morto e ressuscitado, vive na eternidade.
A Basílica de São João de Latrão está localizada dentro dos limites da cidade de Roma, mas fora das fronteiras do Vaticano propriamente dito. Apesar disso, tanto ela como os edifícios vizinhos gozam de direitos extraterritoriais como uma das propriedades da Santa Sé, de acordo com o Tratado de Latrão de 1929.
Junto à Basílica encontra-se a Escada Santa (Scala Sancta), uma escada com degraus de mármore emoldurado por madeira. De acordo com a tradição católica, é a escadaria que levava ao pretório de Pôncio Pilatos em Jerusalém e que, portanto, terá sido santificada pelos passos de Jesus Cristo durante a Sua Paixão. Os degraus de mármore podem ser vistos através de aberturas nas molduras de madeira. Eles foram transladados de Jerusalém para o Palácio Laterano no século IV, por ordem de Santa Helena, a mãe do Imperador Constantino. Em 1589, o Papa Sisto V realocou-os na posição actual, em frente à antiga capela palatina conhecida como Sancta Sanctorum.
O aniversário da sua dedicação, celebrado originariamente apenas em Roma, é comemorado hoje em toda a Igreja.
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